O Suvek tinha sido acionado, e tarde de mais Roman e Drake se deram conta de que ele não era uma bomba, e sim um sinalizador, um farol.

Mas pra que? Por quê?

Os Trags do telhado que estavam com Zoe, haviam sido nocauteados na luta recente e ainda estavam inconscientes assim com a sua líder, o que Drake achava uma maravilha, mas ele sabia que essa confusão toda tinha apenas começado.

Os Trags, os que ainda estavam no Setor, com certeza tinham um plano, plano esse que envolvia tomar a terra de vez dos humanos, com certeza, mas não era com isso que eles estavam preocupados no momento e sim com os milhares, talvez milhões de humanos que agora estavam desacordados nas calçadas e praças.

— Emery! Emery! – Roman tentava inutilmente despertar a garota que estava inconsciente em seus braços.

— Hei irmão, calma, vamos dar um jeito nisso Ok? – Drake tentou acalmá-lo, Roman era o racional dos dois, ele precisava se focar para tentarem descobrir o que estava acontecendo e o que fazer em seguida.

Roman conseguiu respirar fundo e levantar os olhos do rosto de Emery.

— Como o Grayson está?

— Nada bem – Drake disse se abaixando e olhando o ferimento do rapaz inconsciente mais de perto e contestou o obvio – Ainda está sangrando muito.

— Todos eles... – Roman se interrompeu sem ter certeza de que palavra usar – Apagaram?

— Aparentemente sim – Drake foi até a beirada do telhado e olhou para a rua, todos estavam inconscientes. Então ele viu um vulto se mexer, aparentemente nem todos tinham “apagado”, ele forçou à vista um pouco mais e contestou que era Sophia, ela parecia confusa, mas bem. – Acho que nem todos.

— O quer dizer com isso? – Roman perguntou finalmente deixando o corpo imóvel de Emery no chão e indo até a beirada do telhado, ficando ao lado do amigo. Drake apontou para Sophia lá em baixo e viu pelo canto do olho o amigo dando um suspiro de alivio.

— Aparentemente o que quer que o Suvek faça, só faz com humanos – Drake disse se virando para encarar a maquina que já havia lhe proporcionado muitos problemas – Mas o que isso significa? – ele perguntou olhando a luz azul que ainda subia como um raio para o céu. – Se é mesmo um sinalizador, o que ele está sinalizando?

— Boa pergunta – Roman não parecia muito feliz em não ter as respostas. Ele se aproximou um pouco mais da beirada. - SOPHIA! – ele gritou e Atriana o olhou lá de baixo – ELES ESTÃO VIVOS!?

A garota foi até um homem inconsciente na calçada e aproximou seu ouvido do nariz dele, a fim de ouvir alguma coisa e felizmente ela ouviu.

— SIM! – ela respondeu. - MAS E VOCÊS AI, ESTÃO BEM!?

Drake olhou para trás vendo o Suvek acionado, Grayson baleado, Emery inconsciente, então é, eles não estavam bem, mas ele sabia que Roman não iria preocupar a irmã. Então ele sorriu.

— ESTAMOS SIM, VAMOS DAR UM JEITO DE DESCER CONSERTAR TUDO, ENTÃO NÃO PRECISA SE PREOCUPAR!

É claro que vai consertar, pensou Drake, afinal ele era o Roman, mas não foi isso que chamou sua atenção, e sim a fumaça que vinha de um ponto mais distante. Ele forçou a vista para ver melhor, mas não adiantou, quando estava prestes a esquecer o assunto, pensou ter ouvido alguma coisa.

— Você ouviu isso? – ele quis saber.

— O que? – Roman perguntou, agora tentando fazer com que o Suvek parasse de emitir esse sinal para quem quer que fosse.

— Pareceu a voz de alguém –, alguém muito familiar, Drake quis completar.

