Era uma fria manhã de inverno, ela estava a minha procura, querendo se despedir antes de viajar para a terra natal, Itália, mas estava no lugar errado, na hora errada. Ela entrou na sala e viu algo que não deveria ter visto, e que na verdade, não era nem para ter acontecido. Só tive tempo de vê-la partindo, correndo para longe de sweet amoris com lágrimas escorrendo em seu rosto, embaçando a cor dos seus olhos.

– N-Não é o que parece!

– V-Você... Como você pode fazer isso? Brincar com meus sentimentos? Como eu fui tão idiota em não perceber, parabéns, seu amigo vai adorar saber disso! Eu não acredito que fui tão ingênua pra acreditar em você!

–Não, espera!

–Só me esquece ok? Eu não quero te ver nunca mais!

Tudo ficou frio, assim como aquela neve que caia. Um vento soprou balançando aqueles longos cabelos loiros da minha pequena Miah, passando por entre as grades do portão e sumindo.

–Miah!!!! – Dei um grito bem forte antes de perdê-la de vista.

Acordo com a testa coberta de suor e o coração acelerado, suando frio e revivendo tudo aquilo novamente. Foi outro sonho dessa triste lembrança.

Incrível como algo que aconteceu à dois anos pode surgir tanto efeito! Eu ainda sentia a amargura de vê-la partindo, borrando o rosto com lágrimas feitas por mim. Eu via toda manhã seu rosto em cada canto de sweet amoris, sua voz envolvente vindo da sala de música, e seu perfume se misturando com as flores do clube de jardinagem.

Era começo do ano letivo, no terceiro ano do ensino médio, mas que se importa com isso? Eu me importava! Importava-me em tirar as melhores notas, ser o exemplo de aluno, com o melhor comportamento, mas não mais! De que valia tudo isso, tanto esforço, se não tinha ela comigo? Pra bagunçar minha vida e me tirar do sério? Nada disso valia mais a pena.

Pode-se dizer que o menininho delinquente virou o adolescente responsável, e agora virou o “garoto problema”. Meu nome? Nathaniel.