If It Was All Just Normal. escrita por Srta Who


Capítulo 10
Aurora




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P.O.V Matt.

–Oh! Vamos logo Rose! Quanto mais nos atrasarmos mais tempo teremos de ficar lá! – Disse impaciente batendo a porta do banheiro no quarto de Rose.

–Calado Matt! Você é homem, nunca entenderá porque nós mulheres demoramos tanto para ficarmos prontas. – Ela gritou lá de dentro. Eu nunca vou entender? O que ela quer dizer com isso? Quer dizer, as mulheres tomam banho como os homens, as mulheres têm de escolher as roupas, como os homens, e as mulheres tem de se vestir assim como os homens, claro, tem a pequena questão da maquiagem, mas isso não pode demorar tanto assim! Sentei-me em sua cama e ponderei por alguns momentos o que faria as mulheres demorarem tanto para ficarem prontas, isso até que fui acordado de meus pensamentos por uma mensagem.

‘’Onde estão vocês?’’ Ela dizia.

–Rose! Vamos! – Exclamei.

–Tudo bem. Tudo bem. – Ela finalmente abriu a porta.

–Finalmente! O que estava fazendo lá dentro?

–Maquiagem. E eu já disse que... Oh meu Deus!

–O que? O que houve?

–Esqueci o rímel!

–Ah, qual é. Você não precisa disso. – Proferi impaciente.

–Não quer que eu fique bonita?

– Sinceramente não vejo diferença alguma entre você com e sem maquiagem. – Pude ver sua expressão tornar-se de normal á raivosa.

–Seu...

–Não vejo nenhuma diferença, porque para mim você sempre parece o mais bonita que poderia ser. – Disse tomando sua mão e beijando-a. – E eu não acho que você possa se tornar mais bela do que já é. – Dei-lhe um beijinho no canto da boca. – E se conseguir, com certeza terei um ataque cardíaco. – Sussurrei contra seus lábios, e então a beijei.

–Matt. – Ela murmurou em meu ouvido.

–Sim Rose?

–Vou passar o rímel. – Rapidamente a mulher desvencilhou-se de mim e correu de volta para o banheiro me deixando atônito por um segundo.

–Rose! – Reclamei ao ouvi-la bater e trancar a porta. Podia a ouvir rindo lá dentro, não pude evitar de sorrir ao ouvir sua doce risada. Outra mensagem, mas dessa vez não apressei Rose, não me desesperei, não me preocupei nem um pouco com o atraso, apenas sentei-me pacientemente na cama e aguardei, eu poderia ter insistido mais, poderia ter batido na madeira que separava os cômodos, mas decidi apenas sorrir enquanto escutava uma doce melodia, agora cantada por a mulher mais incrível do mundo, ela está cantando para mim, sei que sim, porque ela está cantando Nature Boy na versão de Ella Fitzgerald, minha música favorita. Como poderia ficar estressado com minha garota perfeita fazendo isso para mim?

...

–Vou me matar!

–Oh não seja tão dramático Matt.

–Serei obrigado a passar mais de duas horas ela, e estamos atrasados por causa da sua maquiagem, então além de ter de suporta-la terei de suportar suas reclamações, vou me matar!

–Prometo que serei mais rápida no dia de seu funeral. – Ela disse piscando.

–Não está ajudando Srta. Tyler.

–Nem você Sr. Smith.

–Vamos parar com isso antes que ela nos veja.

–Por que?

–Está brincando? Ela iria querer nos casar só para poder dar início ao processo de divórcio. – Rose riu, e eu sorri, um sorriso verdadeiro que não lembro de ser esboçado com frequência antes de tê-la em minha vida, mas tão rápido quanto veio ele foi desfeito ao avistar a figura da mulher que nos esperava através do vidro do restaurante, lá estava ela, com seus cabelos curtos, ela com seus óculos de armação flutuante, ela em um de seus estúpidos vestidos vermelhos, eu odeio aqueles vestidos mais do que tudo, porque quando ela os vestia significava que estava indo trabalhar, e a vi de vestido todos os dias de minha vida. Senti meu peito apertar, minhas veias nasais queimarem e meu estomago revirar, todas as lembranças de minha infância vieram de uma vez.

Solidão

Essa palavra pode resumir toda minha vida, solidão é quem eu fui, a solidão me perseguiu como um caçador no encalço de sua presa, toda aquela solidão que ficou engasgada em minha garganta e que ainda ressoa em meu ser. Parei de andar, e de longe encarei a silhueta da mulher mais velha.

–Matt? – Perguntou Rose, mas não movi um musculo se quer. –Matt? – Ela insistiu. –Matt, você está bem? – A loira tocou minha mão, tirando-me do transe.

–S- Sim.

–Não minta.

–Tudo vai ficar bem. – Disse sorrindo e tocando seu rosto para tranquiliza-la.

–Tem certeza? Ainda podemos voltar, dizer a sua mãe que algo deu errado, e não pudemos aparecer, não seria a primeira vez.

–Eu tenho certeza. – Ela me beijou docemente.

