Vale à Pena Arriscar escrita por tainatwd


Capítulo 3
Acreditaria Que No Final Valeu À Pena, Se Ele Estivesse Aqui.


Notas iniciais do capítulo

oi gente, mais um cap para vcs, espero que gostem e se for possível, comentem, me deixaria feliz :)



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Eles se encontravam em uma grande sala, o local possuía várias cadeiras enfileiradas e um pequeno palco à frente, contendo nenhum tipo de decoração.

Minho e os outros Clareanos – que não passavam de sete garotos e algumas meninas do Grupo B – se sentaram nas primeiras fileiras. Era evidente a curiosidade misturada com a expectativa estampada na face de todos os presentes ali, cada um esperava que o Chanceler falasse que tudo ocorreu bem e que não precisaria de seus cérebros.

Minho não se aguentava de curiosidade, e ter que esperar era quase uma tortura para ele. Se o CRUEL não precisar mais deles, o que iria acontecer? Será que os matariam?... Isso não seria uma surpresa, mais só pelo fato de pensar nisso um arrepio lhe sobe a espinha.

Meia hora se passou quando a única porta daquela sala se abre, e Janson, Ava Paige, Brenda e mais dois funcionários entraram, se dirigindo ao palco.

Brenda entrega uma pasta branca a Janson e vai se sentar em uma das cadeiras vagas da primeira fileira, um pouco afastada dos outros.

Janson parou de frente ao micro-fone, lançando um rápido olhar em todos os Clareanos.

̶ Muito bem, todos devem estar se perguntando o porquê de eu ter reunido vocês aqui, pois bem... Primeiramente eu sou o novo Chanceler – Janson fala lançando um olhar superior à Ava Paige, e cada Clareano murmura algum comentário para o colega ao lado, mas Minho não fica surpreso, pois Thomas já tinha lhe contado isso – E segundo... Sei que estão agoniados pela falta de informações que tiveram nesses últimos seis meses, mas posso afirmar que as noticias que tenho serão muito positivas.

Thomas inclina o corpo para frente, apoiando os braços em seu colo. Ele se encontra sentado na última fileira de cadeiras, sozinho e assim como Brenda, afastado dos outros garotos.

Ele encarava Janson diretamente no rosto, como que pudesse matá-lo apenas com o olhar carregado pela raiva.

̶ Tenho o orgulho de dizer que os testes chegaram finalmente ao fim. – Janson retorna a falar, com fino sorriso nos lábios que só servia para irritar Thomas ainda mais. – Os procedimentos com Teresa foi um sucesso e finalmente os quase 13 anos de batalha valeram a pena.

Thomas se remexe na cadeira, não agüentaria ouvir por muito mais tempo aquele homem, tendo certeza que em toda sua vida nunca desejará a morte de alguém tanto quanto desejou a do novo Chanceler.

̶ Sei que perdemos muitas pessoas durante os testes, mais nada foi em vão, no final de tudo valeu a pena, pois conseguimos a cura. – agora Thomas teve que se conter, apertando com força sua mão contra a perna, e se tivesse força o suficiente, seria capaz de arrancar uma das cadeiras soldadas ao chão e tacá-la na direção dele.

Não acreditava no que ouvia. Era tudo que Janson tinha a falar depois de tudo que passaram? E quanto ao Chuck, Zart, Winston, Teresa e o Newt?... É tudo que ele tinha a dizer?... Que no final valeu à pena?

Assim como Thomas estava incrédulo, Minho também se encontrava, era muito absurdo a forma em que o Homem Rato se referia aos outros Clareanos e as garotas do Grupo B que haviam morrido, era como que se a vida deles não valessem muita coisa.

Minho se vira para trás, procurando o amigo com os olhos até encontrar Thomas sozinho. Minho podia ver a raiva que pairava entorno do amigo.

̶ Mais tudo acabou, vocês não precisam mais se preocupar, estão a salvo agora. – Janson para um pouco, ainda encarando cada um que se encontrava naquela sala, esperando talvez alguma reação, e Minho pode ver uma expressão de alivio em cada um de seus amigos. – Vocês serão encaminhados para um abrigo em New Jersy onde poderão seguir a vida de vocês em paz.

Depois de Janson finalmente ter terminado o discurso, Thomas é o primeiro a se levantar e encaminhar-se de volta ao seu quarto. Queria poder ficar sozinho para pensar um pouco.

Por onde passava, existia um guarda armado o observando, na garantia de que nem ele e nem ninguém tentasse alguma besteira.

Thomas vira um último corredor, com as mãos enfiadas nos bolsos da calça, caminhando rapidamente quando ouviu o som de passos de alguém correndo atrás de si.

̶ Ei, Thomas? – uma voz muito conhecida grita seu nome, e não querendo conversar com ela, ele aperta o passo ainda mais.

