Cartas para Freddie escrita por Twins Are My Buddies


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi, amiguinhos. Beleza?
Então, então... fiquei boladex porque não recebi nenhum comentário no capítulo antecedente. Mas, beleza, porque espero que vocês comentem nesse.
É isso aí, boa leitura.
PS: Comentem =]



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25, dezembro, 2012

Feliz Natal, Freddie!

Acho que é hoje que o mundo acaba. Não é? Ou já acabou? Bem, não importa, isso é besteira, sério. Estou na 5º carta, querido. Finalmente levei algo a sério.

Já são meia-noite. Estou escrevendo para você meia-noite! Não acredito nisso. Deve ser porque não consigo dormir. Que tipo de pessoa não respeita o descanso da outra (mesmo que você não exista de verdade)?

Eu sou horrível.

Freddie, hoje o dia não teve nada de feliz. Eu quero chorar. Eu estou chorando, desculpe. Estou manchando o papel com minhas lágrimas. Desculpe.

Acho que estou te deixando confuso. Vou te explicar o que houve.

Hoje de manhã eu fui até à casa dos meus pais, já que sou obrigada a passar os natais lá. Levei todos os presentes, tudo direitinho.

Ao chegar lá, vejo o carro de Larry já estacionado. É claro. Ele sempre chega mais cedo, pensei.

Toquei a campainha e fui atendida por Flora. Ela estava deslumbrante. Ela sempre está deslumbrante. Fiquei com um pouquinho de inveja, admito.

Os cabelos estavam enrolados num coque bonito e um pouquinho desarrumado. Ela trajava um vestido branco com bolinhas vermelhas, junto com uma sapatilha rosa-bebê. Usava apenas um batom nude.

Senti-me envergonhada por usar um moletom azul-escuro velho, calças jeans, camisa preta do Nirvana e tênis. Eu sou péssima com relação a moda. Aliás, eu sou péssima em tudo.

– Luna! Que bom te ver! Feliz Natal! – disse ela, naquele sotaque carregado que só ela tinha.

Dei um sorrisinho sem-graça e falei, com fingida animação:

– Feliz Natal, Flora!

Nos abraçamos rapidamente e entrei.

A sala de estar estava como sempre. Grande, espaçosa, com uma árvore de Natal enorme no canto e alguns presentes embaixo. Larry estava sentado no sofá, observando Oscar que olhava para os presentes de um jeito cobiçoso e ansioso.

Flora sentou-se ao lado do marido. Eu fiquei parada como uma idiota perto da porta, cheia de sacolas enfeitadas nas mãos.

– Tia Luna! – disse Oscar, correndo para me abraçar.

Ele estava maior e mais sardento, mas não posso falar nada, já que também sou cheia de sardas.

Abracei-o e então ouvimos alguém falar em voz alta:

– Luna, querida! Bom te ver!

Era minha mãe. Eu sabia só pelo seu tom de voz que não era nada bom me ver.

Logo atrás vinha meu pai, com uma revista nas mãos.

– Oi, mãe, pai. – acenei, meio sem-jeito.

Mamãe chegou perto de mim e mexeu um pouco no meu moletom, olhando meu estado com repreensão.

– Não podia ter vindo um pouco mais arrumada, filha? Olhe só para Flora! Ela está linda!

– Eu já percebi, mãe, valeu.

– Olhe seu palavreado, Luna, e compare-o com o de Larry, ele nunca diria "valeu". Aja mais como uma adulta, e não como se fosse uma adolescente problemática, Luna.

Fiquei sem palavras naquele momento. Minha vontade era correr de volta até meu carro e partir naquele momento. Ou então simplesmente explodir.

Mas fiquei firme, e fingi não me importar com o comentário completamente ofensivo de mamãe.

Ela desviou a sua atenção para a família de Larry e bateu palmas, animada de repente.

– Vamos tomar um delicioso café da manhã!

Suspirei e me dirigi até a cozinha com eles. Ao chegarmos lá, havia uma mesa cheia de comida em cima.

Sentamo-nos e, depois de comermos, trocamos os presentes.

Eu ganhei um par de sapatilhas de Flora, uma caneca de Oscar, um elástico de cabelo de Larry, um relógio de mamãe e um livro de papai.

Nada demais. Até eu ouvir de mamãe:

– Luna, Larry, por favor, peguem a travessa de frutas que está na sala de jantar.

Eu e Larry nos entreolhamos, como se disséssemos “Eu até pego, mas com ele/a não”.

– Vão logo, queridos!

Nos levantamos contra a nossa vontade e nos dirigimos até a sala de jantar.

– Sabe, Luna, você me surpreende. – disse Larry, depois de um tempo.

– Ué, por quê?

– Cada vez mais imatura.

Respirei fundo, me controlando.

– Por que você acha isso, Larry?

– Olha só a sua roupa! – ele riu. – Deve ser por isso que nossos pais te desprezam!

Meus olhos queimaram com as lágrimas que eu queria derramar, mas não derramei. Fiquei calada.

– Você é só uma estranha, Luna. Nós somos tão felizes quando estamos sem você.

– Então por que diabos vocês me convidam para a droga desse natal?! – explodi.

Percebi que havíamos chegado na sala de jantar.

– Ora, Luna, convidamos por pena, é óbvio. Na verdade, eu nem me importo se você vem ou não.

Nesse momento eu já estava piscando loucamente, tentando evitar as lágrimas. Meu rosto já devia estar corado de raiva e humilhação.

– Então, se eu não faço falta, acho que posso me retirar. Feliz natal, Larry. – falei, erguendo o queixo e saindo da casa dos meus pais.

Ao chegar no meu carro, desabei em lágrimas.

Acho, Freddie, que Larry tem razão. Meus pais nunca se importaram comigo. Isso é angustiante. Droga, eu só queria que eles me percebessem!

Isso é tudo, querido.

Beijos.

L.S.


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