Destilando Neurônios escrita por itsJuhMaciel


Capítulo 2
Fodido sem culpa




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O uso do vocábulo Merda é uma questão de educação. Ninguém pode negar que o utilizamos para múltiplas circunstâncias relacionadas com muitíssimas coisas.

Por exemplo:

Como auxiliar quantitativo: Trabalho pra caramba e não ganho merda nenhuma!

Como indicador de especialização profissional: Ele só faz merda!

Momento de ceticismo: Não acredito em merda nenhuma!

Como questionamento dirigido: Fez merda, né?!

Como indicador visual: Não se enxerga merda nenhuma!

Como sensação olfativa: Cheira a merda...

Como elemento de dúvida na indicação do caminho a ser percorrido: Por que você não vai à merda?

Especulação de conhecimento e surpresa: Que merda será isto?

Momento de surpresa: MERDA!

Como indicador de ressentimento: Não ganhei merda nenhuma de presente!

Como resultado aplicativo: Deu merda.

Como indicador de admiração: Puta merda!!!

Como auxiliar impositivo de aceleração: Rápido com essa merda!

Ato de impotência: Essa merda não fica dura!

Como indicador de desordem: Tá tudo uma merda!

Como indicador de espécie: Quem esse merda pensa que é?

Quando Naruto se fode: Puta merda, se fodeu!

Quando Naruto se lasca: Merda, se lascou!

E quando ele está prestes a ser massacrado por uma mulher: Você vai virar MERDA na minha mão.

– O que o Gaara tem haver com essa história toda? – perguntou Sai me encarando do mesmo modo que Ino. Com certeza Ino deve estar se perguntando como eu sei de suas escapadas com o ruivo temido, e pra piorar minha situação a única pessoa que sabe da algazarra da loira é o próprio Gaara e a Sakura. Lembro-me bem...

Ino estava sentada no jardim admirando as flores bem cuidadas, quando sua melhor amiga se sentou em seu lado. Eu estava passando por perto quando escutei sair à frase “que segredo é esse?” da boca de Sakura. Não me aguentei e me escondi de trás de uma árvore próxima para ouvir a conversa.

– Você sabe que eu namoro o Sai... – Ino começou a fazer círculos imaginários na coxa.

– Sei. – Sakura a olhou desconfiada.

– Só vou contar pra você porque é minha amiga.

– Conte logo!

– Eu estou pegando o Gaara também. – Ino assumiu e engoliu em seco.

– O QUÊ? – Sakura se levantou com as mãos na boca.

– É um segredo meu e dele, que resolvi compartilhar com você.

E... Bem, com o Caralho a quatro, também.

– Eu pedi um tempo, mas não é porque estou te traindo, Sai. É porque estou aprendendo a pintar para te impressionar. Olha aqui, meus dedos estão até com algumas manchinhas de tintas! – Ino mostrou as mãos para Sai.

Aham, sei. Com certeza ela saiu da aula de Artes, e está usando como desculpa. Se eu tivesse um pouco de sua inteligência, eu já tinha perdido minha virgindade há muito tempo, e já tinha comido a Sakura naquela vez em que ela me disse: “quero te mostrar uma coisa.”, mas eu e minha inocência gritamos um: “NÃO!” me odeio até hoje por isso. E nem sei o que diabos ela queria me mostrar. Porque depois que Sasuke entrou em nossas vidas ela só tem olhos pra ele.

– Sério? – Sai-corno-assumido olhou para Ino com os olhos brilhando.

– Não quero mais tempo nenhum, agora que você sabe.

– Posso te ensinar a pintar.

– Eu adoraria.

Os dois se abraçaram e Ino me olhou com aquele olhar feroz e mortal, eu li a legenda deles que dizia “Você vai virar MERDA na minha mão.”

– Estou aqui, caso tenham esquecido. – Tsunade ainda estava parada ali, por um momento eu até havia esquecido que esse colégio tinha uma diretora. – Vão para suas salas!

Eu fui o primeiro a ir, lógico. Não é a primeira vez que eu consigo esquivar de uma advertência.

Consegui sobreviver até o intervalo. E espero que continue sobrevivendo. Caminhei sob total cautela até a cantina, na esperança de comer sem morrer ou ir parar no hospital com uma bandeja atravessada na goela. Até agora eu não comi nem um amendoim, e meu estômago estava me mandando tomar no cu com tanto enrola-enrola. Então resolvi comer logo.

