_ Tá meio frio... – Rafa comenta a caminho da casinha assombrada junto de um monte de gente, alguns que ela nunca tinha visto na vida.

_ Falta muito? – Sabrina pergunta cansada.

_ Calma, gente. É longe assim mesmo, quem quiser desistir pode ir... – Vic responde.

_ Ah, então nem vou... – Nana diz saindo.

_ Vai sim! Ô se vai! – Pertese fala puxando a garota.

_ Eu tenho medo!

_ Medo do quê?! Para de frescura, menina! – Luana reclama e continua a andar.

Felipe pega a mão de Nana, entrelaçando seus dedos.

A Galera continua andando, quando, finalmente adentram a mata.

Os únicos sons ouvidos eram dos passos, das cigarras, grilos e corujas.

Ninguém dizia nada, todos tentando esconder o medo.

_ Estou com um mal pressentimento... – Yan sussurra para Gabriel.

_ Poxa, cara, não fala isso! – ele responde, amedrontado, dando uma soco no braço do amigo.

A galera se assusta com um barulho vindo de trás.

_ Calma, gente, é só um sapo – Lúcia diz, rindo.

Eles seguem a trilha, quando, um grito agudo e histérico ecoa de longe, chegando cada vez mais perto.

_ Aff, essa gente que fica tentando nos assustar... – Ana murmura andando.

As pessoas continuam andando, mas, João olha para trás.

_ AH! CORRAM! – Ele grita correndo na frente.

O grupo, sem pestanejar, segue o garoto. Alguns corriam sem olhar para trás, outros corriam gritando, mas os que olhavam corriam mais rápido do que qualquer um.

Nana olha para trás e não acredita no que vê.

_ AH! – Ela berra fazendo Felipe olhar também – FELIPE! CORRE!

Ele puxa a garota, alarmado, e sai correndo.

Mas ela não consegue acompanhá-lo, tropeça em uma pedra e cai de joelhos no chão.

Nana repara que as pessoas estão muito a frente, e eles estão atrasados por causa dela.

Ela olha novamente para trás e vislumbra a garotinha de branco abrir um sorriso assustador e chegar cada vez mais perto deles.

_ Felipe, VAI! – ela diz tentando se levantar, mas sente uma dor aguda no joelho, desmontando de novo no chão.

_ Não!

_ VAI! AGORA! – a garota insiste.

_ NÃO VOU TE DEIXAR AQUI! – ele grita pegando-a no colo e correndo mais rápido possível.

Nana olha, mais uma vez, para trás e avista um borrão branco mais perto do que antes. Sua visão, embaçada, não permite a enxergar uma pequena luz, sequer.

Então, seus sentidos vão se perdendo no caminho, um a um. Primeiro, a visão, depois, ela não consegue sentir mais nada.

_ N... Não – seus lábios se movem, mas nenhum som sai de sua boca.

De repente, o desespero e o pânico aumentam. Ela mal consegue respirar. A única coisa que ouvia era a respiração pesada do garoto que a carregava em seus braços.

_ NANA! – ecoou no fundo de sua mente.

A Garota ouviu, mais uma vez o grito da menininha que os perseguia. Era como uma tortura.

Mas, de repente, tudo acabou.