Por trás do seu sorriso escrita por Tatá Mellark


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui! Nem demorei tanto né?! kkkkk
Gente, eu acabei de postar minha nova fic: " TRUST ME"!!!! VÃO LÁ LERRR!!! https://fanfiction.com.br/historia/703838/Trust_Me/
Não tenho muita coisa a dizer. Minhas aulas voltaram, mas vou me esforçar para continuar com todas as fics, na medida do possível!
Boa leitura!



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A quinta-feira passou como um borrão diante dos meus olhos. As aulas pela manhã foram chatas e intermináveis, e logo após um almoço que deixou a desejar no refeitório da faculdade Thomas e eu começamos nossa batalha na biblioteca.

A segunda parte da matéria que Thomas tinha a missão de me ensinar era totalmente dependente da primeira, elas se complementaram, e pelo que ele me disse isso acontece muito dento da engenharia. Sei que ele estava sendo muito paciente comigo, mas o meu nervosismo tornava tudo ainda mais difícil.

Foram horas sentados naquela biblioteca fria, sequer aceitei a pausa para um lanche que Thomas propôs e sei que fazer o garoto passar fome era maldade, mas ele não chegou a reclamar. Terminamos quando a noite já havia caído e tenho que admitir que não saberia nem metade do que sei agora se não fosse por Thomas.

Quando enfim me dei por vencida e aceitei os insistentes pedidos de Thomas para que fossemos jantar era perto de 20h. Enquanto jantávamos um apetitoso combo do Burger King percebi que deveria me desculpar pelo tratamento desumano que tive ao não pararmos para comer antes e agradecer a ele por tudo o que ele havia me ensinado. Thomas, é claro, me respondeu com um de seus sorrisos de matar e me lembrou que ele teria sua recompensa quando saíssemos sábado, isso fez que uma pedra de gelo se instalasse na boca do meu estômago com a expectativa do que poderia acontecer.

Cheguei em casa com Thomas me escoltando com a sua moto, mas ele decidiu não descer, apenas esperar que eu entrasse e fechasse o portão da garagem. Mais tarde ele me mandou uma mensagem com instruções bem claras para que eu descansasse e deixasse que o conhecimento se enraizasse na minha mente, achei interessante a forma dele de pensar. Na mensagem havia também palavras de incentivo e motivação que me inspiraram, não havia como essa prova ser um completo desastre depois de tudo o que eu estudei! Eu espero...

***

Duas horas, esse foi o tempo que o professor Tinoco disponibilizou para a realização da prova e foi exatamente o tempo que levei para fazê-la, refazê-la, corrigir, recalcular e ter absoluta certeza de que não havia errado sequer uma soma, teorema ou gráfico. A prova era composta de quinze questões, cinco de nível fácil, cinco médias e cinco difíceis, mas vale ressaltar que a pontuação de cada questão também variava com o nível.

Parece até que aquele homem tem prazer em tornar as coisas difíceis para os alunos, nunca poderia pensar isso quando o vi pela primeira vez. Sempre com um terno de tweed, os óculos de aro redondo e os cabelos claros parcialmente grisalhos penteados para trás, o Sr. Tinoco demonstrou ser um homem sério e centrado desde o inicio, só não esperava que isso fosse acompanhado com um descaso sobre a saúde psicológica dos alunos!

Nos últimos segundos da prova só restaram mais quatro alunos na sala além de mim, o professor fez uma contagem regressiva desde o começo da avaliação e nos informou que o tempo havia acabado. Contudo, o professor se mostrou severo ao sair pegando as provas de todos os presentes sem sequer se importar se o aluno estava anotando algo ou marcando a ultima resposta. Essa atitude dele causou alguns protestos na sala e alguns xingamentos que eu sei que o professor ouviu e até suspeito que tenha sido esse o motivo de um sorriso superior que ele lançou a todos antes de desejar uma boa tarde para nós e sair da sala.

Recolhi meu material sem muita pressa enquanto repassava as questões da prova na minha cabeça, não tinha como eu estar errada nas questões. Tudo o que Thomas me ensinou caiu na prova e eu estava segura mesmo que nervosa enquanto respondia questão por questão.

Mal coloquei os pés para fora da sala e o vi, Thomas, parado na outra extremidade do corredor com os braços cruzados sobre o peito e um olhar atento em mim. Não tive pressa em me aproximar, mas, como mágica, cada passo que eu dava em direção a ele diminuía a insegurança que eu estava sentindo em relação a prova. Quando enfim cheguei e parei na frente do Thomas eu já me sentia mais otimista e

— Vamos, Sam, não me mate de curiosidade! Como foi a prova? – disse ele impaciente.

