[Lysandre]

Eu vou na sua tumba todos os dias, e cada vez mais ela parece petrificada, eu entro em suas memórias mas ela nem se quer repara, já se passou uns cinco anos desde que ela ficou seca por causa da bruxa, eu já tirei as cordas de verbena que a prendiam, agora apenas está ela ali sentada, sem nenhum movimento, nenhum pensamento. Estou gritando por dentro para que ela me peça logo de uma vez.

Sento a sua frente, no chão e começo a lhe contar a minha história, a nossa vista por meus olhos.

Ela começa não comigo, e nem mesmo com a Kay, e sim com a minha mãe, e o seu clã, começa também com meu pai, o rei, que queria destruir qualquer sobrenatural que pela sua religião eram considerados monstros e deviam ser destruídos. Papai caçou todos daquela região, até os Gemini, mal ele sabia que sua própria esposa era uma bruxa, e que ela era a atual líder. Mas ele só foi descobrir isso na noite em que ela nasceu, não bem nasceu, mas nasceu na nova vida.

Kaylie ou como os Geminis chamam Vlad, ela era a irmã mais nova de minha mãe, e logo ao nascer já havia matado o irmão, bem é o que eles dizem, porque o outro bebê nasceu morto, ou seja, ela seria a nova líder, mas a usaram para ser uma arma.

Na noite minha mãe e todo o clã se uniram, tiraram a sua alma, seu poder, e lhe deram a imortalidade, e a mandaram se vingar daqueles que fizeram mal ao seu clã. Ela o fez, exatamente como mandaram, mas ela foi estrategista, e no fim de tudo, veio me buscar.

_Olá.

Eu a olhei, ela era bem mais alta que eu, quando ela veio eu tinha apenas 9 anos.

_Eu conheço você.

_Não sou mais aquela pessoa, e não farei nenhum mal a você.

_Mas você fez a meu pai.

_Ele merecia, e você sabe, você até queria que ele pagasse pelo que fez a sua mãe.

_Como você sabe?

_Eu simplesmente sei, Lysandre, esse é seu nome não é mesmo?

_Sim, é o meu nome.

_Você sabe o que eu sou?

_Um monstro. Era o que meu pai dizia de coisas como você.

_Isso é rude, mas em parte ele estava certo, mas como já lhe disse, não lhe farei mal nenhum, apenas quero leva-lo para seu verdadeiro lar.

Levantei meus braços e deixei que ela me pegasse em seu colo, foi não rápido, de onde estávamos até o destino, mal percebi o que havia acontecido, agora eu podia vê-la verdadeiramente. Ela era tão equilibrada, forte, rapida, me sentia confortável com ela por perto, e seguro, o medo que uma vez eu havia sentido, se passara num segundo.

Ela me deixou no chão e falou algo em romeno antigo, do qual eu não pude entender. E num passe de magica apareceu um grande acampamento bem em nossa frente. Enquanto entravamos mais no acampamento, uma senhora se aproximou dela, e perguntou algo, e depois me deu uma boa olhada, e pediu que ela se fosse com ela. Eu não queria que ela se separasse de mim, não agora, então apertei sua mão e ela me pegou no colo novamente, e disse que me levaria junto, então a mulher apenas concordou.

Havia varias barracas em torno de uma grande fogueira que agora estava apagada, mas havia uma maior que todas as outras, nós entramos naquela, que parecia estar a suposta líder.

_Então esta é a criança, filha de Mabel?

_Sim.

_Ele é bem parecido mesmo com a mãe. Que comecemos então!

_Não!

Eu a olhei, não estava entendendo bem, o que ela não queria que começasse.

_O que? Como assim? Você o trouxe, o quão mais rápido fizermos melhor será.

_Não, ele é jovem de mais, deixe-o crescer mais um pouco, eu o trouxe para crescer junto da sua verdadeira família, por mais que ele não tenha poder. Espere ele completar seus 18 anos, e assim poderá fazer o ritual.

_Está bem, você até tem razão. Mas que não se passe dos 18, deixe-o aqui, e cuidaremos dele, mas você não pode ficar aqui, você sabe que não queremos correr o perigo de algo ruim acontecer.

_Eu sei.

Saímos da grande barraca e ela me devou a uma outra, menor que a anterior, mas não muito. ela me colocou sentado numa cama, passou a mão pelo meu cabelo, e me olhou nos olhos.

