Melhores escolhas escrita por Glória San


Capítulo 1
As ações presentes mexem com o futuro


Notas iniciais do capítulo

Oi, há quanto tempo eu não venho nesse fandom... Fanfic pronta há cinquenta anos, não literalmente, mas, beleza. Meu OTP é sagrado, desculpe. Bem, espero que gostem, não é meu melhor trabalho, mas eu gostei do resultado. Ou acho que gostei. É isso...Até os reviews.



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Capítulo único - As ações presentes mexem com o futuro

Midorima não tinha a menor intenção de parecer ansioso para o seu primeiro encontro. Ele jurava estar falando sério, mas era complicado. Por alguma razão, seu guarda-roupas combinou e recombinou sozinho as peças que ele usava no momento, e dava a errônea impressão de que o próprio Midorima o fez. Não tinha nada a ver com a vontade de ficar com uma aparência melhor que a de costume para alguém. Principalmente se esse alguém é Takao. Obviamente.

O espelho não era de todo sincero, ainda que ele mostrasse o de sempre. Ou quase. Eram os mesmos olhos verdes de cílios compridos e a mesma carranca mal humorada, que era quase perpétua. Os mesmos óculos e os mesmos 195 centímetros de puro tsunderismo. Ele seria o mesmo, se não fosse alguns pequenos detalhes que o espelho não mostrava. Ele não deixava claro o olhar que antes era tão cheio de si e que agora parecia tão tímido; nem mesmo a forma meio irregular com que seu peito se movia ao pensar no que a noite guardava. O espelho era ignorante quanto a isso.

"A vida é bela, aproveite a noite. ". A frase era incrivelmente tola quando vinda de Takao, não?

...

Takao estava aliviado, digamos. Ele não era o único que colocou algo legal para um primeiro encontro. Ele sabia, de qualquer forma, que Midorima preferia disenteria à confessar que também estava nervoso e que também tinha borboletas no estômago, como o ala da Shutoku. Não faz muito tempo que resolveram tentar... Isso porque mesmo que não admitissem, a química e a atração eram presentes desde... sempre. Rindo-se, olhou para o ainda apenas amigo.

– Você fica incrível nessas calças, Shin-chan. Seu traseiro ganha uma forma divina nela. – Um rosa suave pintou lentamente as bochechas de Shintarou, que olhou-o feio.

– Cale a boca, idiota! Eu não sou como os caras que você faz estas estúpidas brincadeiras! – exaltou-se, se arrependendo em seguida. Pareceu sem querer uma pessoa de treze anos, cheia de ciúmes do seu primeiro namorado. Porém, desta frase apenas duas sentenças eram falsas: 1 - Midorima não tinha treze anos. 2 - Takao era seu "primeiro..." muitas coisas, mas não namorado. Não ainda.Kazunari expressou sua costumeira face contente e maliciosa.

– Não seja assim, Shin-chan! – suspirando, continuou. – Entenda, eu só faço isso porque é com você. Eu não ligo para os outros. – Takao não entendeu naquele dia, mas isso trouxe uma enorme satisfação a Midorima. Ele entendia que também era o "primeiro..." muitas coisas de Takao.

...

O encontro foi bom na medida do possível, quase ultrapassando. Foi incrível, na verdade. Mas Midorima preferia disenteria à confessar que seu primeiro encontro, que aconteceu com a pessoa mais irritante da face da Terra (Midorima conhece Kise; se alguém ultrapassa Kise no quesito "irritante", com certeza esse alguém merecia um aprofundado estudo científico), foi um sucesso. Eles saíram do restaurante há algum tempo; Shintarou pensou se não ficaria muito estranho acompanhar Kazunari rumo a casa dele, porém, lembrou-se que sua própria casa ficava para bem depois da dele, mas naquela mesma direção.

Então não havia mal em acompanhá-lo inocentemente.Eles estavam chegando, e o rapaz de cabelos verdes permitiu uma leve decepção assolá-lo por um momento. De forma alguma ele queria que aquela noite acabasse. Pelo menos não ainda;

– Então, Shin-chan. – Takao quebrou o silêncio sociável, chamando-o por aquele estúpido apelido que Midorima, mesmo tentando incansavelmente, não conseguiu extinguir de seu vocabulário. – Eu vou ficar por aqui. – Ele apontou para a própria casa com um aceno de cabeça. Midorima concordou, mas demorou a se mover. Parecia que ele esperava alguma coisa (o que era verdade).

– Certo. – Ele não se moveu...

– Certo. –... mas Takao o fez. Ele estava próximo, próximo demais. Tão próximo que Takao poderia contar aqueles longos, grossos, cílios escuros de sua companhia. Reprimiu-se antes de fazer alguma gracinha. Delicadamente, como se Midorima fosse uma espécie rara ou um animal assustado que fugiria no primeiro movimento brusco (e a analogia era verídica), Kazunari segurou o rosto de estrutura óssea perfeita entre suas palmas. Em um impulso, Shintarou cobriu as mãos do outro com as suas.

