Obsession escrita por Cris Turner


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a Bex. Muito obrigada pela indicação, amore *-*



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Capítulo 11

"Quando a noite for tão escura a ponto de você não conseguir divisar suas próprias mãos, pode ter a certeza de que o amanhecer está muito próximo." (Provérbio Chinês)

As magníficas feições dele se contorceram em uma careta de confusão.

- Bella, do que você está falando?

- Como você teve coragem de contar a alguém, Cullen? Contar a ela? – meu tom era estridente e lunático.

Eu tinha consciência de que estava histérica, mas não poderia me importar menos com esse fato. Edward abriu a boca para retrucar, mas eu não queria ouvir suas explicações.

Meio contraditório, não? Fazia as perguntas, contudo não tinha intenção de obter respostas. O mal que fora causado era irreversível, não adiantava "sentir muito". Eu não queria desculpas, não queria explicações. Naquele instante, eu só queria extravasar a raiva que fervia em meu peito.

- Qual era a sua intenção? Você queria me humilhar? Queria que eu me sentisse minúscula? – fui aumentando a voz – QUE EU ME SENTISSE UM NADA? – gritei a plenos pulmões – POIS VOCÊ CONSEGUIU. EU ME SINTO UM NADA!

Agora os olhos verdes estavam chocados.

- ISSO É ALGUM TIPO DE VINGANÇA MESQUINHA? VOCÊ QUER ME HUMILHAR PARA COMPENSAR OS ANOS QUE EU LHE PERSEGUI? OU FOI UM JEITO DE ME MOSTRAR QUE NÓS NUNCA TERIAMOS CHANCE DE DAR CERTO PORQUE VOCÊ ME ODEIA?

Parei de falar por um segundo. Meu peito subia e descia repetidamente, minha abeca começava a latejar.

- Você não precisava ter contado a Denali sobre o nosso pequeno acordo. Eu já sei que você não me suporta. Sei que você "queria voltar no tempo e nunca ter chegado perto de Bella" – senti um gosto amargo ao repetir alto, pela primeira vez, as palavras que foram cravadas a fogo em minha alma. – Também tenho consciência de que você amaldiçoa "a hora em que deu uma flor à garotinha que chorava".

Senti um prazer sádico ao ler em seus olhos que ele sabia exatamente de onde eu estava tirando aquelas frases.

- Você...

- É. Surpresa, surpresa. – balancei as mãos ao lado do corpo – A idiota aqui ouviu o seu momento confissão. – bati o dedo indicador no queixo enquanto fingia pensar por um momento – Ah! Não é que agora as ações da lunática fazem sentido? Em um momento está me perseguindo como um cachorrinho e no outro, age como se não nos conhecêssemos! – soltei uma risada irônica.

Uma sirene em minha mente me alertava de que eu não deveria ter falado algo... não devia estar falando algo, porém eu não conseguia distinguir o que era, pois havia uma nuvem vermelha e espessa de raiva embaçando tudo.

- Bella... – começou, branco como um fantasma. – Você ouviu tudo naquela noite? – a voz parecia estrangulada.

- Ouvi o suficiente. – pisquei, tentando conter as lágrimas - Ah! E antes que você pense que eu também ouvia, atrás da porta, suas conversar particulares, devo acrescentar que foi um acidente. Não que você vá acreditar, mas foi. – dei de ombros. – Ou nós podemos chamar de "feliz coincidência". Se não tivesse ouvido o que ouvi, provavelmente ainda estaria me arrastando na sua frente, jogando o meu orgulho no chão e, ainda por cima, lhe humilhando. Você não precisava ter tido pena – cuspi essa palavra - de mim. Podia ter me contando. Teria poupado bastante constrangimento a ambos. Teria nos poupado dessa falsa horrorosa que criamos.

Soltei o ar pesadamente.

- Você não faz a mínima idéia de como eu venho me sentindo durante essas últimas semanas! – as lágrimas que agora jorravam eram de dor – Você, Cullen, consciente ou inconscientemente, sei lá, tem feito coisas - joguei as mãos para o alto – que estão destruindo meu coração. E olha que eu não sei como isso é fisicamente possível porque pensei não ter sobrado nada depois daquela noite em que ouvi você afirmar que sentia pena de mim! Pena! – urrei – Preferia que me odiasse a sentir pena de mim! Mas agora eu percebo que você nutre os dois por mim. Que sorte a minha, não? - esfreguei as mãos com força pelo rosto, todavia, não adiantou nada, as lágrimas não paravam.

Edward parecia cada vez mais pálido, cada vez mais horrorizado.

