Perfect Harmony escrita por S2teli


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você, não vejo a hora de te reencontrar e continuar aquela conversa que não terminamos ontem, ficou para hoje...” – Nando Reis.

10 anos depois

Aquele barulho já me dizia que alguma coisa muito errada estava acontecendo, levantei da cama, e atendi o telefone, um pouco sonolenta.

–Alô? – me poupei de olhar o identificador, já sabia muito bem quem era, mas porque me ligar as três da manhã?

–Med, eles chegaram.

–Quem chegou John? – questionei, sentindo que meu raciocínio precisava de um pouco de descanso.

–Não te contaram? – a voz de John do outro lado da linha parecia extremamente confuso.

–Me contaram o que? John eu estou de férias, não me diga que não te contaram? – comentei brincando.

–A UAC esta aqui.

–E o que eu tenho haver com isso?

–Não é você a medica/especialista do cérebro, comportamento humano, sei lá o que – brincou – o Nick pediu para chama lá, disse que você será muito útil nesse caso – fala serio, não acredito que estava ouvindo aquilo.

–Mas tipo assim, agora?

–Sim agora Med – respirei fundo.

–Tudo bem, logo chego aí.

–Ok pode deixar que aviso eles, até mais – e desligou o telefone.

Continuei sentada na cama por um tempo, simplesmente não sei dizer quanto tempo foi esse. Duas semanas atrás, Nick, meu chefe, exigiu que tirasse minhas férias que estavam atrasadas, e agora aqui estou eu, indo trabalhar novamente, logo agora que estava acostumando com a ideia de tirar um tempo para descansar.

Levantei-me por fim, e fui para o banheiro, tomei um banho rápido e me arrumei, olhei-me no espelho, não estava com cara de quem havia acordado as três da manhã, estava muito bem para falar a verdade.

Respirei fundo, peguei meu celular, e as chaves, então resolvi que já devia ir. Sai e tranquei a casa, entrei no carro e dei a partida. Até a delegacia, não demorou mais que dez minutos, o transito estava bom, mas morar perto do trabalho tem suas vantagens também.

Estacionei o carro na minha vaga, o que será que estava acontecendo de tão importante para chamarem a UAC? Tentei afastar esse pensamento da minha cabeça, e desci do carro.

Ao entrar na delegacia, rapidamente Lizie, uma das investigadoras da minha unidade, e também minha amiga, se aproximou de mim, segurando alguns arquivos.

–Olá como vai? – perguntou me entregando os tais arquivos.

–Bem e você – respondi, enquanto pegava-os.

–Bem – respondeu sorrindo.

–Pode, por favor, me explicar o que esta acontecendo aqui? E o por que estou aqui?

–Pagina de um a cinco – comentou sorrindo – Estão na sala de reunião, o café não esta pronto ainda, boa sorte.

–Obrigada – respondi, abrindo a primeira pagina, sempre achei vantajoso ler rápido, isso sempre foi muito útil para mim.

Ao chegar à sala de reunião, já havia lido as dez primeiras paginas, e estava quase terminando os tais arquivos.

O caso era de sequestro, nos últimos cinco dias, três crianças foram raptadas, mesmo estando em companhia de seus pais, provavelmente um descuido de um minuto que virou um desespero sem ter hora para acabar.

A primeira foi em um parque, a segunda em uma loja de doces, e a terceira na loja de brinquedos. A única ligação aparente eram as idades seis anos.

Girei a maçaneta da porta, já com vontade de voltar para casa, odiava casos que envolviam crianças. Todos se viraram quando entrei, Nick que estava em pé do outro lado da sala, veio me cumprimentar.

–Como vai Medson? Aproveitando as férias? – estendeu sua mão, mas logo trocou de movimento, percebendo meu olhar que dizia um simples “não” – Desculpe chama-la há essa hora, estamos um pouco desesperados.

–Um pouco? – comentei o mais baixo possível, não queria ser rude – Mas fico feliz que me chamou para ajudar – só gostaria que tivesse me chamado para ajudar antes.

–Claro que chamaria você, mas chamei a UAC também, deixe-me apresenta-los, este é o agente Dereck Morgan – apontou para um homem forte, negro, com um belo sorriso, devo confessar que era muito bonito, ele estava sentado no canto da sala próximo de mim.

–Prazer – ele disse, apenas acenei a cabeça e sorri.

–Estes são Aeron Hotcher e Jeniffer Jareau – mostrou-me um homem alto e bem serio, para falar a verdade, e também uma mulher loira, aparentava ser mais baixa que ele, o que não dava para ter certeza já que ela estava sentada. Fiz o mesmo movimento que havia feito com Morgan, eles me imitaram.