— Não vejo como – Roman disse ainda sem olhá-lo apertando alguns botões na possível maquina destruidora da terra. – Todos os humanos estão desacordados e tirando você, eu, a Sophia, e esses Trags aqui os outros Atrianos estão no Setor.

Drake virou sua cabeça de uma vez na direção da fumaça ele tinha ouvido outra vez, parecia loucura, mas ele tinha certeza, foi então que ele ouviu, não como se ela estivesse a vários quilômetros dele e sim como se estivesse na sua frente.

— Socorro! Drake! Socorro!

— É a Taylor! – Drake disse de repente e começou a andar em direção a porta do elevador.

Roman segurou seu ombro quando Drake passou por ele.

— Hei Dake isso é impossível – ele disse fazendo o amigo se virar – Ela é humana.

Um milhão de coisas passou pela cabeça de Drake ao mesmo tempo e metade delas não terminava bem, se ela estava gritando e havia fumaça isso não podia ser bom, ele não tinha tempo para perder explicando nada ao Roman, mas o amigo o olhou quase com pena e isso o deixou furioso.

— Roman ela pode ser humana, mas está grávida de um filho meu e isso quase a faz ser uma espécie de hibrida no momento, e sim talvez eu esteja louco, mas eu tenho certeza de que a ouvi gritar, e não vou ignorar isso, e tem mais ela estava no carro quando o Suvek explodiu e se estiver ficado inconsciente enquanto dirigia? Eu... - Darke se interrompeu, o pensamento fez o ficar em pânico, ele nunca admitiria tal fato, mas a possibilidade de alguma coisa acontecer com Taylor o apavorava, ela foi à primeira garota com quem ele esteve que pareceu realmente gostar dele, e ele teimoso nunca admitiria, mas também gostava dela. – Tenho que ir! – foi tudo o que conseguiu dizer antes de se desvencilhar da mão do amigo e correr para o elevador.

Drake apertava o botão do elevador freneticamente como isso fosse fazer o elevador ir mais rápido, o que infelizmente não fazia. Quando ele chegou ao térreo viu Eric e Julia inconscientes e abraçados no chão, ficou aliviado em descobrir que nenhum Trag os havia encontrado, passou direto por eles e tirou as coisas que eles tinham usado para segurar a porta e saiu, a visão de perto era ainda mais estranha que a de longe, todas essas pessoas inconscientes, pareciam realmente estarem mortas.

— Drake!? – Sophia perguntou parecendo confusa – O que faz aqui? Achei que fosse ajudar o Roman.

— Eu vou, mas tenho que fazer uma coisa antes, é melhor você subir e ajudá-lo – foi tudo que o Atriano disse antes de passar direto por ela e pegar a primeira moto que viu abandonada e seguir em direção a ela, a Taylor, a sua Taylor.

