Bola demolidora escrita por Eduardo Távora


Capítulo 10
Episódio 10 - Somos tão jovens.


Notas iniciais do capítulo

"Eu fiquei com ele a noite toda, mas quando eu olhava em seus olhos, não o encontrava mais."



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Após Fátima sair, Heitor fica muito pensativo sobre tudo em sua cama, e ficava revirando suas musicas sem saber o que fazer. Nesse momento entra Gustavo a fim de cobrá-lo.

— Não gosto de ter essa conversa, mas você me obriga! Eu preciso da grana, já tem muito tempo que você enrola.

— Eu sei, me dá só mais um tempo que eu prometo de pagar tudo. Agora tenho que ir pra academia mas a gente se vê! — E assim, diz Heitor dando um tapinha no ombro do amigo ao se retirar do quarto. Gustavo ficava pensativo e enquanto observava se o amigo tinha ido mesmo e então ele vasculhava todo o quarto em busca de algo de valor, foi quando em um bolso da mochila ele encontra muito dinheiro R$ 1,500,00.

— Isso mesmo, Heitor! — E assim ele pegava o dinheiro e o colocava em seu bolso e saía do quarto.

Na academia, Heitor se encontra com Luiza que também malhava no mesmo ambiente, e ao olhá-la com aquela roupa se exercitando, ele ficava sorridente e ia falar com ela.

— Não sabia que você tava aqui.

— Ai meu Deus, Heitor! Que coincidência, também não sabia que você era daqui. — E os dois se cumprimentam com um abraço caloroso.

— Sabe faz muito bem se cuidar, para ficar ainda mais bonita!

— Ai que isso, você também está ótimo!

— Obrigado. — E assim os dois iam para equipamentos diferentes e ficavam se olhando com trocas de risos e olhares. Ao terminar o tempo estabelecido pelos dois, Heitor convida Luiza para ir em sua casa, para conversar e comerem algo, e a mesma aceita ao chegar lá, Heitor propõe

— Bem, que poderíamos ir a um restaurante mais reservado, deixa eu pegar meu dinheiro. — E assim ele entrava no quarto com ela e ao procurar na bolsa não achava o que tinha deixado, logo ele gelava e se descontrolava um pouco. Luiza ao perceber pergunta:

— Aconteceu algo?

— Não tá aqui. — Dizia ele enquanto continuava a procurar pela bolsa e lugares perto na cama.

— Calma, você deve ter colocado em outro lugar.

— Você não entende? Eu coloquei aqui! Caramba, quem pegou? — Falava Heitor com um tom alto.

— Tá aí, olha de novo, você deve ter esquecido.

— Não pode ser. Luiza, era o dinheiro de todo o mês, o dinheiro que meu pai me deu para a academia, faculdade, pro mês inteiro.

— É tanto assim? — E com isso Heitor se descontrolava em lagrimas sentado na cama e cobria seu olho para que Luiza não visse. Então, ela se sentava ao seu lado e o abraçava apertado pedindo para ele melhorar e tentando de alguma forma consolá-lo com palavras.

Nisso ao chegar da universidade Fátima não tinha notícias de Heitor, recebendo apenas respostas curtas por aplicativos de mensagem.

— Cristina, o que será que aconteceu com o Heitor?

— Será que ele está com outra? — Sugeria Cristina na dúvida.

— Não pode ser. Eu vou ligar pra ele! — E assim Fátima pega seu celular e começa a chamar no número do rapaz. E então ele atende com uma certa frieza:

— Alô?

— Oi, amor o que tá havendo? — Perguntava Fátima muito confusa.

— Não é nada, eu só preciso dormir.

— Heitor, pode contar comigo, sabe que eu estou aqui.

— Obrigado.

— Heitor… Eu to preocupada. — Apelava Fátima com seus olhos melancolicamente azuis-esverdeados.

— Eu estou com sono, te ligo depois, pode ser?

— Você quer que eu vá para aí?

— Não, já está tarde. Vai dormir também, não é nada, depois falamos! — E assim eles desligavam. Fátima ficava muito pensativa e sem saber o que fazer.