_Você deve ficar aqui com essas pessoas, e se esqueça que uma vez eu existi em sua vida, eles cuidaram de você, mas vou deixar isto com você, apenas não deixe que eles saibam disso.

Ela me deu um colar que quando abri o seu pingente havia uma foto de minha mãe e quando eu voltei a olhar para ela, ela já não estava mais ali.

Trabalhei duro na colheita para que tivéssemos comida sempre, elas me ensinavam alguns truques de magia, por mais que eu não pudesse exerce-los, os anos foram se passando e conheci umas bruxas pela vida, namorei até algumas, as vezes dava umas escapadas daquele mundo, para ver como estava tudo ao redor.

Faltava um mês para eu fazer 18 anos, então me dei de presente uma escapada, para o máximo longe que eu pudesse chegar daquele lugar, peguei meu cavalo e fui numa reta sem saber onde poderia dar. Percebi que meu cavalo precisava parar um pouco, já estava cansado, então assim que chegamos próximo a um rio, o amarrei numa arvore próxima, para que ele pudesse beber um pouco e descansar. Enquanto isso eu explorei o lugar por mim mesmo.

Mais ao longe eu avistei uma mulher, achei estranho pelas vestimentas dela, ela estava toda de preto, primeiro até achei que fosse uma miragem, mas depois fui me aproximando, e parecia que ela também vinha na minha direção. Ela vestia calças de couro que ficavam coladas em seu corpo, modelando-a, uma blusa simples e uma jaqueta preta e também de couro, e usava uma bota de salto.

_O que faz uma dama por aqui sozinha?

_E o que faz uma criança por aqui sozinho?

_Responda-me primeiro.

_Eu estou apenas caminhando, e você?

_Apenas aproveitando o meu presente que dei a mim mesmo, é meu ultimo mês com 17 anos.

Ela me rodeou, e passou suas mãos por meus ombros.

_E qual é o seu nome jovem rapaz?

_Meu nome é Lysandre.

Sua reação foi como se ela já me conhecesse, mas que não me via a bastante tempo, o fato é que eu não me lembro dela.

_ Meu nome é Kaylie.

_Suas roupas são muito de nossa época, por mais que seu sotaque se pareça de uma pessoa local.

_Eu sou local, mas eu costumo a viajar muito, e essa roupa eu posso me locomover muito melhor do que um vestido.

Quando fomos andando de volta aonde eu havia deixado meu cavalo, ele não estava mais ali.

_Acho que seu cavalo fugiu.

_Algo deve ter assustado-o, ele não é de fazer isso.

_É uma pena, mas eu posso acompanha-lo em seu caminho de volta.

_Obrigada, mas não é preciso.

_Eu insisto.

Concordei então, fomos conversando enquanto caminhávamos pelo caminho que fiz até aquele lugar, e as horas foram se passando, e com o tempo foi anoitecendo, e percebi que havia me perdido, e feito ela se perder comigo.

_Desculpe.

_Não se culpe, a culpa não é sua, mas é melhor voltarmos a andar pela manhã, andar por ai a noite pode ser perigoso.

_Vamos par aquela arvore, parece ser confortável.

Eu me deitei, meio que me encostando na arvore, e ela se deitou ao meu lado, e me abraçou, eu sentia sua respiração refrescante contra meu peito, então a abracei e a puxei mais para mim, e fechei meu olhos, ela passou seus dedos em meus lábios, e logo senti os seus lábios sobre os meus, e depois seu corpo sobre o meu, o tempo parecia que tinha parado, e logo nossas roupas estavam no chão, e eu esqueci do mundo ao redor e apenas me concentrei nela.

Quando acordei, ela ainda estava ao meu lado, e ambos estávamos vestidos, eu me lembro de ter me vestido, eu me lembro de tudo, e espero que nada tenha sido só um sonho.

_Bom dia.

_Bom dia, olha quem está logo ali.

_É o meu cavalo! Ele sabe o caminho melhor que eu mesmo, venha ele pode nos levar.

_Eu vou andando, agente se vê la.

Hoje era o primeiro dia do mês do meu aniversario, e o dia em que eu completo 18 anos. Eu voltei e como ela disse nos encontramos bem na minha barraca.

_Você sempre soube o caminho.

