After the pain escrita por Neryn


Capítulo 20
Troca de números




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/609073/chapter/20

Depois fomo-nos embora.

Pov Andrew

Levei Jenny a casa. Ela foi o caminho todo a dizer que tinha que ir as compras por causa do dia da piscina e eu não queria ser desmancha prazer mas aquela conversa era uma seca. Por momentos desejei que ela se calasse por uns segundos. Quando chegamos a casa dela recusei o seu convite para entrar dizendo que não podia porque tinha ginásio o que não era mentira.

Depois de caminho para casa fiz um desvio por um sítio com menos trânsito e passei pelo parque. Quando olhei vi crianças a jogar a bola mas algo despertou a minha atenção. Uma rapariga que se destacava dos meninos por ser um pouco maior e por quase tropeçar a correr. Assim que vejo a sua cara percebi que é a Riley. Claro só podia ser! Quem mais era tão desastrada e adorava crianças. O jogo parecia muito animado. Estacionado o carro, deixei-me apreciar tudo aquilo. Sentia que sorria mas não me importei. Soltei uma gargalhada alta ao perceber que Riley marcou um golo. Então todos os rapazes a cercaram então ela ficou apreensiva e mordeu o lábio e colocou o cabelo atrás da orelha. Fazia sempre isso quando estava apreensiva ou envergonhada. Era um tique engraçado, então todos os rapazes saltaram para cima dela numa tentativa de demolir o gigante e começaram a fazer-lhe cócegas e Riley gargalhava sufocada pelos diabretes. Passado algum tempo Riley caminha para fora com Ben pela mão. Saio do carro e vou ter com eles. Depois fomos levar o Ben a casa.

A sua mãe chegou preocupada.

– Gostas mesmo daquele miúdo. - afirmo eu.

– Ele é um amor. - começo-me a rir de repente.

– Que foi? - perguntou séria levantando uma sobrancelha

– Já te disseram que és péssima a futebol?- disse eu habilitando me a levar uma chapada.

– Muito obrigada! Eu não sou um Cristiano Ronaldo do futebol, mas faço o que posso para entreter as crianças.

– Que é muito pouco por sinal.

Estávamos já perto do meu carro.

– Vem, eu levo-te. - Disse eu fazendo-lhe sinal.

– Não é preciso.

– Quando é que vais aceitar a minha boleia à primeira?

Ela não disse nada.

– Entra

– Não é mesmo preciso a minha casa é no sentido contrário à tua!! Eu vou a pé. Xau - e virou costas .

Corri e agarrei-lhe no braço. Ela virou-se para trás assustada.

– Achas que te vou deixar andar sozinha a esta hora da noite na cidade mais movimentada do planeta!?

Ela continuou a resmungar e eu acabei por quase a arrastar até ao carro.

Ela barafustava e debatia-se mas era inútil. Ela era mais fraca que eu (e bem mais) e as suas pancadas quase que não se sentiam.

– Pensei que estivesses com a perua- disse parecendo preocupada e corrigindo-se em seguida - a Jennifer.

– Não, fui ao ginásio. - Ela olhou para baixo e murmurou um " claro" que eu ouvi - Tenho que manter este corpinho em forma.

– Ah claro! As banhas não desaparecem sozinhas.

– O quê? Estás me a chamar gordo.

– Eu não diria gordo apenas tens umas boas reservas de glicogénio.

– Muito engraçada mas eu sou perfeito.

– Não sejas tão convencido.

– Prefiro realista. - Ela estava engraçada. Nunca a tinha visto assim de cabelo baguncado, suada e totalmente cansada porém os seus olhos demonstravam que apesar do cansaço estava feliz e orgulhosa de si mesma por ter sido capaz de entreter aquelas crianças.

– Mas essa não é a realidade é só uma ilusão que tu crias te na tua imaginação e nos teus sonhos.

– Ei!! Eu tenho sentimentos. - digo eu tentando parecer ofendido.

– E eu ralada.

– Ainda me hás de contar o motivo de ser tão fria comigo!

– Queres uma lista?

–Por a caso quero.

– Andrew sinceramente não vamos ter esta conversa outra vez.

– Não, mas eu quero sabe.

