Meses haviam se passado desde o dia do enterro de Gustavo. A rotina ia se encaixando lentamente. Sempre que podia compareia ao local na esperança de encontrar aquela garota, mas sempre voltava com as esperanças perdidas. Ela não poderia ser real, mesmo havendo milhares de pessoas, não era uma missão impossivel reencontrar outras.Jovem do jeito que ele era sempre sabia onde outros jovens gostariam de estar. Não era complicado descobrir. Conhecia aquela cidade como a palma de sua mão. Sua familia lhe proporcionara cada lugar maravilhoso de Seattle.

Kendall e Harry caminhavam em direção a uma loja do Starbucks. Não havia muitos clientes na frente deles quando entraram. Aquela loja era a mais tranquila que eles gostavam de frequentar. Funcionários que ali estavam já sabiam de cor o que ele e seu amigo sempre pediam. No enatnto o preparo de cada produto se tornava ligeiro.

Harry sempre muito empolgado coma história do encontro inusitado, caçoava do amigo.

— Sinceramente,cara. Ainda não consigo acreditar que você se encantou por uma garota que estava no cemitério no dia do enterro do seu pai. A pior parte é você não saber nada a respeito dela — Ironizou Harry.

Kendall se pronunciou após tomar um pouco da sua bebida.

— Pode caçoar da minha cara, mas se um dia eu encontrá-la por esses lados, farei você entender o porquê dela ter chamado a atenção.

— Tudo bem, mas espero que ela seja real.

Nada mas disseram.Permaneceram em silêncio enquanto se deliciavam com suas bebidas. O lugar onde eles estavam sentados lhes dava uma ampla visão da loja. Harry adorava a loja, principalmente pelo fato da loja ter uma boa quantidade de funcionárias atraentes.

Uma discussão fora do comum tomou conta do ambiente que antes era calmo. Parecia que duas funcionárias não conseguiam se entender. Todos ali pararam para observar e ouvir a discussão.

— Fica se fazendo de coitada, só para ganhar a atenção de todos.

uama voz suave porém aparentemente nervosa respondeu:

— Não me faço coisa alguma. Já que você deseja tanto ser o centro das atenções, poderá ser agora. Eu me demito.

Uma voz grave de homem protestou.

— Lídia, pense por favor.

— Já pensei. Estou fora dessa merda de lugar. — Esbravejou furiosamente a garota.

Ao passar pelo balcão a voz foi se materializando. Uma bela moça de longos cabelos castanhos que caiam em cascatas por suas costas, magra, mas com o corpo bem trabalhado como quem praticasse algum exercicio. Grandes olhos azuis chamativos que traziam segurança para quem fizesse comunhão com eles. Um tom de azul que talvez fosse feito apenas para ela.

Kendall ao contemplá-la notou que era a mesma garota com quem estivera no cemitério. Como ela trabalhava ali? Nunca a vira por ali. Passara por ele correndo, imediatamente levantara para ir atrás dela. Harry sem nada entender o seguiu. A garota corria rapidamente como quem estava assustada.

— Moça, espere por favor! — Gritou Kendall ofegante.

Ela nem olhara para trás para saber quem era. Ao se aproximarem Kendall e Harry notaram o seu rosto vermelho e inchado.

— O que vocês querem? Querem ver a palhaça? Desculpa, mas o show acabou.

Kendall sorria esperançoso

— Calma. Só queremos ajudar.

— Ajudem internando aquela louca da Gertrudes — Urrou Lídia.

Harry se segurou para não rir. Ver as pessoas nervosas faziam com que ele se divertisse bastante com a situação.

— Se você quiser, nós te levaremos para dar uma volta. Quem sabe toomar ou comer alguma coisa. Comer sempre ajuda a acalmar.

Lídia sorriu fraco.

— Adoraria, mas eu nem conheço vocês. Não posso ficar saindo com qualquer pessoa.

Kendall ergueu a sobrancelha.

— Nos dê uma chance! E aliás, eu não sou nenhum estranho, já nos vimos no cemitério.

Lídia o olhava desconfiada.

— Não sei. Quem é que me garante que voltarei viva?

Por um momento o sorriso sumiu do rosto de Kendall, realemente ela não se lembrava dele. Harry havia notado a sua decepção.