Enquanto desligava Heitor ficava pensativo deixando cair algumas lagrimas, e Luiza chega com uns sanduíches.

— Quem era no telefone? Fiz isso para gente, lá embaixo não temos o que reclamar!

— Eu vou embora daqui. Não posso aceitar que meu próprio amigo tenha me roubado. — Comentava Heitor.

— Não acho que tenha sido isso, talvez tudo isso é um grande mal entendido e você vai achar o dinheiro, você vai ver! — Falava Luiza ao se deitar junto com ele o abraçando.

— Obrigado por ficar aqui comigo, mas é que não consigo pensar em outra coisa.

— Eu não vou te deixar sozinho, hoje não! Você é capaz de fazer uma besteira. — E assim aquela noite turbulenta passou e dois dormiram juntos. Ao amanhecer, Luiza acordava e não achava Heitor na cama com ela. “Aonde será que ele foi?” Pensava a garota.

Com batidas bem agressivas na porta de seu quarto, era assim que Gustavo acordava e dava de cara com Heitor na porta.

— Foi você não foi?

— Do que está falando? — Pergunta cinicamente.

— Você que pegou o meu dinheiro, tá aqui eu sei… — Falava Heitor ao entrar no quarto dele e invadir algumas gavetas, enquanto isso uma mulher de lingerie acordava sem entender nada.

— Olha, eu não peguei nada, saia do meu quarto!

— Isso que você fez é crime e vou acabar com você.

— E como vai fazer isso? Você tá mais metido nisso do que eu, você mora na minha casa. Agora se retire por favor! Você perdeu seu dinheiro, não ponha a culpa em mim! E assim ele saía furioso.

— Do que ele está falando você está com esse dinheiro? — Perguntava a moça de lingerie.

— Digamos que eu apenas estou com o que é meu. — E assim ele se deitava com ela novamente na cama e os dois se beijavam.

Ao chegar na casa de sua mãe, Heitor o abraça apertado admitindo ser um erro ter saído de casa, e explicou toda a história para ela.

— Heitor, combinamos como seria. Eu não vou te dar nenhum centavo a mais. Que lindo ver as amizades que você tem! — Falava sua mãe em tom de crítica.

— Mamãe, eu não tenho mais nada.

— Foi uma irresponsabilidade ter descuidado do dinheiro, pegue suas coisas e volte para a casa, é a única coisa que tenho a dizer. — E assim Heitor ficava chateado e triste ao mesmo tempo.

Ao chegar na sexta, Fátima combinava de encontrar com Heitor e uma amiga na litorânea. Ao chegar lá ela cumprimenta os dois pedindo desculpas pela demora.

— Essa é Mônica, nos conhecemos desde a infância. Ela é minha melhor amiga, Mônica essa é Fátima que te falei. — Dizia Heitor ao apresentar as duas.

— Prazer Fátima!

— Prazer é meu, querida. — E assim ela se sentava e pedia uma água-de-coco. Os dois riam muito ao se lembrar de brincadeiras de infância.

— Fátima, você vai para boate comigo hoje, não é?

— Hoje? Eu não sei, não falei nada lá em casa.

— Você tem que ir, se não vou sozinho.

— Ela não vai? — Falava Fátima ao se referir de Mônica.

— Eu tenho 17 anos, não posso entrar. — Falava ela rindo.

— Tá, vamos!

— É sua primeira vez na boate, não é?

— Sim.

— Somos tão jovens, temos que aproveitar. Bom, eu preciso ir no banheiro, já volto. — Falava Heitor ao se levantar da mesa. E assim as duas ficavam sozinhas na mesa, e então Mônica puxava assunto:

— Faz tempo que vocês são amigos? — E essa pergunta dessa forma deixava Fátima muito pensativa e até pausava um pouco antes de responder.

— Mais ou menos. Ficamos mais próximos quando ele voltou no carnaval.

— Ai que ótimo, você parece tão certinha, ele precisa de alguém assim. Aposto que nas saídas é você que cuida dos amigos bêbados. — E assim Fátima sorria e respondia:

— Sim, costumo ser muito equilibrada com tudo. — Ao Heitor chegar, Mônica sugeria uma foto.

