The Simple Things escrita por Vingadora


Capítulo 6
In the end, never is just a dance.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Cara, preciso contar um segredo, mas vou deixar só pro final, porque quero fazer suspense.

Gostaria de agradecer a todos os comentários, sério! Se não fosse vocês era bem provável que eu teria desistindo lá em A Million Faces. Obrigada pelo carinho e atenção



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Eu estava parada na frente do meu computador no escritório olhando para aquele arquivo e ainda tentando decidir se o enviaria.

Eu passara o dia inteiro de domingo escrevendo, lendo, apagando, reescrevendo, lendo e apagando. Nunca estava bom o suficiente. Não parecia que aquelas longas quinze páginas de relatório eram o suficiente para descrever a experiencia que eu tivera com o Capitão Steve Rogers.

Sophie e Joselyn intercalavam entre si na obrigação de me levar comida, tentar me obrigar a comer e retirar os pratos intocáveis de perto de mim.

Era estranho, mas eu não tinha fome.

Em uma noite, logo assim que percebi que Steve realmente não voltaria ao Bien, me peguei chorando enquanto assistia a um filme de mulherzinha ao lado de Sophie. Claro que foram apenas algumas pouquíssimas lágrimas, mas eu chorara. Por que raios eu chorei? Eu estava me transformando em um monstro!

E dias depois, eu voltei a minha antiga versão de Ellizabeth Fury. Emburrada, irritada, impassível, incompreensível, exigente. E aquilo estava funcionando por enquanto. Me isolei em uma muralha impenetrável dessa versão e passei a viver apenas para cuidar da parte financeira do Bien e a correr todas as tardes. Durante horas. Mesmo com sol ou chuva, lá estava eu. Todas as tardes me exercitando e tentando limpar minha mente de pensamentos inadequados.

Injuriada com toda aquela pressão que o relatório me fornecia, cliquei em enviar e saí de perto do computador.

Eu ainda vestia meu pijama, então forcei meu corpo a caminhar até meu guarda-roupas para vestir algo decente.

Lá estavam todas as minhas roupas. Sendo elas nacionais ou importadas, porém eram as únicas coisas que eu mais sentia falta quando ia viajar. Não que eu fosse muito ligada a moda, mas o toque de cada uma delas em meu corpo despertava uma lembrança boa.

Vasculhei meu guarda-roupas em busca de uma roupa para caminhar quando encontrei algo realmente desconhecido. Quando foi que eu comprei casacos e calças de moletom? Se não fosse um casaco importado de Madrid eu iria jurar que a Sophie andara confundindo nossas coisas. Resolvi vestir o casaco por cima do meu pijama para conferir se era meu mesmo. Foi então que eu senti. Uma sensação de maciez e conforto tomou conta de mim. Caramba é isso que eu preciso. Tirei minha calça e vesti a outra peça, meu tênis de corrida e para completar o look coloquei um gorro. Tá, tudo bem. Estou parecendo uma mendiga, mas que se dane. Hoje eu posso.

─ Vou sair para correr. ─ falei rapidamente ao entrar na cozinha do Bien onde Joselyn e Sophie estavam treinando a nova funcionária. Como era mesmo o nome dela? Ah, ninguém se importa.

As feições de Joselyn e Sophie eram de espanto, mas não me dei o trabalho de perguntar o motivo. A nova funcionária lutou contra a expressão de pavor.

─ Kate... tá tudo bem? ─ Joselyn aproximou-se de mim e cutucou meu braço.

─ Quer ser demitida? ─ olhei séria para Joselyn que rapidamente afastou o cupcake ─ Acho bom.

─ O fato é... Kate, nós estamos preocu-

─ O fato é: ─ cortei Sophie e recomecei a frase ─ Eu não me importo que vocês se preocupam. Eu estou bem, sério. ─ revirei os olhos ─ Por que eu não estaria bem? ─ cruzei os braços e as encarei em busca de respostas. Mas é claro que elas não iriam me contrariar. Não no estado em que eu me encontrava.

Infelizmente a temporada de chuva havia acabado em Nova York e o Central Park estava lotado de crianças e seus pais que resolvem passear um pouco pela cidade. Idiotas!

Até que meu estilo mendigo as manteve afastada o suficiente enquanto eu corria.

Coloquei a música no meu iPod no volume máximo possível e deixei que a letra de Break Stuff, do Limp Blittz infernizasse minha audição até que eu começasse a correr no mesmo ritmo da guitarra em conjunto da bateria.

Meu corpo seguia um movimento frenético, rítmico, perfeito, mas minha mente não conseguia seguir o mesmo raciocínio. Girava em círculos, voltava no tempo e recordava coisas que não devia. Lançava ao ar sentimentos que se quer deveriam ter acontecido. O sorriso dele, a forma como sua testa franzia quando eu soltava alguma gíria, como seu ombro era um ótimo travesseiro, o som da sua voz ao dissertar algum texto, suas excessivas investidas para me forçar a sorrir, a forma que ele tocava minha face, como seus olhos brilhavam quando eu o pegava me olhando...

