Cruéis: A Associação escrita por Ko3lho


Capítulo 4
Capítulo IV: Mãos Descalças


Notas iniciais do capítulo

Estou tão feliz pela estória ter chegado tão longe *-* Mesmo sem comentários é bom ver que as pessoas continuam lendo. Creio que esse foi o capítulo mais misterioso da estória, bem, vou deixar você lerem por si mesmos.



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Capítulo IV

–Vejam só... Carne nova no pedaço. –Gritou uma das presidiárias enquanto se aproximava de Morgana – E então docinho, qual o seu nome?

–Morgana... Morgana Cartel.

–Cartel? – Após questionar sobre o sobrenome de Morgan, ela deixou a garota continuar caminhando.

“Porque ela fez aquela expressão?” Morgana se perguntava.

–Porque diabos essa garota está aqui? –A mesma mulher perguntava a outra presidiária.

–Não sei se você reparou, mas isso aqui é uma prisão. As pessoas são presas por crimes, e pelo que eu soube ela está aqui por assassinato.

–Assassinato? Ela não aparenta ser uma criminosa.

–Norma, as pessoas vão esconder a verdadeira personalidade até conseguirem o que querem. Eu não aparento ser uma assassina, por que ela aparentaria? –Respondeu a tal.

Chegando a sua cela, Morgana viu que não seria algo relaxante. Os colchões eram manchados, parecia sangue ou vomito. O chão era sujo de poeira e as paredes eram descascadas.

–Acho que essa não é a minha cela... –Dizia Morgana a uma das guardas.

–Princesa, o mundo é uma roda de bicicleta. Você tem que esmagar quem está embaixo para se manter equilibrada. Você tem sorte de ter ficado nessa cela. –Ela empurrou Morgana para dentro e a trancou. – Por hoje você vai ficar aí, sua colega vai chegar daqui a pouco.

Morgan caminhou até beliche e sentou na cama de baixo.

–Olá belezinha.

A mesma mulher que havia parado Morgana na sua chegada estava ali, frente a frente com ela.

–Só pode ser brincadeira. Não importa, eu não vou ficar aqui por muito tempo... –Morgana ficou com a voz pálida após receber um soco na sua maçã direita do rosto. - Ah!

–Seu lado direito do rosto é maior, acho que agora estão iguais. HAHAHA!

–Sua vadia! –Morgana avançou em cima de Norma, mesmo sabendo que era uma má ideia.

Norma agarrou com força os dois antebraços de Morgana e jogou-a contra a parede oposta ao lado da cama.

–Eu fico em baixo. –Sussurrou Norma.

Em Butterfall, Sam e Alexia conversavam na sala comum sobre a prisão de Morgana.

–Agora nós sabemos que não estamos brincando com alguém inexperiente. Eu só queria saber o motivo de quem quer que seja estar atrás de nós.

–Calma Alexia. Eu não sou uma pessoa otimista, e não acredito nisso de que o bem sempre vence o mal. Nós só sabemos que é alguém conhecido, que tem algum problema pessoal com a gente e que aparentam serem três pessoas.

Sam olhou direto para as escadas e fitou Paola dos pés até a cabeça.

–Desgraçada! -Sam se levantou e caminhou até Paola erguendo a mão direita, pronta para machucar a tal.

–Sam! –Gritou Alexia enquanto segurava a mão de Samantha. – Não vale a pena bater em uma vaca. Uma hora ou outra ela será abatida.

–Vejo que vocês estão um pouco exaltadas. Contem-me, o que aconteceu? –Perguntava Paola com um leve tom de ironia na voz.

Samantha e Alexia ficaram caladas. Com a situação Paola continuou caminhando.

–Você se acha superior apenas por se branca e ter uma boa condição de vida, não é? –Declarava Sam com a cabeça baixa. –Mas você não me intimida. Eu sou muito mais do que você, e se eu não for garanto que consigo chegar até lá. Eu podia espancar você até seus olhos ficarem de uma cor só, mas eu não quero se presa por pisar em um inseto. –Sam continuou caminhando em direção á Paola. – Sabe, uma coisa eu te prometo: Eu não vou te machucar... Eu vou destruir você pedaço por pedaço até restar apenas o pó!

–Sam... –Sussurrou Alexia.

–Eu acho que você está querendo se juntar a sua amiga na prisão. A Ameaça é um crime, sabia? –Perguntou Paola.

–Eu não ligo em ser presa por fazer justiça. Eu sei que você armou contra a Morgana, e você vai pagar por isso.