_Sim, mas não pelo chão, e sim pelas arvores.

_Como?

_Não sou totalmente humana.

_Ela quis dizer que não é nada humana, e sim vampira.

_Seu clã que me criou.

_Tia o que esta havendo?

_Tudo será explicado meu jovem.

_Ele passou a noite comigo.

_Eu sei, e sei o fizeram, mas não há mais tempo a perder, ele já tem 18, já podemos prosseguir.

_O que vocês estão falando?

_Você herdará os poderes que foram tirados de mim, para que eu me transformasse nisso, seremos ligados, e você será o líder, e irá proteger o clã de qualquer inimigo.

Ela se aproximou de mim, e fixou seus olhos nos meus.

_Lembre-se.

E eu me lembrei dela, de quando fui trazido pra este lugar, de que foi ela que meu o colar com a foto da minha mãe, lembro dela matando meu pai, quando eu pude ver pela fresta da porta, que ela o seduziu para o sexo e depois o matou, assim como ela fez comigo, mas não me matou, ela me jurou qua jamais faria mal a mim.

_Vlad.

_Vejo que funcionou, é o primeiro que eu mando se lembrar de algo que mandei se esquecer.

_Vamos começar então. Lysandre se deite por favor.

_Como você pode estar com a mesma aparecia?

_Como ela disse eu sou uma vampira, o tempo não passa para mim.

Mirian começou a fazer o feitiço de ligação, e comecei a sentir o poder ocupando meu eu, ao terminar, ela pediu o anel do sol de Vlad. E ela me entregou.

_Agora querido, repita o que eu disser.

Eu fiz o que ela pediu, e depois que terminou, eu lhe entreguei o anel, e ela devolveu á Vlad.

_Use-o com sabedoria.

_O que você fez?

_Lhe dei um pouco de seu poder, a pedra agora é negra porque ela absorve o poder da natureza, é como se você pudesse ter o melhor de dois mundos, mas como eu disse, use com sabedoria, se o gastar de um vez não o terá mais, mas ainda o protegerá do sol.

_Obrigada.

_Venha comigo, Lysandre pode ir para sua cabana.

_Está bem.

Mais tarde naquele dia ela passou em minha barraca, e me disse que estava indo embora.

_Elas me deram um trabalho.

_Eu nunca quis liderar ninguém.

_Precisam de você.

_Qual é o trabalho?

_Algo que acabe com toda a humanidade que me resta. Eu não vou mais voltar.

_Eu vou atrás de você então, assim que eu puder. Nós vamos nos reencontrar.

Ela se levantou e deu um leve beijo em minha boca e depois em minha testa.

_Adeus.

E foi a ultima vez que a vi. Mirian me ensinou tudo que podia, e com o tempo o clã foi crescendo, e deixando de se esconder por uma barreira, nossos inimigos já não nos incomodava mais. Todos vivíamos em paz por 16 anos, que foi a idade onde os novos gêmeos que tinha no clã iriam lutar pela sua liderança.

Any foi a vencedora, ambos sabiam todos os feitiços, mas ela foi mais rápida, e mais forte, e agora com uma nova líder, eles me deixaram partir para o destino que eu mesmo resolvi traçar, eu fui a sua busca.

Primeiro passei onde era minha antiga casa quando pequeno, estava tudo tão mudado, ninguém ali sabia quem eu era, a não ser uma pessoa, um soldado do meu pai, que o reconheci no minuto que trocamos olhares enquanto eu andava pela rua, é claro que de cara ele começou a me seguir, então entrei num bar e sentei-me numa mesa ao fundo, e esperei que viesse.

_Lysandre.

_Apenas Lys.

_Como queira, você viu a Kaylie por ai, durante esse tempo.

_Não a vejo a bastante tempo.

_Eu quero destruir ela, pelo o que ela me fez. Ela me amaldiçoo-ou.

_Como?

_Eu só posso andar no dia, pelas sombras, ela me transformou em um ser da noite, eu sei que ela é um também, mas ela sempre conseguiu andar no dia sem que o sol a machucasse.

_E se eu fizesse um favor a você? Faria o favor de me conseguir informações sobre ela? Eu quero encontra-la tanto quanto você a quer.

_E o que você poderia me dar?

_Talvez eu saiba fazer um anel que te permita andar de dia, sem que o sol te incomode.

_Você apenas quer saber dela?

