Kyoshi - A lenda escrita por Kitsune Amaterasu


Capítulo 9
LIVRO 1- Terremoto- Capitulo3- Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Oláá, a história está finalmente ficando interessante né? adoro sugestões e adoro comentar também >.<' Então comentem certo?
Como sempre gosto de deixar uma ost para leitura e recomendo esta :https://www.youtube.com/watch?v=YLbrci545YU (é muito boa p meditar também e na proximo capitulo também recomendo a mesma a partir dos 9;11)

Boa leitura, leitor-san! =^.^=



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_Que tipo de coisas interessantes Kyoshi? – Korra percebeu um sutil quase imperceptível sorriso em Kyoshi.

_Estado Avatar!

_Ah! Então foi assim que você se deu conta que realmente era o avatar! E o que houve para entrar em estado avatar?

_Não foi nenhum inimigo extraordinário, digamos que foram mais as circunstancias, bom, vamos a minha narrativa...

FLASHBACK ON

Enquanto voltava para casa, Kyou pensava no que fazer caso seu amigo e professor viajasse para nunca mais voltar, mas a hipótese disso acontecer era mesmo pequena.

“Quem em sã consciência abandonaria um dos postos mais elevados da nobreza para arriscar em outra cidade?” pensava a jovem de longos cabelos castanhos que caminhava tranquilamente pelas ruas de Chin.

O que realmente preocupava ela era outra coisa, a possibilidade de ser o Avatar, dona de tamanho poder e responsabilidade. Ela confiava em si mesmo e em sua capacidade, mas nunca havia pensado que o mundo dependeria dela.

Sua mente vagava entre milhares de pensamentos, e ela permanecia tão distraída que enquanto atravessava a rua, quase fora atropelada por uma riquixá (1), na qual iria um homem muito gordo e bem vestido sendo carregado, e outro homem muito franzinho e maltrapido puxando o assento.

_Garota, olhe por onde anda! – O homem gordo usava roupas elegantes do Reino da Terra, no tom verde musgo, cheio de detalhes dourados.

Kyou atravessou rapidamente, antes que o senhor fosse ainda mais grosseiro, não que ela tivesse medo, é que ela iria acabar sendo grossa também,e para o bem estar do senhor era melhor que ela não se estressasse!

Já estava na calçada quando ouviu o mesmo gordo homem gritar “Ande logo eu tenho que chegar à biblioteca ainda hoje”.

Uma idéia acendeu-se em cima de Kyou então! Ela queria informações sobre o avatar, e assim teria! Agradeceu mentalmente ao porco gordo que havia gritado com ela ao atravessar a rua, e decidiu segui- lo discretamente.

O homem franzinho corria carregando a riquixá pelas belas ruas de Chin, e que belíssimas ruas! Toda coberta com paralelepípedos simetricamente colocados, no chão não se avista lixo, as mulheres todas educadas e arrumadas,as crianças limpas e saudáveis e os homens quase sempre fortes e tranqüilos, os comércios sempre estavam cheios.

Mas naquele dia as ruas não estavam tão movimentas, por isso dava para admirar melhor a excelente arborização da área nobre junto à arquitetura, o local era privilegiado de córregos da água cristalina e havia pontes belíssimas pintadas do mais vivido verde para combinar com as diversas espécies de plantas. Parecia uma pintura!

Quando Kyou finalmente chegou à biblioteca viu um grande prédio todo coberto por plantas em sua parede, o sol ainda faltava a se por, podia estimar que eram em torno das 16;30 .

Logo que entrou, deparou se com uma recepcionista uniformizada em um grande balcão aonde arrumava vários papeis, do seu lado havia uma escadaria que deveria levar ao primeiro andar.

Kyou tentou andar despercebida até lá, mas a recepcionista percebeu seus passos e dirigiu a voz até a Kyou que possuía duas vezes o tamanho da atendente.

_Posso ver suas credenciais? –A voz fina estridente da mulher ecoou pela recepção, ambas estavam a sós, o homem gordo devia ter subido antes da mesma. Kyou de costas para mulher respirou fundo e antes que a mulher dissesse novamente ela virou se com uma postura invejável e disse:

_Credenciais? Por qual motivo? – Sua voz era tão séria quanto sua expressão. “Calma, eu só tenho que interpretar bem” pensava Kyou.

_Sim... Credencias, para eu confirmar a identidade da senhorita, caso não saiba apenas os nobres podem ter acesso a este conteúdo.- A voz da mulher soava cada vez mais estridente ela já deveria estar na casa dos 50 anos, usava enormes óculos e o cabelo preso.

