After the pain escrita por Neryn


Capítulo 32
Prendas de aniversário e lutas




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"Talvez..."

Não sabia se tinha feito bem em ter dito sim àquele... não queria dar-lhe muitas esperanças.

Estava a acabar de fazer os trabalhos de história quando sinto o telemóvel a vibrar. Era uma mensagem da Sarah.

–"Olá! Queria perguntar se querias passar o sábado em minha casa? Mandei uma mensagem à Lyla também!"

– "OK em princípio pode ser :)" - respondi.

Sarah era tão difícil de se aproximar e o facto daquele idiota lhe fazer a vida negra não ajudava nada.
Entrei na escola mais uma vez respirando fundo, hábito que eu adquirira que de certo modo me ajudava a superar aquele sacrifício. Nem era mais pelas aulas mas sim pelas peruas e Valentine que por lá andavam. Lyla caminhava ao meu lado enquanto nos riamos como malucas porque ela me estava a contar um episódio que lhe aconteceu no café com um cliente Queria evitar ver Valentine por causa do nosso último encontro mas como tinha algumas aulas com ele ia ser impossível... a não ser que usasse uma venda, assim não tinha necessariamente de o ver!

E o temível aconteceu quando o encontrei ele olhou-me com um olhar de morte, queria fugir ou outra coisa mas a minha teimosia falou mais alto e acabei por enfrentá-lo numa batalha de olhares mortais.

SMS
"Se deres com a língua nos dentes sobre o que aconteceu boneca... acredita, vamos ter problemas e pode sobrar para as tuas amigas.
Com muito amor V."

Estávamos a meio da semana e eu já andava morta de cansaço. O trabalho a escola, a Jennifer que não parava de me chatear. Estava constantemente a ameaçar-me para deixar o Andrew em paz, blá blá blá só porque ia para o trabalho comigo. E aquilo do Valentine só tinha piorado as coisas. Não me atrevi a dizer nada à Lyla sequer. De cada vez que falava do Valentine ela ficava estranha. Mas ele deixava-me com medo... será que ele era mesmo capaz de magoar a Lyla ou a Sarah? Claro que podia! É do Valentine que estamos a falar!

– Lyla! Riley! - Alguém chamou e víramo-nos para trás. Vimos Sarah a correr até chegar até nos e vinha cansada. -Bom dia!

– Bom dia! - dissemos ao mesmo tempo.

– Então amanhã podem passar por minha casa? - pergunta ela receosa sem nos olhar diretamente.

– Claro que sim!

– Se não quiserem ir... eu compreendo- disse ainda de cabeça baixa.

– Que disparate! Nós queremos ir! - disse Lyla sorrindo-lhe - Não te livras assim dos teus amigos tão facilmente!

– Obrigada! É .....importante para mim. - Ahahah! Sarah era mesmo tonta! Ela ainda pensa que não sabemos que é o dia do seu aniversário. Eu e a minha parceira já tínhamos conferenciado comprar-lhe um presente. Sarah não nos tinha dito nada mas nos tínhamos descoberto numa aula em que preenchemos uma ficha com os nossos dados e Lyla tinha pedido para recolher os papeis e deu uma espreitadela na folha de Sarah e descobriu a sua data de nascimento. Íamos nesse dia ao fim das aulas comprar o presente.

Como combinado, no final das aulas eu e a Lyla dirigimo-nos ao centro da cidade. Tínhamos pensado em oferecer lhe um colar.
– Vamos aquela loja ali? - perguntou Lyla.

– Uhm... Por mim tudo bem.

– Riley, que se passa? Estás pensativa... - pergunta Lyla.

– Nada!

– Tens de trabalhar melhor as mentiras. Já te estou farta de dizer que tu não sabes mentir!

– O Andrew convidou-me para um encontro! interrompi sem pensar antes que ela dissesse algo que depois se arrependesse.

– O quê? E tu aceitaste... não aceitaste? - pergunta quase se atirando para cima de mim.

–Uhm ..... Na verdade não... - Lyla olha para mim de forma ameaçadora - Mas também não neguei...

– Riley o Andrew gosta de ti. - Diz Lyla muito séria. Arregalei os olhos.

– Não, ele não gosta! Ele só quer provar a ele próprio que não há ningem que lhe resiste. Eu sei como os rapazes como ele são... - digo recebendo um olhar incrédulo dela.

– Riley, abre os olhos! Até um cego vê que ele é louco por ti. Ele faz de tudo para te proteger, ele sorri de forma idiota toda a vez que os olhos dele se encontram com os teus, e a cereja no topo do bolo: ele não consegue ficar longe de ti!

– Lyla Thomson! Os filmes de romance adolescente andam a corroer-te o cérebro porque estás a ver romance onde ele não existe!

– AHAHAH! O cérebro que está corroído aqui é o teu e é com desconfiança e falta de crença!

Pov Andrew.

– Andrew passa a bola! Estou livre! - Estava completamente à nora. Acabei por deixar que o Ian me tirasse a bola.

– Andrew, concentra-te! - berrou o treinador pela segunda Vez. Pelo tom de voz devia-se lhe estar a acabar a paciência. Também não era muita. O treinador ... Era conhecido por ser duro e intolerante e a sua reputação descreve-o perfeitamente.

