Continuação...

–O que você esta fazendo Tobias? – Gritou Christina.

–O que ela esta fazendo aqui? – Tobias gritou de volta.

–O que você acha? Ela veio ver a filha!

–Filha que ela abandonou!

–Não é assim Tobias – Christina gritou novamente.

–Christina você pode sair? – Pedi e Chris suspirou.

–Eu saio, mas antes vou te dizer uma coisa Tobias – Ela apontou o dedo para ele – Você já a acusou de muitas coisas que ela não fez, e esta sendo injusto de novo, por que ela não se lembra de nada, nem de você!

Ele me olhou surpreso e esperou que Christina saísse para começar a falar.

–O que ela quis dizer?

–Eu... – Comecei – Eu não sei bem o que dizer pra você, só sei que não me lembro de nada, não lembro de nada dos últimos três anos – Ele me encarou sério.

–Isso não muda o fato de você ter ido embora antes do acidente, e agora, vendo você viva aqui na minha frente me faz pensar em quem era a outra pessoa no carro com Peter. Além disso, que história foi aquela de dar outro nome? Você não se lembra de nada ou esta fingindo?

–Olha, você me dizer essas coisas não ajudam em nada, eu não me lembro do que aconteceu e por isso não posso me defender, nem sei o que aconteceu entre nós – Agora ele me olhava com o olhar triste, magoado talvez - E o nome foi uma forma de evitar que fucem a minha vida, uma maneira de me preservar.

–E você pretende o que vindo até aqui, já que você não se lembra de nós?

–Parece óbvio, não? Eu estou aqui pela minha filha! Eu posso não ter me lembrado de vocês quando eu acordei, mas ela é minha filha.

–Acordou?

–Sim, eu acordei caída em um barranco e não sei o que aconteceu antes! Edward me encontrou e têm me ajudado - Ele fez uma expressão de raiva - Tobias, eu só quero recuperar a minha vida. Por tudo que me disseram... Nós... Éramos noivos não é? – Ele assentiu com a cabeça – Então, eu não me lembro disso, mas quero paz entre nós, só quero ter minha filha de volta.

–Ela esta bem, eu estou cuidando bem dela desde que você sumiu.

–Eu não sumi por que eu quis. E agora eu estou aqui para cuidar dela também – Ele suspirou.

–Tudo bem, você pode vir visita-la quando você quiser – Visitar? Ele só pode ser doido pra pensar que eu vou viver longe da minha filha!

–Eu não vim visita-la, vim busca-la!

–O que? Não mesmo! Você não tem o direito de vir aqui e tirar ela dessa casa, de mim.

–Tenho sim, ela é minha filha, eu fiquei todo esse tempo longe dela, agora quero ela perto de mim.

–Não! Você não vai levar ela, não vai! – Ele gritou e a minha filha começou a chorar, me aproximei para tentar acalmá-la mais ele gritou chamando a babá, Lauren era o nome dela, logo ela veio e levou minha filha – Vá embora Tris, se quiser vir visitar a Sophia você pode vir, mas eu nunca vou deixar você tirar ela de mim.

Comecei a chorar e Christina entrou no quarto junto com Caleb e me tiraram dali, eu tentei resistir no começo, mas depois os segui, quando Caleb sussurrou no meu ouvido me prometendo que eu a teria de volta.

Saímos da casa dele e no carro Caleb tentou me acalmar dizendo que tínhamos que resolver a parte legal da situação antes de qualquer coisa, Caleb sempre foi muito objetivo, mas não entendi até ele começar a explicar.

–Beatrice, nós temos que procurar uma delegacia e informar que você foi dada como morta por engano e que o acidente deve ser investigado de novo, já que você esta viva outra pessoa estava no carro!

–É, mas eu não posso ajudar em nada Caleb, eu não me lembro de nada, eu só quero recuperar minha vida, minha filha! – Eu disse entre soluços, não queria ir embora e deixar minha filha.

–Calma Tris – Disse Christina – Você vai ter a Sophia com você, o Tobias só esta nervoso, vocês vão se entender.

–Isso mesmo – Disse Caleb – Vamos falar com o papai, tem que ter um jeito de você ter a Sophia com você sem que ninguém saia prejudicado, papai vai ajudar!