— Bem... – começo e vejo como ele me olhava preocupado. – O melhor possível, graças a você – digo por fim erguendo os braços para comemorar.

Thomas me abraça passando seus braços em volta da minha cintura, me levantando e me girando comemorando meu sucesso comigo! Não conseguiria explicar o alivio que eu estava sentindo agora com o fim da prova, uma sensação de dever cumprido e não havia melhor lugar para comemorar do que dentro daquele abraço.

Quer dizer, o que? Não, não foi o que eu quis dizer... Estou feliz pelo o que Thomas fez por mim ao me ensinar, mas não quer dizer que... Droga, não consigo mais reunir todos os motivos de eu não o suportar.. Ele ganhou muitos pontos comigo nos últimos dias.

Quando ele para de me girar e enfim planta meus pés novamente no chão eu ainda estou com um sorriso solto no rosto e um turbilhão dentro da minha cabeça, mas tudo o que vejo diante de mim é ele. Fios daquele cabelo bagunçado caindo por sobre seus olhos escuros, olhos que me sorriam tanto quanto sua boca, a sombra da barba emoldurando seu maxilar e aquela covinha tão única no canto da bochecha. Todo o tempo parou, seu perfume virou meu oxigênio e ocupava todo o meu ar, o aperto do seu abraço nos unia, mas não mais do que o nosso olhar.  

— Meu bom Deus! Eu não posso deixar vocês sozinhos um momento que vocês já vão se agarrando! – escuto a nada discreta voz de Olívia e instantaneamente me afasto de Thomas.

—  Não é nada disso! Eu estava apenas dizendo para o Thomas como a minha prova foi boa e o abracei para o agradecer por ter me ajudado. – explico ao mesmo tempo que dou uma leve fuzilada na minha melhor amiga que insistia em colocar lenha na fogueira.

—  Ainda bem que essa prova foi boa, agora você pode parar de parecer uma louca psicótica e voltar ao seu modo louca padrão! –  rebate Oli ignorando meu olhar e enganchando o braço ao redor do meu pescoço.

— Não se preocupa Oli, ela só vai passar por essa pressão pré-prova mais umas cinco vezes.. Isso só nas mãos do Tinoco! –  diz Thomas fingindo otimismo e dando uma piscadinha para nós duas.

— Nem me fale! Um problema por vez... – lamento.

— Agora eu tenho que ir resolver alguns problemas. – se despede Thomas arrumando a mochila sobre o ombro. –  Nos vemos amanhã, gatinha, não esqueça do nosso passeio!

— Que horas vai ser esse passeio?

— Passo para te pegar antes das 8h, tente não se atrasar, ein.

— Da manhã?! – Olivia reverbera meu pensamento.

— Sim. – responde ele simplesmente. – Mais tarde te mando uma mensagem para dizer o que é melhor você vestir.

— Você não vai me dizer para onde vamos? Isso não é justo! – reclamo.

— Não seja chata, Sam. Aproveite o suspense! – diz ele me dando mais uma de suas piscadelas, acompanhada com seu sorriso de lado, e foi embora me dando um novo problema para surtar.

— Você tem que admitir que ele sabe criar um clima. – Olivia quebra o silêncio que ficou depois da saída de Thomas. – Bem, agora que você já parou de piti por causa dessa prova, você vai me levar para a sua casa, me alimentar e me dizer o que você pretende fazer da vida sobre esse monumento ambulante que está aos seus pés.

— O Thomas não está aos meus pés, pare de exageros. – contesto.

— Você não pode ser tão cega, muito menos tão indiferente. – diz ela enquanto começamos a descer os intermináveis lances de escadas até o estacionamento. – Você disse que gostou do beijo, ainda pretende fingir que não lembra de nada?

— Eu... Não sei. – digo sinceramente. – Não sei mais o que pensar dele. É certo que ele não é mais aquele idiota do primeiro dia, ele se mostrou um bom amigo..

— Um bom beijador.. – me interrompe Oli.

— Isso também, mas não é esse o caso. – continuo mesmo vendo o sorriso da minha amiga quando admito que gostei de o ter beijado. – O que ele quer comigo? Será que eu quero alguma coisa com ele? Daria certo? São muitas perguntas as quais eu não tenho as respostas e isso me deixa perdida. Você sabe como eu sou. Não vou me jogar de cabeça em uma poça rasa, não vou me arriscar assim. Eu mal o conheço, ainda que ele esteja extremamente infiltrado na minha vida.

— Tudo bem amiga, eu te entendo... Mas e esse encontro de amanha? – questiona ela com um olhar malicioso.