Entrei na fila esfregando as mãos. A fila não estava tão enorme, pelo menos alguma coisa boa para o primeiro dia de aula. Peguei uma bandeja e mandei o tio lá caprichar, mas esqueci que estava no colégio. O que ele colocou lá foi uma mistureba amarela, que se não fosse pela minha fome avassaladora o destino daquilo iria ser o lixo!

Procurei um lugar passivo no meio daqueles urubus e me sentei, peguei meu garfo e remexi aquele troço que parecia vivo, ok né? Dei a primeira garfada e quando fui conduzir aquele negócio pra boca, fui arrastado pela orelha para bem longe do meu futurístico almoço nojento.

Era Ino, e aquilo já era de se esperar. Ela me levou para uma sala desocupada, e era a exata sala do Kakashi. Eu ia pedir para Ino checar atrás da porta, vai que o professor está lá atrás com alguma revistinha americana?

Mas eu não ouvi sons desconfiantes de lá, então acho que está tudo certo.

– Oi. – acenei para Ino, querendo voltar para minha gororoba.

– Como você sabe?

– Como eu sei o quê?

– Sobre eu e Gaara.

– Aaaah... Então é verdade? – comecei a apontar dedos acusadores na cara dela, e como se não bastasse, comecei a dançar ao redor dela com aquela careta irônica. Se alguém me visse agora, iria jurar que eu estava fazendo macumba e que Ino nada mais é que minha vítima.

– Pare com isso! – eu parei por educação, porque Ino nunca me fez nada e eu tenho um carinho afetivo por ela (apenas porque ela se parece com o mentecapto-emo do meu irmão postiço). – Como você sabe sobre mim e Gaara?

– Eu ouvi sem querer. – ela me encarou. – É sério, Ino. Eu ouvi sem querer. – essa safadeza dela foi algo épico para o Caralho a quatro. Se eu fosse um filho da puta assumido, seria capaz de publicar tudo que tem escrito naquele caderno. Mas se eu fizesse isso, perderia todos os meus colegas e não quero isso.

– Se você contar para alguém... – ela se aproximou de mim.

– Já sei, você vai arrancar minhas bolas.

– Não tenha duvidas disso! – ela passou as mãos no seu rabo-de-cavalo e saiu da sala, me deixando sozinho com meus pensamentos.

– Ah, foda-se, eu vou comer. – o sinal tocou, fazendo eu e meu estômago grunhirem. – Ou não.

Saí parecendo um zumbi daquela sala, eu precisava comer, nem que fosse um grão de milho. Eu abri a boca e comecei a babar, fantasiando uma coxa de frango em minhas mãos.

– Maluco!

Sasuke estava parado na minha frente com sua pose de Mauricinho.

– O que eu fiz agora?

– Está parecendo um maluco com a boca aberta e olhando o teto! Seus pais precisam te enfiar no manicômio em uma camisa de força bem reforçada.

– Pelo menos eu não fico correndo atrás dos meus pais pedindo dinheiro para comprar coisas pra namoradas.

Sasuke estreitou os olhos em mim.

– Se você quer impressionar a namorada que você acha que tem, precisa trabalhar. Se você for resolver viver sempre à custa dos seus pais, vai comprovar ainda mais que você não é de nada. – eu disse e limpei discretamente o canto de minha boca.

– Você tirou as exatas palavras de minha boca.

– Sabe minha bicicleta velha? Eu comprei. Com o meu próprio dinheiro. – pra falar a verdade foi um empréstimo do Deidara, de quando ele trabalhava em uma sorveteria. Mas ele resolveu se demitir para me dar um apoio moral na arte de “ser vagabundo desempregado”. Até resolvemos arrumar emprego, mas não achamos nem pra limpar chão de madame.

– E andou fazendo o quê pra ganhar esse dinheiro, vendia o cu? – Sasuke riu sozinho.

– Não, eu comia sua mãe e ela me pagava muito bem.

Sasuke rosnou, ele sabia que eu estava mentindo. Mikoto jamais iria abrir as pernas pra mim. Primeiro porque ela morre pelo marido cara-de-cu que ela tem, e segundo porque eu sou virgem e nem sei colocar uma porra de uma camisinha. Uma vez eu até comprei uma só para tentar colocar, mas meu pai – que me ama muito – disse que um dia iria me explicar adequadamente. To esperando esse dia até hoje.

– Naruto – Sasuke se aproximou. – O mundo dá voltas, sabia?

– Claro! – disse irônico. – Estudei isso em Geografia e se chama “Rotação e Translação”.

Eu saí, largando ele ali no vácuo.