–Posso te processar por calúnia. Eu realmente queria ter sido a responsável pela prisão da Morgan, mas não fui eu. –Paola decidiu se retirar de vez da sala, mas ao chegar à porta olhou para trás e encarou Sam – Seu tênis não combina com a roupa, tente algo mais feminino.

Sam avançou um passo, mas foi segurada por Alexia.

–Você já se estressou de mais hoje, vamos para o meu quarto.

Era bastante irônico como o céu da prisão de Butterfall era. Um céu bastante azulado, diferente do resto da cidade.

Morgana não teve uma boa noite, ficou pensando em como seria conviver com aquela colega de cela. Morgan era inteligente o bastante para saber que não iria sair dali tão rápido.

Em Lepus Steel, Alexia e Sam decidiram visitar Morgana do outro lado da cidade. Não iria demorar muito, mas elas queriam chegar o mais rápido possível. Então antes de realmente o sol se espalhar, elas acordaram e saíram.

De seu quarto, Paola olhava o movimento. Ela viu as duas garotas saindo, e observou um movimento estranho de Alice na saída.

Quando o sol realmente havia tomado conta da cidade, Alexia e Samantha chegaram à prisão.

–Ei novata, você tem visita. – Disse o carcereiro a Morgana. Ele entrou e a segurou pelo braço direito, ele o apertou com força, mas ela não podia fazer nada em relação aquilo.

Ao chegar às cabines, Morgana viu as duas garotas. De forma surpreendedora ela sorriu, mostrando que a presença de suas amigas era realmente importante.

–Você está péssima. –Disse Alexia enquanto enrolava uma mecha de seus cabelos.

–Realmente. A Prisão parece ter tirado seu brilho. –Samantha completava o possível “insulto”.

–Falando desse jeito, nem parece que vocês são minhas amigas. –Respondeu Morgana.

“Sábado, dia um do mês de novembro do ano de 2006”.

–Sam, posso contar um segredo? –Perguntou a pequena Morgana.

–Eu sou de confiança? Seu eu for deste tipo, pode contar sim.

–Você promete não contar a ninguém?

–Prometo.

–Por toda sua vida?

–Por toda a minha vida.

“Atualmente”

–Já está tarde, precisamos voltar para a escola. –Sussurrava Alexia - Só passamos aqui para te ver.

–Isso é verdade. Então Morgan, boa sorte na prisão. Você deve sair logo. –Encerrava Sam.

A maior pista que as “amigas” tinham era que um dos possíveis membros da associação seria a Paola. Não que isso ajudasse muito, já que aparentemente seriam três pessoas.

Antes de Morgana se retira da sala das cabines, alguém sussurrou seu nome: “Morgana”. Ao se virar, eu diria que aquela cena clássica de raios correndo entre o olhar de duas pessoas ocorreu.

Paola estava bem vestida, eu diria que mais bonita do que o comum. Embora aquela presença fosse apenas uma provocação, Morgan não se abalou, ela retornou a uma das cabines e se sentou.

–O que te trás aqui, Paola?

–Nossa. Nós somos amigas, você podia pelo menos agradecer a minha vinda. –Disse Paola com um pequeno tom de ironia na voz.

–Desculpe-me esse tipo de tratamento, às vezes precisamos pagar na mesma moeda, se é que me entende. Mas mudando de assunto, além de você, quem está na associação? –Representando um ato de burrice, Morgana fez uma pergunta idiota que nunca é feita a um suspeito.

–Talvez a Alexia e a Sam... HAHAHA. Brincadeirinha, eu não sei nem o que é a associação. Eu não jogaria um jogo com você, até porque eu ganharia.

–Eu já esperava por essa resposta...

Morgana foi interrompida por uma guarda. “O horário de visitas acabou. A delegada chegou aqui agora a pouco, ela quer falar com você.” Disse ela.

Morgan então se despediu de Paola e acompanhou a outra mulher. Durante o caminho ela encontrou com Norma.

–Nem ao menos nos apresentamos e você já vai sair? É uma pena. Mas não precisa ficar triste, vamos nos encontrar de novo em breve.

Morgana não respondeu Norma, eu poderia dizer que ela a ignorou completamente. Ao chegar a sala da diretoria do presídio, Morgana recebeu a melhor noticia para uma pessoa que estava ali, ela estava livre.

Mesmo recebendo aquele “presente”, ela não mostrou nenhuma reação alegre, mas ao mesmo tempo ela não expressou tristeza. Ela apenas tinha a certeza de que o inferno retornaria a sua vida.