— Pode tirar, Fátima? — Perguntava Heitor.

— Claro! — E assim ela pegava o celular e focava nos dois que sorriam para a câmera. Mais uma, vai, continuava Fátima e nessa segunda Mônica sorria no pescoço de Heitor bem no momento do flash. Tá aqui. Falava Fátima seria.

— Ficou ótima! Olha… — Então os três ainda passeavam pela orla e depois Mônica recebe uma ligação e precisa voltar ao hotel onde passeará com sua família. E assim os dois ficavam sozinhos finalmente.

— Quer um cigarro? Então, os dois pegavam um marlboro red e fumavam enquanto conversavam sobre a boate que iriam.

— Eu conheço a DJ que estará lá hoje, posso pedir para ela colocar nosso nome na lista. Não tenho muito dinheiro, eu só quero esquecer tudo. — Dizia Heitor.

— Não vai me dizer o que houve? — E assim Heitor conta tudo sobre o furto que ocorrera.

— Caramba amor! Mas não fica assim, isso tudo vai passar, eu acho que você tem que sair daquela casa.

— Eu já não to morando mais lá. Como você quer que eu me acalme? Eu perdi todo o dinheiro desse mês, não tenho como pedir mais para o meu pai, e vou ter que deixar a faculdade. Mais um semestre sem fazer nada. Mas ele vai pagar caro!

— Tem certeza que foi ele?

— Esse dinheiro nem gente que trabalha o dia todo consegue ganhar. E tinha a academia também, as minhas coisas. Até pra sair contigo você tem que pagar. Estou muito bolado. — Falava Heitor ainda com rancor do amigo.

— Esse sentimento não ajuda, é só esquecê-lo, e a vida vai fazer ele pagar.

— Você não entende.

— Vem, eu vou te fazer uma massagem pra você esquecer isso.

— Não, não consigo esquecer. O que me conforta é que essa noite eu vou conseguir esquecer com as drogas que meus amigos vão levar.

— Não gosto quando fala assim Heitor! Você pode até usar, mas não usa muito, é perigoso, você sabe… — Falava Fátima preocupada. Mas ele não dava bola reafirmando que iria usar muito.

Cristina se arrumava para se encontrar com Theodoro, os dois íam para a boate dançar e se jogar loucamente na música e nas bebidas do bar. Recebia uma msg de Theodoro dizendo que já estava na porta e assim ela se despedia de seu pai e ia encontrar o namorado.

— Oi amor, que bom que chegou.

— Pronta para a melhor noite?

— Sempre! — E assim eles iam. Nisso Miguel observava tudo com a sua inveja. E ia na casa de Cristina ao tocar a campainha. Seu pai atendia dizendo que sua filha já tinha saído.

— Não senhor, eu vim para falar com você mesmo. É sobre a sua filha, não é querendo fazer fofoca, mas acho que o senhor tem que saber que ela não passou na universidade. — Dizia Miguel.

— Do que está falando seu moleque? Minha filha, está estudando sim.

— O senhor tem certeza disso? Bom, se tem então tire a prova de quando ela saí de casa. Eu garanto que não é para a universidade que ela vai. Ela fica com o namorado, o Theodoro. Só estou dizendo isso por que é importante que o senhor saiba toda a verdade.

— Então ela está matando aula?

— Não, ela não passou.

— Saía daqui. — Falava o velho com uma certa dor na cabeça com a notícia e não podia acreditar que estava sendo enganado todo esse tempo pela menina de seus olhos.

Enquanto isso, Fátima e Heitor estavam na parada do ônibus já que não tinham dinheiro para a gasolina e claramente iriam beber muito essa noite. Então, Heitor percebe a menina meio estranha e resolver indagar o que porque dela estar daquele jeito.

— Nada não, deixa para lá.

— Ah, fala!

— Você não contou para a sua amiga que somos namorados?

— Não, mas ela não se importa com… Ah, então, é isso?

— Não, eu já entendi, deixa pra lá. — Falava Fátima atenta nas ruas para vê se seu ônibus passava.

