Aguenta Coração! escrita por Gyane


Capítulo 29
Capítulo 31




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Os olhos verdes estavam cravados em mim, ansiosos, eu pisquei algumas vezes até me acostumar com a claridade, um sorriso brotou naquele rosto tão conhecido e amado.

—Estava começando a ficar preocupado.—O Thiago disse passando levemente as mãos sobre meu rosto. Eu olhei a minha volta ainda confusa. Que lugar era aquele? Branco intensamente branco. Porque o Thiago estava vestido de branco e descalço? Aquilo não fazia sentido.

—Você esta bem?—Sua voz me desviou dos meus pensamentos.

—Sim.—eu murmurei sem saber se aquilo realmente era verdade, ele me devolveu com um sorriso.

—Claro você ficara bem. —ele disse confiante.

—Agora eu tenho que ir. —Ele disse e um sorriso triste brotou em seus lábios.

—Não vá, por favor. —Eu pedi ainda confusa de onde me encontrava.—Não me deixe sozinha.

Ele hesitou. Olhou para os lados agoniados. O que estava acontecendo, eu comecei a sentir uma sensação de perda.

—Você nunca estará sozinha.—Ele murmurou para mim sorrindo, mas seu sorriso não tocava seus olhos.—Mesmo que você não veja eu estarei sempre do seu lado.

Que papo era aquele. O que o Thiago estava tentando me dizer.

—Do que você esta falando?—eu procurei a resposta nos seus olhos.

—Você vai descobrir logo, só não se esqueça de uma coisa... Eu te amo. —Ele murmurou colando seus lábios no meu.

Era para eu me sentir extasiada, mas em vez disso eu senti um vazio crescendo dentro de mim.

—Eu prometo que estarei sempre olhando por você... Sempre. —Aquelas palavras me fizeram sentir um gosto amargo. —Agora eu preciso ir.—ele disse isso se afastando.

—Não Thiago... Não vai. —Eu implorei, mas ele não parecia mais me ouvir, ele continuava caminhando.—Não me abandona por favor... Não Thiago. —Eu gritava mais e mais só que ele continuava andando, indo em direção ao nada até que uma luz forte branca o envolveu e ele desapareceu por completo.

—Nãooooooooo.—Eu gritei desesperada.

Mãos firmes me chacoalhavam firmemente, eu forcei minhas pesadas pálpebras se abrirem, uma mulher vestida de branco estava me fitando atentamente.

—Tudo bem?—Ela perguntou.

Eu olhei a minha volta confusa. Senti uma dor no meu braço levei a mão.

—Não. —A Mulher disse me detento.

—O que aconteceu?—Eu perguntei olhando o quarto de paredes brancas e completamente vazia na minha frente.

—Você quase foi atropelada. Teve uma pequena luxação no braço e algumas escoriações pelo corpo, ficou inconsciente por algumas horas. —Ela me informou precisa. —Consegue se lembrar disso?
Aos poucos as cenas daquela noite foram se desenhando na minha mente.

—Se lembra de algo?—A mulher insistiu.

—Claro. —Eu disse por fim. —O Thiago cadê ele?

—Ele esta no outro quarto. —Ela pegando uma seringa na mão.—Agora é hora de você descansar.

Eu suspirei aliviada, o Thiago provavelmente estava bem, mas eu não queria descansar, eu queria poder vê-lo...

—Será que eu posso vê-lo.

—Não. —Ela disse taxativa.

—Mas... —Eu ia protestar, mas uma sonolência começou a me invadir cada vez, mas até que eu voltei novamente para a escuridão.

Eu acordei só no outro dia, o Bill parecia bem preocupado. Eu passei por uma bateria de exames até que o Dr. Ricardo me liberou, mas eu não queria ir até que eu pudesse ver o Thiago, será que ele havia sido liberado também.

Eu cheguei à sala de espera do hospital. A Bell e a Dora vieram ao meu encontro.

—Há meu Deus que bom que você esta bem. —A Bell disse me abraçando eu retribui com o braço que não estava preso na tipóia.

—Eu vou pegar o carro. —Bill disse saindo.

—Como você esta?—A Dora perguntou se ajuntando no abraço.

—Bem eu acho. —Eu disse feliz por ter elas comigo. — E o Thiago?—Eu perguntei ansiosa, eu precisa saber como ele estava, eu precisava vê-lo.