_Eu quero uma pista, para uma direção, apenas isso.

_Me encontre aqui amanhã a noite então, falarei com alguns contatos que possam saber disso.

Ele se fora, e eu fiquei ali, continuei a beber e olhar pela janela, observar como tudo havia mudado tanto. Me levantei e paguei minha conta, e fui andar pelas lojas a procura de anel, com uma simples pedra azul, chamada de Lapiz Lazúli, ela era importante para que eu pudesse fazer a proteção.

Aluguei um quarto em uma hospedaria qualquer, e passei o dia seguinte fazendo o feitiço, e por volta de 19h, eu me dirigi ao bar e o encontrei me esperando na mesma mesa.

_Está um pouco atrasado.

_Desculpe, estava terminando seu anel. Conseguiu algo?

_Sim. Mas o anel primeiro.

_Não, a informação e depois o anel, eu nunca quebro um trato, não sou como o meu pai.

_O trabalho dela era decidir matar ou deixar viver o pequeno Kai, ele é um gemini, que matou a irmã ainda no ventre da mãe, mas não do mesmo modo que a Kay vez antes de ser o que é. Ele suga a magia, até não restar nada. O pai pediu que o matasse, e a mãe pediu que o transformasse, assim ela se vingaria do clã, pois o que a Kay não sabe é que se o transformar ele se torna um hergene, e todo o clã será destruído.

_Ela tomará a decisão certa, irá obedecer ao pai, certo?

_Deixe-me terminar. Apenas você pode ajuda-la, ela sabe o feitiço e você tem o poder. Ela foi para o EUA.

_Você é um vidente?

_Não mas a bruxa que me deu a informação era. Agora o anel.

_Toma.

_Pensando bem, eu também estou com fome. E ninguém sabe de você.

Ele se levantara de seu lugar e vinha para cima de mim, ele me agarrou pelo braço e me levou para uma sarjeta, foi quando eu senti medo e todo o poder se viu bloqueado a reagir, os dentes tão afiados e prontos para afundar em minha garganta, eu me encolhi contra a parede e fechei os olhos esperando pelo pior.

Passou um tempo e nada tinha acontecido, e quando voltei a abrir os olhos ela estava bem ali, apenas segurando o coração dele. Eu queria abraça-la e chorar, mas ela apenas me olhava como se não sentisse nada, como se a Vlad que conheci não existisse mais ali.

_Vlad...

_Meu nome é Kaylie, o que faz por aqui Lys?

_Eu estou cumprindo a minha promessa, estou indo te encontrar, bem eu já te encontrei.

_Não, você precisa ficar no clã.

_Any venceu, ela lidera aquilo agora. E eu nunca quis ficar mesmo.

_Faça o que quiser, mas não venha atras de mim. E faça um favor a si mesmo, não se meta nisso, você pode acabar como ele, ou como eu.

_Por que você desligou?

_É mais fácil assim, decidir entre o pai ou a mãe. Eu estou indo, mas não me siga.

Ela se virou de costas para mim e começou a andar, e antes que ela pudesse fugir novamente eu a agarrei, abracei com a maior força possível, e chorei sobre sua pele, eu beijei seu corpo por onde minhas lágrimas passaram, e ela estava dura, me olhando apenas.

_Por favor, sinta algo.

_Não posso.

_Sinta algo, lembre-se de quem sou.

Ela ia fixar seus olhos nos meus mas eu os fechei.

_Não você não irá me controlar, eu não vou perde-la, eu posso ser apenas um humano que está sendo usado como um receptáculo de seus poderes e de sua alma.

_Você está com ela?

_No dia dos meus 18 anos, tudo que elas tiraram de você colocaram em mim, somos o yin e o yang, me disseram que você sabe o feitiço e eu sou sua fonte de poder.

_Me larga.

_Se for embora nunca mais me verá.

_Ótimo.

_Vivo.

_É um blefe.

_Acredite no que quiser.

Ela se soltou de mim e começou a se afastar, eu cai de joelhos no chão, e comecei a fazer um feitiço que eu sei que eu era incapaz de fazer sozinho, elas me avisaram que isso me mataria. Minha visão foi se escurecendo até eu não senti mais nada.