– Você está tremendo. – Takao observou suavemente. – Por que está tremendo? – perguntou curiosamente.

– Está frio aqui. – contou a mais deslavada mentira. Takao deu um risinho.

– Eu vou te aquecer, então.

Takao se aproximou; o negócio teria sido perfeito se Midorima não tivesse se aproximado também. Os narizes se chocaram de forma desajeitada antes do ato final, e no beijo havia mais sentimentos que destreza. Takao achou a coisa mais interessante do mundo o fato de Midorima não ser perfeito em tudo. Mas, ah, ele seria. Takao se encarregaria de lhe ensinar os detalhes. Quando se separaram, estavam ambos com bochechas coradas e respirações ofegantes.

Kazunari riu com leveza e naturalidade, fazendo Midorima se perguntar se ele era de verdade. Não se deve estar tão relaxado depois de beijar seu melhor amigo, provavelmente. Certo?

– Minha nossa, você é um péssimo beijador, Shin-chan! – declarou de brincadeira. Takao esperou. Esperou seu amigo xingar, gritar, esperou até aqueles tapas leves na parte de trás de sua cabeça que viam de vez em quando. Não esperou, entretanto, o que veio a seguir:

– Não deveria ser tão surpreendente sendo que você foi o primeiro ser humano que já beijei. – resmungou, ainda vermelho.

– É realmente um grande tsundere...

– Hei!

– Eu fico feliz por isso. Muito feliz, Shin-chan. Eu espero que não se importe, mas... – Excluiu a pouca distância entre as bocas. Midorima murmurou alguma coisa entre o beijo, mas ela se perdeu. Ele até esqueceu o que iria falar, pra ser sincero.

...

O smoking cai perfeitamente em você, Takao diria se o visse agora. Não que Shintarou se importasse realmente com o que aquele cabeça-oca diria. Mesmo que se importasse; eles logo jurariam compartilhar uma vida para todo o sempre, afinal.

Apertando o nó da gravata branca, da mesma cor das roupas, não pode deixar de pensar em seu primeiro de muitos beijos, há muito tempo, no tempo de colégio. Certamente foi o pontapé inicial para tanta coisa... Ele estava a uma hora do altar, aonde se casaria com o amor de sua vida. Quem diria, certo? A pessoa que Midorima iria se unir em matrimônio era ninguém menos que a pessoa mais irritante do mundo (Takao jamais, em hipótese alguma, perderia o posto).

...

Eles não poderiam casar no Japão, obviamente. Lá não era como os países mais abertos à relações homoafetivas, e certamente não era possível unir-se oficialmente a Takao. De qualquer forma, lá estavam eles, de faces radiantes, olhando-se. Muitos espectadores os observavam – o semblante choroso de Kise, a face neutra de Akashi e os olhos que faiscavam um para o outro de Aomine e Kagami (eles eram apaziguados apenas por Kuroko e Momoi, respectivamente), além da expressão naturalmente entediada de Murasakibara. –, mas nenhum era importante, realmente.

A pessoa que interessava agora era seu futuro, e com futuro dizemos minutos, esposo (Shintarou só esperava que seu olhar não transparecesse tão obviamente o sentimento). O juiz de paz disse muitas coisas; Shintarou concordara com todas. Kazunari também. Foi dado ao beijo o alvará. Kazunari aproximou-se e teria sido tudo perfeito se Shintarou não tivesse de forma muito afobada se aproximado também. Os narizes se chocaram, antes de trocarem um beijo quase casto: Shintarou por timidez e Takao por consideração. Seu Shin-chan não era suscetível à demonstrações públicas de afeto.

Isso não durou muito tempo. A mão do homem menor logo estava entrelaçada nos sedosos cabelos verdes, puxando seu agora marido mais para perto. O beijo só poderia ser descrito como cinematográfico. E eles poderiam ter explodido de felicidade. Os aplausos, assobios, tudo era tão irrelevante a ponto de ser ignorado. Quando terminou, Takao riu suavemente, encostando a testa na sua, e Midorima sentiu uma sensação de déjà vu.

– Você continua um mau beijador. – sussurrou. Midorima se permitiu um sorriso.

– Eu não tenho exatamente culpa; você foi o único que eu já beijei.

– Eu espero continuar assim para sempre.

– "Para sempre" é muito tempo.

– Não estrague a magia, amor. – Arqueou uma sobrancelha depois da fala. Shintarou se afastou de Kazunari, ainda lhe segurando as mãos.

– Certo... Idiota. – E Takao amava a forma como "idiota", na boca de Shin-chan, soava como "querido" ou "baby" na boca dos outros casais. Porque até isso nele era singular e único. Porque eles eram um do outro e nada poderia a isso mudar.


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