Heiress. escrita por minatozaki


Capítulo 10
Park.


Notas iniciais do capítulo

OIEE~
Cá estou eu, novamente. Adivinha quem conseguiu escrever o capítulo rápido e postar um dia depois?! YEY!
Boa leitura, amores!
~



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Já era final de tarde quando resolvemos partir de volta para casa. Nossas malas já estavam na van, a mesma já estava abastecida no tanque cheio e todos nós estávamos prontos para partir.

– Sentirei falta de vocês! Visitem-nos mais vezes! – Dizia Belle, agora mais radiante, mais feliz. Não sei se era fingimento, mas ela parecia realmente mais alegre desde que soube da trágica notícia. Abraçou e beijou cada um de nós sete, mas principalmente, Christian, Bia e Kevin.

– Até logo, pessoal! – Nós nos despedimos, agradecendo pela estadia de três dias.

Fui em direção á Belle e a abracei com força.

– Desculpe o incômodo, Sra. Belle. Obrigada pela estadia, pela companhia, pelo carinho. Estou muito feliz em conhecê-la! – Desfiz o abraço. – Ah, sinto muito pela perda. Kevin me disse que você era amiga de infância da minha mãe. Mas não se sinta mal, Sra. Belle! Nós ainda iremos visita-la, todos nós sete!

– Obrigada, querida! – Ela sorria. O sorriso mais sincero que eu já vira em toda minha vida. Algumas lágrimas insistiram em sair de seu rosto, mas ela logo já as secou. – Tenham uma boa viagem!

Despedimo-nos mais uma vez de todos e entramos na van. Kevin dirigindo, com Christian ao seu lado; Bianca e Lucy sentadas nos primeiros bancos da primeira fila, á direita; Anne sentada com Alice, nos primeiros bancos da primeira fila, á esquerda; e eu e Oliver sentamo-nos juntos, nos bancos da esquerda, na terceira fila. Eu na janela e ele no corredor. Após aquela conversa, e eu ter conquistado seu coração, nós ficamos mais próximos. Ele sorria mais. Tentava conversar mais. Não ficava mais cabisbaixo, só olhando para o celular. Ele tentava, de várias maneiras, enturmar-se com os outros.

– Oliver, falou com sua irmã? – Pedi, olhando-o. Ele ergueu seu olhar para mim e então desviou, praticamente na mesma hora, corando levemente.

– Não. Eu não estou falando muito com ela – Disse baixinho. – Quando chegarmos a sua casa, falarei com ela. Sei lá.

– Oliver! – Exclamei, protestando. – Você precisa falar com ela. Você precisa falar com todos. Se enturmar com todos. Apesar de que, falar diretamente comigo já é um ótimo avanço, não?

– Eu estou tentando, Elizabeth! – Olhou para mim. Seu rosto estava corado. Ele era realmente tímido. – Mas é difícil. Eu não sei como começar um assunto, não sei como terminar um assunto, não sei como deixa-lo fluir... Eu sou tímido demais!

– Você pode começar calmamente, Oliver – Respondi-o docemente. – Por exemplo, porque não começa me chamando pelo meu apelido?

– Li-Lize?

– Isso mesmo! Vê, não é melhor assim?

– Si-Sim... – Corou fortemente.

– Você é tão fofo! – Exclamei, abraçando-o pelo pescoço. – Vamos fazer assim? Eu lhe ajudo. Quando chegarmos a minha casa, ajudo você a falar com a Anne. Ajudo você a interagir com os garotos. Certo?

– C-Certo...

[...]

Estávamos na estrada não fazia mais de duas horas. Kevin e Christian conversavam algum assunto, que eu não conseguia escutar de onde eu estava. Eu não tinha uma visão boa da van, mas eu percebia, pelo silencio, que a maioria ali dormia. Bia estava dormindo, mas Lucy estava acordada, lendo. Alice e Anne também dormiam, assim como Oliver. Encostei minha testa na janela, olhando para a estrada, sem arvores, sem postes, sem nada. Apenas a estrada.

– Acordem! – Exclamou Christian. Olhei para ele e o vi sorrindo em nossa direção. – Nós vamos fazer uma parada.

– Vamos para aonde? – Perguntei. – Não há nada por aqui.

– Apenas vamos parar. Temos que discutir uma coisa.

Cinco minutos depois, a van parou. Kevin e Christian saíram da mesma quase que num pulo. Levantei-me, e Oliver levantou-se também, ainda sonolento.

– Porque paramos? – A voz de Lucy soava embriagada pelo sono.

– Não sei – Respondi. – Apenas disseram que queriam parar para discutir algo.

Descemos todos da van, só Bia ficando na mesma, ainda dormindo.

– A deixe lá. Depois a avisamos sobre a discussão. – Disse Kevin.

– O que vocês querem falar? É sobre a minha beleza e exuberância? – Disse Anne, cruzando os braços, com ironia na voz.