Chegamos na delegacia e explicamos tudo o que aconteceu, o delegado garantiu que vai voltar a investigar. Depois voltamos para o apartamento de Caleb e ele ligou para o nosso pai, contando tudo que aconteceu, ele prometeu vir a cidade o mais rápido possível para resolvermos tudo. Enquanto isso eu voltei a São Francisco, mesmo contra a vontade de todos, eu tinha o meu apartamento e meu emprego, não queria deixar tudo para trás.

No dia seguinte cheguei a agência e Edward estava me esperando na minha sala.

–Bom dia – Eu disse.

–Bom dia Beatrice, conseguiu resolver tudo? Você não me atendeu ontem.

–Ed, desculpe, mas eu tive um dia péssimo ontem e ainda não sei o que vou fazer da minha vida.

–Como assim?

–Eu descobri que eu estudava em Stanford, fiz um ano de publicidade... E que tenho uma filha, uma bebê... – Ele me encarou com os olhos arregalados.

–Uma filha?

–Sim, ela tem três meses, é linda e esta longe de mim agora por que essa minha maldita cabeça resolveu dar defeito!

–Bea, me explica isso direito por que eu não tô entendendo nada!

–E eu entendo? Vou te contar o que eu sei.

Resumi a história toda para o Edward e ele me olhava como se eu estivesse contando uma história surreal para ele. Ele ouviu tudo o que eu disse e depois falou.

–Mas e o pai da sua filha? Vocês estavam juntos certo? Você não lembra nada dele?

–Não – Ele disfarçou um sorriso –E o mais incrível é quem ele é! – Edward levantou a sobrancelha – Ele é o filho do Sr. Eaton.

–O... Tobias Eaton?

–Sim!

Edward fez uma cara estranha, parecia que estava tentando absorver tudo.

–Mas e agora? O que você pretende fazer?

–Eu ainda não sei, só sei que vou fazer o que estiver ao meu alcance para recuperar meu tempo perdido com minha filha, quero ela comigo!

–Nisso eu posso te ajudar, meu irmão é advogado! Vou falar com ele e daremos um jeito.

–Meu irmão ficou de falar com meu pai também Ed, obrigada!

–Tudo bem, mas não se preocupe, vai dar tudo certo.

–É, tomara.

–Enquanto isso você pretende ficar onde?

–Eu ainda não sei Ed, vou esperar para ver o que meu pai vai me falar para fazer e ai eu decido, mas a partir de amanhã eu volto pra faculdade, por isso não sei como as coisas vão ficar aqui, já que eu vou ficar a manhã toda estudando – Ele se levantou e suspirou.

–Eu tenho uma novidade para você. Desde ontem nós recebemos muitas ligações de agências perguntando de você, querem te agenciar e algumas disseram que tem até clientes exigindo você como modelo para fechar algum contrato.

–Eu? Ahh não sei Ed, eu nunca quis ser modelo e nem nada disso.

–Bea, pense que esse é um trabalho, e outra, você ter um trabalho e uma residência fixa é o primeiro passo para você ter a guarda da sua filha!

Ele me estendeu o papel com os telefones de algumas agências e antes de sair se virou para mim novamente.

–Seu emprego aqui esta mais do que garantido, você pode vir para cá na parte da tarde e se você quiser ficar e ter a carreira de modelo como segunda opção também acho ótimo!

Guardei o papel que ele me deu e quando ia começar meu trabalho meu celular tocou.

–Beatrice?

–Oi Caleb.

–Tudo bem?

–Sim e você?

–Tudo. Falei com o papai, ele esta com muitos casos complicados essa semana e não poderá vir agora como ele tinha dito, mas ele me indicou um amigo que mora em São Francisco para nos ajudar.

–Qual a surpresa né Caleb? Papai sempre foi ocupado demais. Não se preocupe, eu já tenho um advogado, vou me virar.

–Beatrice, não seja tão teimosa.

–Não serei. Tchau Caleb!

Desliguei o celular e fui até a sala do Edward, já que meu pai não pode me ajudar prefiro pedir ajuda a alguém que eu conheço.

–Ed, você ainda quer me ajudar? – Ele sorriu.

–Claro!

–Fala com seu irmão por favor, marque para a gente se encontrar, quero saber o que eu preciso fazer para ter minha filha de volta.

–Vou ligar para ele agora.

