Illéa e Nova Ásia: Dois reinos, uma seleção. escrita por Zia Jackson


Capítulo 2
Príncipe Liang


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAAAA, RECEBI TRÊS FICHAS!
Todas estão aceitas *-*.
Esse cap vai ser pelo ponto de vista do príncipe da Nova Ásia, só para vocês o conhecerem melhor.
Espero que gostem, avisos estão nas notas finais.



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“A grandeza exige sacrifícios.”

Friederich Schiller

O príncipe Liang terminou de abotoar seu terno. Diversos criados se despuseram a fazê-lo, mas o príncipe queria fazer algo por si só, queria ser um garoto de dezenove anos, não um príncipe que governará o país quando seu pai abandonar o trono.

Liang, em chinês, significa excelente. E era assim que o rapaz queria ser, queria ser.

– Vossa Alteza quer que eu passe o terno? – Uma criada indagou – Está todo amarrotado.

– Não, Meiying, não precisa. O terno está bom assim.

A mulher saiu do quarto do rapaz, fazendo uma reverência. Ele odiava isso, odiava que as pessoas se curvassem, odiava ser chamado de alteza. Ele não era um deus, era só um garoto.

Ajeitou os cabelos e se encarou no espelho. Os fios negros e na altura dos lábios estavam organizados devidamente, como uma capa negra e lisa ao redor da face. A pinta do lado direito do rosto, logo abaixo do olho, estava à vista graças ao cabelo. Liang não se achava grande coisa, era só um garoto com aparência euro-asiática que estava destinado a cuidar de um país inteiro. E teria de ter uma seleção.

Arrastou a porta de correr e saiu do quarto, andando pelos corredores verdes e brancos do castelo. Só descansou quando foi para a parte mais fechada do jardim, a parte que era cercada de árvores. Encostou-se na borda do poço de água e ficou devaneando, sentia falta de ter alguém para conversar, de alguém que o entendesse. Pegou a garrafa de vinho que surrupiara da cozinha e bebeu o líquido direto dela, sem nem coloca-lo em uma taça ou qualquer outra coisa. Bastou alguns segundos até que a irmã chegasse.

– Liang? – Disse Ming,cujo nome significava brilhante. – Já está bebendo novamente?

– Volte a brincar com suas bonecas. – Disse ele – Preciso ficar sozinho um pouco.

– Você vive sozinho, e já brinquei o suficiente por hoje. – Retrucou ela. A garota tinha nove anos, porém detinha de uma inteligência invejável.

–Gosto da solidão– Ele falou, embora fosse mentira.

– Irei chamar a mamãe se você não largar essa garrafa.

– Mamãe está em Illéa, Ming, se esqueceu?

A garota sentou-se ao lado do irmão, os olhos pequeninos se revirando.

– Vou chamar o papai, então.

– Não faça isso, ele está doente.

Ela fez uma cara de derrotada e afrouxou o laço que prendia seu quimono colorido.

– Que bosta. – Disse, mas acabou se lembrando de que damas não deveriam xingar, segundo sua mãe, e se corrigiu. – Que coisa.

O irmão nada disse, apenas deu mais um longo gole de vinho. A irmã agarrou a garrafa e saiu correndo. Era sempre assim, Liang abria uma garrafa e a garota roubava e dedurava-o para os criados da cozinha.

Suspirando, ele se encolheu. Quem dera o vinho fosse seu único problema.

* * *

– Vossa Alteza, Sua Majestade está requisitando vossa presença. – A criada Sakura disse. Era uma das criadas mais jovens do palácio, tinha pouco mais de dezoito anos.

– Obrigado, Sakura – O príncipe disse. – Onde ele me aguarda?

– No quarto, Alteza.

Liang se levantou da cama, deixando o livro de lado. Era uma história muito interessante, de fato, e o príncipe lamentou-se por ter que sair do quarto antes de terminar o capítulo que lia.

Andou lentamente até o quarto do pai, empurrando a porta com leveza ao chegar.