— Eu preciso de pessoas especiais perto de mim, e você é.

— Eu só achei estranho você não comentar da gente pra sua melhor amiga, e acho que você não comentou com ninguém, que tipo de namoro é esse? — Desabafava Fátima.

— É que sei lá, isso no momento que eu estou, é a menor das minhas preocupações. Eu pensei que você fosse entender depois que eu expliquei tudo que aconteceu. — Nesse momento o ônibus chegava os dois entravam.

— Enfim, deixa pra lá, é sério, por mim tá tudo bem assim. — Falava Fátima ao se sentarem nos bancos de trás do ônibus.

— Você se lembra quando me conheceu e disse que não se apaixonava e que raramente dizia “Eu te amo”?

— E alguma vez eu disse? — Olhava Fátima ao franzir suas sobrancelhas.

— Não, mas você está sentindo… — Concluía Heitor.

— Não, claro que não estou. Vamos esquecer isso tá, eu já disse que está tudo bem assim. — Falava Fátima séria mas ainda um pouco pensativa sobre seus sentimentos. Nisso Heitor a surpreendia beijando sua bochecha.

— Eu quero estar contigo. Espero que isso baste. E assim desculpas eram seladas ficando tudo bem entre os dois.

Enfim, eles chegam no parada de destino, mas ainda precisavam caminhar um pouco até a boate e enquanto isso os dois caminhavam e fumavam um outro marlboro.

— Essa noite quero esquecer de tudo, e sei que vou conseguir, meus amigos vão e eu vou ficar louco, espero que você tenha paciência pra cuidar de mim. — Explicava Heitor no caminho.

— Por que você faz isso consigo? Juro que não entendo.

— É divertido, você vive a vida no extremo, você sente sensações que jamais sentiria, eu quero morrer como meus ídolos, ele são referências de vida pra mim, porque aproveitaram de tudo. Você sabe que pela quantidade de droga que eu tomo em uma noite isso poderia acontecer. — Fátima ficava calada e pensativa como quem não acreditava no que ouvia e ele ao perceber isso, prosseguia: — Não, não vou, relaxa.

— É que eu não entendo como alguém pode pensar assim, e o futuro?

— Eu não tenho muita razão para viver, eu já perdi muitas pessoas, eu vou de um lado para outro, o problemático, já passei tantas coisas, muita gente já entrou e saiu da minha vida, coisa que não teve significado nenhuma, pessoas que só queria me destruir, gente de verdade que eu amava e perdi.

— Todo mundo tem decepções. Isso não é motivo para desistir de tudo.

— Não é só isso. Você não sabe metade do que eu passei, meu pai batia na minha mãe e em mim e meus irmãos, tinha outras, já fui pra fora de casa um monte de vezes, aprendi a me virar sozinho, criar raízes, foi muito difícil, a lei foi mais ou menos eu que criei, um amigo que me ajudou nisso que era muito próximo de mim também, eu o vi morrer, isso me abalou muito também, e pude ver como a vida é frágil e sem importância.

— A vida, tem muitas coisas boas. Heitor, você não vê um futuro?

— Não. — Fátima sentiu um certo medo por ele, e mesmo vendo um futuro com ele, o ver assim sem nenhuma expectativa a abalou muito e sua vontade era abraçá-lo e dizer “Eu to aqui para você, e tudo vai melhorar.” mas não conseguiu.

E assim, os dois avistavam Theodoro e Cristina e ficam surpresos com aquilo.

— Nossa, vocês aqui? Que coincidência. — E assim Fátima cumprimentava os dois.

— Que coisa não é? Vocês estavam juntos né? — Perguntava Cristina.

— Sim, mas podemos ficar todos juntos, sempre nos divertimos juntos.

— Verdade. Pensava Theodoro. — E assim, chegava Gustavo com um amiga do seu lado e assim ele cumprimenta os amigos.

— O que está fazendo aqui, cara? Não queremos você por perto. — Dizia Heitor.

— Nossa que recepção, mas se eu vim foi porque a Daniela me pediu, ela sim me quer por perto. Com licença.