Voltei para a minha sala e passei o dia inteiro trabalhando normalmente, Edward marcou um encontro com o irmão dele para o dia seguinte depois das minhas aulas. E em seguida eu iria até a agência que ele me indicou, decidi aceitar fazer trabalhos como modelo, pois vai me ajudar a ter um dinheiro só meu e poder cuidar da Sophia, mesmo tendo a herança da minha mãe, eu nunca quis viver só com aquele dinheiro, prefiro deixar meu pai administrar por enquanto.

No dia seguinte voltei a Stanford e as aulas. Logo que cheguei na faculdade eu vi Tobias, com o amigo do coquetel, Zeke, que me cumprimentou de longe, enquanto que Tobias me encarou e depois desviou o olhar.

–Vamos Tris, vou te levar até sua sala – Chris disse me guiando pelos corredores, até chegar em uma sala cheia de gente. Assim que eu entrei todos me olharam assustados, imaginei que fosse por ver um fantasma, já que eu tinha morrido. Uma moça veio em minha direção sorrindo.

–Tris! Minha amiga como é bom ver você.

–Tris. Ela é a Susan, nossa amiga e sua cunhada – Christina disse sorrindo e a moça corou – Ela namora o Caleb.

–Eu sei que te conheço, mas como não me lembro, bem, muito prazer Susan! – Ela sorriu e eu me sentei ao seu lado.

–Vou pra minha aula, depois encontro vocês no refeitório – Disse Chris.

–Tchau Chris – Disse Susan e quando ela saiu da sala Susan se virou para mim – Tris, vou te ajudar no que você precisar, vamos repassar tudo que você tiver dúvidas ta bom?

–Obrigada Susan eu preciso mesmo, não quero ter que trancar meu curso.

–Não se preocupe, você sempre foi uma das melhores alunas, vai se recuperar bem.

Susan me ajudou durante as aulas e depois que o sinal tocou para o intervalo nós fomos juntas até o refeitório, Caleb estava lá nos esperando na mesa com as meninas.

–Então você vai virar modelo agora Tris? – Perguntou Shauna.

–Vou sim Shauna, mas é um trabalho eventual, meu foco ainda é meu trabalho na agência de publicidade.

–Você trabalha com aquele rapaz, o Edward?

–Sim, ele que me ajudou quando eu acordei sem me lembrar de nada.

–Eu só quero ver minha amiga nas revistas, vai ser "o lançamento" – Disse Chris.

Logo Tobias entrou no refeitório com Zeke e dois rapazes que sentaram na nossa mesa, Uriah e Will, meus amigos e namorados das minhas amigas.

Tobias sentou em uma mesa afastada e eu senti raiva de lembrar que ele quer me impedir de cuidar da minha filha, tive vontade de ir até ele e perguntar como ela esta, mas me segurei, vou falar com o irmão do Ed primeiro.

Antes do intervalo acabar eu me levantei e voltei para a minha sala, Susan me acompanhou e me fez companhia.

Quando a última aula terminou eu voltei para São Francisco e eu me encontrei com Edward na agência, ele me levou até um prédio bonito, não muito longe de onde estávamos, subimos até o 2º andar e logo fomos recebidos por uma rapaz de aparência mais velha, pele branca, cabelos escuros e uma barba grande, não se parece em nada em Edward.

–Boa tarde, sou Drew! - Disse o rapaz me estendendo a mão.

–Boa tarde!

–E aí maninho?

–Como vai Ed?

–Vou bem!

–E Tori? – Eles riram, não entendi a piada, mas continuei séria esperando ele continuar, até que ele me olhou novamente – Então, em que posso ajudar você?

Contei a ele toda a história que eu me lembro e a história que me contaram sobre tudo que aconteceu. Ele ouviu tudo muito atento e por fim suspirou e começou a falar.

–Bem, Beatrice, preciso ser sincero. Ele cuidou da criança desde que ela nasceu, pelo que você me disse você foi sequestrada quando ela tinha poucos dias. Ela esta acostumada com ele, ela tem um lar estável e ele tem condições de cuidar dela. Por tudo que você me disse, eu diria que o fato de você ainda estar sem memória pode te fazer vulnerável diante do juiz, como alguém instável. Ele tem grandes chances, mas você pode tentar é claro.

–Como?

–Você pode equilibrar tudo, ter um lar estável pronto para recebe-la, um emprego fixo, fazer um tratamento para tentar se recuperar e... Se casar seria bom, digo, um lar estruturado seria bem visto, já que você me disse que ele mora sozinho com a menina.

–Casar?