If It Was All Just Normal. escrita por Srta Who


Capítulo 9
Até Que Não Haja Mais Céu Sobre Essa Terra


Notas iniciais do capítulo

Não demorei séculos dessa vez. :D
#SheIsMyWife



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–Talvez na próxima. Disse ele rindo.

–Está me seguindo?

–Não. Quer dizer.... Talvez, depende do que você considera seguir.... Mas...

–O quer John? Diga de uma vez.

–Dizer que sinto muito.

–Já disse, pode ir.

–Ah! Qual é! Não fique com raiva, foi só um comentário idiota, já pedi desculpas. Qual o problema em aceitar? Eu já disse. Já me arrependi. Agora você deveria aceita-las. Não é assim que funciona?

–Não. Agora por favor, estou atrasada.- Disse tentando me virar e ir embora, mas ele segurou meu braço, contudo não foi isso que manteve lá parada, foi a forma como ele me olhou, seus olhos imploravam por minha presença de uma maneira jamais vista por mim, senti que se saísse aquele homem iria desmoronar. Porém, qual o sentido nessa reação emocional? Claro, nos tornamos bons amigos nesses últimos dias, mas pelo desespero em seus olhos qualquer um diria que eu era a última pessoa no planeta e que estava prestes a arrancar-lhe o sol e a lua.

– Você não gosta de lá! Está apenas me ignorando! - Em sua voz não havia qualquer traço de revolta, ela soou inocente como a de uma criança, acho que sempre admirarei a capacidade de John de se manter infantil e adulto ao mesmo tempo.

–Talvez sim, talvez não. Quem sabe? Quem se importa? Dessa vez ele não me segurou quando me virei.

– Não sei quanto aos outros, mas eu me importo! Eu quero saber! - Ele gritou de repente.

–Não. Não quer, só acha que quer.- Falei ainda de costas. Porque pelo que ouvi a vida inteira tenho consciência de que as pessoas nunca querem saber, elas nunca querem escutar, pois isso significaria problemas, e cada um já vive afogando-se em seus próprios infortúnios o bastante para não quererem os dos outros. Ou pelo menos, a maioria é assim.

–Sim. Eu quero. Se te causei tanta dor apenas com algumas palavras quero saber mais sobre outras coisas que te magoam, e evita-las custe o que custar, porque eu realmente quero ser seu amigo. Então por favor, vamos começar de novo.- Ele proferiu com uma voz que expressava a mais pura sinceridade, não pude evitar de virar e encara-lo. Vi seus grandes olhos castanhos. Pareciam vazios, mas mesmo assim ele não os desviava dos meus, senti uma enorme pontada em meu peito, isso não podia ser real, alguém muito cruel deve ter posto esta expressão em seu rosto, não fui eu, não fiz isso, não posso ter feito. Posso? Andei até ficar próxima a ele.

–Por que tudo isso? Me conhece há pouco tempo, então por que? – O rapaz pegou uma de minhas mãos e olhou em meus olhos.

–Se eu te dissesse que sei a resposta estaria mentindo. Só sei que não posso.... Não quero te perder, e não sei se nesse sentimento há alguma racionalidade. Tudo o que sei é que se nesse estranho, imenso, e confuso universo nada em mim consegue te deixar ir vou continuar dizendo minhas desculpas até que você as aceite.- Ao acabar ele beijou minha mão. Desviei minha visão de seu rosto e encarei uma árvore aleatória, porque não suportaria mais olhar para John, não suportaria mais ouvir sua voz, não sem me sentir culpada por machuca-lo e ao mesmo tempo sentir-me magoada por suas palavras de ontem.

Mas aparentemente ele não estava de acordo com minha decisão, pois usou sua mão livre para tocar meu rosto, e me fazer fita-lo novamente, e dessa vez não havia nenhum lugar para onde eu pudesse olhar, pois não havia mais nada ao nosso redor, pelo menos nada que eu pudesse ver, só haviam os orbes castanhos e amendoados se encarando como se fosse algo que faziam há muito tempo e que continuarão a fazer até que não haja mais céu sobre essa terra, nem estrelas na noite profunda, como se todos os problemas tivessem desaparecido de ambas as vidas, como se o mundo inteiro tivesse se tornado apenas um borrão de cores, ficamos ali, nos olhando, o universo, o sentido da vida, meus pais, os problemas, naquele instante tudo se foi,. –Por favor.- Ele umedeceu os lábios. –Por favor, perdoe esse idiota.- Implorou mais uma vez.

–Sim.- Eu disse.

–Sim?

–Sim.- O homem deu um sorriso tão grande que chegava a ser infantil, o que me fez sorrir também.

–Então vamos começar de novo, do começo.- Ele me soltou e ficou a certa distância de mim.-Prazer, sou John Smith.

–Rose Marion. Encantada.- Disse apertando a mão do escocês, que depois sem nenhum cerimonia puxou-me pela mão e me deu um abraço apertado. –Não sabia que escoceses eram tão.... Calorosos ao dizer oi.

–Não somos.

–Não que eu esteja reclamando de toda essa consideração, mas você está me esmagando John... -Ele me soltou e riu novamente.

–Desculpe.

–Sem problema.- Olhei para o sorriso bobo estampando em seu rosto, e sorri de novo, e assim talvez tenham se passado alguns segundos, ou alguns minutos.

–Tenho de ir trabalhar.

–E eu para a faculdade.- Disse com um ar de tristeza.

–Isso realmente te deixa para baixo, não é?

–Sim.

–Tive uma ideia. Arqueei uma sobrancelha.

–Uma moeda por seus pensamentos.

–Vou recusar a moeda. Mas passe em minha casa quando sair e então te direi.

–Mas...

–Uh, olha a hora, estou atrasado.- Ele disse acenando com a mão e indo em bora.

–Vai me pagar por isso Smith!

–Estou esperando para ver!

...

–John! Abre essa porta!

–Já vou! Já vou! – Ouvi a voz masculina gritar de dentro do apartamento.

–Você me fez espera o dia inteiro, então é bom ter valido apena! - Exclamei batendo mais insistentemente.

–Srta. Marrion, o que faz fora de casa a essa hora?

–Muito engraçado. – Falei com ironia.

–Eu sei.- Ele disse rindo.

–O que queria me mostrar?

–Tão apressada. John revirou os olhos. –Entre.

–Obrigada.- Disse entrando. Quando vi a sala percebi que ela estava uma bagunça, cheia de papeis, livros, canetas, lápis e coisas do tipo, como se um furacão tivesse passado pelo lugar, e o único a única parte que permanecia impecável. -Advinha? – John parecia animado.

–Me chamou para ajudar na faxina.

–Não! – Ele disse indignado. –Olhe os livros, os títulos Rose! – Eu curiosa aproximei-me e peguei alguns títulos em meus braços e comecei a analisar as capas. Eram de Física, matemática, desenho, etc. Não pude evitar de dar um imenso sorriso. –Gostou? Ele perguntou ao ver minha reação.

–Talvez. - Disse provocando-o.

–Claro que gostou, o que mais esperar de algo feito por John Smith?

–Tão modesto. –Revirei os olhos.

–É uma das minhas qualidades. –Ele retrucou piscando. Eu ri dele.

–Obrigado Smith. – Realmente estava muito grata pela consideração dele em fazer isso por mim. –Você até que parece um cavalheiro de verdade.

–De nada Marrion. Agora senta aqui. – Ele disse apontando para o sofá. –Vamos começar a ler.


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Notas finais do capítulo

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