Dançando com o Vento

Todos os dias eu esperava para que a tarde chegasse e odiava sábado e domingo porque eu não podia vê-lo, meus pais ficavam em casa nesse dia então Yuma não podia ir lá. Quando nos víamos fazíamos muitas coisas juntos: brincávamos, lutávamos, olhávamos filmes etc. Continuamos as discussões, mas logo nos acertávamos. Ele me levou para a floresta para brincarmos lá, foi muito divertido. Eu cantei pra ele e Yuma pela primeira vez me elogiou:

–Sua voz é linda! Tem tudo para seu uma grande cantora quando crescer!

Não contei pra ninguém sobre ele e guardei o anel com muito cuidado, pois eu tinha muito medo de que ele morresse, e até porque eu morreria também. Estar com ele era bom não importa o quanto brigássemos. Yuma ficava estranho ás vezes, parava bem perto de mim e me olhava de um jeito estranho. Acho que ele ficou meio sentido por eu não ter aceitado torná-lo um humano, mas eu não conseguia deixá-lo me tocar, não dessa forma.

Meses se passaram com muita alegria e brigas, mas apesar disso eu e ele nos dávamos bem talvez até demais. E numa noite eu estava me sentindo estranha, parecia que eu ia desmaiar, meu peito doía e o anel queimava em meu dedo. Comecei a pensar que algo estava acontecendo com Yuma. Saí de casa correndo sem ligar para minha mãe me chamando, Yuma corria perigo.

Encontrei o dono do terreno em que Yuma estava dando uma surra nele. Me desesperei. Yuma foi tocado.

Segurei o braço do homem para que parasse de bater em Yuma, que começava a brilhar, ele iria desaparecer.

–Por favor, pare! – implorei – Ele vai morrer!Não!Não!

Abracei Yuma atirado no chão.

–Me desculpe. – disse ele.

–Pelo quê? Eu é que tenho de me desculpar... Cof... Porque... Cof cof...

Sangue saía pela minha boca e eu estava tremendo.

–Eu vou chamar a policia. – o homem saiu correndo.

–Droga! – exclamei.

–Maya... – Yuma me puxou e beijou, mas dessa vez não foi para sobreviver – Eu... Te amo!Me perdoe...

–Eu também...Te amo – chorei abraçada nele – Eu deveria tê-lo deixado... Cof cof... Tornar-se um humano.

–Não se culpe. – Pediu Yuma – Eu fui um espírito egoísta vou para o inferno, não é?

–Não diga isso! Cof cof cof... Você vai para o paraíso, nós dois vamos para o paraíso. Cof, cof, cof...Vamos para...o paraíso...

Yuma já não tinha consistência, não pude tocá-lo mais e ele desapareceu. Nesse momento eu já não queria mais viver e minha alma flutuou junto da dele, dançando com o vento, indo para o paraíso. Eu quis uma vez que ele nunca tivesse aparecido, mas Deus sabia que ele seria muito importante pra mim.

“Eu te amo Maya”; “Eu te amo também”