Thali on

Depois de me livrar de Miah e das suas possíveis indiretas, que na verdade são bem diretas, eu e Castiel ficamos em pleno silêncio, emocionante né? Sim, ninguém se dispôs a falar nada, até que ouço a campainha.

– Ótimo - digo animada numa tentativa de sussurro que não dá certo.

Abro a porta e é apenas o carreiro, volto para o sofá e não faço questão de esconder meu descontentamento. Jogo as correspondências sobre a mesa e cruzo os braços.

–Isso tudo é por não querer minha companhia?

–Não exatamente, estava esperando alguma carta do meu pai, mas não foi dessa vez.

–Ele viaja muito?

–É dono de algumas empresas fora do país e mal vem me visitar.

–Ao menos você ganha esses instrumentos legais.

–É - sorri de lado - quando esse povo vai chegar?

–O Lysandre disse que vai atrasar alguns minutos e a Iris deve estar procurando as baquetas da sorte.

– Hm -levantei e fui para a cozinha - então por que veio tão cedo?

– você não gosta mesmo da minha presença.

–E você me odeia, estamos quites.

–Nunca disse que te odiava.

–Disse sim! Desde aquele dia com Debrah, tipo umas 27 vezes.

–Me diz uma vez que eu falei isso.

–Na festa da Rosa, na caminhada na floresta, no passeio pra praia, e depois que ...

–OK... - ele disse erguendo as mãos pra cima em forma de rendimento.

–Você deveria me agradecer!

–Agradecer?

–Sim! Se parasse pra relembrar o quão idiota você foi em acreditar em Debrah, você vai descobrir que eu só tentei te monstrar umas verdades. Eu só queria ajudar lerdão!

Castiel on

Aquelas palavras mexeram comigo, as mesmas que a Miah disse. Não, eu não a odiava, talvez eu me odiasse por cair no plano da Debrah e não acreditar na Thalia, nem no Nathaniel, eu perdi meu melhor amigo por ela.

E a Thalia passou os últimos três anos achando que eu a odiava, tendo problemas e... Mas por que?

– Desculpe, só esquece o que eu disse ta bom? - ela disse e permaneci em silêncio.

–Descupa

– O -o que?

– Você ouviu! Você e todos os outros que me alertaram, tinham razão! Mas eu a amava tanto, que talvez eu até soubesse da verdade, mas não queria acreditar - eu suspirei fundo, meus olhos encheram de lágrimas, eu me perguntei porque estava desabafando com ela. - eu perdi meu melhor amigo por ela e....

–Calma! - ela disse sentando-se ao meu lado - não precisa chorar, já passou! E eu te desculpo!

Eu levantei a cabeça (vamos ter uma conversinha Thalia, você me passou sua doença) e olhei fundo nos seus olhos.

.

Nunca tinha parado pra reparar neles, e no quão bonitos eram, naquele momento eles demonstravam preocupação, eu senti uma forte energia sendo transmitida, abri um sorriso e senti minhas bochechas esquentarem, o que quase nunca acontecia, meu coração acelerou e eu não conseguia sair daquele labirinto de mistério que eram os lindos olhos azuis de Thalia.

O que está acontecendo comigo?

Nathaniel on

–Nossa você mudou!

–Você também, e cheio de tatuagens, gostei!

– O que faz em Kiss Ville?

–Voltei com minha família, minha vó está doente e vamos ficar por aqui 2 meses.

–Vai estudar em sweet amoris?

–Adivinha? Sim! Agora vamos ser você e eu, a dupla terrorista da escola.

–É, aconteceu muita coisa desde que você saiu.

Ficamos a tarde toda no café, eu contei tudo a Katrina, ela era minha melhor amiga desde a época que eu era o "pestinha" da escola, ela saiu no nono ano e logo depois que foi bora, Miah e Thalia chegaram na escola.

Flashback on.

Era um dia como outro qualquer na escola, eu armava meu novo plano de como fazer uma bomba de fedor cair na sala da diretora, quando ouço duas vozes que gritavam tão alto que não me deixava pensar direito

–Ei, me larga sua loira azeda!

–Só se você concertar a boneca que você quebrou! - dizia Ambre fazendo birra.

–Não! E ela fica bem melhor sem cabeça!

–Chega Ambre! - puxo o cabelo dela e jogo a boneca do outro lado da escola.

–Você vai ver! Vou contar pro papai! - ela saiu chorando.

Olhei aquela garota baixinha imitando a voz da Ambre e caí na risada.

–Sua irmã é muito chata!

–Uma pena ser minha irmã.

–Eu sou Katrina

–E eu Nathaniel.

Flashback off

Ela era uma das minhas grandes parceiras de crime, e sempre quis que ela fosse minha irmã, era mais parecida comigo.

–Nossa Niel, quanta confusão.

–Você não me chama assim desde o nono ano.

–Pois é, mas estou de volta.

–Nossa, já é noite! - eu disse olhando pela janela do café.

–UAL, nem vi o tempo passar, tenho que ir pra casa!

–Quer uma carona?

–Aceito.