Não se preocupe, estou chegando, foi seu ultimo pensamento antes de arrancar com tudo.

~~~ * ~~~

Foi tudo tão rápido que Taylor ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo, num minuto ela estava dirigindo para longe como Drake disse que fizesse e no outro alguma coisa acertou o carro e ele estava voando e girando.

Quando o carro parou, ela entrou em pânico, estava de cabeça para baixo e sentiu o cheiro de gasolina quase na mesma hora que a mesma pegou fogo.

Então fez a única coisa que conseguiu pensar, gritou.

— Socorro! Socorro! Por favor, Drake me tire daqui!

Começou a chorar, parte dela sabia que ela iria morrer, ninguém a tiraria dali afinal a rua estava estranhamente silenciosa, e logo agora que Glória a havia dado esperanças sobre um futuro com Drake e o seu bebê, o bebê, ela lembrou um pouco tarde de mais dele.

— Desculpe por ter cogitado não ter você – pediu entre soluços levando a mão direita machucada à barriga, ela tossiu, a fumaça já estava começando a se tornar insuportável, ela tentou se mexer o suficiente para se arrastar para fora do carro pela janela, mas estava presa pelo cinto de segurança – Seu pai, ele é um idiota sabia? Um grande bobo que fez um monte de coisas erradas, mas que eu amo mesmo as-s-sim – ela engasgou com a fumaça. A mão direita latejou, mas ela continuou com ela sobre a barriga, ela não podia desistir assim tão fácil. – Socorro! Drake! Socorro! – usou suas ultimas forças para gritar, ele viria, ele tinha que vir.

Taylor queria acreditar que ele viria, queria mesmo, mas suas esperanças estavam diminuindo na mesma proporção que a fumaça estava aumentando, a parte da frente do carro já estava totalmente tomada pelas chamas que por sua vez estavam perto de mais dela.

Ela iria morrer, mão tinha outra opção, se alguém fosse vir já devia ter chegado, Drake podia ser de outro planeta, mas não tinha super podres, como ele poderia saber que ela estava ali à beira da morte?

Desistiu de segurar as lagrimas que agora corriam livremente pelo seu rosto, estava quase se rendendo e tirando as mãos do rosto, que agora eram a única barreira entre seu nariz e toda a fumaça, não que estivesse ajudando em alguma coisa, mas era melhor que inalar a fumaça diretamente, mas então ela ouviu, talvez estivesse louca devido à quantidade de fumaça que tinha inalado, ou talvez já estivesse morta e imaginando coisas, mas tinha certeza de que tinha ouvido alguma coisa.

E era o som de uma moto.

Será que era ele mesmo?

Taylor soube a resposta segundos depois quando uma moto a toda velocidade virou a esquina vindo na sua direção, e ele estava lá olhando a cena em que ela se encontrava com os olhos arregalados, ela parecia péssima, mas mesmo assim continuava linda e felizmente estava viva.

— Taylor! Você está bem!? – ele gritou praticamente pulando de cima da moto e correndo na sua direção.

— Drake... – foi tudo que ela conseguiu dizer antes de antes de engasgar e começar a tossir, mas isso não a impediu de ter suas forças renovadas pelo Atriano, então começou a tentar outra vez a se desvencilhar loucamente do sinto de segurança.

— Fique calma eu vou te tirar daí. – Drake disse isso tanto pra ele quanto para Taylor, ele não tinha tempo para se importar com o fato de que o carro estava prestes a explodir, ele tinha que tirá-la de lá, simples assim.

Ele driblou a maioria das chamas consegui chegar ao carro, quando ele se aproximou, a loira agarrou sua mão com tanta força que poderia muito bem quebrar algum ou todos os ossos da mesma, ele deu um meio sorriso, nunca pensou que Taylor fosse uma ameaça em potencial.

Ele fez menção em puxá-la pela cintura, mas percebeu que mesmo com ele a poucos minutos de tirá-la dali ela ainda estava em pânico, levou alguns segundos até perceber por que, ela ainda estava presa pelo cindo de segurança e tentava soltá-lo desesperadamente.

Taylor começou a chorar em pânico, suas lagrimas azuis brilhantes escorriam pelo seu rosto.

— Drake... Eu... Não consigo... – ela não conseguiu formar uma frase completa, suas mãos estavam tremendo, eles não iam conseguir tirá-la dali.

— Hei – Drake chamou – Vai ficar tudo bem.

— Não – Taylor murmurou, ela estava chorando muito mais agora – Você... – ela tossiu – Tem que sair daqui – consegui terminar de falar, mas parando de tentar se soltar, era um milagre o carro não ter explodido até agora, ela não ia abusar da sorte, Drake tinha que sair dali.

— Você está louca!? – o Atriano perguntou de repente assustando a loira que o olhou incrédula – Eu não vou deixar você ir lembra?