– Andrew, és popular praticamente todas as raparigas gostam de ti, capitão de equipa de andebol, para não falar de convencido, namoras com a maior parva deste mundo e arredores, só te interessas por ti e preocupaste de mais em manter a ficha e não a deixares cair. - Sinceramente fiquei magoado, era mesmo aquilo que ela pensava de mim!? Tentei aliviar o clima.

– És racista? - A minha pergunta apanhou-a desprevenida. A sua testa enrugou-se em sinal de confusão.

–Que raio de pergunta é essa? É claro que não.

– Então porque me tratas de maneira diferente?- e ri-me para ela não levar para o lado sério - o que eu quero dizer é que deste o teu número a uma estranha e eu - aponto para mim - que já conheces a algum tempo... não sou digno de ter o teu número.

– O quê? Para que queres o meu numero?

– Para o mesmo que os outros. Não sei só para aumentar a minha lista de contactos. - sorri irónico. Ela corou.

– Uhm.. Não acho que precises dele.

– Oh, vá lá.

– Ok mas só mesmo para parares de me chatear e para parares de me lançar esse olhar de carneiro mal morto - disse bufando e eu ri vitorioso - Empresta-me o telemóvel que eu marco-o.

– Ei, nada de me enganares. - ela riu como se imaginasse uma partida engraçada. Sim, ia ser lindo eu ligar para uma velhota ou assim a pensar que era ela. Tirei o telemóvel do bolso e entreguei-lho.

– Como é que isto funciona? - perguntou desesperada o que me fez rir.

– Não me digas que não sabes funcionar com um telemóvel?

– Demasiado moderno para o meu gosto. - Desbloqueei-o e noto que ela ficou desconfortável. Oh pois! A foto de fundo que a Jennifer fez questão de colocar no meu telemóvel deve tê-la feito sentir-se assim. Sinceramente não me pareceu assim tão boa ideia por essa foto. Era uma foto da Jenny comigo. Nela ela estava sentada no meu colo de pernas cruzadas e usava calções e um top cor de rosa e estávamos ambos a sorrir. Na foto basicamente só aparecia ela e de fundo lá se via a minha cara. Muitos dos meus amigos também tinham a foto das namoradas mas não era a minha praia. Assim que começou a marcar o número a sua expressão foi começando a ser substituída por uma de raiva. Então comecei a rir-me que nem um perdido.

– O quê? Tu já tinhas o meu número idiota! - Disse pousando o meu telemóvel e cruzando os braços.

– Eu sei.

– O quê? Então para que mo pediste?

– Para saber se conseguia convencer-te a dar-mo e pelos vistos consegui. - Ela olhou para mim com um olhar irritado. E virou a cara para a janela.

– Como é que o tinhas? - disse encarando-me.

– Não posso revelar o meu segredo.

– Conta! - ameaçou

– OK! Pedi ao Josh que o roubasse à Lyla.

– O quê? Para que te deste a esse trabalho? - Encolhi os ombros e ela pareceu baralhada.

– Eu vou puxar-lhe as orelhas.- disse referindo-se a Josh. É desta que ele me mata. Depois deixei-a em casa e não falamos nada durante o resto do caminho. Conduzi calmamente até casa e as palavras dela ainda ecoavam na minha cabeça. Depois daquilo que lhe contei pensei que ela ficasse diferente mas eu não queria que ela tivesse pena de mim. Mas claro a Riley é sem sombra de dúvida um osso duro de roer.

Pov Riley

Depois do Andrew me trazer a casa tive que relatar aquela história toda a minha mãe e fiquei aliviada quando à medida que a história avançava a sua ira ia-se transformando em entusiasmo. Também lhe contei da actividade que ia-mos fazer, ou seja, aquela actividade que ia-mos fazer na floresta mas logo me arrependi a minha mãe ficou exageradamente entusiasmada. Jantei e depois fui para o meu quarto. Estava a sair da casa de banho quando o meu telemóvel, que ainda estava na mochila, começou a tocar. Uma mensagem pensei que fosse da Lyla mas não tinha nome.

" Vês como precisava do teu número!? Assim já te posso desejar boa noite ;) Boa noite resmungona!

