Cruéis: A Associação escrita por Ko3lho


Capítulo 6
Capítulo VI: Pessoas e Objetos, parte 1


Notas iniciais do capítulo

Vamos começar dando o aviso de que teremos aquele clichê de patricinha em Lepus Steel. A nova aluna promete ser uma poderosa sem coração... Bem, vamos ao capítulo.



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Capítulo VI

Ao chegar onde todas as barracas estavam, as quatros garotas mostraram surpresa ao ver que não havia ninguém no local. Aquilo não era motivo para se desesperar, uma luz alaranjada vinha de detrás de alguns arbustos. Ao caminharem um pouco para frente elas encontraram todas as garotas sentadas em circulo, uma fogueira iluminava e aquecia a todas.

Por coincidência, o único espaço disponível para se sentar era ao lado de Catarine. Todas as garotas menos Morgan estavam indo em direção aos assentos disponíveis. Alexia e Jill continuaram seguindo o curto trajeto, Sam parou e decidiu conversar com Morgana.

–Você está estranha essa viagem toda. O que aconteceu? –Perguntou Sam enquanto colocava sua mão direita no ombro esquerdo de Morgana.

–Não foi nada Sam. É que eu só quero ficar em pé.

–Tudo bem, eu vou ficar aqui em pé com você. –Sam abria um leve sorriso, mas ela sabia que havia algo de errado.

Catarine se levantou e foi até o banheiro, possivelmente foi de propósito, ela queria que Morgana a seguisse. Como esperado, a mesma chamou Sam e foram até o banheiro espiar o que Cat iria fazer.

Do lado de fora do banheiro, Sam apoiava o ouvido naquele painel de ferro, era desconfortante, mas era o único jeito de ouvir o que estava acontecendo.

–Está tudo sobre controle. Eu fiz minha parte, agora faça a sua. –Tudo indicava que Catarine falava ao telefone com alguém desconhecido.

Ao ver que a conversa tinha acabado, Sam e Morgan correram para onde Alexia e todas as outras garotas estavam. Ao chegarem lá, viram que haviam perdido Alexia de vista, e consequentemente Jill.

As duas garotas precisavam contar o ocorrido a Alexia, então começaram a procurar ela o mais rápido possível. Catarine percebeu que Morgana não estava naquele luau, e decidiu também procura-la.

Samantha pegou seu celular na tentativa de mandar alguma mensagem para Alexia. Sam e Morgan não imaginavam, mas iriam ter a maior surpresa de suas vidas. Ao se descuidar, Morgan pisa em um par de óculos brancos, possivelmente os de Alexia. Ao ver aquele objeto pessoal jogado ao chão, elas não tinham dúvida: Alexia estava em perigo.

Na esperança de ainda encontrar a amiga, Samantha e Morgana aceleraram o passo, ao verem a saia xadrez de Alexia ao chão, elas sabiam que aquilo era o fim.

Longe dali as coisas estavam totalmente diferente do que Morgana e Samantha estavam imaginando.

Jill beijou Alexia, foi um beijo forte, e quando ela se deu por conta estava totalmente envolvida, Alexia não sabia o que aconteceria, mas aquilo era bom, mesmo sendo aqui nesta floresta solitária. Havia apenas as duas ali e Alexia se entregava aos poucos. Jill passou a mão nos cabelos de Alexia carinhosamente, e depois sua mão passou pelo pescoço da mesma até o decote da blusa, uma blusa social branca com os botões de cima já abertos. Por impulso e inexperiência Alexia o mesmo, mas a mão da mesma parou no seu pescoço.

Onde isso iria parar? Jill queria Alexia? Alexia não esperava que tudo aquilo a excitaria. Jill pousou sua mão mais para baixo, no busto de Alexia.

–Você quer realmente isso? –Perguntou Jill.

–Eu nunca soube o que eu quis direito, mas vi que você conseguiu abrir meus olhos. Se for pra eu começar algo... Bem, que eu termine isto. –Respondeu Alexia sorrindo.

Tentando espantar a timidez, Alexia pôs as mãos na cintura de Jill, e a puxou para outro beijo que ela correspondeu. Havia uma coisa maior ali, uma sensação que Alexia nunca havia sentido. Seria excitação? Ou medo? Aliás, é a primeira vez que Alexia sente isso, e ela queria tanto alguém assim. Jill a beijava com paixão e necessidade, e acho, que Alexia também. Quando Alexia se aproximou do pescoço para dar aquilo que chamam de chupão, foi interrompida por um grito.

Ao se deparar com a cena, Samantha saiu do local rapidamente, sendo seguida por Morgan.