— Fique longe dos meus amigos. — Alertava Heitor.

— Calma amor. — Falava Fátima o segurando um pouco.

— Pode deixar. Só queria dar uma dica para Cristina, você deveria ser mais atenta na sua relação, só isso que eu digo. — E com uma risada saía dali com sua amiga e ia em direção a outras pessoas dali.

— O que ele quis dizer, Theodoro? — Perguntava Cristina desconfiada.

— Não sei, ele é doente. — Rebatia Theodoro.

— Não vamos ligar para ele, mas só curtir nossa noite. — E assim a fila andava e todos por fim entravam na boate. O som já estava por alguns ajustes com as luzes já estava um ótimo. Theodoro e Cristina foram comprar as bebidas. Logo Fátima também que não era boba nem nada queria esquecer de tudo e começou a dançar loucamente na musica.

— O que foi? — Perguntava Heitor

— Nada, eu só quero aproveitar bem isso.

— Não curto essa música. — Dizia ele ficando no canto e ela ia de leve tentando puxar ele mas sem parar de dançar.

Enquanto estavam na fila, Cristina sai para ir ao banheiro e deixa Theodoro para resolver as coisas, Gustavo percebendo aquilo vai em direção a garota.

— Olá.

— Oi.

— Sério, que você não ficou nenhum um pouco curiosa pra saber o que eu iria dizer? — Indagava Gustavo e Cristina ao olhar para os dois lados o respondia.

— Fiquei sim, o que você sabe?

— Seu namoradinho não é fiel, ele tem outro. Isso mesmo, é um homem.

— Do que está falando? Ele não é gay.

— Se ele é ou não isso já não sei, mas ele sai com vocês dois ao mesmo tempo. Ele me pediu pra guardar segredo, mas já tava ficando chato isso, por isso ele sempre ficar nervoso quando me vê.

— Quem é?

— Oh, você conhece muito bem. — Falava Gustavo com um sorrisinho, Cristina fez um sinal facial para que ele continuasse. Então ele concluí dizendo: — Miguel. O irmão de sua melhor amiga. — E assim ele já se retirava. Deixando Cristina pasma sem acreditar no que ouvia. — Isso não pode ser verdade. — Pensava ela ao juntar alguns flashes que se lembrava. Para não jogar fora sua noite que apenas estava começando, Cristina abstraiu e resolveu deixar essa informação a ser discutida em uma outra ocasião.

Ao ajeitar os equipamentos e fazer um som Daniela já estava se preparando para começar seu trabalho, quando no camarim chega Luiza e dizia:

— Olá minha querida.

— Oi Luiza, eu não pensei que viria. — Cumprimentava Daniela surpresa.

— Você me convidou, não foi?

— Sim, mas não imaginei que iria aceitar depois de tudo.

— Eu estou ótima. Mas se eu vim não foi para dançar. Quero que você provoque o Heitor, que o deixe louco. Não precisa me enrolar que eu sei que você sempre quis isso.

— O que você quer é ele pra você, e o que eu tenho a ver com isso?

— Ele está com a Fátima, você ama desafios, só precisa deixá-la com ciúmes, isso vai desestabilizá-la.

— Eu não recebo ordens de você, agora deixe-me ir que estou atrasada. — Concluía Daniela e em seguida ouvia uma risadinha baixa de Luiza dizendo:

— Posso garantir que você não vai se arrepender desse favorzinho. — Falava Luiza acariciando o rosto da DJ.

— Você não era assim, com quem aprendeu isso?

— Acho que foi com você. — Concluía Luiza ao se retirar da sala afirmando para que a mesma pensasse no assunto. E realmente era um desafio tentador para Daniela.

Logo Cristina e Theodoro vão de encontro a Fátima e Heitor e os quatro curtem a música bebendo muito claro, nesse momento tocava Habits (stay high) - Tove Lo, e dançando loucamente como se fosse a última canção. Nesse momento, chega Daniela cumprimentando Heitor com um beijo no rosto e acenava para Fátima.

— Essa é sua prima que você pediu pra adicionar na lista? Prazer, sou Daniela.