Uchiha bom é Uchiha no vácuo!

...

O resto das aulas até que correu bem... Bem devagar. Toda vez que fico nessas salas fechadas com pessoas chatas, eu entendo como os presidiários conseguem cavar um túnel usando apenas uma colher.

– Na-Naruto. – Hinata estava sentada do meu lado, em nossa última aula de Biologia. Era incrível como ela conseguia ficar invisível perto de mim, deve ser por isso que eu nunca consigo descobrir nada comprometedor sobre ela, como se eu quisesse saber.

– Oi? – olhei de lado para ela.

– Quero pedir desculpas pelo que aconteceu no corredor. Eu não queria ter dedurado você e o Sai. Mas é que eu nunca levei uma advertência em toda a minha vida e fiquei preocupada.

– Tudo bem. – sorri para ela, para redizer que estava mesmo tudo bem. – Eu desculpo você. – ela sorriu de volta.

– Obrigada.

– Por nada. – voltei a prestar atenção na aula, só que na verdade eu cochilei o resto da aula inteira com os olhos abertos.

O sinal soou para pegarmos nossas carcacinhas e irmos embora. Comecei a guardar meus pertences feito um bobo-infeliz-alegre e percebi que Hinata estava foliando um caderno diferente em mãos. Arregalei os olhos e dei uma olhada dentro de minha mochila, ok, o Caralho a quatro está guardadinho aqui. Será que Hinata tem um Caralho a quatro também? Minha língua coçou dentro da boca, estava com vontade de perguntar. Mas não posso. Não, porque ela não sabe sobre a existência do meu caderninho maléfico. E se eu o mostrar para ela, vou esta expondo meus pulsos para a sociedade cortar – ou o pescoço, que é bem pior.

– O que é isso aí? – apontei o dedo para o caderno dela, como quem não quer nada. Hinata arregalou os olhos e fechou o caderno com tanta força, que aquilo só me fez querer ler o que há escrito lá.

– É um caderno. De... De... De... – ela puxou o caderno para guardá-lo, mas eu consegui ler o título dele. Bom, como eu pensei não é nenhum Caralho a três ou Caralho a cinco. É UM CADERNO DE SEGREDOS SÓ DELA, preciso pegar esse caderno!

Meus segredos secretos. – eu li em voz alta, a fazendo ficar vermelha. – Pensei que escrevesse em seu diário.

– Não tenho diário. – ela terminou de guardar suas coisas e se levantou, colocou as alças da mochila nos ombros e olhou para mim mais vermelha que tomate. – O que foi?!

– Nada.

Eu ia comentar do Caralho a quatro, mas desisti.

– Tenha uma ótima tarde. – ela saiu, parecia irritada. Eu assoprei, desentendido.

Meu hobby é coletar segredos alheios e escrevê-los, e de pensar que uma garota carrega um caderno gordo de segredos só dela, me dá vontade de invadir a casa dela só pra conseguir pegar o caderno. O que será que tem escrito nele? Os sonhos dela? Fetiches? A forma com que perdeu a virgindade? Desejos? Pessoas que odeia? Por falar nisso, ela foi à única garota que não saiu se arrastando pro Sasuke. Será que tem alguma coisa escrita sobre ele lá? Claro, claro... É um caderno de segredos dela. Mas quem sabe não há um trechinho lá que diz: Uchiha Sasuke é gay?

Deixei um pouco de lado tudo isso aí e resolvi-me por dali para fora. Ajuntei meus pertences e saí da sala, quase fui atropelado por Deidara, que apesar de estar suando que nem um porco em frigorífico estava com a camiseta rasgada. A MINHA CAMISETA RASGADA. A MINHA CAMISETA. A camiseta mais nova que eu tinha. A CAMISETA QUE EU USEI APENAS UMA VEZ.

Eu sorri, apenas para me conter de não estapear meu irmão mais velho, adotivo.

– Deidara o que aconteceu? – perguntei com toda a calma do mundo, sentindo meu corpo todo suar, sentia o suor escorrer até no rego da bunda.

– Você não vai acreditar! – Deidara me agarrou nos ombros e começou a me sacudir. – Você nem vai acreditar! – ele parou de me sacudir e olhou tudo ao seu redor como se estivesse com medo de alguma coisa ou de alguém.

– Posso saber por que você rasgou a minha camiseta?

– Não fui eu!

– E quem foi?

– O carro do Sasuke.