- Porque só ódio faria você contar a garota que mais detesto o quão idiota eu sou por me humilhar por um cara que tem vergonha de mim. Cruel! VOCÊ É CRUEL! – berrei. – Já não basta todas as vezes que um ato seu mal-calculado me fez criar fantasias, só para que, no minuto seguinte, minha consciência me lembrar da verdade que eu ouvira. Cada beijo falso era uma facada em meu peito. – bati, em um gesto descontrolado, a mão com força em meu tórax – Eu pisei no meu orgulho para lhe ajudar!

Meu tom voltara ao normal porque eu não tinha mais forças para gritar e era gelado porque, dessa vez, Edward finalmente havia, definitivamente, acabado com meu coração, congelando-o pela dor.

- E o pior de tudo é que eu realmente tentava lhe ajudar, não foi um ato desesperado por atenção. Já tinha percebido o quão impossível era "nós dois".– passei a mão pelo cabelo, tentando fazê-la parar de tremer – Já tinha desistido. Só aceitei essa idéia maluca para tentar reparar... compensar todo o constrangimento pelo que fiz você passar durante grande parte da sua vida. Porém, isso obviamente não deu certo. O erro foi meu, a idéia foi estúpida. Devia ter lhe deixado em paz de uma vez por todas. – respirei fundo – Se você gosta da Tanya, poderia ter me dito e nós arrumaríamos um jeito de avisá-la que não havia nada de verdadeiro entre nós, que, para você, significava apenas uma mentira piedosa a fim de ajudar a sua avó. Contudo, você escolheu o pior jeito. Contou da pior maneira a ela. – fiquei em silêncio durante uns instantes – Ficou claro que nós não podemos nem mesmo conviver sem alguém sair humilhado.

Abri a porta e me encostei-me a ela.

- Diga o que quiser a sua família, concordarei com qualquer desculpa que você inventar.

Desviei o olhar porque encarar suas feições transtornadas era mais do que eu podia suportar. Mesmo sem saber o motivo da angustia dele. Talvez a consciência culpada, afinal, Edward era um excelente rapaz e não magoava as pessoas propositalmente. Ou pelo menos era nisso que eu acreditava até ele contar tudo àquela vaca...

Sacudi a cabeça, recuperando o foco, lembrando o porquê de nós estarmos exatamente onde nós estamos agora. Encarei o chão.

- Eu nunca mais vou incomodá-lo de maneira alguma. – levantei o rosto ao falar novamente, olhando para a porta, ficando perpendicular a ele – E agradeceria se você retribuísse esse favor.

Deixei a sala.

xxx

Sentada na poltrona ao lado da minha cama, encarava o nada, meus joelhos estavam encostados em meu peito e eu os abraçava. De vez em quando, caia uma lágrima.

Durante o caminho de volta – que foi feito na velocidade máxima da minha picape, logo depois que sai correndo do ginásio – consegui me acalmar. Então, quando cheguei a casa, a consciência de tudo que havia acontecido... tudo que eu havia feito me atingiu como uma bigorna. Chegava a ser cômico, trágico-cômico, o fato a dor não me atingia mais – acredito já ter ultrapassado os limites desse sentimento.

Já o constrangimento, que parecia ter se tornado meu fiel companheiro nessas últimas semanas, permanecia firme e forte em seu posto: ao meu lado, se divertindo as minhas custas.

Era impressionante, pateticamente impressionante, como eu sempre conseguia arrumar um jeito novo de me humilhar. Cada momento da minha vida em que Edward estava envolvido, eu confundia tudo. Confundi meus sonhos com a realidade quando ele me deu a flor, quando me beijou, quando agiu amigavelmente. Sonhei que ele gostava de mim; que ele queria os beijos tanto quanto eu; que gostava da minha companhia. Mas Edward só estava sendo legal; fingindo; e sendo educado.

Era de se esperar que, depois de tantos tombos, eu aprendesse a desviar das armadilhas. Aliás, fora exatamente isso que eu prometera fazer: manter o foco, sempre me lembrando do motivo porque eu estar ajudando Edward, a fim de não me machucar ainda mais, me humilhar ainda mais. E, no primeiro grande teste que tenho para utilizar minha maturidade e honrar minha promessa, eu falho miseravelmente. Não que eu não teria gritado horrores com Edward por ele ter falado mais do que devia a Tanya. O problema é que eu também falei mais do que devia. Era possível tê-lo confrontado pela traição sem ter que gritar aos quatro ventos que eu ouvi a conversa dele - que eu sabia da verdade - mas eu não fizera isso. Agora, no trágico momento que nos reencontrássemos, a compaixão em seus olhos seria ainda maior, o que acabaria de me matar.