— Acho que você confundiu. — Falava Heitor tentando disfarçar.

— Prazer é meu! — Dizia Fátima que já estava tão louca que queria demonstrar não ligar para esses tipos de tratamentos. Os dois ainda conversam um pouco e em seguida ela dava um beijão em sua bochecha e se retira em direção a uns amigos.

— Nossa, eu pensei que ela ia me beijar de verdade. — Comentava Heitor

— Por que?

— Ela sempre foi a fim de mim.

— Hum. — Falava Fátima enquanto continuava a dançar. Ela já não se aguentava mais então puxava ele para um longo beijo entre a música. Era inacreditável como a santinha da Fátima tinha bebido tanto.

— Você usou alguma coisa? — Sussurrava Cristina preocupada com a reação da amiga. Ela muito risonha respondia que não com a cabeça. Entre as músicas depois de um certo tempo chega Daniela mais uma vez levando ele com uns amigos até o fumódromo. — Eu já volto. — Dizia ele para Fátima enquanto todos subiam.

— Quem é ela, amiga? — Perguntava Cristina

— Não é ninguém. Vamos, mais uma garrafa? — E assim, elas bebiam garrafa de ice, mas Fátima não se contentava e estava convencida que eles poderiam ter algo, ao som de Desire - Meg Myres (Remix Hucci) ela secretamente foi lá em cima. — Vou ao banheiro, e já volto. — Dizia ela aos amigos Cris e Theo. Ela abria a porta só uma brecha e tentava ver se via algo estranho, mas só detectava eles fumando e conversando. — Eu to parecendo uma paranoica. — Pensava ela com um tom meio triste e voltava para a festa. Ao descer ela pegava a garrafa da mão de Cristina e virava toda.

— Ei, vai com calma, você já bebeu demais. — Alertava Cristina

— Eu to bem amiga, sempre tive autocontrole, lembra? — E assim a festa continuava no seu auge, e quando ele descia ficava novamente ao lado de Fátima que sua vez não dava tanta bola preferindo dançar com Theodoro e Cristina. Sendo a vez de Daniela fazer seu trabalho na festa ela assumindo a bancada, bem próximo do grupinho. Fátima percebendo isso ficava por dançar mais com Heitor, e o beijando na frente dela também, e Heitor retribuía os carinhos e os beijos mas não parecia tão animado.

— O que houve? — Perguntava Fátima ao perceber

— Meus amigos não trouxeram, e eu já to ficando com sono.

— Poxa. Vamos fumar então. — Falava ela querendo animar mesmo sabendo que um simples cigarro não chegava nem perto do que ele realmente queria naquela noite. Então eles ficavam lá em cima fumando enquanto Fátima se sentia muito enjoada.

— O que você tem?

— Acho que bebi demais. — Falava ela ao correr para o lixo e vomitar um pouco diminuindo seu incomodo.

— Tá melhor? — Perguntava Heitor.

— Sim, estou. — Dizia ela ao pegar novamente a garrafa e rapidamente sendo interrompida por ele.

— Chega, não vai mais beber. — Dizia Heitor ao pegar a garrafa colocando-a longe. Isso fazia com que Fátima ficasse calada e pensativa sentindo uma certa culpa por estar agindo daquela forma e se encontrar daquele jeito, definitivamente ela não era assim. Ela imaginava que os papeis estavam invertidos e que era para mesma agir com uma forma de cuidado. Ao subir as presas Cristina chegava e dizia que já iria embora com o Theodoro.

— Vai com eles amor, eu vou com uns amigos. — Dizia Heitor se despedindo da namorada.

— Tudo bem, cuidado ai, se cuida! — Dizia Fátima ao dar um selinho de despedida e ir com seus amigos para a casa.

Daniela ao ver eles saindo sem Heitor, vai atrás do garoto e ao vê-lo dizia:

— Eai Heitor, que tal se a gente fugir daqui?

— Eu adoraria. Principalmente se você tiver uma coisa bem forte.

— A gente sempre arruma um jeito, como nos velhos tempos, lembra? — E assim os dois vão juntos para a mansão de Daniela.


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