Eu fiquei alguns meros segundos me arrastando para o abismo do raciocínio, e quando eu cheguei a uma conclusão lógica quase gritei de pavor. Deidara estava em minha frente, com minha camiseta rasgada, mas foi à única coisa que eu tinha reparado desde que ele apareceu aqui. Para falar a verdade a aparência do Deidara estava mais para “Acabei de fazer merda!”.

– O que você aprontou, Deidara?

– Lembra quando eu te ensinei a fazer bomba caseira com cano PVC?

– Claro. Você até disse que usando um cano PVC eu poderia fazer uma bomba poderosa, parecida com dinamite. – sussurrei, me recordando...

– Está tudo aqui o que você pediu! – o frágil garotinho de 12 anos, cujo sou eu, Naruto coloquei sobre uma gigantesca mesa 1 pedaço de cano de PVC, groso serrado que era mais ou menos 15 cm. Coloquei 1 pavio de bombinha, ou rojão, sei lá como esse caralho se chama. Coloquei 30 cm de pavio de cordão, usado em balões. (você encontra em casas de macumba.) Coloquei Pólvora explosiva. Fita isolante. Fita Silvertape. Cola e Durepoxi.

Deidara estava tão animado que até estava usando um jaleco preto. Seu cabelo estava amarrado em um rabo-de-cavalo, ele rodopiou pelo nosso porão e encarou cada troço que eu trouxe.

– Agora, vou ensiná-lo a preparar, hmm! – ele cantarolou e eu engoli em seco. – Primeiro lugar... – Ele se sentou em frente os ingredientes, e de frente para mim. – Faça um furo pequeno com furadeira ou prego no cano do PVC...

– Eu não trouxe furadeira. – lembrei. – Não tava na lista. – e na verdade, não tava!

– Vamos usar prego. – ele pegou um prego e começou a fazer o furo. Eu apenas assistia. – Pronto! Agora veja se o pavio em palito consegue passar. – Deidara enfiou o coitado do pavio em palito no buraco do cano PVC. – Coube certinho, hmm!

– E agora? – Me inclinei, curioso.

– Agora coloque um pedacinho de fita isolante no furo para evitar que a pólvora vaze. – ele pegou a fita e me encarou. – Nunca faça o furo depois que você colocar a pólvora, Naruto, o mínimo atrito pode fazer que a bomba exploda em suas mãos e você vai voar pelos ares.

Quase me caguei.

– Passo dois – disse ele sorrindo. –, tampe muito bem uma das extremidades do cano com Durepoxi ou massa de vidro, depois passe Silvertape em volta para dar mais segurança. – ele fazia tudo enquanto falava. – Em seguida, pegue a pólvora e coloque-adentro do cano deixe um espaço de uns 4 dedos. Agora pegue o pavio de palito e encaixe no furo. – ele sorriu para mim. – O próximo passo e colocar Durepoxi na outra extremidade, aperte, mas não faça muita força, porque a pólvora, quando comprimida, explode.

Quase me caguei de novo.

– Dê somente uma pequena forçadinha e pronto! Temos que fazer isso em cima desta mesa, porque se isso cair no chão tem grandes possibilidades de explodir, hmm.

Quase me caguei pela terceira vez!

– Agora pegue bastante fita isolante e Silvertape e passe em volta da bomba, especialmente nas extremidades e em volta do pavio, pois esses são os pontos mais frágeis da bomba, é por onde a pressão pode escapar. Se isso acontecer, a bomba pode falhar ou então não fazer metade do barulho que deveria.

Sou eu quem vai fazer barulho se ele continuar querendo fazer com que eu me cague.

– Para a explosão sair ainda mais forte, pegue a massa de vidro, ou Durepoxi e faça a mesma coisa que você fez com a fita isolante, passe em volta de tudo, deixando somente o pavio para fora. A bomba esta quase pronta. – os olhos do Deidara pareciam duas estrelas no céu. – Agora que o cano está fechado e com a ponta do palito para fora, você deve pegar dois pavios, o de palito e o de cordão, e encostá-los um no outro. Use bastante cola para grudar um no outro, não precisa ter medo, porque quando isso acender é muito difícil de apagar.

Agora que deu medo mesmo!

– Finalmente, a bomba esta pronta! – Deidara bateu palmas para si mesmo. – Agora você precisa esperar alguns dias para que o Durepoxi endureça, senão ela pode falhar, hmm.

Então tivemos que esperar esses dias se passarem, eu ficava com medo de dormir porque a porra do nosso porão ficava em baixo do MEU QUARTO. Mas, para minha sorte, em um domingo de manhã Deidara foi zoar na porta do meu quarto.

