Vengeance escrita por Taynara Freitas


Capítulo 7
Caído


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Não surtem por favor. Eu estava realmente ocupada, e ainda estou, mas meus dedos estavam coçando e minha cabeça apenas divagava sobre algumas cenas dessa fanfic. Aqui estou eu de volta. Perdão a todos. Avisando que vamos ter algumas mudanças na fanfic, bem, é que eu já tinha um plano e resolvi muda-lo, não se preocupem, vai ser melhor ainda.
¹Cooktop - Fogão de mesa, ou fogão de balcão.
²Cookies - Biscoitos



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Suspirando Vengeance se levantou do sofá, será que a pressionei de mais? Estava disposto a tudo por ela, e ela simplesmente o deixou ali, plantado na sala como se suas palavras não fossem mais do que balbuciações. Tenso fechou suas mãos em punho, um pouco mais irado que o normal. Queria ir lá em cima e exigir repostas de porque pra ela era tão complicado aceitar o fato de estavam juntos nessa.

Subindo as escadas devagar, pôde ouvir um choro baixo e estrangulado atrás da porta, sua razão teimava que era melhor esperar essa crise passar, mas enquanto os minutos se passavam, ali naquele corredor, a tensão só aumentava e seu lado fera e possessivo insistia em lhe oferecer algum conforto.

Por um milésimo de segundo pensou em ligar para Slade ou Fury, para pedir algum conselho sobre o que fazer nessa situação, mas o pensamento só reforçou a ideia de que poderiam novamente desconfiar de sua capacidade de cuidar de sua fêmea. O jeito era resolver tudo sem envolver os outros. Com sua antiga companheira não havia esse tipo de problemas, quando ela não o queria, simplesmente lutavam e resolviam suas questões no colchão fino de sua cela.

Era a resposta para todos os seus problemas, mas com Amberly não era assim. Moon lhe forneceu algumas dicas rápidas e informou que a situação era bem diferente com as fêmeas humanas, entrar lá e agir como um dominador só iria piorar as coisas. Só iria afasta-la mais de si mesmo. Amberly. Um lindo nome, para uma linda mulher, sorriu ao se lembrar de quando ouviu Joy dizê-lo pela primeira vez em voz alta e clara na sala subterrânea.

Vengeance desencostou sua cabeça da parede e se voltou para porta quando o choro havia diminuído. Suavemente abriu a porta e olhou entre a fresta escura. Apesar da penumbra, era possível reconhecer a silhueta encolhida da loira na cama, atento a qualquer movimento Vengeance entrou devagar no recinto e se sentou ao lado da cabeceira. Olhava fixamente para Amberly, seus olhos verdes agora estavam azuis profundos e uma linha fina abaixo dos olhos denunciava o choro assim como a vermelhidão do rosto.

– Desculpe-me. – O sussurro amuado veio de Vengeance, fazendo com que Amberly apertasse suas feições em um choro reprimido. Com um impulso, negou suavemente enquanto se sentava em seus joelhos. Trouxe as mãos até o rosto de Ven e um pouco receosa tocou-lhe a bochecha. A culpa não era dele. Não, de maneira alguma. Lutando para não desabar em um choro sem fim, murmurou duas palavras mudas, das quais Vengeance pode infelizmente, entender perfeitamente. Estou quebrada.

Vengeance não deu tempo ao seu cérebro para processar a informação, apenas cedeu a sua fera. Jogando os braços em volta da pequena loira, abraçou-a como se não houvesse um amanha, o sentimento era tão arrebatador que ele queria fincar os dentes em algo, foi a pior sensação de sua vida, saber que ela estava tão danificada quanto ele. Nem mesmo as drogas que Mercile o dava, fez tamanho buraco em seu coração. Recuando a cabeça um pouco, pôde encontrar seus olhos e se perdendo naquele mar de sofrimento, sussurrou um seco e fraco. Eu também.

...

Já era de manhã e a claridade vinda das janelas fez os olhos de Amberly doerem. Sentiu um cheiro no ar, e pôde identificar com clareza o inigualável cheiro e bacon. Desceu as escadas, deslumbrada com a sensação fria e lisa da madeira do corrimão, a casa era linda e aconchegante, sim, muito confortável. Ela nunca iria se cansar de repetir isso a si mesma.

Chegando a cozinha viu os ombros largos e fortes de Vengeance desligando o cooktop¹. Um sorriso fechado foi dirigido a ela e quando se sentou a mesa, foi lhe servido um grande copo de suco de laranja e ovos mexidos com bacon. Ela sorriu em agradecimento.

– Espero que esteja melhor, você adormeceu tão profundamente ontem que percebi finalmente que você estava exausta. Então fiz o café da manha. Eu não o faço geralmente, suco é bom, mas nada para acompanhar, não de manhã. Breeze passou por aqui e deixou mais algumas coisas, disse que talvez você precisasse. – Vengeance se sentou a sua frente e tomou um longo gole de seu suco antes de apontar para ela.