– Andrew meu, onde tens a cabeça? - Perguntou Josh.

– Em lugar nenhum! - pois a pergunta correta devia ser em quem.

– Então sugiro que voltes do lugar nenhum para o jogo, antes que sejas o responsável por um ataque de fúria do treinador. E olha que eu não te protejo... o homem dá-me arrepios pelo corpo todo!

Finalmente os treinos acabaram. Estava totalmente esgotado. A minha cabeça estava em tudo menos ali.

Dirigi-me aos balneários para tomar um banho a ver se compunha os meus pensamentos que neste momento encontravam-se num turbilhão. Desde que o Valentine e os seus capangas me decidiram complicar a vida já não havia o mesmo ambiente descontraído nos balneários. Mas parecia o único. Os outros falavam com ele normalmente. Passam a vida a falar de coisas estúpidas. Normalmente de raparigas o que eu detesto porque quando ele abre aquela boca só sai porcaria.

– Andrew, precisas urgentemente de lhe dizer! - diz Josh vindo na minha direção.

– Ah o quê?

– Tu estás completamente apanhadinho!

– Já lhe disse e pedi-a em namoro a algum tempo e caso ainda não tenhas percebido já namoramos. - respondo eu tentando passar por desentendido -Tens de acordar Josh! - disse eu dando a volta ao assunto eu sei ao que ele se referia - ou a Lyla está a deixar-te distraído?! - disse piscando-lhe e ele corou um pouco.

– Então Andrew, como é que é namorar a rapariga mais gata da escola? - assim que reconheci a sua voz cínica quase que tive de cerrar os dentes para lutar contra a vontade de lhe partir todos os ossos da cara. Virei-me para ele e fiz questão de não esconder o meu olhar de ódio - Calma, calma! Só estou a fazer uma pergunta inocente! Mas devo dizer-te que até sinto inveja, todas as raparigas da escola dariam tudo para estarem no lugar da Jennifer, especialmente a... - leva a mão ao queixo a fingir que estava a pensar. Como se algum pensamento passasse naquela cabeça oca! - Como é mesmo o nome dela? Riley! - Aí não me contive e parti para cima dele. Aquele cretino não se ia ficar a rir, pelo menos não com os dentes direitos ou todos... Consegui acertar-lhe um murro certeiro na boca mesmo o sítio mais sujo dele, onde eu queria acertar. Valentine conseguiu desferir alguns socos no meu estômago e quando me apercebo estávamos no chão à pancada.

– O que é que se passa aqui? - berra o treinador com voz de furioso e separa-nos com violência - Tomem um banho, refresquem as ideias porque a seguir quero vos ver aos dois na minha sala e nem vale a pena reclamar que eu não vou mudar de ideias! Mexam-se! - disse com a voz grossa e alto.
Depois de tomar banho fui ter a sala do treinador. Valentine já lá estava, sentado e calado, pensei que aquilo o irritasse mas em vez disso estava com uma expressão de divertimento estampada no rosto.

– Que isto não se volte a repetir ou vamos estar mal! - assenti - Estamos no secundário da última vez que verifiquei e não na primária! Já são quase adultos e não se podem meter nestas lutas estúpidas sem motivo justificável! - e ficamos mais quase dez minutos a ouvir um sermão do treinador, que me deixou de orelhas quentes, sobre o nosso comportamento irresponsável e que a violência tinha tolerância zero na escola e durante o resto apaguei completamente e os meus pensamentos pararam numa pequena morena. Interroguei-me sobre o que poderia ela estar a fazer, em que alhadas se estaria a meter, se ela iria aceitar ou não o meu pedido desajeitado... Sou tirado pelos meus pensamentos quando o treinador é interrompido:

– Peço imensa desculpa pelo meu comportamento treinador. Prometo que não voltará a acontecer! - diz Valentine surpreendendo-me a mim e ao treinador.

– Espero bem que sim! Se voltar a acontecer algo do género serão os suspensos da equipa indefinidamente! - diz ele num tom sério que não deixava margem para dúvidas - Agora podem sair! Já estou farto de ver as vossas caras hoje! - e assim saímos os dois do escritório.

– Bela reunião capitão! - diz Valentine de modo presunçoso - Vemo-nos por aí, mas devias considerar o que te disse! - despede-se e começa a andar pelo corredor. Aquela atitude por parte dele era muito estranha... demasiado estranha. Ele tinha acatado o sermão de maneira muito calma sem direito a contestação ou então demonstração de raiva. Estas emoções tinham sido disfarçadas com arrependimento e tentativa de perdão, mas Valentine não enganava ninguém... principalmente a mim. Como sempre ele devia estar a preparar alguma e esta luta está de alguma forma envolvida no seu plano e eu caí como um patinho! Como é que pude ser tão estúpido em entrar numa luta com aquele brutamontes?! A violência nunca é solução, principalmente quando a pessoa que estás a tentar derrotar é perita nessa área. Pode-se dizer que ele tem o mestrado em violência e em como torturá-las tanto psicologicamente como fisicamente.

– Andrew, Andrew... parece que o teu cérebro congela às vezes e deixas-te ser controlado pelas tuas emoções! - repreendo-me mentalmente.


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