– Naruto. – chamava baixinho. – Naruto, vamos!

– Ta! – saí de pijama mesmo e com as remelas tampando boa parte de minha visão. Corremos como dois ladrões até o porão. – E agora, faremos o quê?

Deidara pegou a bomba como se pegasse uma pedra de ouro.

– Toma. – ele me entregou. Peguei-a como se pegasse os absorventes usados de minha mãe. – Vá para um lugar aberto, acenda a bomba, jogue-a longe e corra como você nunca correu antes, porque a explosão é violenta!

– É POR QUE CARALHOS EU TENHO QUE FAZER ISSO?!

– Silêncio! Seus pais estão dormindo!

– Não vou fazer isso. – empurrei a bomba pra ele.

– Naruto!

– Não!

Deidara acendeu a bomba EM MINHAS MÃOS.

– Vai logo, Naruto. Você não é homem não?

– Você é mais homem que eu! – empurrei a bomba pra ele. – Vai você.

– Não! Vá você! – ele empurrou a bomba pra mim de novo.

– VAI TOMAR NO CU, DEIDARA!

– RESPEITO É BOM, E MANTÉM OS DENTES NO LUGAR! – soltei a bomba. – NARUTOOOO...

Explodi o porão e meu quarto despencou em nossas cabeças, só lembro-me de ter escutado o barulho da explosão ensurdecedora.

– VOCÊ EXPLODIU O CARRO DO SASUKE? – gritei voltando á ativa.

– Eu fiz uma bomba relógio pra ficar mais emocionante. Eu coloquei a bomba no banco do carro dele e acendi um cigarro. Deixei o cigarro em cima do pavio e caí fora. Depois de uns 10 minutos, eu escutei o estouro, hmm.

– Eu não escutei nada. – acho que eu estava ocupado demais pensando em uma estratégia de pegar o caderno de segredos da Hinata. – Eu quero ver a cara de cu do Sasuke.

– Ta aí, outro problema. – Deidara coçou a nuca.

– E tem mais? Qual é?

– Eu tenho 99% de certeza que explodi o Vectra preto errado.

– Achei você! – a diretora se aproximou de Deidara. – Como você ousou explodir o meu carro?

Deidara me encarou com os olhos arregalados, eu bufei. Irritado.

– Cala a tua boca! – eu disse para Deidara.

– Mas eu nem disse nada.

– Prevenção é tudo.

– Eu também estou tendo uma prevenção! – Tsunade grudou na orelha de Deidara e na minha, porque, claro, eu teria que me foder também. – Estou prevendo os pais de vocês aqui!

– Minha mãe vai me matar. – grunhi.

– Você é ótimo para prever as coisas, hein, Naruto? – disse Deidara enquanto a diretora nos arrastava para a diretoria.

Ela ligou para os meus pais, e eu estava torcendo que fosse meu pai á vim. Ele sempre me encobre quando eu faço merda. Mas minhas esperanças foram para o caralhete, quando a porta se abriu tão violentamente que ela bateu na parede ao lado. Eu e Deidara trocamos nossos últimos olhares quando uma ruiva escumando pela boca se aproximou com passos tão pesados, que a cada passo que ela dera as coisas na mesa da diretora Tsunade pulavam para o ar. Quando minha mãe parou do meu lado, seu passo foi mais pesado, Tsunade se virou nos trinta para resgatar sua xícara de café que por pouco não caiu.

– Sra. Uzumaki. – Tsunade saldou minha mãe.

– Oi diretora. – a voz da minha mãe estava carregando o mesmo tom de quando eu e Deidara explodimos o porão á três anos e meio atrás.

– Já deve imaginar o porquê de ter sido chamada aqui.

– Eu vi a fumaça.

Eu encarei Deidara que sorriu.

– O que sugira que façamos?

– Não se preocupe diretora. – minha mãe apoiou uma mão em minha cadeira e a outra mão na cadeira de Deidara e juntou as duas, fazendo-as se baterem. Ela se inclinou para frente. – Eles vão lhe dar outro carro.

– O QUÊ?! – eu e Deidara gritamos.

– Se eu tivesse dinheiro para comprar um carro, eu já teria comprado um para mim. – eu disse.

– Se vira! – sussurrou mamãe para mim e Deidara. – Nem que vocês dois tenham que dar o cu, vocês vão dar outro carro para a diretora.

– Explodimos o porão de casa, e nem por isso tivemos que dar outro. – reclamou Deidara.

– Ainda. – certificou-se minha mãe.


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