Meu nome é Asami Sato. Não tenho muitas lembranças do passado, mas a mais marcante começou depois do assassinato da minha mãe, quando eu era bem pequena. Meu pai, preocupado com meu bem estar, me obrigou a frequentar aulas de autodefesa. Eu entendia bem sua preocupação, então as aceitei sem reclamar. E foi ali que eu a conheci. As pessoas a chamavam de ‘’Avatar’’, era um tipo de codinome esquisito que ela mesma inventou para assim ser conhecida quando estivesse lutando. Eu nunca soube seu nome verdadeiro. Tudo o que eu sabia é que ela era uma garota de pele escura e lindos olhos azuis, deveria ser pouco mais nova que eu e era muito, muito enérgica. Mas não era só isso que me atraia nela. Ela era simplesmente incrível! E forte. Fazia muitas aulas por dia, dentre elas havia lutas, defesa pessoal e até mesmo exercícios com esteira e pesos, mesmo para alguém tão jovem que não possuía nem seus 10 anos de idade. E ela era extremamente bondosa com seus amigos. Na época, claro, eu nunca imaginei que estaria apaixonada por ela. Sempre imaginei minha vida com um príncipe encantado e um cavalo branco, como muitas meninas da minha idade. Eu só queria poder ser amiga dela, ter alguma chance de falar com ela todos os dias, e de que, ao menos algum dia, aquele sorriso brilhante fosse direcionado para mim. Mas eu não tinha essa coragem. Então, eu sempre a admirei de longe nos intervalos da minha aula.

Menos de dois anos mais tarde, meu pai brigou com um dos instrutores e me tirou da aula de defesa pessoal.

Hoje, tenho quase 20 anos, e ainda é engraçado lembrar e pensar no que aquela garotinha enérgica se tornou. Claro que hoje em dia eu sei o que sentia, e ainda tento convencer a mim mesma que era um sentimento tolo e eu estava confundindo as coisas. Tudo isso para manter aquela garotinha longe de meus pensamentos, e manter meu relacionamento saudável. Meu atual namorado Mako é um cara legal, confiante e extremamente protetor, me sinto segura perto dele, e isso é o correto. Não ficar remoendo lembranças de uma paixonite de infância que sequer encontrarei novamente.

Hoje as aulas se encerraram mais cedo. Época pós-provas da faculdade, não havia muito que se fazer, por isso, ao menos por uns dias, isso virará rotina. Eu estava planejando sair com Mako e seu irmão Bolin para nos distrairmos, porém meu pai interrompeu meus planos me ligando. Ele nunca liga, só quando algo é urgente. Então rapidamente atendi, e ele me chamou para casa com um tom de voz quase urgente. Com um aperto no coração, corri para casa deixando um Mako e um Bolin com meia explicação e expressões bem confusas no rosto. Ao chegar, encontrei meu pai me esperando na porta, respirei fundo e me aproximei. Ele me olhou impassível e me deixou ainda mais preocupada, porém, finalmente, ele respirou fundo e desabafou:

- Eu temia que isso algum dia chegasse... Sabotaram uma de nossas fábricas. Estão nos ameaçando diretamente.

Esqueci-me de falar que meu pai é dono de uma empresa de automóvel muito famosa, a primeira a chegar à Cidade da República, tornando-nos muito famosos e com uma fortuna considerável, e, consequentemente, passamos a ser odiados por muitos ao longo dos anos. Graças a isso, contamos com algumas ameaças de vez em quando, porém, conforme meu pai ia explicando as coisas, eu percebi que desta vez as ameaças eram sérias. E, em uma das

pausas em sua fala para respirar fundo, ele me olhou nos olhos, colocou a mão no meu ombro e disse em tom grave:

- Por este motivo, eu irei retomar suas aulas de defesa pessoal. Porém, para sua segurança, elas serão feitas aqui, na mansão, contratei a melhor especialista que encontrei, ela vai lhe ensinar o necessário. Korra, pode se mostrar agora.

Naquele momento, meu mundo parou. Meus olhos não queriam acreditar na figura bronzeada de lindos olhos azuis que saía da minha casa. Nem naquele sorriso que, até atualmente, ainda assombrava meus sonhos às vezes. E agora ele era dirigido para mim, como sempre sonhei. E, quando uma mão enfaixada foi estendida em minha direção, e aquela voz enérgica me cumprimentou com um ''É bom revê-la, minha ex-fã número um. '', por um momento, meu mundo desabou e nada mais na minha vida importava apenas minha paixonite de infância, Korra.