Ornitorrincos VS Unicórnios escrita por LiaAzeiDeTona, PandaRadioativo


Capítulo 3
A raiva, é inimiga da Dor.


Notas iniciais do capítulo

Link da música Black Bird:
https://www.youtube.com/watch?v=6ao8gX7MoCU



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The spark never lit up fire
(A faísca nunca acendeu o fogo)

Though I tried and tried and tried
(Embora eu tentei e tentei e tentei)

The wind came from your lungs

(O vento veio dos seus pulmões)

A hurricane from your tongue

(Um furacão da sua língua)

And I'll keep your secrets with me

(E eu vou manter os seus segredos comigo)

Right behind my teeth

(Logo atrás dos meus dentes)

Your anger, your anchor

(Sua raiva, sua âncora)

But I'll sail much further on

(Mas eu vou navegar muito mais além)

Paramore, Renegade.

Andy McKinnon dava muxoxos de raiva, a garotinha de cabelos coloridos delirava de ódio, balançando frequentemente os pequenos pezinhos. Ela odiara a Sonserina. Sempre respeitara a casa das serpentes pois achava que as pessoas que a habitavam eram muito mais que pessoas "riquinhas" e "mimadas". Era quase impossível de não se ouvir frequentes "meu pai vai me comprar tal vassoura" ou "minha mãe manda em tal área do ministério".

"Será que ninguém se importava com coisas mais importantes?" filosofava a garota.

–Este lugar está cheio de idiotas!-Ela diz em voz alta, mas sabia que ninguém escutaria.

Sarah Hortweek já havia a chingando um milhão de vezes, e em repetidas respostas, Andy mandava ela procurar um trasgo para namorar e a deixar em paz, temendo que caso ela atirasse um feitiço na garota, sofreria alguma consequência –o que na verdade, era óbvio-, como: ser expulsa ou ter que cumprir alguma atividade diária com Filch, o "zelador" da escola que sempre trazia com sigo, sua vassourinha e palavras "doces" e "amigáveis" para com os alunos.

"Parece que essas pessoas só estão aqui porque são sangue-puros!" exclamou ela mentalmente, agora fechando a cara para uma turma de estudantes do sexto ano, que conversavam animadamente sobre o que fariam no próximo fim de semana em Hogsmead, um povoado bruxo perto da escola.
Ela esperou eles virarem para a escada dos dormitórios, e finalmente gritou:

–Tudo bem! Eu não preciso de ninguém! Não quero amigos... não quero vocês como amigos!

E se dirigiu correndo para fora do Salão Comunal, antes que qualquer um deles pudessem verificar quem dissera palavras tão duras. A garota imaginava agora, que papel de ridícula fizera! É claro que queria amigos, mas em todo lugar que ía, acabava sempre sendo "a peça quebrada que não se encaixa".

Naquela manhã, na aula de Herbologia com a Corvinal e Sonserina, a professora Sprout deu para os seus alunos do primeiro ano, a tarefa de envasar um fungo chamado "Sambagus", que eriçava seus espinhos grossos toda vez que ouviam barulhos irritantes.
Dorothy Patil, prima de segundo grau das segundanistas da Corvinal e Grifinória, Padma e Parvati, estava na Sonserina, lançava à Andy olhares apressados. Ela era morena, olhos chamativos e verdes, um sorriso tão brilhante que fizera Andy se sentir envergonhada.
Ela se aproximou delicadamente e disse melódica:

–Olá.

–Oi.-Respondeu Andy, mais grossa do que o necessário.

–Gostaria de...sentar conosco no almoço?- perguntou Dorothy, apontando com o polegar um grupo gêmeas loiras, Sally e Halley Monrrew, e um garoto moreno com uma aparência depressiva, Mark Garriot.

–Ah...- hesitou -Pode ser.

Ela sorriu, e voltou para o seu lugar, conversando animadamente com os seus amigos.

–Tem certeza de que está escolhendo certo?- Andy ouviu uma voz lhe perguntar.

–O quê?-Pergunta a garota, para o menino , que reconhecera ser o garoto que estava lendo o livro de animagia.

– Eu perguntei se realmente fez a escolha certa.-Disse o Corvinal, revirando os olhos.

