Claro a volta prometia ser muito mais agitada do que a ida, o interessante é que só eu e a vovó não dormimos, pois é, lá estava a Ca aconchegada na Vitoria com a Manu que parecia chorar no vidro do banco de trás e eu na frete conversando qualquer merda com minha avó (claro que eu não falei qualquer merda na frete dela).

O inesperado era que a viagem que deveria durar no máximo 5 horas que na ida demorou 6h 39min e 22s na volta demorou incríveis 7h 08min e 43s, sem paradas para porra nenhuma, nem fazer xixi a gente quis, ou seja, demoramos 31min e 21s a mais do que a ida que tinha muito mais coisas para acontecer. Se alguém tiver uma hipótese remotamente logica me avise porque isso vai se a 4º coisa que vai explodir minha cabeça nessas férias.

Quando finalmente chegamos as regras para sair do carro estipuladas pela Vitoria são, chute a Emanuelle para fora do carro, se ela gritar de indignação de outro chute, olhe de forma fulminante se alguém fizer o mínimo barulho e sobre hipótese alguma tente, propositalmente ou acidentalmente, acorda o amor da vida dela vulgo minha irmã de 8 anos de idade vulgo Caroline vulgo Ca. Pois assim Manu se sente tão bem-vinda que corre para casa do namorado e avó a Ca vulgo minha avó querer guarda o carro, mesmo sem ter intenção legitima de fazer isso.

Quando eu consigo finalmente entrar em casa, Vitoria está atrás de mim carregando a Ca, claro ela sobe direto para o quarto da minha irmã, espero que não faça nada pervertido. Mas eu como sou uma comilona compulsiva, vou até a cozinha, lá não creio nos meus olhos. Parado em frete da geladeira, está o Senhor Tomas Anderson, que está quase um gestação fora de casa e se avisou que ia voltar eu não sabia ou esqueci (e a pior parte é que isso vive acontecendo).

– PAI – claro que eu gritei, eu poderia ter engravidado e ele já podia conhecer o neto nascido (é ruim da minha parte agora querer da o golpe do baú?) – o que andou fazendo?

“O que andou fazendo?” é um código muito ruim mesmo de “por qual motivo pelo amor da mãe de Cristo você não ligou para casa dessa vez também? Estávamos todas preocupadas” e claro como se trata o meu pai (e da minha vida).

– Você sabe o de sempre – o de sempre vulgo (poxa tá falando muito isso) estive procurando animais super perigosos para fotografar o momento da concepção, é tão emocionante que quando eu voltar vou mostrar para todas as minhas filhas mais velhas. Por algum acaso dá para perceber minha frustação pelo meu pai? Não? Que mentira incrivelmente falsa valeu por tentar.

Claro que para me salvar das fotos a minha grande amiga Vitoria aparece, a nova Vitoria com aquele cabelo doido dela e as roupas cheias de atitude e o batom roxo deixaram meu pai um pouco ansioso por essa minha nova amiga, mas para complicar mais a vida dele.

– Então a Ca ainda está dormindo? – a cara que meu pai fez ao perceber que eu deixei a minha adorável irmã nas mãos de uma punk quase fez todo esse tempo de ausência valer a pena, mas tem mais – oh pai essa é a Vitoria, Vitoria esse é meu pai – como a Vitoria nunca perdeu uma.

– É um prazer conhece-lo senhor Anderson, espero que não o tenha assustado com meu visual meio exagerado – e agora a Vitoria entra para eleição da minha melhor amiga – mas no fundo sou apenas uma garota delicada, tanto que gosto de garotas.

Tá bem meu pai não é homofobico, ele só não sabe o que fazer quando o assunto é homossexualidade, por isso acho que nessa casa vamos esperar uns três séculos para contar ao meu pai que a Ca tem tendências homossexuais, vai ser melhor assim, pode acreditar nisso.

Demorou um pouco (na verdade não, papai ficou conversando com a Vitoria e eu sai 4s depois) mas eu pude sair correndo para casa do meu namorado perfeito, acredite quando eu digo, uma tarde com meu namorado, não se compara com nada, estamos lá nós dois, sozinhos na casa dele se ninguém para chatear e sabe o que ele faz. Nada, eu amo tanto ele, me respeita me ama e não pergunta dos meus sonhos, e cai entre nós meus sonhos podem ter fiado um pouco mais confusos ao longo da nossa relação.

A ultima coisa com que sonhei foi que eu segurava o buque no casamento da Lisa e logo depois eu casava com o Índigo, mas só depois dos votos na parte de beijar a noiva percebo que estou com um lingerie que eu sinceramente nunca usaria.

E falando no casamento da Lisa, ela nos chateou bem no meio de m beijo incrível. Para quer provar os vestidos, por que tinha que ser hoje, não podia ser na véspera do casamento, porque todo mundo sabe que meu busto e meus quadris com certeza vão crescer bastante até o dia

4 horas, 4 horas provando vestidos e eu sou uma dama de honra, não tenho que fazer porcaria nenhuma, as vezes me pergunto porque nasci uma garota se eu não entendo quase nada de conversa de garota, ainda bem que a Lisa me deixou ir com o recém- resgatado Bob, que ela gostou tanto enrolado na cintura do vestido que escolheram para mim que me obrigou a usa-lo no casamento dizendo que eu sem Bob não sou eu (eu já falei que a Lisa é muito porra loka, ainda não entendo ela se casando (com um cara ainda por cima, sempre achei que ela ia me beijar de surpresa antes de fazer algo assim).

Claro que não deu para passar mas tempo com meu adorado Zephir, então voltei direto para casa e o que eu encontro, na sala, papai, Vitoria, e Ca em seu colo, conversando, de boa assunto bobo para valer, quem discute como se chama a blueberry na Guatemala? Isso só para quem não percebeu é papo do meu pai.

Me dei conta de uma coisa bem doida, conheço os pais do Zephir, mas ele não conhece o meu, pois é,…

… quanto ais tarde isso acontecer melhor