Mais que satisfeita e um pouco constrangida, Amberly se levantou e apanhou o copo de Vengeance assim como seus talheres e prato para em seguida começar a lavá-los na pia de granito escura.

– Te ajudo nisso. – Amberly quis exclamar um pode deixar, mas tudo que conseguiu foi movimentar a boca, nenhum som. Vengeance pegou um dos panos de prato dobrados na terceira gaveta do armário e sorriu, era bom estar assim com ela. Entre uma troca de vasilhames seus dedos roçaram um no outro e a loira conseguiu sentir cada vibração em seu corpo em contato com o grande Nova Espécie.

Um rubor subiu as bochechas de Amberly e foi algo único para Ven, jamais tinha tido a honra de receber tamanha meiguice de uma mulher. Era algo novo, soava como uma primeira vez.

– Você deveria dar uma olhada no que Breeze trouxe, já passa das 9 horas e se eu não me engano você deveria tomar alguns antibióticos. – Vengeance mudou de assunto e encerrou a tarefa colocando os talheres na gaveta arrumada. Ela assentiu e enxugou as mãos no mesmo pano que Vengeance usava. Estendendo-o num canto, se dirigiu para sacola em cima do sofá macio. Nada de couro, apenas a maciez do estofado e veludo. A casa era praticamente tudo que ela sempre quis, em todos os sentidos, e de repente se deu conta que o homem que habitava aquela casa também fazia parte do pacote dos sonhos.

De costas para ele, sentiu as bochechas queimarem diante do pensamento e se dedicou em abrir o que ela descobriu mais de uma sacola. Havia duas sacolas, e elas não eram do tipo pequeno. Curiosa, abriu a primeira sacola e se deu conta que eram roupas, havia pelo menos um par de calças, dois pares de blusas, e duas lindas sapatilhas uma no tom azul marinho e uma bege clara. Havia também um suéter cinza e um casaco feminino longo da cor preta com pelo menos oito botões enfeitando sua frente. Por última, mas não de menos valor emocional havia um vestido rosa tão pálido que trazia serenidade, sua saia era rodada e solta, e o comprimento ia a um palmo acima do joelho.

Sim, estavam a mimando de mais, olhando para Vengeance ela desejou lhe falar que iria pagar por todas as roupas, mas ele apenas apontou para outra sacola. Abrindo a segunda encontrou itens menores, tais como os remédios prescritos pela Doutora Trisha e um pequeno punhado de maquiagem? Sim, havia maquiagem, pó, blush, rímel, um batom nude e outro vermelho, além de um duo de sombras nude e marrom. Uma sacolinha delicada foi escondida no meio das coisas e logo Amberly reconheceu o que era. Lingeries. Ela não abriria isso aqui nem por um milhão de dólares, não na frente de Vengeance. Um rubor tomou conta de seu corpo ao imaginar Ven avaliando seu corpo nas peças finas. Uau, agora ela não tinha realmente palavras, estava animada de mais com todos os presentes recém-adquiridos. Notando um envelope vermelho, tamanho carta no fundo da sacola, o pegou e abriu.

Querida Amberly, espero que tenha gostado dos pequenos presentes, não podemos fazer compras lá fora do muro, mas Justice nos permite comprar pela internet, tenho que admitir, é a melhor coisa que já me aconteceu. Os presentes foram dados por todas as novas espécies da ala norte, você merece, aliás, todos estão comentando que você deve estar louca por estar com Vengeance, mas todas nós estamos torcendo por você. Tínhamos o seu tamanho em mente, use tudo com carinho, e vê se coloca um pouco de cor nessas bochechas, aposto minha bunda que Ven não vai resistir. Venha nos visitar. Com carinho, Breeze e Ala Norte, Homeland.

Quando terminou de ler, havia uma lágrima solitária deslizando por sua bochecha, e Vengeance não demorou em enxuga-la com o polegar Amberly sorriu e mordeu o lábio inferior, aquilo era tanta atenção, tanto carinho, seu peito parecia querer explodir com tanta felicidade. Pela primeira vez em muito tempo ela poderia dizer que tem amigos de verdade, que se importava com ela, e até mesmo algo mais, quando se tratava de Vengeance.

...

Dois dias mais tarde, receberam a visita de Justice e Jessie, a ruiva. Tanto Amberly quando Vengeance sabiam que aquela não era uma visita apenas ocasional, e sim para verificar como as coisas estavam indo. De qualquer modo a visita foi agradável e junto com ela veio alguns cookies² de chocolate e nozes que foram mais do que bem vindos, tiveram uma conversa agradável, considerando que Amberly estava temporariamente muda, o que era até mesmo um pouco engraçado quando Jess e Amberly cozinhavam juntas.

Amberly foi atenciosa e ficou realmente satisfeita quando Jessie a ensinou a receita sagrada do bife mal passado. Amberly até mesmo riu da piada, a receita tinha sido passada a cada companheira dos Novas Espécies, aliás comer aquela coisa cru na frente de sua parceira não era a coisa mais sexy do mundo, bom, isso segundo Jessie. O dia passou sorrateiramente bem e a cada segundo que se passava mais Amberly amava sua nova vida.

