Feérico escrita por Hoshi


Capítulo 3
Perguntas


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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   A semana passou rápido. Logo, então, chegou sábado. E com isso o ensaio. Mas o que me intrigou é que Mônica faltou duas vezes na Escola. 

 

E pior, ninguém parece ter notado.

 

O que é estranho, muito estranho, já que ela quando ela foi no resto da semana ela estava sempre rodeada de pessoas ou elas vinham conversar. Ela não fazia o tipo nerd, geek, revoltada, sozinha ou qualquer coisa. É como se ela fosse uma mistura de tudo isso. Perguntando e respondendo os professores, debatendo sobre quadrinhos, tenho seu estilo de vestir próprio com blusas de banda e estilo simples. Ela procurava focar isolada, isso eu percebi. Sem querer me peguei seguindo a garota que me pediram para focar longe.

 

   Acordei cedo, oque é estranho em um sábado. Eu estava devaneando. Mas eu não tenho tempo a perder.

 

Enquanto me arrumava e fazia minha rotina matinal, continuei pensando...

 

   Cascão e eu sempre tivemos uma boa relação quando crianças. Éramos melhores amigos, mas quando me mudei nossa relação ficou afetada, mas continuávamos nos falando.  Porém eu senti que ele estava diferente. Mas ele não falou nada. Então pensei que fosse coisa da minha cabeça.

 

Até que ontem ele me mandou mensagem às dez da noite dizendo que não poderia ir hoje. Mesmo eu perguntando o que havia acontecido e insistindo para ele vir aqui em casa e pergunta se poderia ir à dele, o mesmo não respondeu. Colocou apenas um emoji de polegar para acima. Isso me preocupa.

 

Me peguei já indo meia hora antes do horário combinado. No entanto, quando cheguei à praça, Mônica já estava lá. Ela estava sentada com fones de ouvido, escrevendo alguma coisa.

   - Oiê! - Falo animadamente. Nem sou tão animado assim, só que é bom ver ela cortando toda minha animação.

 

   - Que susto Cebola azeda! - Exclama tirando os fones e fechando o caderno.- Cadê o Cascão?

   - Ele me ligou dizendo que não poderia vir. O que tava escrevendo?

   - Era desenhando!

   - O quê?

   -Algo que não te intereça...Por que ele não vem?

   - Tinha um compromisso muito sério. - Inventei. - Aí eu pensei que poderiámos ir decidindo algo

   - E o que você, com mísera cebola de cérebro, pensou?

   - Ah, pensei, ô mente cavernosa,  que poderíamos entrevistar alguns professores. Tipo, Revolução Francesa, dá um ótimo assunto aos professores. Temos que falar o contexto histórico da Revolução. Ei, - Uma ideia se formou. - podemos até ir no Museu de História, eu vi que tem um no centro.

   -Tá, tá. Mas quem vai entrevistar, gravar, editar. Essas coisas...

   -Ah...bom, eu sou bom em computação, eu edito, o Cascão tem filmadora e ele grava, e você...bom...você pode entrevistar. 

   -Ah, não! Você tá de brincadeira! Eu? Entrevistar?-Ela falou indignada.

   -Ué! Nada de mais! Microfone, pergunta e tudo certom

   - Tá. A gente decide isso com o Cascão. Mas e perguntas?

   -A gente pode perguntar... 

   Passamos horas decidindo  decidindo perguntas e  alguns detalhes. Apesar de se transparecer nerd aos professores ela não parecia esnobe. Não aguentei e disse isso a ela, o que a fez rir. E, ei, gosteo da risada, mesmo que mísera. 

 

Quando tudo acabou e decidimos que mais alguns passos seriam dados com o Cascão, sugeri que caminhássemos. O parque está tão bonito na luz da tarde e tem várias crianças correndo, famílias fazendo piqueniques. Bateu uma nostalgia do tempo que minha maior preocupação era pensar qual seria a brincadeira do dia.

 

    Mônica e eu engatamos em uma conversa, inicialmente sobre assuntos trivias. E depois de várias tentativas minhas de manter a conversa, ela foi fluindo e se tornando mais que um monólogo. Percebi que a garota misteriosa estava falando mais do que monossílabas. 