–Por quê...?- Perguntou Andy, tentando parecer displicente, fingindo envazar o seu Sambagus.

–Por que eles não são o que chamamos de "amigos".

–"Chamamos"? Você e quêm? Seu clube de nerds, da Corvinal?- Dispara a garota, sem pensar.

Ele corou , e disse irritado:

–Não, digo "chamamos", me referindo ás pessoas com cérebro! Amigos não fazem...

–E o que é que você sabe sobre amigos?!-Grita ela, deixando seu vaso quebrar-Por quê esta falando com uma "vaca punk", como eu, se você tem seus amigos de "verdade"?!

–Como você... Como você sabe?-Ele deixou escapar, surpreso.

–Adivinhe! Você pensa em voz alta, senhor "eu preciso agradar meu pai".

Ele congelou.

Mas...Quando você é cruel com alguém, o mínimo, é que esse alguém seje cruel com você também.

–Ah, é? Então deixa eu te contar que seu cabelo parece que vai explodir de tanto mudar de cor, você não consegue controlar as suas transformações, e é por isso que não está na Corvinal, a casa dos inteligentes! -ele olha com arrogância para ela mas tremendo por dentro, e completa -Pois é, parece que nós dois deixamos escapar algo.

Andy olha para os seus cabelos, e realmente, mudavam de cor com fúria, devido o descontrole emocional da garota.

"Metamorfomaga?" as pesoas perguntavam ao ouvir a barulheira da briga, e a professora Sprout apareceu entre os alunos. Ela repara nas mãos da garota com cabelos de "pisca-pisca", que estavam sangrando, havia apertado os Sambagus com tanta força,e gritara tão alto, que haviam espichado seus espinhos até onde alcançavam. O coração de Andy batia rápido.
A raiva foi tanta, que não conseguira sentir a dor. Mas isso é o acontece... na maioria das brigas que as pessoas tem.

Assustada, Sprout disse com simplicidade:

–Por danificar duas Sambagus propriedade da escola... detenção McKinnon, no sábado, e menos vinte pontos para a Sonserina.
"Agora... Por favor, vá até a ala hospitalar".

Andy olhava assustada para as caras de seus colegas de classe e Jase olha apreensivo para o seu sangue, e no fim, era só isso que esta garota era para os outros, irritante, encrenqueira, irritável facilmente... Ninguém conseguia enxergar mais nada além disso, por que internamente, ela não queria que ninguém a visse.

Ficou sentada na maca da enfermaria, balançando os pés novamente, como um tique.

"Até que não foi ruim, pulei duas aulas seguidas de poção com os babacas da Grifinória!", pensava ela, para se distrair da mão enfaixada.

Nesse meio tempo, observara os alunos atrapalhados que se encontravam lá. Ela revirava os olhos para uma menina que chorava, dizendo:

–Madame Pomfrey, me ajude! As minhas unhas foram roídas pelas larvas, na aula de trato de criaturas mágicas!

Como essas garotas podiam ser tão superficiais?

Também olhava o tempo todo para um garoto desastrado, na maca ao lado. Neville Longbotton visitava pela terceira vez a ala hospitalar, devido ao seu desastre em Feitiços, e agora tinha seu nariz derretendo do rosto.

Andy fecha os olhos.

Olhando para as pessoas com furúnculos de duração de três semanas no rosto, que coçavam até os olhos arderem, pessoas com braços e pernas quebradas, e outras com seus membros derretendo, tinha o menor dos problemas.

Mas por quê se sentia tão triste?

Porque essas pessoas recebiam visitas o dia inteiro, em intervalos de aula e até durante elas, clandestinamente. Não sabia o por quê, mas isso a incomodava profundamente, e ainda com os olhos fechados, ela pergunta a si própria, uma coisa na qual sua mãe já havia perguntado umas milhões de vezes:

"Porque era tão... Impulsiva?"

Respirou fundo.

Devia extravasar a sua raiva em outra coisa... E então, começou a cantar:

Blackbird

Blackbird singing in the dead of the night

Take these broken wings and learn to fly

All your life

You were only waiting for this moment to arise.

Blackbird singing in the dead of the night

Take these sunken eyes and learn to see

–A letra era tão...fácil, e fluía como se fosse feita para ser usada naquela hora-.