— Não é um encontro! – protesto. – E a culpa disso é sua, a ideia foi sua que ele me ajudasse.

— Mas foi uma ótima ideia. – alega.– Se não fosse ele você estaria se lamentando agora pela prova difícil.

— Isso é verdade... Enfim, vou esperar para ver o que me aguarda amanhã.

— Mentira! Você vai passar o dia que nem louca pensando em amanhã! – rebate minha amiga.

Droga, o pior é que ela estava absolutamente certa. Todo esse mistério está me matando!

***

Eu estava a exatamente uma hora na frente do meu guarda-roupa depois que Thomas me mandou uma mensagem com nada mais nada menos do que: "Use uma roupa de banho e algo bonito por cima!". Como ele tem coragem de me falar só isso? Olívia levantou várias hipóteses, nada que já não tivesse pensado, no fim das contas aqui estamos nós na frente do meu guarda-roupa tentando escolher uma roupa para amanhã.

— Onde tá aquele seu biquíni azul? – pergunta Oli deitada na minha cama sob diversos biquínis, saídas de banho, shorts e camisetas.

— O turquesa? – digo voltando a fuçar na gaveta. – Achei!

Tomo a peça de banho como um premio e coloco em frente ao meu corpo indo me olhar no espelho. O biquíni era de um modelo nadador, com uma amarra atrás do pescoço e uns babados delicados ao redor do busto.

— Pega, você vai precisar disso.

Olivia me joga uma saída de banho branca de renda que vai combinar muito bem com o biquíni azul por baixo. Ótimo, uma coisa estava decidida, agora só falta escolher a roupa, bolsa, um óculos de sol, como vou deixar o cabelo, sandália e outros detalhes básicos.

Droga, não queria estar tão nervosa e ansiosa com amanhã, pra não falar no quão curiosa eu estou com todo esse mistério!

***

O despertador berrava ao meu lado, a preguiça me domina, mas consigo me mexer o suficiente para ver que mal passava das 6h30min. Que maldade desse garoto me fazer acordar tão cedo, ainda mais em um sábado! Não que eu tenha conseguido dormir em paz com tanta inquietação dentro de mim.

Minha bolsa estava pronta perto da cama com tudo o que pude supor que precisaria: Protetor solar, toalha, uma outra roupa por precaução, minha saída de banho, uma escova e outras coisinhas. Respiro fundo e me impulsiono para fora da cama, era hora de me arrumar para o meu não encontro com o Thomas.

Quando estou pronta, com o meu biquíni, short jeans e uma regata do mesmo azul da minha roupa de banho, escuto meu celular tocando em cima do criado mudo.

Alô?— digo ao pegando o celular sabendo que se tratava de Thomas antes mesmo de atender.

Bom dia, gatinha!— diz ele animado do outro lado. – Vejo que acordou cedo mesmo, ein? Daqui uns quinze minutos chego por ai, tudo bem?

 Er.. Tudo bem, já estou pronta, vou apenas comer alguma coisa.

Até logo, um beijo! — se despede e logo desliga.

Desço as escadas depois de reunir todas as minhas coisas e enfiar meus óculos escuros nos meus cabelos que decidi deixar soltos, e não me surpreendo ao encontrar toda a minha família no andar de baixo. Júlio já estava na frente da televisão da sala com um controle nas mãos, dia de sábado minha mãe deixa ele jogar o dia todo e ele não quereria perder nenhum segundo desse sagrado dia. Minha mãe andava calmamente pela cozinha arrumando o café, ao mesmo tempo que preparava um suco no liquidificador.

— Caiu da cama, filha? – pergunta meu pai sentado na mesa com seu inseparável jornal.

— Não exatamente.. – começo a dizer, mas sinto meu celular vibrar e quando vejo é uma mensagem de Thomas dizendo que está aqui na frente. – Pra "pagar" pelas aulas que o Thomas me deu, eu aceitei sair com ele hoje.

— Vocês vão ter um encontro? Você nem me falou, meu amor! – diz minha mãe chegando com a jarra na mesa.

— Não é um encontro! – protesto.

— E para onde vocês vão nesse passeio que não é um encontro?

— Er.. Na verdade eu não sei, pai. – admito minha ignorância sobre o lugar que Thomas quer me levar. – Ele está aqui na frente, vou saindo.

— Nada disso, você ainda não comeu nada e você sabe que o café da manhã é a refeição mais importante do dia! – se impõe minha mãe me pegando pelos ombros e me obrigando a sentar na mesa. – Maurício, vá lá fora e traga o Thomas para tomar um café também.

