Heiress. escrita por minatozaki


Capítulo 2
Heiress, Pieces and Hunters.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Consegui fazer o capítulo hoje, YEY.
Bem... Não se acostumem. D:
Divirtam-se!
~



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“Só espero que nada de ruim aconteça.”

Ah, Elizabeth, você é tão ingênua.

Logo na primeira semana em que passei na minha nova casa, tudo deu errado. Quando eu secava a louça, eu quebrava algo. Quando eu arrumava a mesa para as refeições, eu quebrava algo. Quando eu lavava a louça, eu quebrava algo. Pratos, talheres, copos, xícaras; nada podia ficar em minhas mãos, pois já quebravam. Não sei por que isso acontecia, ansiedade, será?

Mas, pelo lado bom, eu consegui me adaptar muito bem com minha família. Percebi que Mariana e Richard tinham alguns problemas de saúde, ou melhor, tinham a saúde fraca; eles pegavam alergia facilmente e gripe, também. Bianca está ficando menos animada, menos extrovertida. Não sei o que aconteceu com ela, mas ela parece estranha de um dia para o outro. E Kevin, hum... Kevin ainda continuava misterioso, mas eu percebia, em seu olhar, que ele tinha algo escondido dentro de si. E eu tinha que descobrir o que era.

Três dias atrás, eu peguei Bia e Kevin conversando na sala de estar, sobre mim. Fiquei espiando-os – sei que é algo feio, mas era sobre mim, e eu deveria saber – atrás da porta, com meus ouvidos superatentos. As palavras que eles diziam, deixaram-me intrigada, até hoje:

– Você acha que é ela, Kev? – Perguntava Bia, fazendo carinho em seu urso de pelúcia.

– Não tenho certeza. Ela parece não saber de nada. Talvez, possa não ser ela.

– Temos que fazer um teste, então. – Bocejou. – Vamos mostrar á ela nossos pecados?

– Bianca, eu já lhe disse que não são pecados! Mais respeito, por favor. São corações. Vidas. – Disse Kevin, estressado. – Enfim, se ela não sabe de nada, com certeza não saberá que nós somos duas peças. Então, nem adianta a gente se revelar. Acho melhor testá-la.

– E como pretende fazer isso, sabichão?

– Como você é bem amiga da Elizabeth, acho que você consegue pedir coisas sobre seu passado. Bem... Ela pode ficar chateada, e se isso acontecer, não peça mais nada. Mas, se ela ficar de boa, vá fundo nisso. Temos que descobrir se é ela, mesmo.

– Mas o pai e a mãe disseram que é ela... – Murmurou Bia.

– Não quero saber! Temos que ter certeza! – Gritou Kevin.

– Cala a boca, Kev. Vão nos escutar.

– Desculpe. – Murmurou, ainda com irritação na voz.

– Tudo bem. Eu faço isso.

Depois que ouvi toda essa conversa estranha, saí de trás da porta e fingi que nada havia acontecido.

Mas... Que negocio é esse de peças? Corações? Pecados? Se relevar? Ah, é tudo tão estranho. Só espero que essa família não seja macumbeira, ou algo assim. Na verdade, seria algo engraçado.

Três horas após aquela conversa que Bia e Kevin tiveram, Bia foi até meu quarto falar comigo.

– Lize, tudo bem? Posso entrar? – Perguntou, já abrindo a porta.

– Claro.

– Ei, Lize – Sentou-se em minha cama, do meu lado. – Como eram seus pais?

– Não me lembro disso muito bem – Ajeitei-me na cama. – Na verdade, não tenho muitas lembranças da minha infância, ou da minha família. Apenas lembro que os perdi aos meus nove anos. Não tenho nenhuma lembrança boa de minha mãe ou meu pai, nem ao menos lembranças ruins.

– E amigos? A escola?

– Não me lembro disso também. Mas, acho que nunca fui á uma escola. Amigos eu também não tenho certeza. Acho que meus pais eram reservados... Bem, resumidamente, não me lembro de nada.

– Ah, entendo... – Bocejou. – Ei, você tem alguma marca de nascença no corpo?

– Não tenho certeza. Acho que não. Por quê?

– Você me deixa ver?

– Meu corpo?

– Sim.

– Tudo... Tudo bem – Levantamo-nos da cama. Tirei minha regata e meu short. Fiquei apenas de roupa intima.

– Tire tudo, Lize. – Ordenou.

– M-mas, eu tenho ve-vergonha... – Murmurei coradíssima. Eu nunca havia me despido na frente de alguém.

– Vamos, Lize, ambas somos garotas. Garotas fazem isso. Não precisa ter vergonha.

– Porque você quer tanto saber se tenho alguma marca de nascença ou não? – Indaguei, retirando meu sutiã.

– É para algo... Importante.

– Você irá me contar, se achar algo? – Insisti.

– Sim, Lize. Agora, tire logo tudo.

Fiz o que ela pediu. Agora, eu estava nua, e Bia me examinava da cabeça aos pés. Eu apenas ficava quieta, corada. O silêncio reinou em meu quarto, até que depois de uns cinco minutos me examinando, Bia gritou:

– Kevin! Venha aqui, agora!

– Bia! – Exclamei. – Está louca? Eu estou nua!

– Cubra-se com isso – Jogou-me o lençol. Cobri-me o mais rápido que pude. Em seguida, Kevin chegou.

– O que foi? – Perguntou, parecendo nem se importar com minha presença nua ali.

– Ela tem... A marca.

– Ah, meu Deus. Onde?

Bia pegou meu braço esquerdo, apontando para o mesmo. Ambos os presentes – incluindo eu mesma – olharam onde ela indicava. Ali, havia uma marca preta. Ela era mediana, ela parecia ser uma estrela, com um “H” no meio. Espantei-me na hora, aquilo nunca estivera ali.