A Dora e a Bell se entreolharam.

—O que foi?—Eu perguntei alarmada.

—Melhor irmos nos sentar.—A Dora disse me arrastando até uma cadeira, próximo ao Beto e o Pedro que estavam de cabeças baixas.

—Como esta cenoura ambulante.—O Beto tentou soar engraçado mas seu rosto cansado não fez jus.

—Como o Thiago tá?—Eu perguntei para ele, mas ao invés de me responder ele suspirou cansado fechando seus olhos. —Pedro?—Eu o chamei alarmada.

—Nos ainda não sabemos. —O Pedro disse com os olhos baixos.

—Como não sabem?—Eu perguntei revoltada.

—Ele ainda não acordou.

As palavras rodaram algumas vezes na minha mente até se juntarem para fazer algum sentido.

—Como assim. —Eu murmurei me sentindo totalmente perdida.

—Ele bateu com força a cabeça... —O Beto explicou. — e não acordou mais ele entrou em coma. —Beto parou de falar e respirou fundo uma, duas, três vezes eu estava entorpecida pela dor. —Os médicos dizem que não sabe quando ele pode  acordar, se vai acordar... Pediram para nos preparamos para o pior. —Uma lagrima solitária deslizou pela face do Beto.

Eu não podia estar ouvindo aquilo. Não... Aquilo não era verdade. Imediatamente cenas do meu sonho voltaram a minha mente. Aquilo não podia ter sido uma despedida, o Thiago nunca me abandonaria.

Ele não podia fazer isso comigo, eu nem me dei conta das lagrimas que banharam meu rosto, eu fiquei ali parada apenas as deixandoescorrerem enquanto o desespero percorria cada centímetro do meu corpo, eu não me dei conta do tempo passar, eu estava entorpecida pela dor, pelo vazio... Era demais para mim imaginar o Thiago morto...

—Vamos filha.—As mãos grandes de Bill me seguraram pelo ombros.

—Não.—Eu disse ainda olhando para o vazio que crescia assustadoramente a minha volta.

—Não podemos ficar aqui.—Ele disse carinhosamente.

—Eu preciso ver o Thiago. —Minha voz não passava de um suspiro.

—Acho que você não pode.

—Por favor, pai... por favor.—eu implorei entrando em um choro compulsivo. Bill se remexeu desconfortável.— Ele salvou minha vida.

—Eu vou ver o que eu consigo.—Ele disse saindo.

Instante depois Bill apareceu com uma moca de branco do seu lado.

—Vamos senhorita.—A moca disse saindo eu obriguei minhas pernas a se moverem.

—Cinco minutos.—Ela disse abrindo uma porta.

Um estranho desconforto cresceu dentro de mim. O quarto era pequene, tinha uma única cama circulado com aparelhos, aparelhos assustadores, um media os batimentos cardíacos fazem um irritante bip constante, o outro era oxigênio, tinha mas alguns fios e tubo todos ligados no corpo emerso do Thiago.

Eu me aproximei lentamente dele, meu coração parecia que ia explodir dentro do meu peito, a cabeça do Thiago estava coberta com uma enorme faixa na testa. Eu prendi as lagrimas dentro de mim.

—Escute aqui Thiago.—eu sussurrei para ele.—Não pense em me abandonar, você não pode fazer...

Eu deslizei minhas mãos sobre sua pele suave, i que u não daria para ver novamente o brilho daquele olhos verdes.

—Acorde, por favor Thi.— Eu murmurei no seu ouvido como se só ele pudesse me ouvir. — Eu te amo... demais.

Mas ele continuava imóvel como se estivesse adormecido. Aquilo era demais para mim, as lagrimas começaram a descer novamente.

—Eu preciso de você comigo...

—Senhorita você precisa ir.—A Moca de branco disse abrindo a porta.

—Eu já vou.—Eu disse me voltando para fitar novamente o Thiago.—Eu vou te esperar.—eu murmurei então colei meus lábios na suas face.

—Vamos.—A Moca chamou evidentemente impaciente.

—Sim.—Eu disse sem me virar.—Eu vou te esperar... eu repeti para o Thiago.— nem que seja a vida inteira.

Então eu me virei e caminhei em passos lentos para a porta.


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Notas finais do capítulo

Então o que vc acharam?



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