Acordei no meio de uma floresta, estava nevando, e eu não me lembrava de mais nada daquela noite, ainda estava com as minhas coisas, mas não fazia ideia de como eu fui parar naquele lugar. Eu comecei a sentir minha garganta como se estivesse queimando, estava tão seca, eu precisava beber algo. Peguei em minha garrafa de água e a bebi toda, mas a sede ainda estava ali, comecei a sentir uma dor em meus dentes como se eles estivessem crescendo, e comecei a salivar, eu podia sentir o cheiro de tudo ao meu redor, mesmo que a quilômetros de mim.

Eu já não conseguia mais me controlar, a sede crescia e as presas já estavam lá. Era uma criança, devia ter uns nove anos, mas ela não devia estar a esta hora na floresta sozinha, ela deveria estar em casa com seus pais. Eu a enterrei e depois fui ao lago me limpar, estava com minhas roupas sujas de sangue, a sede ainda estava ali, mas estava saciada, por enquanto, joguei minha bolsa no chão e dei um mergulho no lago, eu estava nu, pois acabara de lavar minhas roupas.

_É por isso que eu não o queria vindo atras de mim.

Eu tomei um susto com a voz dela, estava melancólica, eu olhei ao redor, mas não a vi.

_Aqui em cima Lys.

Eu levantei a cabeça e ela estava sentada na árvore.

_O que você fez?

_Eu ocultei o poder, a Mirian disse que me mataria se fizesse isso, mas alguma hora eu teria que fazer, se eu ficasse velho e morresse de causas naturais ele se acabaria, e você nunca o teria de volta.

_Eu nem ligo mais.

_Como assim?

_Bem eu só uso o anel para me proteger do sol, mas fora isso não ligo mais para a magia, entenda eu estou nessa vida a mais tempo, eu já me acostumei. E agora você esta nisso também, era a ultima coisa que eu queria para você.

_Agora já era. Me deixe te ajudar.

_Não, esse trabalho é meu, eu não posso te colocar nisso.

_Você esta o mantendo vivo não é mesmo?

_Sim.

_Porque parece que sua humanidade voltou?

_Porque você a fez voltar, eu não sabia que com ou sem o sangue de vampiro você voltaria.

_Minha transformação foi como a sua, mas bem mais dolorosa, mas ninguém me mordeu, ou me deu sangue, ou você deu?

_Não, elas me disseram que não funcionaria, não poderia cura-lo, e que você seria como eu, um igual, mas ainda assim o yin e eu yang. Confesso que sem emoções eu ajo melhor, sabe só pela lógica, eu já não sinto remorso pelas mortes, mas eu sei que você vai.

_Era uma garotinha perdida na floresta.

_E você foi o lobo mau que a comeu. Ah sim se mantenha longe dos lobisomens, eles são letais, não para nós, mas ninguém precisa saber que fomos os primeiros.

_Criados por magia pura.

_Mais fortes que qualquer outro, poderiam nos chamar de hergenes?

_Não, nós não nascemos sem magia, não sugamos a magia dos outros, bem você nasceu sem, mas recebeu a minha magia você é como se fosse um receptáculo para o meu poder.

_Quanto tempo que vai ficar dessa vez?

_Até eu estar certa que você saberá se virar sozinho, eu não tive ninguém para me ensinar, mas eu estou aqui para ensina-lo. E em primeiro não ficar com remorso pelas pessoas que você mata, mas só mate se não restar nenhuma outra forma de saciar sua sede.

_E quais são as outras formas?

_Bolsa de sangue, consegue fácil em hospitais.

Ela pulou de onde estava e pousou ao meu lado, eu estava apenas de calças. Ela mordeu seu pulso e o empurrou em minha direção.

_Beba.

Eu fiz o que ela pediu, e novamente eu senti êxtase, o seu sangue fluindo em mim, me aquecendo e me deixando mais vivo, e a atração por ela começou a crescer, eu larguei seu pulso e a puxei para mim, e a beijei e a deitei no chão, o clima começou a ficar quente e logo nos desfizemos de nossas roupas, eu a mordi novamente e dessa vez ela também me mordeu, nossos corpos estavam tão bem encaixados, que jamais poderia deixar que ela saísse da minha vida.

Na manha seguinte ela ainda estava em meus braços, ela dormia sobre meu peito enquanto eu acariciava seus cabelos, eu a queria para mim apenas.

_Bom dia.

_Olá.

_Casa comigo?

_Não, ainda.

