Em busca de uma nova vida escrita por Kaah


Capítulo 50
Capítulo 50


Notas iniciais do capítulo

O segundo de hoje... comentem!

:*



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Tris

Me casar? Não, isso é demais, sou muito nova! Edward chegou a dizer que aceitaria se casar comigo para que eu pudesse ter a Sophia de volta, como amigo, mas eu nunca me vi casando por conveniência, sempre me imaginei casando por amor, parece papo bobo de menina romântica e sonhadora, mas eu sempre quis assim. Vou esgotar todas as minhas chances, antes de considerar um casamento.

Visitei a agência de modelos e aceitei fazer um contrato com eles, vai ser meu trabalho extra. A agência já até tinha uma proposta de trabalho para mim, uma marca de roupa bem famosa, fiquei animada, pelo menos é uma boa distração nessa vida bagunçada que eu ando vivendo.

Voltei para casa depois da reunião na agência, vou começar a fazer as fotos na próxima sexta.

Tomei um banho e me deitei, mas antes de dormir liguei para Caleb, pedi que ele conversasse com Tobias, quero visitar ver a Sophia amanhã depois da aula, quero ficar um pouco com ela.

“Ouço novamente o bebê chorando, corro em direção ao quarto e vejo alguém segurando o bebê, mas esse alguém corre para longe. Eu começo a chorar, não quero deixar o bebê, quero acalmá-lo, corro em direção a pessoa, mas ela corre mais rápido, se afastando cada vez mais”.

Acordo assustada, já fazia alguns dias que eu não tinha esse sonho, mas agora o sonho mudou um pouco. Talvez seja por causa da Sophia, agora que sei sobre ela, é como se eu já estivesse sonhando com ela antes.

Senti uma dor na minha cabeça, uma tontura, e com meus olhos ainda fechados eu vi algumas imagens se formando na minha cabeça.


“Eu estava em um carro... Alguém dirigia e eu estava batendo na pessoa... O carro rodou na pista, capotou... Meu corpo sendo arremessado para fora do carro... Uma explosão... Eu apaguei”.

Senti que estava finalmente me lembrando. Forcei mais um pouco minha mente.

Vários rostos, momentos, emoções... “O rostinho dela... As bochechas rosadas, minha filha!... A primeira vez que a vi”.

“Eu te amo Tris... Quer se casar comigo?”. As lágrimas começaram a sair sem parar. “Aqueles olhos castanhos, tão intensos nos meus, um sorriso”.

Eu chorava sem parar, me sentei na cama abraçando meus joelhos. Estava tudo muito confuso na minha cabeça, mas estava claro o quanto eu era feliz. Me lembrei de tudo.

“Alguém tapando minha boca, Clarice ameaçando a vida da minha filha, Peter ajudando ela, tentando me levar para longe... Tobias, a última vez que eu o vi, a noite que ele me pediu em casamento, tudo que vivemos juntos...”

Minha vontade foi maior que qualquer coisa naquele momento. Me levantei, me vesti rapidamente e ignorei as horas, já passava das 2 da manhã. Peguei o meu carro e fui até Stanford, na casa do Tobias, nossa casa. Precisava vê-lo.

Quando cheguei na rua da casa dele vi um carro chegar um pouco a minha frente, Zeke e duas garotas desceram do carro e Tobias saiu logo atrás, estava visivelmente bêbado. Zeke e uma das garotas ajudaram ele a sair do carro. Ele puxou a boca da garota e a beijou, rindo, descontrolado. Aquele não era o mesmo Tobias que eu conhecia.

Depois que Zeke voltou de dentro da casa com a garota, eles entraram no carro e foram embora.

Fiquei dando algumas voltas pela cidade e depois voltei para São Francisco, pensei em procurar Edward ou Ellen para conversar, mas estava muito tarde.

Foi aí que me lembrei que Tori costuma fazer plantões de madrugada, foi por esse motivo que ela não foi ao coquetel da Essence, pelo menos foi o que ela disse.