Com todas as suas coisas arrumadas, Morgana já estava com metade do seu corpo dentro do táxi. Ela se sentou e pegou seu celular, ela havia recebido uma mensagem há alguns segundos antes de ser solta.

“Querida Morgana, é difícil dar essa noticia a você. Mentirinha, é muito fácil. Seu pai esta morto. Tudo indica que foi suicídio, mas nós e você sabemos que ele pode ter sido assassinado. Se bem que não podemos julgar sem ter provas. Com carinho, a Associação”

Diferente de ser agarrada pela tristeza e ao mesmo tempo pelo ódio, apenas um lágrima desceu de seus olhos. Ela desligou o celular e tentou relaxar.

Ao chegar à escola, Alexia estava esperando Morgana. Ela e Sam também haviam recebido a mensagem sobre o pai de Morgan.

–Meus pêsames Morgana. Creio que você ainda não foi informada de todas as noticias. –Dizia Alexia enquanto a trazia para dentro da escola.

Ao subir as escadas e caminhar até seu quarto, Alexia ajudou-a abrindo a porta. Dentro do quarto, Samantha estava arrumando a cama de sua amiga. Ao terminar de arrumar, Morgan se sentou. Pela cara de suas amigas, algo bom não estava por vim.

–Como você já sabe seu pai se suicidou... –Sam tentava explicar a situação, mas foi interrompida pela amiga.

–Isso é mentira! Ele não se suicidou, foi assassinado por alguém da associação! –Morgana se alterava. –A Paola confessou...

–Paola também está morta. Ela foi encontrada com o corpo todo mutilado. Seu corpo foi achado na mesma estrada que leva para prisão onde você estava, além disso, algumas partes do corpo sumiram. –Completou Alexia.

–Mas... –A voz de Morgana ia ficando pálida aos poucos, até que sumiu. Sua respiração estava ofegante.

Quando todo o quebra-cabeça estava começando a ser resolvido, uma peça fundamental foi tirada e outra adicionada.

–Isso não é tudo. –Samantha caminhou até o armário de Morgan e pegou uma caixa embrulhada. – Eu não abri, achei melhor esperar por você.

Ao abrir a caixa, as garotas se depararam com a coisa mais assustadora que elas já haviam visto. Dentro da caixa um par de olhos, possivelmente os olhos de Paola, um azul e outro amarelado. Mas como se aquilo não fosse o bastante, outro bilhete estava ali.

“... Os segredos podem custar os olhos da cara. Desculpe o trocadilho, eu não resisti. Esses olhos viram coisas de mais, eu não poderia deixar informações vazarem. O jogo não deve acabar tão rápido.”

–Isso é bizarro. Porque essa perseguição toda em cima de nós. Quem teria tanto ódio assim da gente.

–Alexia, dica calma! Precisamos sumir com isso, ou vai sujar pra o nosso lado. –Sam tentava acalmar Alexia, todos esses ocorridos estavam mexendo muito com o psicológico da mesma.

–Como eu posso ficar calma com essa situação? –Alexia foi interrompida com uma tapa de Morgana.

–Eu não estou te reconhecendo Margareth. Dessa vez temos a prova de que não estamos brincando com alguém fraco, a Associação é capaz de tudo. –Morgan mostrava a situação às outras garotas. – Não vai ser fácil, isso é óbvio. Mas eu não vou desistir de descobrir quem matou minha única família. Se for um jogo que eles querem, é um jogo que eles terão.

Morgana estava realmente determinada em solucionar aquele mistério. Elas sabiam que aquilo poderia custar muito caro, o bastante para elas temerem aquilo que chamam de a Associação.

As três garotas tomaram a noite tentando armar uma emboscada para descobrir algo sobre a Associação. Elas não tinham informações o suficiente, mas era só uma questão de tempo para seus planos serem quebrados como um vaso de cristal.

Durante o descanso das garotas, alguém entrou no mesmo quarto que elas e deixou outro presente, uma foto para ser mais claro. Nessa foto um rosto, Alice. Parece que aquele mistério estava só começando.

As garotas continuaram dormindo sem se dar conta de que o pesadelo delas estava a pouco dentro do mesmo cômodo. Sorrateiro como uma cobra, sorrateiro o bastante para acabar com aquele jogo. Três coelhos com uma cajadada só, mas a morte daquelas garotas não era sua meta. Seu objetivo era algo muito maior, algo que faria aquelas garotas pagarem por algo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo, das mortes também...