PRÓLOGO

07/03/2039

O dia havia começado bem naquela manhã de sábado, na semana eu tinha feito atividades avaliativas e estava pronto para relaxar com uma nova versão de um jogo que era da época do meu pai, ele me contava sobre suas aventuras em “um mundo de blocos” como ele chamava, mais tarde descobri o nome do jogo e pedi para ele comprar – em parte para ver se era realmente tudo aquilo que ele tanto falava, em parte pela curiosidade para saber como o jogo evoluiu tanto já que não eram mais blocos e possuía gráficos impecáveis – a nova versão do game tinha acabado de lançar só que para jogar precisaria de um capacete RV que eu já tinha, portanto estava pronto para testar.

No final da tarde, meu pai – um homem alto e magro, de cabelos escuros e olhos castanhos, que era muito carinhoso comigo e meu irmão, seu nome era John – havia chegado com o jogo em mãos sorrindo para mim enquanto eu estava esperando no sofá assistindo um desenho do Cartoon Network com meu irmão, um menino de nove anos que adorava jogar comigo e me perturbava dia e noite para fazer isso, tinha cabelos longos que formavam uma panela circular meio achatada na cabeça dele tinha olhos cor de limão, bem claros e expressivos, seu nome era Nicolas, mas eu o chamava de Nick – não parecia com ninguém da família, mas meu pai dizia que era por causa do vovô, que quando era novo tinha cabelos parecidos.

Minha mãe, uma mulher com cabelos pretos, porem mais claros do que os do meu pai, que insistia em escolher quem ira jogar primeiro o novo jogo, seu nome era Maria, mas antes que ela pudesse disser qualquer coisa eu dei um grande abraço no papai – que não se surpreendeu, pois sempre que ele chegava em casa com um jogo eu o abraçava dizendo em seu ouvido, algo que para mim não havia sombra de duvidas:

- você é o melhor pai do mundo.

Quando o soltei eu peguei o game de sua mão e coloquei em cima da mesa para que minha mãe dissesse quem iria jogar ver o novo jogo, ela olhou para mim e disse:

- Você vai jogar primeiro desta vez Steve.

- Mas... – começou Nick

- Nada de “mas” Nicolas, você tem jogado em excesso esses dias. - Falou virando a cabeça Para Nick

- Aaaaahhhhh – Protestou Nick

-Viu eu te disse que você não deveria jogar todos os dias o dia todo. – Falei sorrindo olhando para ele enquanto andava pelo corredor que levava para o quarto.

Na entrada do corredor ele fazia uma curva em S para a esquerda na frente da porta do banheiro, que estava aberta, o corredor era pequeno onde só possuía duas portas para a direita e uma no fundo, dava entrada para o quarto dos meus pais. Passando pela porta do quarto de hospedes e em seguida do pergolado, era porta do meu quarto, as paredes eram da cor do corredor, do lado direito havia uma janela para o pergolado, decorada com uma cortina azul e na parede esquerda um guarda-roupa, na parede oposta da porta estava meu beliche, ao lado da porta havia uma TV Sansung de tela plana pequena conectada ao Xbox RV que eu ganhei no ultimo natal, andei em direção há ele para colocar o jogo quando ouvi a voz da minha mãe:

- Steve venha, está na hora do jantar!

-Certo, espere só mais um pouco que já eu chego aí! – Respondi enquanto colocava o jogo no console e colocava o capacete RV e na cabeça.

Me deitei na cama e ativei o comando de voz do capacete falando a palavra chave baixinho para minha mãe não ouvir:

-Usuário Steve 117. Código de ativação SN1357.

-Deseja iniciar o jogo agora? – perguntou o sistema do capacete.

-Afirmativo! – Falei

O capacete exibiu feixes de luz cor verde e branco enquanto iniciava o jogo, porem havia algo diferente desta vez, sentia como se todas as minhas lembranças estivessem se esvaindo e isso doía muito, mas minha voz sumiu e eu não conseguia me mexer, senti desespero muito grande e agonizante como se um grande vazio estivesse se espalhando sobre mim, até que o jogo finalmente iniciou e de repente não senti mais nada.