Apesar de Karina ter sido pega de surpresa ela retribuiu o beijo. Logo minha língua procurava pela sua, logo eu explorava sua boca, logo senti suas mãos apertando minha cintura enquanto as minhas estavam em seu rosto, logo começamos a batalha de línguas que sempre gostamos de fazer, logo nossas salivas se mesclavam, nossas respirações se misturavam e nosso coração batia no mesmo ritmo, logo éramos Karina e Pedro, Pedro e Karina aquele casal estranhamente apaixonado que revivia tudo novamente.

Separei nossas bocas com um sorriso imenso nos lábios e olhei em seus olhos.

– Você não vai mudar de ideia, não é?

– Mais nem se me torturassem – Me deu alguns selinhos.

– E seu relacionamento com o Bernardo? – Não consegui conter uma careta.

– Acho que nunca tivemos um relacionamento de verdade, eu nunca amei o Bernardo dessa forma e ele percebeu que eu nunca deixei de amar você – Sorri. Ela ficou séria e entortou a boca – Eu preciso que você saiba de uma coisa. Naquela festa, que você me viu subindo as escadas com ele…

– Prefiro não saber – A interrompi em um tom sério.

– Hey, deixa eu falar – Segurou em meu rosto e olhou com firmeza em meus olhos – Eu realmente ia transar com ele, achei que você merecia que eu fizesse aquilo, mas então quando estávamos no quarto eu vi você no jardim e vi que você chorava e aquilo destroçou meu coração e eu me senti uma idiota porque pensava que você merecia todo aquele sofrimento, mas eu não consegui fazer nada com Bernardo, inventei uma desculpa qualquer e desci rapidamente e depois disso todas as vezes que ele tentava avançar o sinal eu inventava uma desculpa. Você foi único, você sempre será o único – Olhei desacreditado para ela, mas logo lhe dei uma enxurrada de beijos.

– Eu amo você, amo você.

– Oba! Vocês voltaram a dar beijinho – Olhei sobre o ombro de Karina e vi TomTom parada na entrada da cozinha. Eu e Ka rimos e a mesma virou-se fazendo com que eu a abraçasse por trás.

– TomTom meu amor, o Pe andou dando beijinhos em alguma garota por ai?

– Não, eu pensei que ele ia dá beijo na Solzinha, mas quando perguntei eles começaram a rir – Deu de ombros.

– Que isso? Investigando minha vida agora? – Indaguei e Karina riu.

– Apenas checando.

– Sabe o que eu vou checar mais tarde? – Sussurrei em seu ouvido – Se você continua fazendo aquelas coisas maravilhosas na cama – Vi os pelos da nuca de Karina se arrepiarem e sorri satisfeito com aquilo.

~*~

Coloquei TomTom com cuidado sobre sua cama e a cobri, depositei um beijo suave em sua testa e sai do quarto encostando a porta. Karina me esperava no corredor, ela abriu a boca para falar alguma coisa, mas eu a empurrei contra a parede e a beijei. Minha língua partiu em busca da sua e deslizou por ela suavemente em um beijo sensual. Segurei uma de suas pernas e Karina entendendo o recado as cruzou em minha cintura. Prensei meu corpo contra o dela apertando-a entre eu e a parede e aprofundei mais o beijo, Karina soltou um suspiro e eu ainda custava a acreditar que ela estava ali, novamente em meus braços e seria minha de todas as formas possíveis.

~*~

Karina estava deitada sobre meu peito, nossos corpos nus ainda estavam com vestígio de suor. Eu acariciava sua nuca e seu braço que estava sobre minha cintura. O silêncio reinava ali, estávamos presos em nosso próprio mundinho onde só se fala de nós, onde só existe nós. Meu corpo ainda estava sobre o efeito de nosso ato maravilhoso e cheio de amor, eu nunca havia sentido que Ka era tão minha.

– Pê?

– Hum?

– Eu sei de tudo o que aconteceu com você.

– Como assim?

– Quando eu fiquei com a TomTom aquele dia, eu resolvi perguntar o que estava acontecendo porque eu vi que era você que estava cuidando dela e nunca mais havia visto os seus pais, então ela me contou.

– Contou o que exatamente?

– Disse que o pai de vocês havia ido embora porque não amava mais vocês, e que a Delmahavia ficado muito triste e foi viajar para sarar o dodói – Suspirei – Foi isso mesmo o que aconteceu?

– Sim, meu pai foi embora apenas deixando um bilhete para trás, minha mãe ficou arrasada, estava com começo de depressão, não comia, não saia, praticamente não vivia, então minha tia lhe convenceu que uma viajem faria bem a ela.

– Quando ela volta? E você tem noticias do seu pai?

– Ainda não sei, ela não me disse. E não, não tenho noticia dele e nem quero ter.

– Me desculpa por não ter estado do seu lado nesse momento tão turbulento.

– Está tudo bem, você está aqui agora – Voltamos a ficar em silêncio.

– Pê?

– Oi?

– Você se envolveu com alguém enquanto estávamos separados?

– Não.

– Nem com a Sol? Vocês estavam tão grudados – Ri.

– Eu olho para a Soll como olho para a TomTom – Karina levantou a cabeça e me olhou.

– E como é que você olha para mim?

– Eu olho pra você como a mulher da minha vida, meu amor – Acariciei seu rosto.

– Eu amo tanto você – E então ela me beijou e começamos mais uma vez a nos amar da forma que sempre deveria ter sido.