Following to the Darkness escrita por Leh Linhares


Capítulo 16
Capítulo Dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês. Espero que agrade.
Amei os reviews! E gente estou começando uma nova fanfic Bellarke, ainda não postei nem nada, só estou avisando pra caso vocês tenham algum interesse. Assim que postar posto o link pra vocês.



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Pov. Bellamy Blake

Queria ter coragem de mentir. Dizer que tudo o que Lexa falou não é verdade, mas é. A morena nunca me obrigou a nada, não realmente. Fiz o que fiz, por achar que era a única maneira de sobreviver e encontrar um modo de fugir daquele lugar. Agora assumir isso para todos é impossível. Não quero que Octavia e principalmente Clarke saibam o covarde que realmente sou.

Ainda estou atordoado quando Octavia entra.

– É verdade? Você esteve com Lexa? - O me analisa da cabeça aos pés. Seus olhos demonstram mais dúvida do que qualquer outra coisa.

– Sim, mas…- Antes que eu tenha a chance de terminar de falar, ela me interrompe.

– Mas o quê? E Clarke? E todos nós? Você, não podia ter feito isso.- A decepção é clara, porém não consigo falar a verdade. É difícil demais assumir que fui fraco, prefiro mil vezes que elas me odeiem.

– Eu sei. Me perdoe, não sei o que deu na minha cabeça. Eu estava há tanto tempo preso, Octavia, ela era uma das únicas pessoas que eu tinha contato.

– Uma das únicas pessoas que te torturava, Bellamy. Era isso que ela era. Você, não está bem. Ninguém em um estado normal de sanidade faria isso. Ela te obrigou a alguma coisa, Bell? Você pode me dizer. Eu vou entender e posso guardar seu segredo.

– Não. - É tentador, entretanto a mentira mais uma vez apenas sai do meus lábios. Não quero que ninguém saiba.

– Ela te manipulou de alguma maneira, Bell? Você, pode me dizer, ok? Não precisa sentir vergonha. Você, não é o culpado pela insanidade da Lexa.

– Não, Octavia. Talvez seja muito difícil pra você acreditar que eu também sou capaz de cometer erros por minha própria conta. Não fui manipulado, não fui chantageado, eu só estava, como posso dizer, excitado, ok? Lexa é bonita e soube ser uma boa distração daquele inferno.

– Uma boa distração… O que houve com você, Bellamy? Depois de tudo que ela te fez. Não sei como você pode ser capaz.

– Usá-la para minha própria felicidade? Não foi um problema.

– Você, não é meu irmão. O Bellamy que eu cresci junto não se deitaria com uma mulher tão suja por puro prazer.

– O Bellamy que você conheceu morreu há muito tempo.

Passo o resto das horas pensando nas duas últimas brigas que tive. Perdi as pessoas mais importantes da minha vida e não posso fazer nada para recuperá-las. Não sem assumir o fraco e idiota que realmente sou. Quando tomo coragem para dar uma volta pelo Acampamento, vejo meus amigos me encarando. É fácil definir quais deles sabem da novidade, a diferença é nítida, quem já sabe me olha com nojo e por mais que doa, sei que é melhor assim.

Não quero a pena ou a piedade deles. Prefiro ser essa figura de desapontamento. Jasper me olha com raiva, deve ser ainda mais árduo pra ele, saber que eu estive com a mulher que é a grande culpada pela morte de Maya. Já não era fácil lidar com o fato de eu e Clarke termos puxado aquela alavanca.

Raven é outra que me encara, me segue com os olhos e se senta ao meu lado.

– Não estou aqui pra te julgar. Só quero entender.

– Não há o que entender, Raven.

– Eu imagino que ela tenha sido pra você o mesmo que você foi pra mim. E eu posso te perdoar por isso. Se você puder me confirmar que foi só isso.

– O que você quer que eu te diga?

– A verdade, Bell. Todos nós sabemos que essa história está muito estranha, você não suporta nem ouvir o nome dela. Não faz sentido você ter tido um caso com ela.