Isso foi o suficiente para ela desmoronar, eram muitas emoções de uma única vez, a aceitação de que ia morrer de dois minutos atrás tinha sumido, Taylor simplesmente não podia se entregar assim, não só por ela, era por Drake e principalmente por seu bebê, que ela só sabia da existência a alguns dias, mas já amava incondicionalmente.

Drake limpou suas lagrimas azuis brilhantes com uma das mãos assim como na noite do baile e lhe deu um de seus meio sorrisos.

— Eu não vou sair daqui sem você – ele disse e então tocou a barriga dela em meio a fumaça e a fuligem, fazendo a garota estremecer – Sem vocês.

Nenhum dos dois precisou dizer mais nada nenhuma palavra, o fogo agora já estava consumindo quase o carro todo, a parte da frente dele, e consequentemente o motor, estava totalmente tomada pelas chamas, não demoraria muito para isso chegar a eles, ou pior explodir tudo.

Drake evitava pensar em tudo isso enquanto tentava arrancar os restos do cinto que prendiam Taylor ao carro, suas mãos já estavam vermelhas e com marcas de queimaduras em alguns pontos, mas ele não ligava, estava determinado a tirar aquela loira barulhenta e irritante daquele carro.

— Se eu morrer aqui... – Taylor começou de repente, mas ele a interrompeu fazendo força mais uma vez contra o cinto.

— Você não vai morrer!

— Se eu morrer – ela o ignorou e continuou com um pouco de dificuldade, a essa altura ela já devia ter inalado, muito mais fumaça do que um ser humano normal poderia aguentar. – Quero que saiba que eu realmente gosto de você.

Ela ficou parada esperando uma resposta dele, mas ele não disse nada apenas sorriu. Só que diferente dele, Taylor já estava cansada de ficar calada.

— Você sabe qual foi à primeira coisa que eu pensei quando descobri que estava grávida?

— “Ai meu Deus eu tenho um bebê meio alienígena dentro de mim”? – ele perguntou tentando fazer uma imitação da voz dela, sem muito sucesso, e sem tirar os olhos do cinto de segurança, não que a fumaça o deixasse ver alguma coisa de verdade.

— Não!... Quer dizer, além disso?

— Não – ele murmurou ainda sem olhá-la.

— Eu pensei “Ai meu Deus eu estou grávida, e grávida do Drake!” Quer dizer, é claro que essa gravidez virou minha vida de cabeça para baixo e eu não tenho nem idéia do que fazer de agora em diante, mas não consigo imaginar pessoa melhor para ser o pai desse bebê além de você.

— Merda Taylor! Você mão tinha outra hora para dizer essas coisas não!? – ele perguntou a encarando finalmente, ele queria parecer zangado, mas estava sorrindo, ela sorriu com ele.

Taylor estava prestes a retrucar quando eles ouviram um click, não, na verdade eram dois clicks simultaneamente, quando Drake viu que o primeiro click era o som do cinto de segurança destravando seu sorriso se alargou, Taylor passou os braços em volta do pescoço dele e ele começou a puxá-la para fora do carro, mas tarde de mais Drake percebeu que o segundo click era o som do motor, e dadas as circunstancias isso não podia ser bom.

— Nós temos que sair daqui – Drake disse o obvio terminado de puxar Taylor sem muita delicadeza de dentro da bomba que seu carro havia se tornado, a garota protestou com um “Ai”, mas ele estava mais preocupado com os sons que o motor estava afazendo, quando o mesmo começou a tilintar os olhos do Atriano se arregalaram, assim como os da loira – Agora!

Não foi muito difícil para Drake tirar Taylor do carro e pegá-la no colo, o difícil mesmo era se concentrar em alguma coisa que não fossem os sons que o motor superaquecido fazia atrás deles enquanto ele corria para longe, mas eles não tinham se afastado nem dois metros quando o carro finalmente explodiu, Drake só teve tempo de se jogar atrás de um carro que estava próximo e cobrir o corpo de Taylor com o seu.

Tudo tinha virado um grande cogumelo de fogo.

O impacto foi tão grande que Roman que ainda estava no telhado o viu, Emery e Grayson continuavam inconscientes, mas agora Sophia estava com eles, ela tentava de todas as formas possíveis conter o sangramento dele, se ao menos tivesse Syper... Roman ainda tentava desvendar o Suvek, ele tinha amarrado Zoe e seus capangas, então estavam detidos, por hora, mas seu empenho mesmo estava em descobrir para quem o Suvek tinha mandado aquele sinal, sinal que ele finalmente tinha conseguido desligar, diga se de passagem, mas quando viu a explosão Roman sabia que Drake estava envolvido, e esperava que nada tivesse acontecido com ele.

— O que foi isso? – Sophia perguntou ficando de pé para tentar ver melhor o que quer que tenha causado a explosão.

— O Drake – Roman disse simplesmente.