Cheguei ao hospital e a procurei, logo a encontrei analisando a ficha de algum paciente.


–Tori!


–Oi Beatrice, o que você faz aqui?


–Eu vim te procurar, queria conversar.


–Você esta bem?


–Estou, é só que... Eu me lembrei de tudo.


–Que ótimo, eu sabia que sua amnésia era temporária.


–É, mas eu estou muito confusa ainda e tem coisas que eu não sei ao certo se eu sonhei ou aconteceu de verdade.


–Venha, eu estava mesmo precisando tirar uma pausa, vamos a lanchonete conversar um pouco.

Segui Tori pelos corredores, até chegarmos a uma lanchonete, estava quase vazia. Nos sentamos e ela recomeçou o assunto.


–E então, do que você se lembrou?


–Eu me lembrei de muitas coisas, mas ainda não sei em que tempo aconteceram. Eu descobri a pouco tempo que eu estava noiva e tenho uma filha, uma bebê de três meses.


–Uma filha? Nossa, parabéns!


–Obrigada. Eu descobri isso no dia do coquetel, eu encontrei com o meu noivo, ou ex-noivo, nem sei mais...


–Que coincidência ele estar no coquetel, ele te reconheceu?


–É, ele que me reconheceu. E a maior coincidência de todas é que ele é filho do cliente da agência que nos contratou.

Contei a Tori tudo que me lembro e ela me disse que logo tudo ia se encaixar melhor, com a ajuda da família e amigos eu ia conseguir organizar tudo na minha cabeça até que tudo volte ao normal.


–Mas em relação a sua filha o que você pretende fazer?


–Eu ainda não sei. Edward me apresentou o irmão dele, Drew – Ela torceu o nariz – Ele me deu algumas instruções sobre emprego, residência fixa e... Ele acha que eu devia me casar – Tori me encarou séria.


–Casar? Não acho que essa seja a melhor ideia, aliás, sei que você vai achar que eu estou dizendo isso só por que eu detesto o Drew, mas ele é um péssimo advogado, ou melhor, ele é ótimo, o melhor, mas ele “tende” a usar seu talento de uma forma negativa.


–Como assim Tori?


–E eu posso afirmar a você que essa ideia de casamento inclui o Edward, estou certa? – Ela perguntou, ignorando minha pergunta anterior.


–É... Ele sugeriu isso. Na verdade Edward me sugeriu, disse que poderia fazer isso para me ajudar, como amigo – Ela riu.


–Olha Beatrice, não sei como você vai resolver isso, mas te desejo boa sorte – Ela disse se levantando.


–Tori, espere, por favor! Eu estou perdida nisso tudo, se você sabe algo que possa me ajudar me diga por favor! – Ela suspirou e depois de alguns segundos ela se sentou de novo.


–Beatrice eu não tenho nada contra você. No começo eu confesso que te ajudei por que sou médica e por que não quis negar o pedido do Ed, mas depois eu me afeiçoei a você e é por isso que eu vou te dizer isso. O Ed é um cara maravilhoso, ele é um grande amigo, mas ele é muito influenciado pelo irmão, e esse é o problema, Drew é um cara sem escrúpulos. Eu já percebi que Ed gosta de você, dá pra ver isso de longe pelo jeito como ele te olha, mas pelos conselhos do Drew ele vai agir da pior forma pra conseguir o que quer.


–O que você quer dizer com isso? O que aconteceu entre vocês?


–Eu quero dizer que é para você ter cuidado!... Eu e Drew nos conhecemos na faculdade, ele era um cara do tipo que atraia qualquer garota. Bonito e inteligente, e ainda é. Nós namoramos durante 5 anos. Na verdade, eu namorei com ele, por que ele me traia o tanto quanto podia, não me respeitava. Um dia eu descobri que ele estava saindo com uma garota que é filha de um político. Ele recebeu uma boa proposta de trabalho, feita pelo pai da garota e não pensou duas vezes, me deu um belo pé na bunda, aceitou o emprego e se casou com a garota. Estão juntos até hoje.