– Liang, filho, venha aqui. – Disse o rei Katsuo. – Mas antes pegue uma xícara de chá.

O garoto pegou uma xícara e, obedecendo ao pai, colocou chá do bule que sempre ficava sobre a cômoda. Caminhou lentamente, com cuidado para não derramar.

– Agora estenda-me a xícara.

Sentou-se ao lado da cama do pai e entregou-lhe a xícara. O homem reclamou da temperatura, mas logo levou o líquido a boca.

– Por que mandou me chamar? – Perguntou o garoto.

– Sabe, Liang, você deveria beber mais chá. É melhor que vinho.

– Eu sei, pai. Mas por que estou aqui?

– Paciência, pequena criança, é um dom do qual você necessita.

Paciência era o que mais tinha, pensou Liang.

– Suspeito que sua mãe já tenha lhe falado da seleção, não é?

– Sim, ela falou.

– Suspeitei, ouvi seus gritos daqui. Um homem de verdade não grita, meu filho, somente grita em batalha quando derruba seus oponentes.

– Ela propôs algo que não estou preparado para suportar, pai. Não estou preparado para me casar, não estou preparado para expulsar pobres garotas, nem para lidar com as que só visam à coroa. Também não estou preparado para selecioná-las ao lado do príncipe de Illéa.

– Existem muitas coisas para as quais não estamos preparados, mas temos de lidar. Eu não estava preparado para a minha seleção.

– Mas o senhor encontrou a mamãe lá. – Iria dizer “se apaixonou no primeiro instante”, mas sabia que não era verdade. O casamento entre sua mãe e seu pai era unicamente voltado para as alianças entre os países. E se eu não me apaixonar? Não quero casar-me por alianças.

– Algumas coisas são necessárias. – Disse o rei, e a frase se seguiu de uma crise de tosse. Liang colocou alguns travesseiros atrás do rei, na esperança de que isso o ajudasse.

– O senhor está bem? – Indagou.

– Minha saúde não anda muito bem, mas melhorará em breve. Sou um homem forte.

Encarou o pai, tentando não perceber o quanto havia envelhecido após ficar adoecido.

– Se pensas assim...

– Você deveria pesquisar sobre a seleção, filho. Na maioria das vezes não houve amor.
– Queria que fosse diferente comigo. Não queria casar aos dezenove anos.

– A seleção é sua e do rapaz de Illéa, se quiser que dure dez anos é só enrolar.

– Isso não seria justo.

– Agora, se me permite, temos assuntos mais sérios para conversar.

* * *

Antes de dormir, Liang ficou imaginando possibilidades de se fugir da seleção, mas nenhum iria funcionar. O que lhe restava era aceitar o que foi imposto, participar e escolher uma esposa.

Só o que desejava era ter mais tempo, as cartas seriam enviadas amanhã para todas as casas em que residissem moças de dezesseis à dezoito anos e em algumas semanas a competição começaria.

“Que a melhor vença” permitiu-se pensar antes de cair em sono profundo.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, falarei sobre Liang.
Liang é um rapaz solitário,príncipe da Nova ásia, que respeita as regras e faz o que foi dito. Muitas vezes quer se rebelar, mas não sabe como fazê-lo. Bebe muito vinho, e isso lhe causará um bocado de problemas.
Sobre os caps:
Todos os capítulos virão acompanhados de uma frase que tenha a ver com o personagem ou com a temática abordada, a frase virá em primeiro lugar.
Toda selecionada ganhará um capitulo, em ordem cronológica (ou seja, da primeira a enviar ficha até a última.)
Sobre as eliminações:
Serão eliminadas caso fiquem muito tempo sem comentar, caso a autora da ficha queira eliminar a garota. Os comentários contam ponto, cinco cada um. A que mais tiver pontos ganha alguns brindes (encontros, capítulos e etc).

Mais alguma dúvida? Zia está aqui para lhe ajudar *-*
P.s: Esse da foto seria o príncipe, infelizmente não sei o nome dele, foi um cara do tumbrl. Se souberem o nome, por favor, me avisem.

Bjus