 - Além disso o verdadeiro sorvete faz bem à saúde. - Ela completou um assunto que eu nem sabia como havia chegado a esse curso.

  - Uau, Mônica também é cultura, gente! - Brinquei. - Mônica...Esse nome me é familiar... - Continuei. 

   -Então quer dizer que a Cebola azeda conhece muitas Mônicas? Interessante...

Conheço? Não, não me lembro de nenhuma Mônica na minha vida. Nem parente, nem colega de classe. Então por que me parecia um nome tão dançante aos lábios? Como se já tivesse dito um monte de vezes. 

   - Mas quero falar de você. - Mudei o curso da conversa para não ficar mais confuso que já estou. -  Por que você faltou? O que aconteceu?

   Ela hesitou para responder.

   - Então quer dizer que anda me vigiando? Sabe, isso não é muito bom...

   - É serio. Por que você é assim? Tipo agressiva, misteriosa... O sujeito sarcástico nem me assombra mais...

   - Vamos fazer uma coisa, - Ela propõe me interrompendo - uma brincadeira: Você conta 3 coisas sobre você que aí eu conto 3 coisas sobre mim. Ok? - Me surpreendi. Adoro jogosm

   - An... Só se valer questões sobre o outro.

   -  Eu só respondo duas perguntas.

   - Vamos lá. 

 

         CEBOLA

1° - Eu gosto muito de video-game

2° - Quando criança falava errado, mais tarde descobri que era uma doença chamada Dislalia

3° - Eu já morei no bairro do Limoeiro. 

 

                   MÔNICA

   

1° - Eu gosto de viajar, pretendo conhecer o mundo inteiro. Aí, tenho que fugir. Meus pais já até acustumaram.

2° -Não gosto do dia 25/07

3° - Tenho uma coleção de ursos de pelúcia.

 

   Ela fez uma pausa, provavelmente avaliando o que disse.

 

   - Sabe apesar de viajar, eu gosto bastante daqui, do Bairro do Limoeiro. Interessante você já ter morado aqui.

 

   - Você gosta bastante da aqui? Então, por que você foge? Viaja, e  depois volta?

 

   Ela hesitou para responder, como sempre fazia quando eu perguntava algo. 

 

   - Eu fujo, porque procuro.

 

   -O quê? - Pergunto curioso. E pela primeira vez não há hesitação ou pausa. Firmemente ela responde: 

 

   -O meu final feliz.

 

   Eu ri.

 

   -Aí, garoto pensei que você fosse diferente! Você não entende. Ninguém vai entender!

 

   Ela sairia, mas antes puxei-a pelo braço.

   -Calma. É que...que é diferente. Não esperava isso de você.

   -Diferente como? 

 

   - Diferente...estupido...- eu brinquei.

 

   Ela uivou.

   Eu a puxei. 

   Ela com cara de raiva. Eu rindo. Quando percebi, nós ficamos perto de mais um do outro. Nos entre olhamos.

   -Cebola... - Ela não estava com raiva, mas ressentida. Eu a interrompi dessa vez:

 

   -Caso você não saiba hoje é dia 25/07.

   -O QUÊ?- Ela grita me empurrando.-NÃO ACREDITO!Eu preciso ir!

   Ela saí correndo. E eu vou atrás

   -O que foi? Para onde vai? Está tudo bem?

   Ela parou de correr. Olhou para trás. 

   -Caso você não saiba eu só disse que iria responder duas perguntas. E você já as fez.

   Ela ri. Incrivelmente ela ri. Ela deve ser do tipo que perdoa fácil. Esse riso era diferente, era um do tipo encorajador. Agora eu sei porque todos a seguem, ela dá uma boa líder. Ela ainda sorri de olhos fechados.

 

   Depois torna a correr.


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Notas finais do capítulo

Gente, quanto tempo! Foram anos, 3 para ser exata. Depois me explico, espero que gostem!
Bem de lá para cá mudei a escrita, mas mesmo assim...
Comentem!

Beijokas!



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