~~~*~~~

Assim que a fumaça e a poeira abaixaram o suficiente Taylor constatou que ainda estava viva, afinal estava tossindo mais que o normal e não conseguia ver quase nada por causa da confusão de poeira, mas principalmente por que conseguia sentir o peso do corpo de Drake sobre o seu.

— Drake – ela o chamou – Você pode sair de cima de mim? Você é pesado! – a loira reclamou, e ficou esperando uma resposta, mas ela não veio, Taylor começou a ficar preocupada – Drake – chamou outra vez e nada – Drake chega de brincadeira – ela disse agora já em pânico sacudindo o ombro dele, nada. – Drake! Drake!

Taylor já estava chorando, isso não podia estar acontecendo, o Drake não podia ter... Ela nem ao menos conseguia completar o pensamento, era absurdo de mais, a poeira finalmente baixou por completo e Taylor pode ver que Drake estava realmente inconsciente sobre suas pernas, ela tinha se sentado no chão e estava com a cabeça do Atriano no colo, ele ainda estava de bruços e ela conseguiu ver o corte enorme em suas costas, corte esse que sangrava horrores.

— Drake... – ela murmurou sentindo as lagrimas escorrem outra vez por seu rosto, mas não se importou, a essa altura do campeonato sua aparência devia estar horrível de qualquer maneira.

Ela abaixou a cabeça sentindo as lagrimas escorrerem com mais vontade agora, e afagando a cabeça dele, Taylor não conseguia pensar em mais nada pra fazer, sua cabeça estava em branco, a única coisa que conseguia fazer era chorar.

Foi então que aconteceu.

Drake se mexeu e abriu os olhos com dificuldade.

— Você fica muito mais bonita quando esta sorrindo – ele murmurou como se nada tivesse acontecido.

Taylor queria matá-lo por assustá-la assim, mas o alivio por saber que ele estava vivo falou mais alto e ela o abraçou o esmagando.

— Idiota! Idiota! Idiota! – ela gritou o apertando um pouco mais e recebendo como resposta um gemido que ignorou. – Você quase me matou do coração, eu achei... Eu achei que você estava morto!

— Taylor eu... Por favor... Não consigo... Respirar... – Drake arfou tentando se desvencilhar dos braços da loira.

Quando Taylor finalmente decidiu que já o tinha torturado o suficiente o soltou, Drake arfou e tossiu, seu rosto estava parcialmente vermelho, mas ele parecia bem, isso claro se não contar o ferimento nas costas.

Eles ainda estavam sentados no chão se encarando, aparentemente nenhum deles tinha a menor idéia do que dizer, era ao mesmo tempo estranho e constrangedor tudo isso.

— Você está bem? – Drake perguntou finalmente.

— Se levar em conta que eu quase morri há alguns minutos atrás eu estou ótima! – ela respondeu, mas Drake não sabia dizer com certeza se ela estava sendo irônica ou simplesmente brincando com a sua cara.

— Estou falando serio Taylor.

— Eu também! – a loira protestou – Eu realmente estou bem, mas o que exatamente aconteceu? – ela perguntou olhando em volta, não tinha percebido ainda, mas as pessoas estavam jogadas nas calçadas como se elas fossem o melhor lugar do mundo para tirar uma soneca.