Eu sou o pior tipo de fracassada: a fracassada que faz alarde sobre o próprio fracasso. Por que eu não podia ser daquelas que sofre calada, depois sacode a poeira e continua a caminho?

Fechei os olhos, encostando a testa no joelho.

Apesar de tudo, como eu suportaria viver sem nem mesmo poder falar "oi" a Edward?

Senti uma fisgada no peito.

Ótimo! Agora a dor voltara. Como se eu já não tivesse o suficiente de sentimentos conflitantes ( orgulho ferido, raiva, amor – que infelizmente, apesar dos pesares, não morria - vergonha) com os quais lidar...

Supostamente não deveria doer porque eu senti meu coração sucumbir devido ao golpe-Tanya. Mas doía. E como doía...

Respirei fundo quando minha cabeça começou a martelar como se alguém estivesse batendo continua e fortemente nela. Apertei o abraço em minhas pernas, implorando mentalmente para que o som parasse. Depois de um tempo, meus pedidos foram atendidos. Suspirei, aliviada.

Contudo, agradecia cedo demais. Pouco depois, as batidas voltaram cinco vezes mais alto do que antes. Quase chorei de desespero.

- Bella? Filha? – ouvi.

Foi quando eu percebi que as batidas não estavam em minha cabeça, e eram, na verdade, batidas na porta de meu quarto.

Ao apoiar minhas pernas no chão, cambaleei, meus membros inferiores reclamando por terem passado muito tempo na mesma posição. Parei por um instante, tentando recuperar o equilíbrio, depois fui destrancar a porta.

- Oi, mãe. – franzi o cenho – Quando a senhora chegou?

- Algumas horas atrás, querida.

Fiquei ainda mais confusa. Virei a cabeça para o lado a fim de olhar a janela. Uma luz fraca entrava por ela, indicando que o sol estava se pondo. Se eu deixei a escola logo depois do almoço, então... onde foram parar todas aquelas horas? Eu perdera totalmente a noção do tempo.

- Querida? – ela voltou a pedir minha atenção.

- Sim?

- Você tem visita. – um sorriso imenso apareceu em seu rosto.

- Visita? Mãe, diz que eu não posso atender.

- Não, não. Vá atender, Bella.

- Mãe, por favor...

Meus pedidos foram inúteis, ela já sumia pelo corredor, me ignorando totalmente. Bufei e, num gesto totalmente infantil, bati o pé no chão. Não tive escolha senão descer até a porta e dispensar quem quer que fosse – não estava no clima para falar nem mesmo com Orlando Bloom.

Resmunguei o caminho todo. E minhas reclamações só aumentaram quando cheguei ao portal de entrada e não encontrei ninguém. Com raiva, vir-me-ei a fim de voltar para meu quarto.

Não consegui dar um único passo.

A raiva borbulhante – por ter saído do meu cantinho seguro - tornou-se medo gelado quando uma mão tapou minha boca e outra segurou minha cintura, puxando meu corpo para trás. Minhas costas se chocaram com um peito forte e quente.

Passado o instante de surpresa-tupor, comecei a lutar. Usei toda minha força e não consegui fazê-lo mexer nem mesmo um centímetro. Lágrimas de puro pânico se acumularam em meus olhos.

- Shh. Calma. Sou eu. – a pessoa sussurrou em meu ouvido.

Estremeci, sentindo um alívio tão grande que minhas pernas amoleceram. Ele me soltou e se posicionou em minha frente.

- Você ficou completamente louco? – só não gritei porque ainda estava rouca pelo susto.

Encarei os olhos verdes, testando meus nervos – que no momento estavam sob o escudo da raiva – para ver se eles agüentariam a dor de perceber a compaixão que haveria lá. Contudo, não foi isso que encontrei.

Os glóbulos verdes estavam queimando de fúria.

- Vamos! – ele segurou minha mão e me puxou para fora do alpendre.

- O quê...? – parei de andar e desvencilhei minha mão da dele. – Eu não vou a lugar algum com você! Por acaso você sofre de "perda de memória recente"? Caso não se lembre, hoje mesmo eu pedi para você me deixar em paz!

Seu rosto ficou livre de qualquer expressão, apresentando um vazio assustador.

- Lembro-me perfeitamente de tudo que você disse.

- Ótimo!

- Agora vamos.

Tentou pegar minha mão novamente, mas desviei.

- Tirei as mãos de mim. Você está fora de si! Vou embora...

- Do jeito difícil então. – resmungou.

Em um movimento mais rápido do que um piscar de olho, Edward me jogou em seu ombro – como se carrega um saco de batata – e começou a andar na direção oposta que eu pretendia tomar. Ele conseguiu andar alguns metros antes que eu pudesse me recuperar do choque.