— Eu garanto! — Exclamou Harry animado — Mas desde que você tente se lembrar desse rostinho maravilhoso. — Apontou para Kendall que corou imediatamente.

Lídia pareceu epnsar a respeito.

— É uma oferta bem tentadora. Ainda bem que o seu amigo não é feio — Brincou Lídia — Tudo bem. Aceito.

Kemdall e Harry apontaram para o carro estacionado ali perto. Lídia hesitou um pouco antes de adentrar o carro. Não estava acostumada a ser tratada daquele jeito por ninguém. Um tratamento do qual parecia ser novo para ela.

— Pode entrar — Recomendou Kendall.

Ela sorriu e assim entrou.

Harry foi para os bancos traseiros e Kendall assumiu o comando. E assim sairam dali do centro. Ele os conduziu para um restaurante refinado. Lídia não sabia como reagir. Ao sair do carro seus olhos foram preenchidos pela suas formas grandiosas. Um restaurante do qual ela nunca tivera nenhum conhecimento.

— Vocês vão amar esse lugar! — Exclamou Kendall animado

— Nossa! Espero que a comida surpreenda — Murmurou Harry

— Tem certeza de que querem comer nesse lugar?

Kendall notou a preocupação na voz da garota.

— Não se preocupe com esse detalhe, você é a nossa convidada. Tudo bem?

Lídia sorriu timida.

— Tudo bem — Respondeu ela docemente.

Os três adentraram o restaurante. Por dentro era melhor do que Lídia poderia imaginar. Aquele lugar era completamente fantástico. A recepcionista os conduziu para a mesa, e logo os deixou. Kendall fez questão de puxar a cadeira para que Lídia pudesse se sentar. Até parecia que ela era alguém importante para ser tratada com tanto carinho.

— Desculpa, mas não nos apresentamos adequadamente — Sorria Harry maroto — Eu sou o Harry, o melhor amigo desse camarada — Batia no ombro de Kendall levemente — A melhor pessoa desse mundo.

Kendall corou diante dos elogios que Harry lhe fizera.

— Prazer, Harry.

Kendall e Harry a encaravam esperançosos de que ela lhes dissesse seu nome.

— O que foi? — Perguntou ela estranhamente .

— Quremos saber o seu nome! — Exclamou Harry empolgado.

Ela gargalhou divertida.

— Não sei se devo dizer

— Por que não? — Indagou Harry.

— Sou do tipo de pessoa que prefere se reservar antes de dizer algo a meu respeito. — Explicou Lídia.

— Mas prometemos que não faremos mal algum. Jamais machucariamos uma mosca.

— Eu não sei... — Disse ela dando de ombros — Não posso confiar em todas as pessoas. Não sou capaz de confiar em ninguém.

— Tenta confiar um pouco, garota! — Brincou Harry — Eu te darei uma caixa de bombom da melhor qualidade.

— Não vale me comprar com chocolates. Toda garota gosta de chocolate.

— Sim, mas nenhuma delas provam o melhor — Provocava Harry sedutoramente.

— Não rola!

Kendall queria apenas saber um pouco mais a respieto daquela garota. Quanto mais a observava mais vontade tinha de conhecê-la, de saber tudo o que ela pensava a respeito do mundo no qual vivia, dos seus medos e dos seus planos futuros.

— Tudo bem, não insistiremos em descobrir o seu nome. — Brincou Harry — Viraremos agentes da Interpol, fique tranquila.

Kendall se controlou para não rir, fez um sinal para que o garçom se aproximasse e anotasse o pedido deles. Lidia não sabia como lidar com tantos pratos elaborados, isso a fez se lembrar de quanto seus pais tiveram uma vida extraordinária. Pedidos anotados, o silêncio que reinava entre eles era imensamente chato. Não havia como evitar o olhar desconcertante de Kendall sobre Lidia. Harry achava interessante, pois nunca vira o seu amigo se encantar tanto por uma garota.

Se fosse em outras épocas haveria muitas garotas ao redor deles, mas desta vez fora diferente, eles é quem tentavam descobrir tudo a respeito de uma delas. Os belos olhos azuis de Lídia haviam um brilho intenso como se fosse uma joia rara. Um mistério a ser descoberto. Kendall e Harry não iriam desistir tão fácil e rápido.