Ass: Andrew"

Um arrepio percorreu-me a espinha e senti um formigueiro pela pele. O meu cérebro demorou a processar tudo aquilo. Fiquei a noite toda a pensar na mensagem. Nem lhe respondi. Não quis que ele pensasse que eu estava a baixar a guarda e que estava a amolecer com as suas palavras doces e gestos bonitos.

– Preciso de ir ao shopping! Vens comigo? - perguntou Lyla acordando-me dos meus pensamentos. Os três casais mais cobiçados da escola o Valentine e Tracy, a Sasha e Josh e Jenny e Andrew: praticamente todas as raparigas e rapazes invejavam os seus namoros. Sinceramente eu não considerava aquilo amor. Eu não imaginava que eles ficassem juntos até serem realmente velhinhos como os do parque. Jenny estava com o casaco do Andrew vestido. Eu acho que ela só fazia isso para mostrar que o Andrew era " dela". Tracy estava no colo do Valentine, eu não sei como é que é possível uma rapariga namorar com um rapaz que não respeita as mulheres. Ela não pensa que algum dia ele também-lhe pode perder o respeito.

– Riley!? Alguém em casa? - diz Lyla cutucando-me na cabeça.

– Uhm.. Sim. OK eu vou contigo.

– Fixe, é que preciso da tua opinião.

– Ui, então é melhor pedires às Barbies. Elas é que são as ladys da moda.

– Isso era se eu quisesse parecer uma árvore de Natal e não, muito obrigada. - Rimo-nos e recebo uma mensagem.

Obrigada por me desejares boa noite de volta ontem! Por não o teres feito dormi mal.

Olhei e vi Andrew a mexer no telemóvel mas a Jenny já não estava ao pé dele.

Que pena! Olha comigo foi o contrário, por me teres desejado boa noite dormi mal, fiquei sabes... com pesadelos!

Bem não era totalmente mentira não dormi bem. Não obtive resposta por parte de Andrew e também não puxei conversa.

Na aula:

– Ei, Riley emprestas-me um lápis por favor? - assim que levantei os olhos vi Josh virado para trás.

– Desculpa Josh... mas estou numa de não emprestar coisas a pessoas que entram em planos ilegais para roubarem números de telemóveis - Ri-me. A minha resposta apanhou Josh desprevenido e ele ficou envergonhado o que me fez rir ainda mais. Ouvi Josh dar um pontapé na cadeira do Andrew e sussurrar-lhe:

–Obrigadinho por teres denunciado o teu melhor amigo que só te fez um favor. Rico amigo! Nunca mais te ajudo. - Andrew riu-se e eu também embora o tenha feito sem ninguém se aperceber.

Ida ao shopping, yey:( ! Tanta felicidade que nem cabe toda em mim por isso até transborda.
Lyla parecia entusiasmada, demasiado entusiasmada. Estava frio mas ela achava que dar um mergulho em água quentinha deveria saber bem. Eu comprei um fato de banho embora tivesse biquínis e outros fatos de banho em casa. Sentiria-me mais confortável se tivesse sido eu a escolher mas Lyla insistiu e acabou por ganhar. Era azul e branco mas até era bonito.

A professora entregou os papéis com o programa como prometido. Comecei a lê lo.

"Segunda à tarde das 15h às 18h - piscina;

Terça de manhã das 8 :30h às 12:30h - passeio pela floresta e actividades lúdicas;

Quarta feira das 13h às 18h torneio de voleibol inter-turmas;

Quinta feira das 14h às 16h concerto de ópera com orquestra sinfónica de Nova Iorque;

Sexta feira das 15h às 17h visualização de uma peça de teatro apresentada pelo pela escola primária pública de Nova Iorque

Ao menos iria-mos perder muitas aulas o que não era mau e já era merecida uma semana mais leve para aliviar.

Um alvoroço se instalou. A campainha soou. A tão semana aguarda chegou e toda a gente estava entusiasmada e eu também estava contente. Excepto pela parte da piscina, quem me dera não ter de ir. Eu não fazia intenção de entrar nas água mesmo, por isso.

Ai ai, espero que corra tudo bem.

Mas antes disso, finalmente fim de semana!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "After the pain" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.