̶ Thomas?! – ela o chama outra vez e finalmente consegue alcançá-lo, agarrando seu braço esquerdo e o fazendo virar em sua direção. – Thomas, precisamos conversar.

̶ Me larga, Brenda. – retruca ríspido, soltando seu braço em um movimento brusco. – Eu não tenho nada a falar com você. – ele a olha com um olhar duro, tentando deixar bem claro seu desagrado.

̶ Temos sim, você precisa me ouvir. – insiste.

̶ Não... Depois de tudo que passamos na mão daqueles mértilas, você ainda tem coragem de voltar a trabalhar para eles? – pergunta em descaso. – Então não, não preciso te ouvir... Licença.

Ele se vira e volta a caminhar, Brenda o chama mais uma vez, mas ele a ignora, entrando no refeitório e indo direto para o dormitório.

***

[...] Thomas se encosta na cabeceira do beliche, escolhendo suas pernas até poder apoiar a cabeça nos joelhos. Em sua mente passava mil e uma coisas, pensará em sua tatuagem – A ser morto pelo grupo B –; na placa em que chamava Teresa de traidora e no que aquilo poderia se referir e então chorou pela primeira vez dês da morte de Chuck.

Para sua sorte, ninguém o incomodou e depois de que suas lágrimas cessaram, ele adormeceu.

Seu sono foi perturbado, carregado por pesadelos e quando despertou, pode sentir uma forte dor de cabeça que piorava cada vez que ele tentava se mexer.

̶ É bom ver que em meio a isso tudo, alguém consegue tirar um cochilo.

Thomas olha de soslaio e vê Newt sentado no beliche ao lado, com os pés encima do colchão enquanto o observava.

̶ Quanto tempo eu dormi?

̶ Umas três horas. – responde checando seu relógio de pulso. – Quando vimos você se deitar, resolvemos relaxar também, não há nada que podemos fazer no momento.

Thomas assente, se colocando vagarosamente de pé, sentindo cada pontada em sua cabeça e então se sentou na beirada da cama em que Newt se encontrava, não havia motivos para ele ter feito aquilo, mais gostava de ficar perto do amigo, mesmo que de um tempo para cá ele se sentia nervoso quando existia pouco espaço entre ele e o loiro.

Tudo era pior quando eles estavam na Clareira, nas vezes em que o simples fato de ouvi-lo o desconcentrava das outras coisas a sua volta.

Mas ele não podia negar que gostava daquela sensação, porém às vezes era frustrante e o incomodava ter que controlar sempre a vontade de querer tocá-lo.

̶ Tommy? – Newt chama, vendo a cara de perdido do amigo. – Tudo bem?

̶ Sim. – responde piscando os olhos e se ajeitando na cama, ele passa mão no pescoço e se lembra da tatuagem, tendo assim seus pensamentos retomados pela preocupação.

̶ Cara, não fique se preocupando com essa tatuagem de mértila. – fala o encarando nos olhos, notando sua preocupação. – Isso deve ser apenas uma brincadeira daqueles idiotas com a nossa cara... Olha a minha, Grude?... É sério? – ele sorri, tentando passar uma tranqüilidade a Thomas.

̶ Não sei não, vindo do CRUEL, eu espero tudo. – responde baixando a cabeça, desanimado e para seu espanto, Newt se inclina para frente pousando a mão esquerda em sua perna, onde pode sentir um pequeno arrepio.

̶ Tommy, você vai ficar bem... Acho que podemos dar conta de um bando de garotas, né?!... Para de se preocupar.

̶ Mais se elas estiverem armadas? Ou saberem lutar? Ou...

̶ Thomas, por favor... Pare com essa depressão. – Newt o interrompe dando um tapa em seu braço, fazendo-o sorrir [...]

***

̶ Ei Thomas? – o moreno abre os olhos ao ouvir seu nome ser chamado.

̶ Oi Minho. – responde piscando os olhos algumas vezes, com a visão um pouco embaçada por ter acabado de acordar. Thomas se senta na cama colocando os pés no chão, ainda com a lembrança/sonho de Newt na mente.

̶ Você acha mesmo que tudo acabou? – pergunta o asiático encarando as próprias mãos, parecendo pensativo. – Você acredita que eles nos deixaram em paz agora?

Thomas pensa um pouco antes de responder, e fala o que realmente acreditava.

̶ Eu não sei... Já acreditamos estar salvos tantas vezes que agora não dá mais para saber.

̶ Mais talvez agora possa ser verdade, eles podem mesmo ter encontrado a cura. – contradiz.

Thomas faz um sinal de indecisão com as mãos e se escora na cabeceira, não queria falar sobre aquele assunto, a cura para ele não serviria de nada já que ele é um Imune e por culpa dessa bendita cura a vida dele fora roubada e transformada em uma desgraça seqüencial.

Somente se preocuparia com o sucesso da cura se Newt ainda estivesse com ele, ao seu lado, e no final creria que tudo que passou valeu à pena, mas como isso não seria possível, ele estava pouco se lixando para a cura.

