Quem conta um conto escrita por Ma Ellena


Capítulo 10
Sem Título #3


Notas iniciais do capítulo

Não sei mais o que falar por aqui, só vejo leitores fantasmas kk. Vou postar mais vezes, mas não vejo muito o por quê kkkk :')
Enfim, é isso por hoje.



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Quando crianças, somos ensinados a nos levantar quando cair e que vai ficar tudo bem recebendo um abraço depois de chorar, quando crescemos entendemos que não devemos cair nunca é que chorar é um retrocesso. E o que diremos dos sonhos? Uma criança sonha. Sonha com o que aconteceu ontem sem remorsos, com o que aprendeu hoje e com o que deseja ser amanhã, não tem pé no chão porque não há o que a segure! Ela voa sem asas, em seu sonho flutua mais leve que uma pena quando cai, da nome a todas as estrelas e nada é impossível. Ao acordar todo o seu mundo se refaz, novas possibilidades, descobriu -se que o céu não é o limite e o chão não é o mais fundo possível! Então ela cava mais fundo, ela voa mais alto, ela vive! Está viva!

    Mas ela cresce. Abdica-se de seus sonhos e desejos mais profundos por serem tolos e infantis, mesmo que quando adulto seja uma fase que precisamos ainda mais de astronautas que pisem na lua e mostrem que o céu não é o limite, de sereias que explorem revelem o impossível e o passado escondido embaixo do mar e, principalmente, de super-heróis, que estejam propensos a salvar o dia com um simples abraço e um eu me importo. Ela cresce e essa vida tão viva e tão funda e tão alta e tão intensa logo se torna tão efêmera. Esse chão tão fundo parece, tão distante de alcançar e tudo o que faz é sugá-la cada vez mais fundo e mais baixo na tentativa de fazê-la cair. Esse céu que não é mais o limite, tão alto se torna tão inatingível que ela se *sente mal* por tê-lo tornado tão brilhante, azul intenso e profundo.

Sem limites e sem asas, ela não voa e nem flutua, ela cai e vaga perdida em seu próprio mundo, esperando chegar ao fim de um poço sem fim. Gostaria que fosse como o buraco de Alice, ela pensa, mas sabe que não é assim, aquele buraco ainda tem vida, aqui é apenas um imenso vazio, um vazio similar à morte. Será?, ela pensa consigo, será que havia se entregado tanto a si mesma que se perdeu em seu próprio mundo e agora não conseguia mais sair? Não. Havia lido em algum lugar que entregar-se a si mesmo não significava morte. Então como havia perdido controle de seu próprio mundo? Como voltar? Como ser o que era antes ser mudar o que se é agora? Como aceitar essa mudança sem perder sua essência? como voltar a ser criança sendo adulto? Como viver e não sobreviver? Como não ser sugado por suas cicatrizes profundas e não forçá-las a ponto de abrí-las? Como não fazê-las sumirem visto que a tornaram quem a á hoje mas não  a matarem? Como, como, como? Estava presa, estava cega, estava impotente. Caia mas não chegava ao fundo, voava mas não alcançava os céus. Era um astronauta sem missão, uma sereia sem coral, um super-heroi sem alguém para salvar além de si mesmo e mesmo assim não conseguia.

Então simplesmente parou. Aceitou o vazio, o vazio como parte de si, parou de tentar compreender tudo e de querer descobrir tudo, porque naquela imensidão toda e naquele vazio o que encontrou foi a si mesmo, a sua criança ao seu lado. Tinha medo, sim tinha medo do mundo incompreensível e isso era o que arrastava o adulto, disse sua sábia criança. O incompreensível foi o que havia expandido o seu céu e o seu chão e impulsionado a criança a voar, fora pra esse maravilhoso mundo que foramos criados, porque nós também somos feitos deste mesmo material: o incompreeensível, lembrava ter lido isso quando pequeno, o que tinha lhe dado asas, das quais sumiam quando queria ver ou entender. Algumas coisas não são feitas para entender, mas sentir viver e confiar, dizia, a criança, lhe falta confiança em ti mesmo e no mundo incompreensível que tu mesmo criaste.

Repentinamente, aquele vazio foi preenchido e voltou a sentir. Primeiramente, sentiu dor e gritou o mais alto que pôde com todo o ar de seus pulmões, mas nenhum som saiu. Aquele som não saia de seu corpo, mas de sua alma, não sentia dor, mas queria ir para algum lugar, havia voltado a vida. Havia voltado a viver, era novamente um.


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Notas finais do capítulo

Se eu postar uma fic interativa, será que eu terei mais feedbacks, eu me pergunto? :')



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