_Por que?

_Porque eu não sei o que sinto. Lembra eu sou o Yang você é o Yin, eu acabei de ligar, você precisa me ensinar como é.

_Eu sinto como se não conseguisse mais viver sem você, e estou com ciumes do Kai, aquele que você carrega com você.

_Eu o deixei num orfanato, só espero que ele não mate ninguém.

Os meses foram se passando e ela aparecia apenas durante a noite para mim, ela me ensinou a caçar, e usar outro meios de se alimentar, me ensinou a hipnotizar pessoas e vampiros, fazer com que eles fizessem qualquer coisa que quissemos, e também a me controlar, não deixar que percebam que somos diferentes, e o melhor de tudo era a velocidade, corríamos para todo o lado, e jamais nos cansávamos, e eramos tão fortes nem mesmo um bando de lobos que caçava em nossa área conseguiu nos combater. Eu ainda sentia por toda maldade, mas ela insistia em faze-los entender quem manda no território.

Teve uma unica vez, que o líder deles não ligou para os limites e quase me atacou, quase bem, ele realmente me atacou, mas ela foi mais rápida e o pegou no ar e depois decepou a cabeça dele, todos ficaram de boca aberta e correram de nos com o rabo entre as pernas. Eu juro que me traumatizei um pouco com aquilo, mas logo passou. Fazíamos sexo quase todas as noites, e em todas elas eu a pedia em casamento.

Até o dia que ela aceitou, e la eu fui o cara mais feliz do mundo, mas por um mês ela viveu comigo, por um mês fomos um casal, fomos quase normais, e pudemos esquecer tudo a nossa volta, isso até o mês acabar e o orfanato em que fomos morar perto cair em chamas, ambos fomos socorrer as crianças e todos gritavam, "A culpa é do Kai!", eu a olhei antes de entrar no prédio e foi a ultima vez que a vi. Ela havia se desligado por causa dele, ela me deixou por ele. Eu salvei todos que pudia naquela noite, e quando voltei para casa já não havia mais nenhum rastro dela por ali, nem mesmo seu cheiro.

Se passaram alguns nos após a isto, e tudo esta mudado, não há mais campos e campos, agora o urbano tomou conta de tudo aquilo que conhecemos, nunca mais tive noticias dela, e já vivo com uma outra pessoa, claro que eu nunca passo tanto tempo numa cidade só , as pessoas reparam e sempre vão reparar, você não esta envelhecendo. Todas elas foram humanas e nunca passei além de um simples namoro, mas agora eu estava só até porque aquilo já estava me cansando, eu ainda a queria, eramos prometidos, e se não fosse por isso só queria lhe devolver o que foi retirado, assim deixaria de ser o prometido e passaria a ser só mais um em que passou por sua vida;

Mas de qualquer forma não era certo, eu que deveria lhe tirar das sombras, lhe das sentimentos dos quais ela esquecera pelo tanto tempo que ficou afastada deles.

Mudando mais uma vez de cidade, eu vou para um hotel conhecido, o dono era imortal assim como eu, então obviamente ele já me conhecia, eu aluguei o quarto de sempre,e pedi as noticias.

_Cara, ela foi vista em New Orleans, acho que foi semana passada.

_Como?

_E parece que ela encontrou o hibrido que se denomina o "rei" de la.

_Mas ele não acabou com ela né?

_Você sentiria isso, esqueceu que vocês estão ligados?

_O que ela fez?

_Ela seduziu o cara, e apagou a memoria dele, tipo ele é tipo um vampiro original, a mãe dele é uma bruxa e transformou seus filhos em vampiros para que sua família não morresse para um clã de lobisomens. Então eles podem controlar outros vampiros e apenas serem mortos por estaca de madeira de carvalho branco.

_Mas eles não sabem da existência minha e dela, tudo bem que não posso usar isso nela e ela em mim, mas o nosso é até mais forte, eles usam para mandar e fazer com que o vampiro se esqueça, e nós realmente apagamos, vai ser difícil ele conseguir suas memorias de volta.

_Ele precisaria de um feitiço, não é isso?

_Sim, e ele não funciona se qualquer bruxa o fizer, precisa ser ela e eu.

_Ha ha, pelo visto ele nunca mais vai ter as memórias.

_Então preciso começar minha jornada, adeus amigo.

_Adeus.