14 anos atrás.. (Era dos Rebeldes/Groenlândia)

–- Relatório? – A mulher não era muito nova, já possuía 50 anos, pele clara, cabelo de coloração negra, olhos castanhos, a magia mantinha sua aparência jovem; Olhava pela janela de seu escritório, enquanto o homem atrás da moça se ajoelhava em sinal de submissão.

–- Mandei meus lobos ao lado norte do território como pediu, minha senhora. Acharam alguns corpos, acreditamos que possam ser vitimas dos vampiros que estamos caçando. – O homem de 42 anos, de corpo robusto e cabelo grisalho. Colocava os papéis na mesa da pequena sala.

Irina não estava satisfeita com os resultados, invasores em seu território, a rebelião interna de clãs aliados, os problemas se aglomeravam a sua volta. Ela virou e sentou-se na cadeira próxima a escrivaninha, observou toda aquela pilha de papéis, apoiou os cotovelos e assim ficou.

–- Alek.. – Ela começou. O homem automaticamente focou-se nela. – Tem algo mais?

–- Não senhora, tudo está segu-

–- Me refiro a atos rebeldes na matilha, como seus filhos que fugiram da punição por terem saído sem permissão do quartel. Pelo que eu sei, eles podiam estar conspirando com os rebeldes.

–- Eles são só adolescentes, minha senhora. Perdoe-me dizer, mas creio que seja exagero pensar que eles possam ser rebeldes, afinal eu sou pai deles, eles respeitam a minha autoridade.

–- Se respeitassem tanto quanto diz, não fugiriam da punição. E não me venha com essa de “adolescentes”, o mais novo tem 19 anos, e com essa era rebelde eu sugiro que você não demonstre fraqueza aos de mais. Eu não quero ter um problema dentro da minha matilha.

–- Como quiser.

–- Agora que discutimos sobre isso. Eu estou tomando providencias a respeito de seus filhos, onde eles estão?

–- E-eu..

–- Nem você mesmo sabe? Ahn.. Provavelmente estão na cidade, é quase noite. Comece um uivo, tenho certeza que vão ouvir, caso não apareçam em 3 horas mande alguém atrás deles.

–- Sim, senhora.

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4 dias depois (Cidade/Bar e Danceteria)

A cidade de Ilulissat era onde os silvers estavam povoando, seu objetivo era manter-se longe dos rebeldes, mas eles já haviam virado carrapatos a muito tempo.

–- Então.. Junior, como você está? – Pele escura, olhos verdes, vestida com um moletom e calças jeans, capuz, precisava não chamar atenção, mesmo assim linda. Ambos sentados no bar de sempre, bebendo cervejas.

–- O nome é Alek. Eu já disse pra vocês não virem aqui milhares de vezes, e tira um pouco desse perfume, da pra sentir do outro lado da cidade. – O jovem de cabelos loiros arrumados com gel, olhos castanhos, usando uma roupa parecida com a da moça. Já estava na sexta dose de vodka. – As coisas estão fodidas, Lee.. FODIDAS!

–- Psiu.. Mantenha a voz baixa! Você quer que nos notem?

–- Com toda essa música nem eu mesmo me ouço. Cadê o Mark? Ele devia ter vindo junto.

–- Mark está morto. – Ela toma uma dose dupla depois de dar a noticia. Mark era seu irmão mais velho, ela se culpava pelo ocorrido, mas precisa ficar calma ou tudo poderia dar errado.

–- Lee.. Eu-

–- Ah pelo amor de Deus, não me venha com essa “Eu sinto muito, maninha boo-hoo”. Seu irmão nos entregou, muito obrigado.

–- Escuta, vocês não foram a única conseqüência.. Meu pai-

–- Seu pai é a putinha daquela bruxa de merda, Junior-

–- Meu nome é Alek! Meu pai não tem culpa, foi assim por anos, você acha que ele pode abandonar tudo agora?

–- Eu não vou te chamar de Ale-.. Eu nem consigo pronunciar o nome desse desgraçado. E sim, ele pode abandonar, como muitos clãs estão fazendo. Nosso povo está destroçando essas bruxas uma por uma, só faltam umas cinqüenta pra lidar.

–- O que? Então os rebeldes estão tomando tudo..

–- Rebeldes? Nos não nascemos pra sermos escravos pra sempre. Sério, Junior, cadê o Wallace?

–- Nos fomos punidos.

–- O que quer dizer?

–- Jake morreu depois de entregar vocês, eu tive minha redenção por ser o filho mais novo.. Malditas regras.

–- E o Wallace?

–- Mataram a esposa dele, Lee. A desgraçada da bruxa a matou na frente dele, grávida ainda por cima.

–- Wallace nunca gostou dela, ou da criança. Não vejo problema, na verdade ele traia a coitada com metade das prostitutas dessa cidade.

–- Eu sei, mas acho que talvez ele quisesse ser pai.

–- Não, eu nem me importo com a vadia. Nem com a criança. Ei Lee, que tal darmos uma voltinha mais tarde? – Pele branca, cabelo loiro arrumado, barba, olhos verdes, blusa social branca, colete preto, calças sociais pretas. Estava meio bêbado, chegou sentando de qualquer jeito na mesa.

–- Nem nos meus piores pesadelos.

–- Wall, você está bem?

–- Claro que sim, que pergunta idiota. Eu ficaria melhor ainda com um pouco de sexo e mais bebida.

–- Deu sorte, é noite. Vá procurar um rabo de saia. – Lee parecia incomodada.

–- Qual seu preço, vadia?

A resposta de Lee foi imediata, levantando e acertando um soco em Wallace que caiu no chão. Alek Jr. Sabia que não iria terminar bem quando viu os olhos do irmão começaram a brilhar em um tom amarelado. Lee não era forte para lutar contra um defensor, então ele rapidamente ficou no meio deles.

–- Ei! Ei! Parem com isso! Lutando como dois cachorros de rua.

–- Se ele calar a boca.. – Lee já estava se sentando de novo. Wallace estava rindo, com o nariz sangrando.

–- Tudo bem. Somos amigos de novo. Foi um bom soco Lee, apesar de você ser mulher e uma rastreadora, que deve estar se torturando com todo esse perfume, Meu Deus.

–- É.. Vai se foder.

–- Da pra vocês dois pararem. Agora, vamos falar sobre o plano, tomar a alcatéia.

–- Espera ai. Vocês querem assumir a alcatéia? Vocês não conseguiriam matar um alfa nem que ele estivesse doente, querem acabar como o Jake?

–- Nesse momento, o filho da mãe do seu pai está se corroendo de dor. Tudo que você tem que fazer é rasgar a garganta dele e pronto. Mata a vadia se vinga.

–- E o que eu ganho com isso?

–- Wallace.. Lembra quando mataram a Viollet? – Alek parecia evitar dizer o que realmente era.

–- Escuta, se o plano de vocês é criar uma raiva interna. Estão perdendo tempo.

–- Sua filha está viva, babaca. – Lee foi direta. Wallace parecia ter congelado, o sarcasmo e o deboche haviam sumido, sem dizer nada ele levantou serrou os punhos e andou em direção a porta.

–- Tem certeza que isso vai dar certo? – Alek ainda parecia nervoso com tudo, o irmão sempre foi instável e ninguém sabia o que ele seria capaz de fazer como alfa.

–- Certo vai, ele ama a criança. Vamos, tenho certeza que vai ter alguns lobos dando uma de herói.