–Oh meu Deus. –Alexia mostrou susto em sua expressão facial, abotoou toda sua blusa e se levantou o mais rápido tentando acompanhar as outras duas garotas.

–Sam, porque toda essa pressa e raiva? –Gritou Morgana.

–Eu odeio gays, e isso era algo que eu nunca esperei da Alexia. Ela era tão quieta... Mas nós saímos em 2 minutos e ela já começa a se pegar com uma garota que nunca vimos antes. O que será que ela pensa quando está conosco? Ah, não quero nem imaginar. Que nojo!

–Hey, o que está acontecendo? –Perguntou Morgana depois de segurar a amiga pelos ombros. –Ela é nossa amiga, não faz sentido você ter toda essa revolta. Isso nunca aconteceu antes.

–Garotas! –Gritou Alexia enquanto vinha correndo.

Ao ver a amiga, Sam saiu correndo o mais rápido para a barraca.

–Morgan... –Alexia diminuía o passo.

–Tudo bem, ela só não conseguiu receber bem a informação.

Após aquela cena, Morgana e Alexia continuaram caminhando. Quando estavam chegando onde as barracas estavam, perceberam que havia um bilhete preso em uma árvore.

–“Parece que temos alguém aqui que adora colar velcro...” –Alexia leu o bilhete e depois o amassou com raiva.

–Calma, deve ser alguém querendo brincar com a nossa cara.

Já estava tarde, era hora de descansar, a lua já estava se escondendo atrás de algumas nuvens.

O dia amanheceu, e nada de Sam olhar nos olhos de Alexia, durante três dias ela não estava dormindo junto às outras três garotas, ela preferia ficar observando a escuridão da noite. Com a chegada do ultimo dia no acampamento, Alexia foi tentar conversar com Sam.

–Já deu! Você tá sendo a pessoa mais imatura que eu já conheci. –Gritou Alexia.

–Falou a garota que adora colar velcro! –Dizia Sam, mas foi interrompida com um tapa na sua maçã esquerda.

–Escuta aqui garota, eu não tenho culpa se ninguém te quer. Você tá parecendo uma namorada ciumenta, eu não pretendo me fazer de coitada tentando refazer sua amizade. Eu não posso escolher o que fica ou o que desaparece, mas eu faria de tudo para que você sumisse! –Alexia virava as costas e entrava na barraca.

Sam percebeu que havia muitas pessoas encarando ela, e com isso decidiu sair dali.

O dia passou rápido, e tudo que as alunas de Lepus Steel queriam era voltar para suas camas quentes e confortáveis. Ao amanhecer, todas a garotas estavam prontas para voltar a cidade de Butterfall. Mais uma vez as turmas foram divididas, e mais uma vez Morgana ficou longe de suas amigas. Para a “alegria” de Sam, ela ficou no mesmo ônibus que Alexia, mas em assentos distantes.

Ao se sentar, Morgana ficou olhando pela janela e percebeu que Catarine não estava ali dentro. Com a saída do ônibus, Morgan continuou olhando pela janela e conseguiu ver uma garota de costas, que ao se virar sorriu para a mesma e acenou. Morgan ficou um pouco assustada, ela juntou todas as informações que tinha e se deu conta de que não havia ninguém com o sobrenome Spawding. Morgana havia sido enganada por alguém que possivelmente sabia tudo sobre a Associação.

Com os pensamentos martelando em sua cabeça durante um longo tempo, Morgana caiu no sono até chegar em Butterfall.

“O que? Eu fico fora por menos de uma semana e saem três músicas da Lana Del Rey. Queria estar morta.” Pensou Morgan enquanto descia do ônibus.

Apesar de tudo que estava acontecendo em Butterfall, Morgana parecia ter esquecido tudo, todas as ameaças, todas as mortes, até mesmo a de seu pai. Para uma garota “quase” órfã, Morgana parecia ter tempo para ouvir músicas de sua cantora favorita.

A muito tempo Lepus Steel havia deixado de ser uma escola, isso por causa das investigações e das mortes. A diretora recebeu a noticia de que nada foi encontrado, e uma das principais suspeitas era ela mesma, o que a fez ser afastada de seu cargo, sendo substituída por um homem, em todos esses anos de ensino, Lepus Steel nunca teve alguém do gênero masculino trabalhando além dos portões de ferro. Aquela era uma novidade que havia deixado todas as garotas preocupadas com o futuro de Lepus Steel.

Todas as alunas e funcionarias da escola foram reunidas no pátio para ouvirem o que o novo diretor queria comunicar.