– Mas eu tive, ok, Raven? Não faz sentido, eu sei, a odeio, porém eu fiz. Vocês, só precisam aceitar e parar de ficar me perguntando se é verdade ou não. Já disse que é. - Meu tom de voz é grosso, estou fora de controle, não posso lidar com todo o problema Lexa agora. Eu só queria mais tempo, mais tempo pra entender melhor tudo o que houve e como poderia seguir adiante. Era pedir demais?

Deixo Raven e me afasto de todo o caos do Acampamento. No mesmo lugar de dias atrás, porém dessa vez Clarke não vai vir ao meu encontro.

– E a culpa é sua, seu idiota! – Repito pra mim mesmo.

– Estou atrapalhando?

– Ade? Pensei que tivesse partido para English Town junto com o Peter.

– Eu não podia ir. Imaginei que isso fosse vir a tona em algum momento e queria estar presente pra te ajudar a lidar com isso.

– Obrigada.. Eu acho.

– Eu estou aqui, porquê sabia que você não assumiria para os outros o que realmente aconteceu.

– Você, está errada. Já disse a todos a verdade, elas me odeiam e estão certa em fazê-lo.

– Bell, você está ao menos se escutando? Você sabe que não teve opção.

– Eu tive opção, Ade. Lexa nunca me obrigou a nada.

– Defina obrigar Bellamy. Você era um prisioneiro que era levado a sala de tortura todos os dias que era afogado, queimado, cortado. Você sofria de tantos modos e estar com Lexa por pior que fosse te mantinha longe das torturas, da fome, da sede, da sujeira. Tudo mudou na noite que você deitou com Lexa e sabe disso, mas você não fez isso porquê quis. Não teve uma noite em que você foi pros cômodos dela feliz, aquilo nunca foi prazer, Bellamy. Talvez você ainda não tenha se dado conta, talvez seja penoso demais admitir, porém aquilo era só outro tipo de tortura, um jeito que você encontrou de sobreviver aquilo. Pare de se punir, explique a elas. Eu sei que elas vão entender.

– Não posso, Ade. - Tenho lágrimas nos meus olhos, nada do que Adelaide disse é mentira, contudo não posso lutar contra isso. Não quero que elas sintam pena de mim ou percebam que não sou herói que todos acreditam. A morena me abraça forte e eu me permito me entregar as lágrimas.

– Está tudo bem, Bell. Vai ficar tudo bem quando você contar a elas.

– Não posso.

– Pode sim.

– Não posso, Ade. Simplesmente não posso. Elas vão ter pena de mim, Clarke nunca mais vai me olhar do mesmo jeito.

– Você tem dois dias, Bellamy. Se você não falar eu mesma falo.

– Você prometeu.

– Prometi, mas ás vezes promessas precisam ser quebradas. Espero não ser o caso dessa.

Adelaide me deixa só e eu piro. Perco minha cabeça, elas não podem saber. Não podem. Imploro pra Ade manter sua promessa, porém a morena insiste que preciso dizer a verdade. Que verdade? A verdade todos sabem, eu tive um caso com Lexa. Nenhuma historinha de tortura vai amenizar isso.

Sei que é uma decisão impulsiva, mas resolvo fugir. Não quero ter que encarar nenhuma delas depois de saberem a verdade. O prazo de Adelaide termina amanhã. Com uma trouxa de roupas e uma arma na bolsa eu fujo.

– Onde pensa que está indo? - Minhas pernas paralisam. Nunca confundiria sua voz com nenhuma outra. Está escuro, mas sei que é Clarke.

– Embora. Não que você se importe.

– Ade me contou.

– Ade fez o quê? - Digo irritado.

– Ela me contou, Bell. Por que você não me disse? Eu teria entendido, eu entendi. Octavia entendeu

– Quem mais sabe? - Pergunto desesperado.

– Só eu e Octavia… Não brigue com a Ade.

– O que quer que ela tenha dito é mentira.

– Ela me disse que você falaria isso.