– Ah... – Kevin revirou os olhos. – Não, Anne. Nós, eu e o Chris, estávamos pensando em irmos a um parque de diversões, á uns cinco quilômetros aqui para frente. É numa cidadezinha pequena, e nós pensamos em aproveitar enquanto o parque ainda está lá. O que vocês acham?

– Eu acho ótimo. Tem uns brinquedos bem excitantes nesses parques – Disse Lucy, realmente animada. Olhamos para ela, e, hesitante, prosseguiu: – Ah, gente! Não levem ao pé da letra! Eu quis dizer excitantes de divertidos!

– Eu topo. Faz tempo que não vou a um parque de diversão. Se eu pudesse, gostaria de ir todos os dias – Falou Oliver. Olhou para mim de relance e mandei um sorriso em sua direção. O mesmo corou com a ação.

– Por mim, tanto faz. Contanto que eu possa me mostrar para o publico, estarei satisfeita – Respondeu Anne, olhando suas unhas da mão direita.

– Eu quero ir! – Alice dizia, animada. – Lá tem algodão doce, churros, sorvetes, cachorro quente, pastel, crepe e tudo o que há de bom! Quero ir, quero ir!

– E você, Elizabeth? – Perguntou Kevin, direcionando seu olhar para mim.

– Eu adoraria.

– Só constatando que eu não vou pagar nada! – Christian exclamou. Todos nós rimos da piada. Apesar de que era verdade.

– Então vamos voltar á viagem?

– Sim! – Exclamamos em uníssono.

Todos nós voltamos para a van e ficamos conversando sobre o tal parque. Todos deram vários tipos de opiniões aleatórias. Anne disse que o parque deve ser horrível, pelo fato de estar em uma cidade pequena, sendo assim, seus brinquedos, comidas, bebidas e ambiente deviam ser horríveis. Alice disse que queria que a comida fosse satisfatória, senão, em todo caso, denunciaria o parque. Lucy dissera que apenas queria se divertir, e queria que tivesse roda gigante. Caso tivesse uma lá, queria ir com o Kevin, “para termos uma noite mágica!”, diz ela. Kevin não dizia nada, apenas dirigia. Perguntei á Christian se ele já havia ido ao parque. De resposta, obtive:

– Já fui sim. O parque é legal. Grande, movimentado, sem muitas filas nos brinquedos, aliás, com vários brinquedos. Muitas comidas também! Um parque ótimo para se divertir com a família.

Um sorriso formou-se em meus lábios, quando, finalmente, vi as luzes do parque ao longe. Os olhos de Alice brilharam, Anne prestou mais atenção na estrada, Lucy soltava gritinhos de emoção, Oliver preparava-se para sair, Christian conversava algo com Kevin, e Bia acordava relutantemente.

– Chegamos. – Anunciou Kevin, chegando à entrada do parque. Já era de noite, provavelmente, 20h. Um rapaz, com um colete laranja fluorescente mostrava-nos o caminho para estacionar a van. Kevin seguiu-o e, por fim, estacionou. – Estão prontos?

– Sim! – Exclamamos todos, em uníssono. Descemos da van e fomos até a entrada. Kevin encarregou-se de pagar os ingressos.

Após entrarmos, cada um foi para um canto. No parque, havia roda gigante, montanha-russa, kamikaze, xícara maluca, carrinho de choque, pesca, barracas de comida, vários lixeiros espalhados pelo parque e alguns bancos, e outros brinquedos e afins. O parque não estava lotado, mas havia um número considerável de pessoas no mesmo. Kevin foi arrastado pela Lucy, indo em direção á roda gigante. Alice puxou Bia – que ainda estava sonolenta – para algumas barracas de comida. Anne decidiu sentar-se em um banco, de braços cruzados, apenas ficava olhando para as pessoas que passavam pelo parque. Cutuquei Oliver, que estava do meu lado. Ergueu seu olhar, até alcançar meus olhos.

– O que foi?

– Agora é sua chance. Aproveita! Anne está sozinha, chame-a para um canto, converse com ela. Vá, vá! – Empurrei-o levemente, em direção ao banco em que Anne estava sentada.

– E-Ei, espera! Eu não estou preparado! – Debateu-se.

– Ah, Oliver... É agora ou nunca, rapaz! – Insisti. Ele continuou hesitante, então, apelei. – Tá. Eu vou com você. Mas, vamos fazer assim, você vai lá, a chama para algum lugar menos movimentado, e então, eu sigo vocês. Está bom assim?

– Si-Sim...

– Então vai! – Empurrei-o com força em direção ao banco e saí de perto, indo atrás de uma barraca de comida. Vi-o conversar com Anne, ele de pé e ela sentada. Ele passava a mão pela nuca e desviava o olhar diversas vezes, com timidez. Ela não mexia um musculo. Apenas a vi concordar e levantar-se. Ambos começaram a andar, e eu, comecei a segui-los.

Oliver levou Anne para um local mais afastado do parque, quase para fora do mesmo. Era difícil esconder-me ali, mas consegui achar algumas arvores e arbustos, não muito longe de onde estavam. Escondi-me no arbusto mais próximo que encontrei e escutei toda a conversa.