–Olá a todas, meu nome é Alex Rosewood, sou filho do atual prefeito da cidade de Butterfall, e agora sou diretor de Lepus Steel. Gostaria de dizer que as aulas voltaram, e nada que aconteça em Butterfall poderá para-las. Estamos com um atraso muito grande em todo o período escolar. Então por favor, entendam que teremos que aumentar o nível de todas as provas. Antes que eu me esqueça, uma nova aluna está a caminho, o nome dela é Catarine, Catarine Spawding. Ela também é minha filha, mas eu não quero que vocês a tratem de maneira melhor. Era só isso, estão dispensados.

Após ouvir o nome da nova aluna. Morgana deixou de ouvir todo o resto que havia sido pronunciado. Ela estava sentindo um enorme calor no meio de todas aquelas pessoas, e no fim das contas acabou desmaiando. De longe, Sam percebeu que sua amiga havia caído no chão, e foi o mais rápido tentar ajuda-la.

No quarto de Morgan fazia algum tempo que ela estava desmaiada, então Samantha apenas se sentou e a ficou observando-a.

–Você já pode ir. –Sussurrou Morgana.

–Você não merece, mas preciso cuidar de você. É para isso que as... –Dizia Sam enquanto era interrompida.

–Pare! Eu não quero ouvir coisas desse tipo hoje.

–Tudo bem. –Encerrou Samantha. –Só porque um livro tem um capítulo ruim não quer dizer que a estória acabou.

–Não mesmo, mas é por conta de um capítulo ruim que as pessoas abandonam o livro.

–Acho que você já deve ter se recomposto, então eu vou para o meu quarto terminar de fazer algumas coisas lá. Ah sim, não posso me esquecer de te dar isso. –Sam tirava um papel da sua bolsa e entregava a Morgan. -Eu você... –Samantha segurou um pouco a voz, mas deixou aquele nome sair - E a Alexia fomos convidadas ao para a festa de boas vindas a filha do diretor, parece que a Alexia e ela se conhecem muito bem.

Samantha se retirou e deixou Morgan descansar mais um pouco. Do lado de fora, Sam olhou para o lado esquerdo e franziu um pouco a testa ao ver Alexia e Jill conversando, elas estavam próximas de mais, e aquilo incomodou Sam. Mas sem mostrar algum sentimento, Alexia a olhou, a única coisa que aqueles olhos mostravam era desprezo, algo bem profundo.

“Se eu ficar estarei chamando muita atenção” Pensou Samantha. Então ela saiu daquele local e desceu as escadas.

Dentro dos aposentos de Morgan, a mesma ficou encarando o convite da festa que supostamente seria o acontecimento mais marcante do ano. Mas ela não deu muita atenção, ela estava realmente interessada em ouvir as novas músicas da sua cantora favorita, Lana Del Rey.

Já nas ruas, Samantha via que aquela festa estava sendo bem divulgada. Havia um cartaz com mais detalhes do que os que estavam no convite. Bem, a festa se chamava Dollhouse, ou casa de bonecos mesmo. Será uma festa a fantasia, festas a fantasia nem sempre saem como combinado, além do mais quando a um grupo de assassinos atrás de vocês. Respectivamente, eu tenho um pé atrás com festas, além do mais com essa onde você não sabe quem é quem.

Fazia muito tempo que as ruas de Butterfall não eram tão movimentadas como estavam alguns dias antes da festa. Era correria para todos os lados, em quesito de fantasia, decoração, bebidas, e mais algumas coisas.

A estória perdeu o rumo há algum tempo, a Associação havia sumido e nada estava acontecendo, então essa festa era a principal preocupação. Mas isso talvez fosse um daqueles clichês, tudo indicava que algo aconteceria naquela festa, e vindo da Associação tudo era esperado.

A curiosidade de quem seria Catarine Spawding estava consumindo os neurônios das alunas de Lepus Steel. Pelo fato de ser neta do prefeito de Butterfall, todas estavam esperando um manequim vestindo roupas e acessórios de marcas como Chanel e Louis Vuitton. Todo o mistério de como era essa aluna estava quase sendo descoberto, isso porque um daqueles carros luxuosos parou em frente aos portões de ferro de Lepus Steel. Sabe aqueles eventos onde seu ídolo possivelmente vai estar e você fica na porta esperando ele ou alguém do tipo entrar? Era tudo aquilo que parecia, inúmeras garotas estavam esperando aqueles portões se abrirem, elas queriam ver o glamour de alguém da Elite, e até mesmo alguém da Associação.


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Notas finais do capítulo

Gostaria muito de agradecer a Senhorita Cueio, que me ajudou a escrever a cena entre Jill e Alexia. Sem ela nada disso seria possível :3



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