Faking It - Uma pequena mentirosa. escrita por Sweet Serial Killer


Capítulo 1
Los Angeles




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“Uma cidade nova irá te fazer bem Jullie!” foi me forçando a acreditar nessa frase que me mudei junto ao meu pai e meu irmão para Los Angeles, mas ao chegar na nova casa percebi que era mais que apenas mais uma mudança, não era apenas um apartamento no qual teria que dividir o quarto com meu irmão, ou qual teria que adaptar o quarto da empregada para ser o meu, se que pensando bem eu era mesmo a empregada, −renda curta para ter uma que cobrasse− mas sim uma casa de verdade, grande, com jardim e cerca, de pintura clara que dava o ar de ser um lar de família convencional... mas definitivamente, nós não éramos −nem de longe− uma família convencional.

−Pai, estamos no endereço errado? –perguntei ainda olhando a casa de dentro do carro.

−Não! –respondeu sorridente e logo começou a balançar meu irmão que dormia no banco ao seu lado.

−O que foi? –perguntou sonolento.

−Chegamos bocó! –disse dando−lhe um tapa na cabeça.

Resmungando o vi olhar para casa com uma das sobrancelhas arqueadas, todos sempre diziam o quanto éramos parecidos, mesmo que não acreditasse nisso era difícil discordar quando ele fazia suas caretas, a semelhança era muita, mas é claro que eu sou mais bonita!

−Vocês vão sair do carro ou vou carregar tudo sozinho? –perguntou meu pai me tirando dos meus devaneios e fazendo com que não só eu, mas Liam saísse resmungando por ter que fazer esforço físico.

[...]

Estava deitada em minha cama olhando para o teto com um sorriso tão grande que minha boca já doía, mas não conseguia parar de sorrir, finalmente teria um quarto –de verdade− só para mim, respirei fundo e deixei o grito histérico sair pela minha garganta sendo seguido de risadas, meu pai e Liam apareceram na porta e me olhavam como se fosse doida –não como se eu já não tivesse visto isso muitas vezes, mas dessa vez estava realmente engraçado os dois me encarando enquanto ria− meu pai não aguentou e riu também sem entender, me levantei e corri até ele o abraçando.

−Obrigada, obrigada e obrigada de novo! –falei enchendo seu rosto de beijo.

−Uau, quanto carinho, pelo jeito gostou do quarto. –falou rindo.

−Pai... –comecei me acalmando. –Eu vou ter meu próprio quarto e dessa vez não parece um guarda roupa, na verdade cabe um guardar roupa, e nem terei que dividir com o Liam, ou seja, poderei dormir com a janela fechada já que não terei que abri−la para espantar o chulé dele! –falei sorrindo mais que nunca, Liam por sua vez me deu um tapa na nuca e saiu andando.

−Aproveite!

−Mas, pai...

−O que? –perguntou sorrindo.

−Como conseguiu essa casa? –dessa vez foi ele que abriu o sorriso o máximo que podia e então respondeu.

−Finalmente fui contratado por uma ótima gravadora, irei produzir o próximo CD de uma das maiores Boybands da atualidade! –disse todo orgulhoso de si mesmo, o abracei.

−Parabéns, você merece!

−Obrigado querida, agora termine de arrumar suas coisas pois preciso de ajuda com o jantar. –disse indo em direção a escada enquanto eu entrava novamente em meu quarto olhando−o em cada canto.

−Hora dos posters!

[...]

Não tenho certeza, mas acho que colégio novo é o pesadelo de qualquer adolescente, principalmente quando não se encaixa nos famosos “grupinhos”, eu estava nessa categoria incluída com os óculos de grau, −apesar de que a uma semana já estava com as lentes, mas ainda não havia as experimentado− já Liam se encaixava tão facilmente nesses grupinhos, principalmente nos dos populares, que me deixava com certa raiva, as pessoas costumavam dizer que éramos parecidos, mas porque raios ele tinha que ter toda sorte no colégio que eu não tinha...

−Vai se atrasar Jullie! –Disse meu pai batendo na porta e cortando minha linha de pensamento.

−Já estou quase pronta! –falei olhando para o espelho.

“Quase pronta? Você ainda está de lingerie!” alertou−me minha consciência, mas o que eu iria vestir? Queria me dar bem esse ano e assim como meu irmão ganhar uma festa de despedida na próxima mudança que fossemos fazer, não só um cupcake de ‘sentiremos saudades’ dos dois únicos amigos e uma bexiga cheia de água na cara, na verdade, pelo cheiro não era exatamente água, muito humilhante! “Vista sua melhor roupa e depois faça compras!” compras consciência? Sério? Meu pai pode ter conseguido um bom trabalho, mas ainda não nos banhamos em ouro!“Use seu dinheiro” Mas, mas estou guardando para faculdade! “Seu pai pagara, olha o emprego que ele conseguiu!” Eu não sei... “Quer mais bexigas com “água” na cara?” Não, definitivamente não! “Então sabe o que deve fazer!”.

Parei por um instante me encarando no espelho e me perguntando porque raios eu estava discutindo comigo mesma... Estou ficando maluca! Se bem que ela pode ter razão, quer dizer eu posso ter razão, agora seriam festas e não mais bexigas na cara, as coisas estão prestes a mudar!

[...]

−O que aconteceu com você? –perguntou meu irmão me encarando.

−Nada, por quê? –perguntei de volta, mas assim que ele ia responder meu pai entrou na cozinha.

−Cadê seus óculos? –perguntou ele.

−Estou de lentes!

−Porque está vestida assim Jullie? –Estava tão ruim assim? Talvez devesse voltar ao meu quarto e colocar outra coisa... “Nem pense nisso!” não enche consciência!

−Estou tão feia assim? –perguntei desapontada e meu pai pareceu se assustar com minha pergunta.

−De maneira alguma! Você está muito linda, e acredito que isso sim seja um problema. –sorri apesar do que ele havia dito.

−Tem certeza? –perguntei olhando para as botas que só havia usado uma vez em uma festa beneficente que meu pai havia sido convidado.

−Tenho querida! –disse beijando−me a testa.

−Eu acho que a saia é muito curta! –opinou Liam sério.

−Não é uma saia é um vestido! E não está curto. –disse dando de ombros, realmente não estava tão curto era apenas um palmo acima do joelho.

−Para minha irmã usar, está muito curto! –Liam se levantou de cara fechada.

−Não banque o irmão ciumento, até mesmo porque nunca nos vemos no colégio! –reclamei, afinal ele nunca se importou comigo na escola, só nos víamos na entrada e na saída, sem contar que poucos sabiam que éramos irmãos.

−Isso não é...

–Podemos ir? –perguntou papai cortando a discussão.

−Claro! –respondi ajeitando a mochila no ombro e as mangas da jaqueta jeans.


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