_Oh, então a senhora não me conhece? Eu sou Yukina Fong Chuang, a décima segunda filha do General Wu Fong Chuang, por acaso esqueci a minha credencial em um dos quartos de minha mansão. E estou aqui para buscar um livro para um trabalho escolar sobre o Avatar. – Kyou exalava prepotência, afinal ela estava vestida da forma mais fina e usando adereços razoáveis, para ser nobre só lhe faltava à arrogância e o dinheiro mesmo.

_General Wu Fong Chuang? Não me lembro de nenhum general com este nome. - A mulher já não tinha um ar tão repreendedor, pois havia possibilidade de estar à frente de uma familiar de um militar.

_É mesmo? Pois vai se lembrar muito bem deste general quando o mesmo aparecer amanha neste estabelecimento e averiguar que uma simples recepcionista impediu sua filha favorita de estudar. –Kyou tinha um ar de nobreza incrível a sua volta. Conseguiria enganar até mesmo um rei!-

Não demorou dois segundos para a recepcionista se curvar e pedir desculpas, dando lhe as coordenadas de onde ficara o livro desejado:

_A esquerda da janela tem uma fileira especial apenas sobre os Avatares ao redor do mundo. Sinto muitíssimo pelo transtorno senhorita Fong Chuang. – A voz da recepcionista estava terna e até mesmo um pouco tremula.

Kyou se virou pegando as coordenadas, sem ao menos agradecer e fazendo uma expressão de desaprovação. Quando já estava subindo as escadarias à mulher chamou lhe a atenção novamente:

_Senhorita Yukina!

O coração de Kyou disparou, “fui descoberta! Droga! Aonde errei?” perguntava a si mesma. Quando se virou novamente para a mulher no primeiro degrau a mesma disparou a dizer:

_A senhorita poderia, por favor, não relatar este pequeno incidente ao seu excelentíssimo pai? – a mulher pediu com a voz quase tremula.

_Que fique como prova da benevolência minha e de minha honrada família, lembre- se para sempre deste nome. Nunca mais ouse dizer que não se lembra... - Kyou virou se de costas novamente para mulher e ouviu um suspiro aliviado, decidiu descontar o susto que passou com mais um pouco do abuso de poder que não tinha- Alias nunca se refira a minha honradíssima pessoa como senhorita, não temos tal intimidade.

_Sim Senhora! – A mulher gritou, enquanto isso Kyou subia a escada com uma postura irritada, mas por dentro ria tanto como uma criança.

oOo

Já no segundo andar ela procurou um funcionário do local entregou as coordenadas e disse ao rapaz que procurava um livro sobre historia do Avatar.

_A senhora não prefere procurar o livro por si mesma?

_Não!Já tive muito estresse no andar de baixo, faça logo, traga livros até mim e leia-os. – “Não posso deixar que ninguém perceba que não sei ler”, pensava a Avatar.

O pobre funcionário procurava os livros como rapidez, afinal rezava pelo seu emprego e pela sua cabeça. Chegou e sugeriu 3 livros para a moça, ele particularmente estava admirando a postura da mesma, Kyoshi tinha olhos levemente puxados, um rosto bem quadrado, e sobrancelhas arqueadas,e muito alta, assim que ela percebeu o rapaz encarando-a logo se preocupou. “Será que estou dando a perceber demais?”

_O que está observando? – Perguntou de forma grossa.

_Nada... Nada senhora. - O funcionário tremeu com a bronca.

_Estou cansada, levarei os três! Amanha os devolverei. – ela pegou os livros do funcionário, e desceu as escadarias. Lá em baixo se deparou com a mesma recepcionista:

_Estou levando estes aqui, amanha eu e meu amigo vamos vir até aqui para devolve- los.

_Sim Senhora Yukina Fong Chuang. Qualquer amigo seu é mais que bem vindo! Alias à senhora aproveitou nosso acervo?

_Sim, até que dá para as pesquisas mais básicas- Kyou não fazia idéia de como diabos seria aquele acervo, afinal, não sabia o nome de uma letra sequer. -

Ela seguiu até a loja de seus pais, que estavam fechando, escondeu os 3 livros no seu primeiro kimono.

_Pai! Mãe! Voltei!

_Olá filha, se divertiu com suas amigas? – O pai de Kyoshi era um homem de meia idade, usava uma trança baixa e um chapéu para tampar a calvície. Ele era baixo, não devia ter mais de 1,68, Kyou havia claramente puxado para mãe.

_Sim pai, hoje tocamos varias musicas e aprendemos varias poesias!- Kyou continuava séria mesmo falando com seus pais.

_Entendo filha, bom se enturmar com pessoas! – O seu pai dizia já se preparando para fechar a loja, enquanto isso ao fundo sua mãe arrumava a carroça para partirem em direção a área mais pobre.