All your life

You were only waiting for this moment to be free.

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird singing in the dead of the night

Take these broken wings and learn to fly

All your life

You were only waiting for this moment to arive

You were only waiting for this moment to arive

–Era um formigamento gostoso, que a música trazia, e ela já se preparava para a última frase-.

You were only waiting for this moment to arive

Andy mais calma, abriu seus olhos azuis e percebeu que outros pares a olhavam. Olhos cinzas a encaravam pela porta, e então, desapareceram.

Andy se levantou correndo, e não viu ninguém. Será que andava vendo coisas?

No alto da escadaria, se dirigindo para as duas aulas com a Lufa-Lufa de Defesa Contra as Artes das Trevas, Jase, o Corvinal, se fazia perguntas: "Como aquela garota podia ser tão impossível?", "como alguém a atura?", "será que ela já tivera...amigos?", e se preparava mentalmente para uma aula, cuja qual o professor tinha fama de narcisista e espalhava Diabretes da Cornualha pela sala.

Na hora do almoço, o garoto loiro e faminto, descia com seus companheiros de casa.

–Eu adoro o professor Lockhart!-Disse uma garota de cabelos castanhos presos numa trança mal arrumada e nariz curvado.

–Não sei, tenho dúvidas perante a sua qualidade de ensino.- Argumentou sabiamente a amiga, de cabelos ruivos escuro, e sardas percorrendo seu queixo e nariz.

–Pare de ser chata, Wendy!

–E-eu acho que ele é um péssimo professor!- Interrompeu, Jase.

As duas garotas lhe olharam com uma cara de quem trazia uma enorme larva nas roupas, e foram embora.

Ele se sentou na mesa da Corvinal, e então se deu conta.

"E o quê você sabe, sobre amigos?"

E sentiu um extremo ódio de si, e da garota, por ter razão.

Ele então, procurou-a no meio das quatro mesas, e a encontrou lá, solitária na mesa da Sonserina. Um meio sorriso passou pelo seu rosto, no fim, os dois estavam no mesmo barco, não?

"Quem é o meu pai, para decidir com quem devo fazer amizades?" perguntou ele, para si, e andava decidido para a mesa do Sonserina. E deu um imenso sorriso, com orgulho das palavras que dissera. Sem conseguir pensar no que diria, ele caminhava alegre, finalmente com uma decisão que aliviara o peso de seus ombros... mas o loirinho nunca chegou na mesa da Sonserina.

Com todos os seus amigos, Dorothy Patil se apossou do lugar. Andy levantou uma das sobrancelhas, mas respondia em forma de educação toda vez que alguém do grupinho perguntava algo.

E assim, Jase Lupin, subiu as escadas, não sabia o que era, mas sabia que doía.Pela primeira vez, as respostas não estavam nos livros... e desde muitos anos planejando sua ida à Hogwarts, pensou em "matar" alguma aula.

As aulas que tivera, realmente não preencheram algo que o angustiava, e veja bem, para um garoto com o maior sonho do mundo de viajar para Hogwarts apenas para estudar,e planejar seu futuro, era muita coisa!

O que seria? Estaria ficando doente? Teria ele bebido uma poção de frustração, sem querer? Por que estava tão...irritado? As respostas não estavam em nenhum livro de poções e nem em mais nada! Derrubava frequentemente as poções, se perdia nas páginas dos livros, e não conseguiria compreender em nada as vagarosas citações que o professor Binns fazia. Nesta noite, ele apenas vira o luar e teve um ódio profundo, e mesmo fechando os olhos, a lua continuava lá...Em seus pensamentos. Ela parecia um único olho, abandonado e perdido entre mil e uma estrelas... E então ouviu um barulho, uma flecha havia invadido o seu dormitório!

Atravessando o grande corredor, Andy estava parada na frente do salão comunal da Grifinória... E por quê?

Por que tinha feito o pior acordo da história.


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Notas finais do capítulo

Comente, e expresse sua opinião! O que estaria fazendo a nossa irritável Andy, e o que atravessara a janela de Jase?! Veja no próximo capítulo!
-No próximo, nosso narrador irá perseguir a querida Rose Granger e Matthew Parkinson!-