Pra inglês ver escrita por Italiana Sonohrina Di Fainello


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ciao gente. Aqui vai mais uma historinha sobre o Brasil, baseada em fatos reais xd. Bom: Espero que não tenham erros.
Espero que gostem.
PS. Para quem não conhece, a expressão "Pra inglês ver" veio do Brasil império, da época em que Brasil fazia vários tratados, na tentativa de continuar com o comércio escravo, que Inglaterra queria abolir, por não ser lucrativo na revolução industrial.



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Brasil sorria largamente ao olhar para o azul do mar no horizonte. O garoto se encontrava em sua casa, no Rio de janeiro, estirado no sofá, como quem não quer nada.

Sem dúvidas, ele estava feliz. Finalmente, o velhote português não era mais um problema, nem Holanda, tampouco França. Esse último havia se retirado, provavelmente

para nunca mais voltar.

- Independente, em fim. - Dizia o brasileiro, deleitando-se com suas próprias palavras. - Não serei mais controlado, roubado ou usado. Não devo mais nada a ninguém,

sou livre.

Mal sabia o jovem brasileiro, que la na Europa, seu nome estava nas bocas de todos os países.

...

Conferência mundial, ao menos, era o que devia ser, porém, estamos falando de Hetalia,

certo?.

- Não acredito que ele me usou. - Esbravejava Holanda, socando com força a mesa a sua frente. Itália, assustado, já se escondia atrás de Alemanha, enquanto este

olhava para o nada, com uma expressão incrédula no rosto. Japão fazia um Origami . Rússia atormentava alguns paises mais fracos. Romano enchia o saco de Alemanha.

América gritava e por aí vai, mas, de uma forma ou de outra, Brasil era sempre comentado.

- Não acredito que ele me deixou. - Choramingava Portugal, com a cara colada na mesa. Ao lado, um Inglaterra inexpressivo.

- Hon hon hon, veja só, Iggy. - Provocava França, com um sorriso sacana. - Pelo visto não é só você que anda perdendo colônias

nesses últimos tempos.

Inglaterra fuzilou-o com o olhar.

- Pois bem, France. - Começou a dizer Inglaterra, com um tom de voz calmo. - Ao menos não fui eu quem levei pau do brasileiro e voltei com o rabinho entre as pernas.

O sorriso de França se desfez em um instante. Olhando para baixo, o francês se afastou, indo se sentar ao lado de Espanha, que nada dizia, apenas olhando a desgraça

do irmão.

- Por que, Inglaterra?. - Lamentou-se Portugal, sacudindo o de olhos verdes, que se soltou com um solavanco. - Por que ele teve de

ir?.

O Inglês suspirou. Mesmo odiando admitir, sabia o quanto era difícil perder uma colônia querida, por mais imbecil que ela fosse.

- Foi melhor assim, Portugal. - Tentou confortar o "amigo", sem muito sucesso. Olhou de relance para América, que se vangloriava do quanto era incrível. Sim, aquele

moleque era idiota, metido e imprestável, mas Inglaterra sentia falta, e sabia que também seria assim entre o português e o brasileiro. Ao menos, Inglaterra esperava

que Brasil não o odiasse, como havia acontecido com América, após deixar o britânico. Não, isso não aconteceria. Luciano era um bom menino, ao contrário de Alfred,

o sulamericano se importava, por mais que tentasse esconder, e com Portugal era o mesmo. Afonso não era como o inglês, ele era um bom pai, apesar de só querer usufruir

do garoto, o que não era muito diferente do que Arthur já havia feito com o pequeno Estados Unidos. E realmente, muitos países já haviam usufruido de Brasil, até

mesmo o próprio Inglaterra. Bom. Na verdade, Arthur ainda fazia isso.

- Eu só queria... - Começou o Português. - Só queria continuar vendo o meu menino.

Arthur olhou em volta, pensando. Então, uma ideia lhe veio à cabeça. Uma ideia cruel, era verdade, mas era uma ideia.

- Bom. - Começou a dizer Inglaterra, um pequeno sorriso se formando no canto de seus lábios.

...

Por muito tempo, Brasil foi dependente de Inglaterra, até mais que de Portugal. Por sua economia ter sido falida pelo português, antes de ir embora para a Europa,

sentiu-se obrigado a pedir empréstimos do britânico que de pronto ajudou. Após isso ter sido feito, Inglaterra passou dos limites, e como forma de vender seus produtos,

começou a mandar coisas absurdas para o jovem país. Coisas como patins de gelo, esquis e outras coisas sem utilidade em um país tropical, vinham aos montes, e assim

se seguiu, uma "amizade" estranha, que também permitia o velho português ver seu filho querido.

Inglaterra se sentia feliz. Brasil era tão ingênuo, para ele, todo mundo era amigo. Mas ainda havia uma coisa que o deixava com raiva, a escravidão. O inglês não

via mais como aquilo seria útil, escravo não recebia, logo, não comprava. E se não comprava, não tinha utilidade alguma para ele.

...

- Abolir a escravidão?. Até parece. - Dizia Brasil, vendo Inglaterra sair da sala, seguindo para o quarto que já quase pertencia a ele, tamanho o tempo que

Arthur ficava ali. O Brasileiro tinha em mãos mais um dos muitos tratados que andava assinando para Inglaterra nesses anos. O sulamericano não pretendia abrir mão

do comércio escravo, mas também não podia abrir mão da ajuda do britânico. O garoto já se acostumara com o mais velho ali, mesmo com suas manias irritantes, ele

até que era um cara legal. - Vou continuar enrolando, talvez um dia ele desiste.

...

Arthur não conseguia acreditar no que acabara de escutar.

O inglês se encontrava escorado na porta da sala onde antes estivera com seu anfitrião. Luciano havia assinado aquele tratado, tratado esse que Inglaterra

lia com tanta raiva que quase rasgava a folha. Uma cópia havia ficado com Brasil, e a outra, com o britânico. Brasil conversava sozinho dentro daquele cômodo, tão

alto que facilmente podia ser ouvido por Arthur. Sim, o brasileiro o havia enrolado todo esse tempo.

- Droga!. - Praguejou o loiro. - Muito bem, Brazilian. Você quer jogar?. Então vamos jogar.

...

Naquela noite, Inglaterra retornou à sua casa. Ao adentrar a residência, escancarou a porta com força e foi batendo com os pés até encontrar seus piratas.

Quando finalmente os encontrou, ordenou com a voz firme.

- Qualquer navio brasileiro que sair da África em direção à sua terra, será abordado e trazido para a Inglaterra. Façam o que quiserem com a tripulação, mas libertem

os prisioneiros.

...

E assim se fez. Sendo a Inglaterra a melhor marinha do mundo na época, a marinha brasileira não tinha chance. O comércio escravo começou a fraquejar. Sem

chances de traficar negros da África, a única saída foi o comércio interno, que por sinal era caro e por isso, pouco lucrativo. Tamanha era a confusão, que Brasil

desistiu e aboliu a escravidão.

Moral da história: Leis para inglês ver podem funcionar por um tempo, mas não são eternas.


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Notas finais do capítulo

E a, gostaram?. Espero que sim.
Ciao!.



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