- O que raios você pensa que está fazendo? Coloque-me no chão imediatamente! – comecei a distribuir socos em suas costas.

Cullen agia como se meus golpes não gerassem incomodo algum.

- Se você não me colocar no chão agora, eu vou gritar. E meu pai tem uma arma, sabia?

Acredito que a ameaça surtiu o efeito desejado porque ele começou a me abaixar. Mas, outra vez, eu cantei vitória antes da hora. Porque, ao invés de me libertar, como eu queria, Edward me colocou no banco do passageiro do Volvo. E, usando de uma velocidade impressionante, conseguiu dar a volta no carro e se acomodar no acento do motorista antes que eu pudesse me virar para tentar escapar. Então, quando o fiz, já era tarde demais. Encontrei as portas travadas e o carro já acelerava.

- Isso é seqüestro! Um completo absurdo! – exclamei – Quando eu contar ao meu pai, você vai estar em sérios problemas, Cullen.

Silêncio.

- Pare esse carro imediatamente! Eu exijo que você pare esse carro imediatamente! – bati na porta a fim de dar ênfase ao que dizia.

Nenhuma resposta.

Rangi os dentes. Talvez ignorá-lo funcionasse.

Minha indignação por estar nessa situação toda só piorou quando reconheci o caminho que estávamos fazendo. Por isso, quando o carro foi estacionado e a minha porta foi aberta, continuei com os braços cruzados e a vista fixa a minha frente, silenciosamente me recusando a sair do carro.

- Do jeito fácil ou do jeito difícil, Bella. Você escolhe. – falou, encostando-se na porta aberta.

Torci os lábios. E, para tentar salvar o pouco de dignidade que me restava, sai do carro e caminhei para a entrada da casa.

- Por que raios você me trouxe aqui, Cullen? – sibilei sem encará-lo – Eu disse que concordaria com qualquer desculpa, mas isso não incluía ter que vir aqui e ajudar na mentira principal. Eu não vou encarar sua família.

Parei de andar. Estávamos no corredor ao lado da porta da sala de estar.

- Você vai lá e conta as mentiras e, eu fico aqui e depois concordo com as perguntas que Alice me fizer.

- Minha família não está aqui. – afirmou simplesmente.

- O quê? – abri minha boca em um perfeito O – Eu não vou ficar sozinha com você aqui.

Virei para sair, mas ele barrou minha saída mais uma vez.

- Sai da minha frente, Cullen ou você vai ficar sem futuros descendentes. – ameacei.

- Não.

- Que droga, Cullen! Nós já conversamos, já está tudo decidido, sua família não está aqui para brincarmos de faz-de-conta, então por que você não me deixa ir embora de uma vez? – esfreguei as mãos pelo rosto.

- Swan? – uma voz chamou da sala.

Lentamente, quase sem acreditar em meus próprios ouvidos, virei para encarar o que havia dentro daquele cômodo. Foi nesse momento que desconfiei da minha boa visão. Porque ela me mostrava que, parada no meio da sala, com os olhos inchados e o rosto cansado, estava Tanya Denali.


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Notas finais do capítulo

N/a: Meus amooores. Que saudade absurda que eu estou de vocês. Como está tudo? Amei os reviews do último capítulo. Vocês são maravilhosas.Desculpe a demora absurda. :(Eu estou muuito ocupada. É matéria demais e tempo de menos. Tá muuito complicado. Eu tive que arrumar tempo para escrever durante as aulas, e eu não poderia fazer esse tipo de coisa. Mas eu não posso deixar vcs na mão, né? ;) Eu só peço um pouquinho de paciência, certo? =DE o capítulo novo? E as revelações, hein? Eu sei que tinha mt gente esperando para ver como seria o dia em que ela ia jogar na cara dele q sabia de td. E agora aconteceu... espero não ter decepcionado ninguém. Eu gostei de como ficou. Mas, e agora, o que será q ela está fazendo lá? :O Tanya nojenta. ¬¬O capítulo não ficou mt grande, mas eu não podia aumentá-lo. :( Mas teve bastante diálogo, não? =D"- Pare esse carro imediatamente! Eu exijo que você pare esse carro imediatamente!" Essa parte é totalmente inspirada na avó da Anastásia do filme "Anastásia" da Disney. AUHAUHAHAUHAHQue saudades do Chace! –cry Mas nesses capítulos ele não se encaixava e tals. :( Mas ele volta, ok, gente? :DObrigada pela paciência, pelos reviews e pelo carinho. É por vcs q eu continuo.-desculpe qualquer erro ortográfico. Eu fiz o possível para não ter nenhum... mas é capaz de algum ter passado despercebido-Beijos e até o próximo capítulo ;*