̶ Depois de você ter saído da sala, escutei Ava Paige e um outro cara conversarem sobre o abrigo, eles falaram que em quatro dias um Berg nos levaria para lá. – Minho volta a falar depois de um tempo. – Parece que em alguns meses eles começaram a distribuir a vacina pelos Estados Unidos e depois para o resto do mundo.

Thomas balança a cabeça como que se tivesse prestando atenção no que o asiático contava, mas na verdade estava perdido mais uma vez em seus pensamentos, onde quem prevalecia era Newt.

Já se passou tanto tempo dês do encontro que eles tiveram em Denver, dia em que Newt implorará por sua morte.

A preocupação era uma das piores coisas que sentia, desejaria saber qual era o estado do amigo, se ele estava sofrendo muito ou se tinha conseguido o que tanto queria.

̶ ... Ai o Aris me pediu um conselho se deveria ou não assumir o bebê que Caçarola está esperando, e eu respondi que sim, que se ele fez agora tem que assumir, então, o que você acha, estou certo?

̶ Claro, concordo, você está cer... – Thomas começa a responder, não prestando muita atenção no que falava, mais então se deu conta e cortou a frase no meio, lançando um olhar desentendido a Minho. – Do que você está falando?

̶ Nada. – responde cruzando os braços. – Só estava vendo até quando você estaria no mundo da lua para depois prestar atenção em mim.

̶ Me desculpa, foi mal. – fala coçando a nuca, sem jeito.

̶ Afinal, o que vem atormentando sua cabeça de mértila?

̶ Nada não.

̶ Pode falar Thomas, não é a primeira vez que você me deixa falando sozinho, então desembucha logo se não quiser que eu te obrigue.

Thomas o encara por um instante, não sabendo se seria uma boa idéia tocar naquele assunto com Minho.

̶ Você estava certo. – diz por fim, soltando um suspiro triste.

̶ Certo do que? – pergunta descruzando os braços e inclinando o corpo para frente, apoiando os cotovelos no colo.

̶ Sobre o Newt, cara, nesses seis meses que passamos aqui não passou sequer um dia em que não pensei nele... Isso está me deixando doido.

̶ Te entendo, mais por que eu estaria certo? – pergunta desentendido.

̶ Quando voltamos do Palácio dos Cranks e eu falei que talvez quando ele perdeu a sanidade mental ele não sofria e você falou que não acreditava, que ele estaria gritando por dentro, demente e sofrendo cada segundo. – Thomas começa esplicar, tendo toda atenção de Minho. –... Quando estava na van com Lawrence a caminho do CRUEL, encontrei Newt no meio do caminho e fiz parar a van para poder conversar com ele, e Minho... Ele estava horrível. – Thomas para por um instante, tento seus olhos tomado pelas lágrimas.

̶ Ele estava péssimo, de um jeito inacreditável... Eu tentei convencê-lo a vir comigo, mais ele não quis... Ele começou a dizer um monte de coisas, falando que eu tinha feito aquilo com ele, que eu era o culpado.

̶ Como assim,Thomas? – pergunta Minho com a mesma expressão de desentendido.

Thomas balança a cabeça, era duro ter que relembrar aquela horrível situação, o qual vem sendo a causa da maioria de seus pesadelos.

̶ Que eu poderia ter detido todo o experimento quando os primeiros criadores morreram, que eu poderia ter arrumado um outro jeito mais não, eu continuei e...

̶ Thomas, para, o Newt estava fora de si, sabe disso, você mudou, não é mais aquela pessoa de antes e isso é o que...

̶ Eu sei Minho. – Thomas o interrompe também, limpando as lágrimas que estavam prestes a cair. – Mais ele estava certo, se eu tivesse acabado com aquilo, ele estaria bem agora... Mais não, eu continuei e agora se passaram seis meses dês de que foi contaminado, ele deve estar sofrendo cada dia mais e se pelo menos eu tivesse tido coragem...

Thomas se interrompe a tempo de dizer que tivesse tido coragem em ter matado Newt, ele estaria agora em um lugar melhor. Não sabia qual seria a reação de Minho ao saber que Newt implorará pela morte.

Minho estava prestes a dizer para que Thomas continuasse a falar quando alguém bate na porta do quarto a abrindo logo em seguida, não esperando resposta de nem um dos dois.

̶ Thomas, sei que você está bravo comigo, e não tiro sua razão, mas preciso te mostrar uma coisa. – era Brenda.

̶ E eu já disse que não tenho nada a conversar com você. – responde Thomas sem ao menos encará-la.

̶ Eu sei, mais acho que você iria querer saber de uma coisa... É em relação ao Newt. – ao ouvir o nome do amigo, Thomas se vira rapidamente para a garota encostada no batente da porta.

̶ O que eu iria querer saber sobre o Newt?


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Notas finais do capítulo

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