–Nossa Tori, sinto muito!


–Não sinta! Eu estou bem melhor assim, prefiro ter sido dispensada e desiludida do que ter me casado com ele e ter descoberto tudo agora. Seria bem pior, não acha?


–É, seria...


–Então Bea – Ela suspirou – Faça o que tiver ao seu alcance para recuperar sua filha, mas faça por suas decisões, não se deixe influenciar.


–Posso te perguntar uma coisa?


–Sim!


–Você e Edward... Você gosta dele né?


–Sim, mas isso não esta influenciando em nada do que eu te disse.


–Não, não é por isso que eu perguntei, é só por que queria entender por que vocês nunca ficaram juntos.


–Por que eu gosto muito dele, mas ele nunca demonstrou interesse por mim. Essas coisas a gente sente.

Ela fez uma pausa.


–Eu sei que ele gosta de você Bea, se você quiser ter algo com ele, por mim não será um problema, gosto muito dele e quero ele feliz, mas faça isso por você e não por influência.


–Tudo bem Tori, obrigada por ter me contado tudo isso.


–Por nada, agora eu tenho que voltar ao trabalho – Ela se levantou – Se cuida – Me abraçou e saiu da lanchonete.

Voltei para casa pensando em tudo que ela me disse e na cena que vi na frente da casa do Tobias. Ele ali bêbado com aquelas garotas e até onde eu me lembro, Zeke ainda namora Shauna. É desse jeito que ele cuida da Sophia? Saindo e voltando bêbado? Fiquei criticando ele mentalmente, tentando não pensar no real motivo do meu julgamento.

No dia seguinte cheguei na faculdade mais confiante, encontrei Caleb na entrada da minha sala e ele me disse que não conseguiu falar com Tobias para saber se podíamos ir lá hoje. Não contei a ele que eu sei o porquê Tobias não atendeu o celular, mas contei que me lembrei de tudo e ele ficou muito feliz, todos ficaram.


–Tris, como é bom ter você de volta! – Disse Shauna me abraçando forte logo que entrei no refeitório.


–Shau, saudade de você amiga, desculpa por ter sido fria antes, estava muito confusa.


–Eu sei. O que importa é que agora você esta se lembrando de tudo.

Não vi Tobias o dia todo, mas resolvi que iria até a casa dele mesmo assim. Eu sabia por que ele não foi a aula, estava de ressaca com certeza.

Cheguei a frente da casa dele e esperei alguns minutos no carro, tomando coragem de descer e tocar a campainha. Respirei fundo várias vezes e desci, cheguei a porta, toquei a campainha e esperei alguns segundos até que a garota do outro dia, a babá, abrisse a porta. Ela me olhou de cima a baixo e depois falou.


–Posso ajudar?


–O Tobias esta?


–Ele ainda esta no dormindo, pode deixar que eu aviso que você esteve aqui – Ela ia fechar a porta, mas eu parei com a mão.


–Você já virou uma das conquistas dele? – Ela não respondeu – Pois que se dane! Eu vim ver minha filha, saia da frente se não quiser que eu quebre sua cara! – Entrei passando por ela e encontrei Sophia no pequeno cercadinho na sala.

Peguei minha filha nos braços e ela sorriu de volta quando me viu, estava ainda mais linda. Se parece muito com o Tobias.

Escutei passos na escada e quando olhei vi ele parado nos olhando. A babá desaforada estava com os braços cruzados ao meu lado e logo se virou para ele.


–Tobias eu tentei impedi-la de entrar, mas ela insistiu – Eu soltei uma gargalhada.


–Você me impedir de ver minha filha? Que piada!


–Tudo bem Lauren, nos deixe a sós por favor.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Tem continuação.... :*