Antes que eu pudesse perceber meu pai levantou e já estava voltando aos risos com um Thomas totalmente despojado ao seu lado. Tenho que admitir que era diferente vê-lo assim, com uma bermuda cor marfim, uma camisa nadador branca que deixava os músculos dos seus braços a mostra.. e que músculos! E pra completar ele estava com um óculos aviador e o cabelo molhado e caído sobre a testa.

— Bom dia! – diz ele ao parar de rir e se abaixar pra bater a mão como um soco na mão do meu irmão. – Não pretendia lhe dar esse incomodo, dona Susana.

— Nenhum incomodo, menino! Sente aí na mesa com a Sam e comam alguma coisa antes de saírem por passeio de vocês. – responde minha mãe colocando ainda mais comida na mesa.

— A Dirce fez eu tomar um copo de vitamina antes de sair de casa, mas acho que um cafezinho não faz mal a ninguém. – diz ele sentando ao meu lado e me dando um de seus sorrisos carismáticos.

— Eu sempre digo isso! – se identifica meu pai. – Su, o Thomas me disse onde vai levar a Sam, quando eles saírem eu te digo.

— Olha, isso não é nada legal! – protesto pegando um pedaço de presunto e colocando no pão que eu parti. – Não sei porque todo esse mistério.

— Está claro que é para apenas para ver essa sua cara, minha filha. – diz minha mãe enfim sentando na mesa – Júlio, largue isso e venha comer!

Ainda de pijama meu irmão pausou o jogo e veio correndo para a mesa, não perdendo a oportunidade de bagunçar meus cabelos ao passar ao meu lado.

— Não sei como você aguentou passar o dia ensinando essa chata, Thomas!

— O difícil não foi ensinar ela e sim a fome que ela me fez passar! – brinca Thomas me mandando uma piscadela e sorrindo, pois sabia que isso geraria reclamações da minha mãe comigo.

— Não seja tão dramático, só foram algumas horinhas. – digo tentando suavizar a bronca.

— Quase oito horas de jejum... – murmura ele mesmo sabendo que todos poderiam ouvir.

— Que coisa feia, Samantha! O que eu já te falei sobre ficar várias horas sem comer? Isso faz mal e...

— Terminou seu café, dedo duro? – interrompo a bronca da minha mãe ficando de pé e tomando o ultimo gole do meu suco.

— Sim, vamos! – Thomas imediatamente fica de pé, mas logo se volta para a minha família. – Obrigada pelo café, estava maravilhoso. Ah, e eu prometo trazer ela inteira mais tarde!

— Não tenha pressa... – escuto meu pai falar e rir baixinho enquanto saíamos.

Quando fecho o portão da minha casa vejo a moto de Thomas parada ao lado da calçada com um capacete em cada lado do guidom.

— Você não acha mesmo que eu vou subir nisso daí, não é? A gente pode ir no meu carro e..

— Não seja covarde, Sam! Eu dirijo muito bem, tenho certeza que você vai adorar andar de moto comigo. – diz Thomas já me entregando um dos capacetes.

Não iria sair de covarde, claro que não! Pego o capacete e depois de tirar o óculos escuro o passo pela minha cabeça. Thomas me ajuda a afivelar o capacete e me sorri divertido ajeitando meu cabelo solto sobre os ombros antes de colocar o próprio capacete. Ele sobe na moto e a liga, fazendo o motor rugir com um simples movimento de pulso.

Pode se dizer que moto não é o meu meio de transporte favorito e certamente nesse momento meu sentimento não é de afinidade, mas não havia mais volta. Subo na moto com a ajuda de Thomas que me estendeu a mão e mesmo depois que passo minha perna e sento ele não solta minha mão e sim a passa ao redor da sua cintura.

— Segura firme em mim. – diz ele me olhando por cima do ombro e me transmitindo seu melhor olhar de confiança.

E ali estava eu, saindo pela minha rua na moto de Thomas com apenas minha bolsa entre nós, não permitindo que eu ficasse totalmente colada a ele, mas isso não diminuía o aperto meu ao redor do seu corpo. Minha curiosidade estava alta, mas estava sendo sobrepujada pelo sentimento estranho de felicidade e medo por estar ali naquele momento com Thomas. Com certeza esse dia prometia ter mais surpresas do que eu estava esperando.


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Notas finais do capítulo

Olha que lindinho o capítulo pra vocês!
No próximo vai ter personagem novo ein!
GOSTARAM? ODIARAM?
COMENTEM E RECOMENDEM!
Pra quem está acompanhando a minha fic q falei ali em cima, saibam que vou postar o cap 1 sábado, então fiquem de olho!
Bjs, Tatá :3