...

– Pelo que parece vocês estão indo bem. – Comentou Justice com a voz baixa na sala de estar. As mulheres estavam cozinhando e essa era a melhor hora para discutir alguns assuntos com Vengeance, ele assentiu.

–Estamos nos dando bem. – Ven, sorriu torto.

– Fico feliz em saber disso Vengeance, sei que você passou por maus bocados e não foi o único, ela também passou por muitas coisas, e agora espero que cada um encontre sua redenção de forma uma forma justa. Tenho que lhe perguntar, sei que não é meu assunto, mas preciso saber em que estágio vocês estão, pra mim saber se estamos na mesma página.

– Ela é minha. Isso é tudo.

– Não completamente. – Retrucou Justice num tom sério.

– Onde quer chegar com isso? – O rosnado baixo era um aviso.

– Não sinto seu cheiro nela. – Justice foi direto ao ponto e aquilo meio que deixou Vengeance com a guarda alta. Não queria discutir aquilo com seu líder.

– Não a marquei ainda.

– Sei que não. Você já a beijou? – Os olhos de Vengeance se arregalaram ligeiramente. Ele obviamente sabia o que era um beijo, só não o praticava.

– Não. Ainda não o fiz.

– Por que não o fez? – As sobrancelhas de Justice se arquearam e seu tom pareceu desconfiado.

– Não quero apressá-la. – Não era uma completa mentira, mas não ia mencionar que não houve beijos antes. Não que não tivesse vontade de fazê-lo com ela.

– Vengeance, eu não quero ser rude, mas você já não tem uma mulher há algum tempo, ou estou errado?

– Não está errado Justice, mas não se preocupe, está tudo sobre controle.

– Estou preocupado com ela Vengeance, mas você é meu irmão e preciso saber se está cuidando de suas necessidades. – Vengeance grunhiu.

– Estou me cuidando. – A resposta foi áspera e tensa.

– Ok. Preciso apenas lhe dizer mais algumas pequenas coisas. – Ven assentiu.

– Quando a tomar, seja tenro, carinhoso e vá devagar, porra. Eu não quero uma mulher traumatizada chorando pelos cantos de Homeland e muito menos fêmeas Novas Espécies chutando a nossa bunda. – Justice era irrevogável.

– Vou ser bom com ela. Eu sou bom com ela. – Vengeance se corrigiu.

– Certo. Outra coisa pegue-a pela frente.

– Cara a cara? – Ven mal pôde conter a pergunta que lhe escapou dos lábios.

– Sim, elas não são como nossas fêmeas Vengeance, para eles é mais comum assim, não estou dizendo que tem um problema em pegá-la por trás, mas espere estar mais íntimo e que haja confiança antes disso. Se a pegar por trás na primeira vez, ela pode se assustar e te rejeitar. – Vengeance mal podia descrever como era estranho ter Justice North lhe explicando tais coisas, bom, talvez Flame, ou Slade, mas não Justice. Era perturbador.

– Entendo. – Foi tudo que Vengeance afirmou.

– Eu quero que tudo dê certo pra você irmão. Quero que você também tenha o seu próprio final feliz. Merda pareço um marica sentimental desse jeito. – Justice sorriu e bateu de leve no ombro do amigo. Ven, também sorriu, não por apenas fazê-lo, mas por seu líder ser tão bom com todos eles.

– Certo pessoal, tenho um estômago roncando aqui e ele pode ser ouvido a milhas de distância, alguém de bom coração poderia me acompanhar? – Uma Jessie saltitante agarrou o braço de Justice assim que ele se levantou. Um beijo tenro provocou um sorriso no rosto do casal e eu podia jurar que nunca vi Justice tão radiante quando naquele momento.

– Estou morrendo de fome baby, pensei que iria criar teias sentado nesse sofá enquanto eu sentia esse cheiro maravilhoso me torturar. – Justice e riu e Jessie fez uma cara abismada.

– Deus, Justice, agora eu sei como você conquista suas vítimas, você tem um drama maior que o seu...

– Ei baby! – Justice sorriu lhe chamando atenção e Jessie se desculpou nem um pouco envergonhada. Os dois riram, e Vengeance notou uma Amberly sem graça no canto da sala. Um sorriso bobo estampou seus lábios e Vengeance se entusiasmou com a ideia de que um dia os dois seriam assim.

O jantar foi calmo e extremamente satisfatório para todos, no final da tarde Justice e Jessie se despediram e agradeceram por tudo, todos receberam abraços, o que não era comum para Vengeance, mas ele os aceitou de bom grado, talvez essas fêmeas humanas os transformassem em mariquinhas. Não, nem pensar, de jeito nenhum ele cairia por uma mulher.

Ou talvez... Bem, talvez ele já estivesse caído.


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Notas finais do capítulo

Esperam que tenham gostado, eu me diverti bastante escrevendo esse capítulo. Foi bom pra minha alma espero que tenha sido pra vocês também! Até a próxima pessoal!



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