– O que quer tratar comigo, Oliver? – Ouvi a voz de Anne sair ríspida.

– Tenho que lhe contar um segredo.

– Não me vá dizer que está apaixonado pela idiota da Elizabeth?

“Mas o que?” – Pensei.

– N-Não é isso, Anne! – Exclamou. Provavelmente, estava corado como um pimentão. – Eu tenho que te confessar... Eu sempre tive inveja de você, Anne.

– Co-Como?

– É isso mesmo. Eu tenho inveja de você, minha própria irmã! Sinto inveja de como você tem amigos, de como você faz amizades, de como você é popular...

– Ah, é só isso. Achei que estava se referindo á minha beleza. Se você estava se referindo á isso, tudo bem, eu posso ensiná-lo como se faz amigos e...

– Não me interrompa! – Cortou-a. Pigarreou. – Enfim, como eu ia dizendo... Eu tenho inveja de você. E contei isso á Lize. Mas então ela me ensinou algo valioso: Eu não preciso de popularidade para ser feliz. Eu preciso de pessoas de confiança. Por isso, Anne, eu sinto pena de você.

– Pena de mim? O... O que quer dizer com isso, Oliver?

– Tenho pena de você. Do seu pecado. Do seu jeito de ser. Você não tem amigos. Você não tem amigos. Ou melhor, você tem, mas não quer enxerga-los. Você, com seu jeito arrogante, não consegue amar o próximo. Você só pensa em si mesma. Por isso, pensei melhor sobre minhas opiniões e decidi que vou conseguir fazer amizades por mim mesmo, sem ajuda sua ou da Lize.

“É isso aí, garoto!” – Comemorei internamente, com um sorriso tomando conta de meus lábios.

– Então é isso?! – Gritou Anne. – Ela está fazendo a sua cabeça? Ela está fazendo você ficar contra mim?! Aquela vaca! Onde ela está? Onde ela está?!

Arregalei os olhos e espiei por entre o arbusto. Vi Anne revirando os olhos em todos os cantos do local onde estavam tentando me encontrar. Seu olhar era cheio de raiva.

– Não é nada disso, Anne! – Oliver parecia desesperado, tentando acalmá-la. Foi então que eu resolvi sair do esconderijo. Isso estava indo longe demais.

– Eu estou aqui – Me prontifiquei, saindo do arbusto, indo até eles. O olhar de Anne pairou sobre mim, e então, num movimento rápido, quase que num vulto, a garota de cabelos negros estava sobre mim, metendo-me um tapa em minha bochecha. Com tamanha força, meu rosto virou para o lado.

– Isso, vadia, é por fazer a cabeça do meu irmão contra mim – Gritou. E, de novo, meteu-me mais um tapa. – E isso, é pelas coisas que você falou para mim aquele dia, na frente da cabana.

– Anne! – Oliver gritou, puxando-a para trás com força. Seu olhar continha desespero, ele não sabia o que fazer. Veio até mim, analisando meu rosto. – Está tudo bem, Lize?

– Sim, está. Eu merecia isso, afinal – Sorri gentilmente. Sentia minhas bochechas arderem, mas eu não iria chorar. Não ali. Não agora.

Anne ia se prontificar novamente, mas um grupo, composto de três mulheres e dois homens chegou ao local em que estávamos.

– Ei, quem são vocês? – Uma voz masculina perguntou. Devido á falta iluminação, não consegui ver o rosto de ninguém. Todos ali usavam casacos com capuzes, cobrindo uma parte dos olhos.

– Somos... Somos Oliver e Anne Stouff – Disse Oliver, um pouco hesitante. – E essa é Elizabeth Morgan.

– Oh. Olá. Sou Steven – O rapaz respondeu. Deu um passo á frente, possibilitando a visão de sua boca. Oliver, Anne e eu estávamos paralisados, apenas acompanhando o movimento que o garoto fazia. – Vocês são o que? Digo peças, herdeiros, caçadores...?

– Eles são duas peças. Sou a herdeira deles – Respondi.

– Oh. Boa informação – Abriu um sorriso irônico. – Você só os tem de peças?

–... Não – Hesitei. – Estou com todas as minhas peças aqui. Por quê?

– Oh. Isso é uma pena, senhorita Morgan. Este parque é feito exclusivamente por caçadores. Apenas caçadores vem aqui. Ou seja...

Estamos em um parque onde só contêm caçadores. E nós somos as presas.


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Notas finais do capítulo

E entãããão?
O que vocês acham desse tal parque? Mó furada, né?
Ah! Eu tenho que dar as boas vindas á EmilyDalstryn, eu esqueci de dar no capítulo anterior. ;u; E também á Kitsune. Sejam bem-vindas! xD
Deem suas opiniões sobre o que vai acontecer daqui pra frente! Porque... Treta is coming!
É isso, babies. Não se acostumem com um capítulo a cada dia, porque não será assim. Foi apenas um golpe de sorte!
Beijos, até o próximo!



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