– O que é isso?! – Indaguei incrédula.

– Então, ela é mesmo uma Heiress. – Afirmou Kevin.

– Eu sou o que?

– Sim. Temos que contar para o pai e a mãe.

– Ei! – Eles estavam me ignorando.

– Venha, leve-a.

– Ok. – Bia começou a me puxar para fora do quarto.

– Me escutem! – Gritei. Ambos pararam na hora. Suspirei, acalmando-me. – Agora, que marca é essa? Que história é essa de “Heiress”? O que vocês são?

Eles se entreolharam, então Bianca fez um aceno com a cabeça, afirmando:

– Temos que contar á ela, Kev.

– Tudo bem... – Suspirou. Ele parecia irritado. Cara estranho. – Coloque uma roupa e então vamos conversar na sala de estar.

Concordei. Quando eu já estava pronta, desci as escadas e fui até a sala de estar. Ambos estavam sentados nas poltronas, murmurando baixinho sobre algo, e quando me viram chegar, calaram-se na hora. Sentei-me e então suspirei.

– Contem-me tudo.

– Bem... O que você quer saber primeiro? – Perguntou Bia.

– O que é essa marca?

– Isso indica que você é uma Heiress. Essa estrela, com esse “H” no meio, diz que você é do clã dos Heiress. – Explicou Kevin. – Antes que me pergunte, Heiress é traduzido livremente, “Herdeiro”. Ou seja, você é uma herdeira. Seus pais, eu acho, deveriam ser herdeiros também. Mas não podemos confirmar nada.

– Herdeira? Eu sou herdeira de quê, afinal?

– Peças. Corações. Pessoas. Vidas. – Disse Bia, bocejando. Fiz cara de desentendida para ela, e então, continuou: – Resumidamente, você é herdeira de sete peças. Essas peças são corações de sete pessoas. Juntando todas as peças, os corações, você conseguirá saber todo o seu misterioso passado. Você saberá quem eram seus pais, como era sua infância, enfim, você terá suas memórias recuperadas.

– Mas... Como eu consigo os corações?

– Você terá que conquistar o coração da pessoa – Explicou Kevin. – Quero dizer, você terá que descobrir um jeito de conquistar o coração da pessoa, e só quando ela ceder, você ganhará uma peça. Bem, há várias formas de conquistar o coração das pessoas. Amor, bajulação, dinheiro, confiança. Você apenas terá que descobrir o ponto fraco da pessoa, e atingi-lo bem no meio.

– São sete pessoas, não? – Afirmaram com um aceno de cabeça. – Como eu sei quem são as pessoas?

– Você conhece os sete pecados capitais? – Indagou Bia. Afirmei. – Essas sete pessoas são os pecados em pessoa. Ira, inveja, gula, preguiça, avareza, luxúria, vaidade. Você saberá que a pessoa é dona de uma das peças, quando ela demonstrar ira, ou inveja, ou gula, e aí vai.

– Entendi – Suspirei. – Quer dizer, então, que quando eu juntar todas as peças, conquistar todos os sete corações, eu terei minhas memórias de volta?

– Isso mesmo – Afirmou Bia, bocejando (de novo).

– E... O que vocês são? Quero dizer, vocês sabem tudo isso... Já sabiam que eu sou uma herdeira... Como vocês sabem disso tudo?

– Nossa família, Morgan, também é parte disso. Nós apenas não somos herdeiros, como você – Respondeu Kevin, revirando os olhos. – Veja, há três classificações diferentes no mundo inteiro. Os herdeiros, que são pessoas que esquecem seu passado e precisam das peças, para poderem seguir seu futuro; as peças, que são apenas objetos de uso para os herdeiros, mas que são de grande conhecimento para os mesmos, pois sabem todo seu passado, se juntas; e os caçadores, que são criados para matar as peças.

– Matar as peças? – Indaguei incrédula. – Quer dizer, matar as pessoas que são denominadas peças?

– Isso. – Afirmou. – Eles são inimigos dos herdeiros. Eles estão sempre tentando matar as peças dos herdeiros, para eles não conseguirem reviver seu passado.

– E quando o herdeiro não junta todas as peças, ou melhor, quando um caçador mata a peça de um herdeiro, o que acontece com as memorias do herdeiro?

– São apagadas completamente, e o herdeiro nunca mais poderá recupera-las – Respondeu-me Bia. – Mas, se você já tiver todas às sete peças, e o caçador matar alguma pessoa que é denominada peça, nada acontecerá, porque você já terá todas as peças juntas, completas.

– Estou entendendo... – Murmurei cabisbaixa. – Mas, enfim. O que são vocês?

– Nossos pais são Hunters, caçadores... – Respondeu-me Kevin. – E nós, eu e Bia, somos Pieces, peças. Nós somos suas peças, Elizabeth. Você é nossa dona.

Arregalei os olhos, assustada.

– Você terá que nos proteger do mal, Lize. Você terá que nos proteger de nossos pais.

– Nós somos seus guardiões, não se preocupe. Ajudaremos você a juntar todas as peças, para poder recuperar suas memórias.

– Apenas cabe a você... – Começou Bia.

–... Conquistar nossos corações. – Terminou Kevin.

Oh, meu Deus. Em que família eu me meti?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim.
Bem... Deu para entender certinho o que são as peças, os caçadores e os herdeiros? Tomara!
Mas, caso não entenderem, não se preocupem! Tudo será resolvido mais para frente.
Obrigada pelos comentários, favoritos e acompanhamentos, estou muito feliz!
Até semana que vem! ~Ou não.
Beijos,
Nyaa.



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