Jogo de sedução: A aposta. escrita por Heet


Capítulo 3
Território ameaçado.


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpas por não ter postado o capítulo na quinta-feira como prometi. Estava em um congresso da universidade, e depois de treze horas de viagem na volta pra casa não consegui me concentrar pra poder entregar um capítulo decente, como meus leitores merecem. Prometo compensar vocês de alguma forma.
Quero avisar que o capítulo de hoje é um pouco pesado. Quem me conhece sabe o quanto eu odeio barrigas em uma história, então adianto que você nunca vai me ver escrevendo uma cena sem que ela explique uma intenção ou tenha importância para o andamento da história. Por isso o capítulo ficou pesado, porque antes de toda boa guerra, os adversários precisam ser justos e jogar sobre a mesa suas reais intenções. Fred e Thalita são ótimos estrategistas, do tipo que vão pra uma guerra nus, expondo seus pontos para que o oponente se distraia tentando atingi-los. Preparemos os nossos corações!



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Eu não quero discutir aqui os motivos que me fazem acreditar que uma mulher não tem competência pra administrar os rumos de uma revista feita para dialogar com os homens. O verdadeiro sexo forte? Piada! Todos sabem que somos nós que lidamos com as pressões da rotina, que temos sangue nas veias pro negócio e que podemos tomar decisões mais facilmente, pensando de forma racional, e não levados pela emoção momentânea.

Eu me preparei a vida toda pra que aquele momento chegasse. E numa fração de segundos, é como se tivessem tirado o doce da criança. O cara que tava acostumado a mandar se tornaria subordinado de uma mulher? Quem ela pensa que é pra chegar dessa forma? Eu acho que vou ter que mostrar pra ela que esse território já tem dono!

– Editora chefe. Como assim Adriano? Ela... Ela é mulher! - Tentei explicar minha indignação.

– Exatamente Fred. A senhorita Thalita é a nossa nova editora chefe e eu não pretendo voltar atrás em minha decisão. Quero deixar bem claro que não aceitarei nenhum tipo de hostilidade com essa bela e capaz dama, por isso exijo que você peça desculpas. Os deixarei sozinhos para que você possa se retratar de forma adequada! - Exclamou Adriano, dando-me um tapinha nas costas, em seguida beijando a mão da Thalita e saindo pela porta.

– Então quer dizer que o único motivo que você pode usar para explicar minha possível incompetência, é o fato de eu ser uma mulher? - Perguntou Thalita sentando-se na cadeira atrás da escrivaninha do chefe.

– Você quer outro motivo? Você por acaso já leu nossa revista? Espera um pouco, eu mesmo respondo essa; é claro que não! Simplesmente você não leu porque essa revista não é pra se folhear enquanto se está fazendo o cabelo no salão de beleza, nem pra esfregar o pulso e depois cheirar seu perfume favorito e muito menos pra fazer o teste "saiba aqui se aquele gato te ama". Essa é uma revista feita por homens, que suaram, que deram as suas vidas e construíram um legado, e agora você com sua visão feminina vai ameaçar tudo isso!

– Estou começando a me sentir um pouco insultada... Na verdade, estou muito surpresa por saber que uma revista tão atual, que pretende dialogar com o homem moderno tenha alguém tão machista e antiquado como editor. É realmente uma pena trabalhar com gente tão incompetente.

– Escuta sua aqui sua...

– Escuta aqui você! - Exclamou Thalita, levantando rapidamente e apontando o dedo pra mim. - Eu não estou disposta a aceitar qualquer tipo de insulto senhor Frederico...

– É Fred... Fred! - Interrompi.

– Pois pra mim continua sendo Frederico. Não gosta de ser chamado pelo nome completo? Que vá reclamar com a sua mãe, ou com quem te deu esse nome... Ameaço o "seu território" contrariando você até mesmo com a minha presença? Sinto te dizer, mas continuarei ameaçando por um bom tempo. E é bom que você entenda que eu não pretendo deixar que coisas tão banais quanto um machismo sem sentido, me impeçam de fazer o que precisa ser feito nessa revista.

Enquanto fala em tom seguro o seu discurso de superioridade, eu podia ver seus olhos queimando como fogo, e por trás deles uma vontade muito grande de se provar. Uma mulher com ares de dominadora é algo tão sexy! E no fundo, no fundo, tudo o que elas querem é encontrar o macho que as dome... Recado passado, anotado e entendido. Ela precisava saber que ali tinha um macho alfa que iria ensiná-la duas ou três coisas sobre quem é superior.

– Muito legal essa sua visão moderna de que você é capaz de vencer o injusto mundo dos homens. Mas eu volto a afirmar, meu território, minhas regras. Eu não vou deixar que uma mulher mande em mim e tente dizer o que eu devo fazer... Vai em frente, senhorita, se você quer guerra, é o que você vai ter. - Exclamei com um olhar cortante e gestos seguros.

– Já deixei homens como você ajoelhados e pedindo penico. Não vai ser a primeira vez Frederico. Se você quer ter a sua guerra pessoal, terá. Se quer provar a superioridade masculina, sinto te dizer, mas até o fim do dia, você vai estar sentado no seu sofá, bebendo a sua cerveja, dando sentido a sua insignificante vida e deixando o trabalho de verdade ser feito por gente grande. Agora você vai dançar conforme a música que tocar, porque no fim das contas, o ambiente vai selecionar o mais apto meu caro, e a hostilidade que você criou em volta dele vai ser muito pouco pra te ajudar...Que vença o melhor! - Finalizou Thalita, passando por mim pisando alto, provocando o barulho de seu salto contra o chão e deixando no ar uma fragrância feminina sutil e sexy.

Então era isso, guerra. Os lados já estavam declarados, e ambas partes já sabiam suas intenções. Era uma batalha de ego contra vontade de se provar, mas pela primeira vez não se sabia quem tinha qual intenção. Uma batalha tão antiga quanto quaisquer histórias de homem versus mulher que você já pode ter ouvido, mas instigante e provocativa como jamais se ouviu falar. Um homem acostumado com todas as mulheres aos seus pés, e uma mulher que adorava fazer esse tipo de homem se arrepender de suas declarações. E como disse a própria Thalita, que vença o melhor!


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