–Os outros três – continuou Nick – Estão conversando com alguns dos nossos investigadores, logo você poderá conhecê-los.

–Tudo bem – respondi.

–Agora que você já os conhece, apresento para vocês formalmente, a doutora Medson Tisdale.

–Doutora? – Perguntou curioso Morgan – Quantos PHDs você tem?

–Dois deles, mas na verdade sou medica mesmo.

–Parece uma pessoa que eu conheço – brincou Morgan, enquanto eu me dirigia para o outro canto da sala, para terminar de ler os arquivos. Apenas sorri - Menos é claro, pela parte de ser medica, porque isso ele ainda não é.

–Ainda não, mas acho que não vai demorar muito para isso acontecer – completou Hotcher brincando também.

–O que uma medica faz na delegacia? – dessa vez foi Jeniffer quem me perguntou – Você não me parece trabalhar na autopsia.

–Sou especialista no funcionamento/comportamento do cérebro – respondi calmamente, odiava ser interrogada, na verdade gosto muito de ficar no meu canto, quase como se estivesse excluída do resto do mundo, acostumei a ser assim, pois a maior parte das pessoas que me apego vão embora, seguem suas vidas, embora eu siga a minha também, sempre é difícil se despedir, então prefiro me afastar, para evitar passar por isso novamente – Inicialmente trabalhei com exames e testes sobre a mente de seriais killers, agora auxilio algumas vezes em casos como este.

–Legal então o que pode nos dizer sobre o descon? – questionou Morgan.

–Descon? – repeti.

–Desconhecido, assim que chamamos o suspeito – explicou-me Hotcher.

–Sugiro que seja dois raptores, um homem e uma mulher, ambos de aparência simpática, porém, não chamam muita atenção, passam despercebidos, pelo menos dos adultos, mas conseguem obter a atenção das crianças, de algum modo.

–Como fazem isso? – Questionou uma mulher de cabelos pretos, curtos, não sei se era impressão minha, mas parecia estar grávida.

–Essa é a agente Kate Callahan – apresentou-me rapidamente Jeniffer.

–Não tenho certeza, doces, brinquedos, podem trabalhar com crianças, podem ser conhecidos das famílias, ou conhece algo de interesse particular de cada criança – respondi.

–Sugere então que o descon pesquisa o gosto de cada criança? – perguntou Jeniffer.

–É possível – respondi – Alguns dizem que os melhores perfiladores são os que utilizam essa técnica para se cometer um crime – então voltei minha atenção novamente para os arquivos.

–Que bom que chegaram – disse Hotcher de repente – Deixe-me apresentar, essa é a Doutora Tisdale – levantei meu olhar para as pessoas que haviam acabado de chegar, e mal pude acreditar, aqueles dois homens, eu os conhecia – Estes são os agentes...

–David Rossi e Spencer Reid – meu coração disparou ao falar o nome do ultimo, não acredito depois de tanto tempo...

–Medson criança – comentou Rossi vindo em minha direção, me levantei para cumprimenta-lo – Quanto tempo, você cresceu muito deis da ultima vez que te vi – me abraçou de repente, retribui o gesto meio sem jeito.

–Acho que sim – sorri afastando-me.

–O que faz aqui? – perguntou-me.

–Longa historia.

–Conte-me tudo mais tarde, ok? – e beijou minha testa.

–Tudo bem – por fim olhei para Spencer por um momento, não havia mudado muito, deis da ultima vez que eu o vi, parecia um pouco mais velho, porém as roupas e o cabelo, haviam mudado pouca coisa, na verdade pareciam iguais, só que agora ele portava distintivo e uma arma – Como vai Spencer? – percebi que Morgan segurava um sorriso.

–Surpreso eu diria – comentou um pouco sem jeito, ao que me parece, continuava tímido como antes – Uma delegacia era o único lugar que não esperava te encontrar.

–É bom te ver Spencer, depois de tanto tempo – exclamei sem querer. Então meu celular toca, “John” era o nome do identificador, rapidamente atendi – Alô?

–Será que pode vir até a minha sala senhorita? – sua voz do outro lado da linha era divertida.

–Tudo bem já estarei ai – respondi, encerrando a ligação – Com licença – digo, retirando-me da sala de reunião, não acredito que depois de dez anos, aqui esta ele, Spencer Reid, não pode ser, como será que esta a vida dele depois de dez anos? Só sei de uma coisa, o que eu sentia por ele esta de volta, e esta de volta com força total.

“Que o tempo nos permita alguns reencontros sem culpas, porque é bom sentir sempre mais uma vez” – Tati Bernardi.


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