Argh! O que está acontecendo comigo?

Sentei-me no primeiro banco que encontrei, sem me importar muito com o homem que se sentou ao meu lado.

Retirei os fones de ouvido e tentei manter a calma e mente limpa. Eu preciso parar de pensar nele.

─ Recebi seu relatório. ─ dei um pulo quando ouvi a foz de Nick soar ao meu lado.

─ Puta merda, Nick! Não podia tossir, espirrar, pigarrar, qualquer coisa? ─ encarei-o irritada.

─ Muito específico, preciso dizer. ─ ele encarava a tela de seu celular ─ Você conseguiu detalhar muito bem esse último mês utilizando apenas quinze páginas.

Suspirei.

O seu tom de ironia ao referir-se à quantidade de páginas era evidente.

─ Tá, tudo bem. ─ ele guardou o celular e me encarou, parecendo preocupado de verdade ─ O que aconteceu entre você e Rogers?

─ Nada! ─ falei na defensiva ─ Quer dizer... fiz o que você pediu. Revelei ao picolé o novo mundo em que ele vive.

─ O.k.... Mas o resultado não foi como o previsto. ─ assim que ele disse aquilo, meu corpo retesou-se por completo ─ Rogers pediu transferência para Washington e vive trancado em uma sala montada especialmente para ele de box. Já perdemos alguns bons sacos de treino, preciso falar. ─ ele riu, achando graça da própria piada, mas quando percebeu que não arrecadou as minhas risadas, mudou rapidamente de feições ─ Lilly... vou perguntar novamente-

─ Eu me tornei amiga dele. ─ falei por fim ─ Mas... uma noite, nós estávamos fazendo exatamente a mesma coisa de sempre e, de repente, ele saiu correndo e não voltou mais. ─ Tudo bem, cortei a parte em que nós ficamos nos encarando durante um bom tempo e que supostamente ele quase me beijou.

Amiga? ─ ele perguntou, parecendo querer esclarecer a situação.

─ Amiga.

─ E ele foi embora, do nada? ─ era bem óbvio que ele não acreditava em mim.

─ Se você não acredita, vai lá e pergunta pra ele! Eu também estou afim de entender o que acontec-

─ Eu já fiz isso. ─ ele me cortou, fazendo com que eu o olhasse surpresa ─ E a resposta que obtive foi bem diferente da sua...

─ O que ele falou? ─ virei-me completamente na direção de Fury e esperei por uma resposta descente.

Antes de dizer qualquer coisa, ele sorriu para mim, parecendo contente com minha reação.

─ Ele disse que passou muito tempo com você. Muito tempo. E ele acabou que... se envolvendo de forma sentimental com você e sentia que era correspondido. Na ultima noite, vocês estavam ouvindo um de seus discos favoritos quando você compartilhou com ele um momento de sua infância e... o convidou para dançar. Ele, de inicio, aceitou. Mas... percebeu que não estava preparado para você. Que seria injusto. Que ele era uma carga muito pesada para uma mulher tão doce, gentil e acolhedora como você. Ele percebeu que não era digno de roubar parte de sua vida e forçá-la a viver com o fato de que ele é sessenta anos atrasado. E então ele se lembrou de que aquela seria a primeira vez que ele dançaria com uma mulher e não seria justo com você e muito menos com a lembrança bonita que você tinha, se ele transformasse aquela noite, aquele momento, no pior da sua vida. E então ele foi embora e decidiu se afastar para evitar que toda a bagagem da vida dele fosse automaticamente passada para você.

Filho da mãe. ─ foi tudo o que eu consegui sussurrar.

─ E agora, Ellizabeth, eu torno perguntar a você: O que aconteceu entre você e Steve?


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Notas finais do capítulo

YEAH! Corra agora Lilly, será que ainda dá tempo de arrumar a bagunça? (risos).

Tudo bem, agora falando sobre o segredo que eu precisava contar: Eu já terminei de escrever a short fic. Sério. Acabei hoje de madrugada (umas duas e pouca da madrugada, preciso dizer).
Mas não postarei tudo de uma vez só.
Porque eu sou uma pessoa ruim (não, mentira! Eu não sou ruim! Sou um anjinho!).
A verdade é que eu estou com um pouco de desapontamento porque até agora TST não teve taaaaantos acessos assim. Mas tudo bem, eu até esperava que os acessos fossem reduzidos e tal.
Então vou dar tempo ao tempo e postar dois capítulos por dia.
Domingo já devo ter finalizado tudo, poque afinal é uma short fic bem curtinha.

A segunda temporada JÁ ESTÁ EM ANDAMENTO! E eu decidi que vou montar (eu mesma) a capa, porque preciso parar de fazer a Lohy de minha escrava (risos).

Ah! Postarei o segundo capítulo do dia à noite. Porque agora estou totalmente concentrada em escrever a 2ª temporada e tentar criar uma capa legal :D

Não deixem de comentar, sério. O comentário de vocês me acalmam e me ajudam a perceber que não sou tão má escritora assim (risos).

Até o próximo capítulo!