No caminho para a parte mais pobre o céu escurecia cada vez mais, trovões e relâmpagos vieram antes da chuva que caia cada vez mais forte e gelada. Quando Kyou chegou em sua casa algumas goteiras estavam pingando no chão da cozinha, o que não era tão ruim, pois se fosse no quarto, poderia molhar os fótons (2) e dar ainda mais trabalho.

A chuva noturna só aumentava com o passar das horas, as casas quase todas de madeira iriam ficando cada vez mais frágeis, a quantidade de lama era casa vez maior, e o vento soprava com tanta violência que quase era possível nadar em um pequeno barco a velas nas estreitas ruas do bairro pobre.

Em noites chuvosas era comum todos dormirem cedo, não havia crianças na rua brincando até tarde, nem moradores tocando suas flautas, erhu(3) ou guzheng (4) na porta de suas casas, as senhoras que adoravam falar sobre a vida alheia também ficavam cada uma em sua casa, dando um descanço para as suas línguas afiadas. Todos queriam dormir ao som da chuva depois da janta.

Além do alagamento iminente, o barro, a água suja, raios e relâmpagos, também havia mais um perigo... Deslizamentos! O bairro pobre era cercado de pequenos morros e colinas, algumas casas até mesmo eram construídas um pouco acima dos morros. Se chovesse muito era possível desmoronar tudo e as pessoas serem soterradas, e o pior é que não havia nenhum dobrador de terra habilidoso a kilometros. Todas as pessoas pobres que nasciam com o dom da dobra se juntavam a Força Terremoto de Chin, sobrando apenas os idosos que já não agüentavam mais os movimentos da dobra de terra.

Kyou foi dormir mesmo com o risco, pois sabia que apenas um dobrador não era o suficiente para conter as forças da natureza, aliás pensou ser uma chuva passageira e não se preocupou, o cansaço logo a fez adormecer em seu quarto. Apenas uma vela iluminava o cômodo apertado, na qual havia apenas um fóton no chão com alguns cestos e baús.

A nossa Avatar teria continuado a dormir tranquilamente, se não fosse um estrondoso trovão, que deveria ter assustado o bairro todo, ela tentou dormir de novo mas foi em vão. Ela ouviu um som estranho como miados fora de sua janela e quando abriu viu um filhote de gato-dente-de-sabre, ela o tirou do barro e a única coisa que pensou foi:

“Que bicho feio, filhotes não deveriam ser bonitinhos? Que seja... esta noite ele fica”

Colocou o filhote feio e desastrado dentro de um cesto com alguns panos e quando iria tornar a fechar sua janela, pode ver que uma enorme onda de barro vinha da mais alta colina, e inundaria o bairro todo.

Mais que rapidamente ela pulou a janela e correu ainda em roupas de dormir até a enorme onda, ela sabia que apenas um dobrador não deteria um quase tsunami, mas deveria tentar, não só pelas pessoas que ali moravam, mas por ela mesma!

Ela foi em direção a onda que caia com violência e usando a dobra de terra criou um espécie de prancha na qual usava para se aproximar e ergueu uma espécie de muralha para deter a água, mesmo assim, aquela terra barrosa não era o suficiente.

Kyoshi fazia tremenda força para barragem não ser transpassada por aquela água que levaria a tudo e a todos. Mesmo sendo forte ela não agüentava mais, a água era pesada demais e naquele barranco as leis da física não contribuíam para a posição de nossa heroína, ela acabava escorregando cada vez mais. A água então começou a vazar e ela ficando cada vez mais encharcada, começou a engasgar, se não parasse aquela onda, provavelmente morreria afogada.

Depois de tanto engolir aquela água suja não tinha mais forças e pensou consigo mesma:

“Sabia que apenas um não era suficiente”

Uma voz feminina respondeu em sua mente:

“E se formos mais de mil? Você nunca esteve sozinha, por que você é o Avatar”

A dona da voz era uma nômade do ar de olhos prateados, e atrás dela apareceu uma fila de pessoas até não se ver mais o final e todos com olhos brilhantes. E essa era a ultima coisa da qual Kyoshi se lembra de ter visto... Antes de seus olhos brilharem também.


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Notas finais do capítulo

(1) Riquixá é um tipo de transporte da China antigo, aquelas carroças puxadas por homem : http://static8.depositphotos.com/1546680/1034/i/450/depositphotos_10342897-Rickshaw-Japanese-transport.jpg

(2) Fóton ou Futon (o Word não quis aceitar está grafia) é uma especie de cama oriental não achei a imagem, mas quem assiste animes como Inuyasha ou Samurai X ctza que já viu

(3) Erhu é um instrumento asiatico, também conhecido como violino chinês:
http://condor.wesleyan.edu/openmedia/vim/large/erhu_001.JPG

(4)Guzheng é um instrumento asiatico de cordas, quase como um piano:
https://www.youtube.com/watch?v=YO6sFdoklVU



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