— O Suvek – Drake disse simplesmente como se isso explicasse tudo, o que na verdade fazia mesmo.

— Eles estão...? – Taylor não terminou, mas não precisava, Drake tinha entendido a pergunta.

— Não, não estão mortos, mas não temos nem idéia do que o Suvek fez com eles, podem estar só desacordados, mas não sabemos quando ou se vão acordar.

Taylor suspirou e um arrepio percorreu seu corpo, essa ultima informação que recebeu não a ajudou a se sentir melhor. Ela ficou de pé e Drake fez o mesmo deixando escapar um gemido de dor, Taylor olhou pra ele imediatamente, mas ele lhe deu um meio sorriso como se disse: “Não é nada, já estive em situações bem piores” coisa que Taylor não desconfiava, mas então um pensamento passou pela sua cabeça e ela encarou o Atriano.

— Se todo mundo está inconsciente, por que eu continuo acordada?

Drake deu de ombros como se não fosse importante, coisa essa que estava longe de ser verdade.

— Acho que é por causa do bebê, você não desenvolveu traços Atrianos para protegê-lo ou algo assim? – era uma pergunta retórica, mas mesmo assim ela balançou a cabeça de forma afirmativa – Acho que esses traços a impediram de apagar.

— Entendo... – ela murmurou tocando a própria barriga – Obrigada – ela disse ao serzinho microscópico dentro de si – Você acabou de salvar nossas vidas.

— Boa garotão! – Drake disse divertido com o fato dela estar falando com apropria barriga e entrando na onda só para irritar a loira – Você tem mesmo que proteger a mamãe!

Taylor não sabia se ficava chocada, feliz ou irritada com a declaração dele, mas deixou de se preocupar por um momento, ela estava feliz de mais pra isso, e também tinha achado a coisa mais linda Drake a chamando de “Mamãe”, mas ele tinha mexido em um ponto importante...

— E se for uma menina? – ela questionou cruzando os braços – Não pode ficar chamando-a de “garotão”!

— É um menino! – o Atriano afirmou convicto.

— Você não pode ter certeza, e eu acho que é uma menina!

— Vai ser um menino e ponto final!

Taylor estava prestes a retrucar outra vez que ele não tinha como saber disso e também que queria que fosse uma menina, mas ao invés disso riu, riu tanto que chegou a gargalhar.

— Qual é a graça? – Drake perguntou a olhando como se ela fosse louca.

— A graça... – ela repetiu tentando normalizar a respiração – É que nós quase morremos há poucos minutos e agora estamos aqui discutindo sobre o sexo do bebê como se nada estivesse acontecendo, isso é simplesmente loucura.

— Eu não me importo – Drake declarou chegando mais perto dela – Viu o que você faz comigo? Quando em sã consciência eu estaria discutindo sobre o sexo de um bebê no meio de uma confusão como essa?

Taylor sorriu ao ouvir aquilo e deixou que Drake a enlaçasse pela cintura a apertando contra ele.

Ela ia continuar com a brincadeira, mas subitamente a diversão acabou, Taylor o abraçou o mais apertado que conseguiu, sem machucá-lo.

— Drake – ela murmurou afundando o rosto no peito dele um pouco mais – Eu estou com medo.

— Não precisa se preocupar, eu estou aqui com você, com vocês! – ele declarou erguendo o rosto da loira – E não vou a lugar nenhum.

Ele não precisou dizer mais nada, apenas acabou com a distancia existente entre eles e a beijou.

O beijo foi calmo e eles tinham todo o tempo do mundo, quando se separaram Drake lhe deu um beijo na testa e sorriu, nesse momento Taylor teve certeza de que não importasse quais fossem as circunstancias ou o que quer que estivesse por vir, Drake estaria com ela, mesmo sem dizer uma única palavra ela sabia que juntos, ela, Drake e o bebê, eles já eram uma família, família essa que ainda passaria por muita coisa, mas que se tudo desse certo estaria junta, para sempre.