– Acredita mais nela do que em mim? - Faz tempo que não sinto tanta raiva. Preciso explodir em cima de alguém.

– Nesse caso sim. Dê uma chance pra si mesmo, Bellamy. Pare de se punir, não foi sua culpa. Posso te garantir que não foi, posso te perdoar se precisar.

– Ela não tinha esse direito.- Estou cego de raiva mais uma vez. Adelaide não podia ter simplesmente contado a elas, não era o segredo dela pra revelar.

...

– QUE MERDA VOCÊ PENSOU QUE ESTAVA FAZENDO?- Grito para Ade na frentre de todos.

– Fiz o que era melhor pra você.

– QUEM DISSE QUE ISSO É MELHOR PRA MIM? MINHA VIDA É UMA MERDA E A CULPA SUA. ESTAVA TUDO BEM. ATÉ VOCÊ SE METER.

– Está escutando o que está dizendo? Sua raiva não é pra mim e você sabe disso.

– VOCÊ, NÃO TINHA O DIREITO.

– Está certo. Eu não tinha e Lexa também não. Você, pode assumir o que realmente te machuca, Bell. Eu não vou te julgar.

– O QUE ME MACHUCA É VOCÊ ACHAR QUE TEM ALGUM TIPO DE INFLUÊNCIA COMIGO, QUE EU GOSTO DE VOCÊ DE ALGUM MODO, NÃO GOSTO, OK? VOCÊ, JÁ PODE IR EMBORA, NÃO PEDI PRA VOCÊ FICAR, DA MESMA MANEIRA QUE NÃO PEDI PRA VOCÊ ME SALVAR DAQUELE INFERNO.

– Bell…- Adelaide tem lágrimas nos olhos, mas não consigo me controlar. Estou com tanta raiva.

– VAI EMBORA. EU NÃO QUERO VOCÊ AQUI, NÃO QUERO TE VER, NÃO QUERO TER QUE FALAR COM VOCÊ, TE ODEIO. TE ODEIO MAIS DO QUE TUDO JÁ ODIEI.

– BELLAMY BLAKE.- Ouço o grito de Octavia nas minhas costas e me calo.

– Não acha que já falou o suficiente?

– NA VERDADE NÃO. -Digo olhando pra minha irmã, mas quando me viro Adelaide não está mais ali.

– Bellamy…

– Agora não, O. Por favor.

– Eu só queria pedir desculpas, Bell. Por favor, me escuta…- Apenas a ignoro. Podemos conversar mais tarde.

Não sei quantas horas já se passaram. Estou instalado no mesmo local das últimas vezes, o único lugar onde consigo um pouco de paz. Em silêncio Clarke senta ao meu lado.

– O que veio me dizer?

– Nada, qualquer coisa. É, você quem vai me dizer. Posso passar o resto da tarde em silêncio ou falando daquela árvore. O que você precisar.- Fala ela com um sorriso tímido no rosto.

– Não preciso de nada.

– Você pode me dizer qualquer coisa, sabe? Não precisa ter medo, não vou te olhar de outro modo ou te julgar. Nunca.

– Eu não tinha medo que você me julgasse.

– O que era então?

– É minha culpa, Clarke. Não sou a vítima dessa história. Lexa não me obrigou a nada. Era só tão bom, Clarke, ter minhas mãos e pés livres. Não ter que passar fome ou sede, não ter que apanhar ou ser torturado. Eu fui covarde, não fui forte o suficiente. Não sou a porra de um herói. Você me perdoa?- Falo tentando manter as lágrimas dentro dos meus olhos, não quero chorar na frente da Clarke.

– Se eu te perdôo? Não tem nada que eu realmente precise perdoar, o que você fez, é o que qualquer um com o mínimo de coragem faria, mas eu te perdôo, se for isso que você precisa ouvir.

– Por favor.

– Eu te perdôo, Bellamy Blake. - A loira diz isso e me abraça. Instantaneamente paro de tentar ser forte, pela primeira vez desde que fugi, me permito sentir a dor.


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Notas finais do capítulo

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