–Então vamos. – Rose sorriu, e iluminou tudo ao redor, levando embora todos meus medos antigos.

–Eu te amo.

–Eu sei. –Arqueei uma sobrancelha. –Eu também te amo seu bobo. Ela disse dando-me um selinho, e segurando minha mão.

P.O.V Rose

–Sra. Smith. É um prazer vê-la novamente. – Disse apertando a mão da mãe de Matt quando entramos no restaurante, a mulher parecia preocupada.

–Porque nos ligou Aurora? – Perguntou Matt assim que sentamos. Ele nunca a chamava de mãe a não ser quando era obrigado.

–Onde está sua educação?

–Talvez atrás da porta da minha casa, onde a deixei uma hora atrás quando você ligou. – Ele retrucou. Não parecia nem um pouco com o homem de alguns minutos, mas esse era o ‘’Efeito Aurora’’ como eu gostava de chamar, ela nunca aprovaria uma reação emocional vinda de seu filho, porque segundo sua filosofia um bom advogado não pode ter sentimentos além dos mais primitivos, ou seja, dor e prazer, pois todos os outros servem apenas para tornar o trabalho mais difícil. Acho que essa é a parte que eu mais odeio na profissão, porque nosso dever é vencer o caso para nossos clientes, não importa o que, não importa o quão culpado ele seja, nosso oficio é vencer.

Pude ver um pequeno sorriso nascer no canto da boca da mulher a nossa frente, ela estava feliz, estava feliz com a incomplacência do filho para com ela, isso foi algo difícil de encarar, nunca vi em minha vida alguém tão frio como ela, e isso me assusta um pouco. Lembro que uma vez Matt mencionou que sua única motivação na faculdade era ser diferente de sua mãe, ele queria ser um promotor ou juiz, e não lutar por aquele com mais dinheiro, como é o costume de Aurora.

–Por que eu não posso apenas querer estar próxima a meu filho?

–Porque você nunca quis, porque você nunca gostou de mim.

–Pegue mais leve Matt, isso não é verdade.

–Não? E que tal me mandar para a festa de dia das mães com a babá? Ou nunca ter ido a minhas apresentações escolares? Ou nunca ter se importado com o que eu falava? Ah e não vamos esquecer minha favorita, não aparecer na minha formatura, onde eu dediquei todo meu sucesso a você e ao papai! Ele não estava vivo para poder aparecer, qual a sua desculpa?

–Eu estava...

–Ocupada. Você está sempre ocupada, então não deixe que nós, pessoas sem importância, tomemos o precioso tempo de Aurora Smith. Diga de uma vez o que quer.

–Estamos esperando por mais alguém? – Perguntei percebendo que haviam dois lugares vagos na mesa.

–Na verdade sim querida. Estava prestes a dizer isso.

–Mas é claro que estamos. Quem são?

–Amigos meus. – Ela disse forçando um sorriso, mas seus olhos mostravam que ela poderia esganar meu namorado a qualquer momento.

–Amigos? – Ele disse dando uma risada irônica. – Você não tem amigos, você tem clientes. Quem é dessa vez? O primeiro ministro?

–Não, apenas dois amigos que por coincidência queriam conhecer meu querido filho e sua doce namorada.

–E com isso, Rose, ela quer dizer que eles são clientes com muito dinheiro que olharam seu histórico no ramo, e vendo que ela defendeu boa parte do submundo europeu precisavam ter certeza que ela era uma pessoa com uma vida estável e que não roubaria o dinheiro deles. Essa não é a primeira vez.

–Não acha errado usar seu filho dessa forma?

–Não acha que o que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta sua garotinha intrometida?

–E aí está ela, a simpatia em pessoa. Pode falar assim comigo, mas não ouse aumentar seu tom de voz para Rose Aurora.

–Você Matt....

–Eu o que?

–Shh! Eles estão vindo. Se arruinarem meu negócio essa noite vou tornar a vida bem difícil para vocês dois. – Matt encarou-a, eu engoli seco. Olhei para trás e vi um homem na casa dos 50 anos, com cabelos grisalhos que iam quase até a base de seu pescoço, eles deveriam ter sido lindos algum dia, mas a idade os tornou ensebados e espichados como um espantalho, tinha muita barba por fazer, ele usava terno e gravata. Ao seu lado havia uma mulher loira que aparentava menos de 25 anos, seus cabelos lisos estendiam-se até os quadris, tinha olhos azuis, e usava um vestido preto brilhante justíssimo e curtíssimo, tudo isso aliado a uma maquiagem carregada a tornava extremamente vulgar.

–Divorcio. – O homem ao meu lado sussurrou para mim. – É a especialidade dela.

–Jim, Kriss, sentem-se, sentem-se! – Exclamou a advogada quando o casal se aproximou.

–Ela não parece familiar? Perguntei para meu companheiro.

–Nunca vi em minha vida.

–Esses são meu filho Matt Smith, e sua adorável namorada Rose Tyler. – Vi um brilho sinistro nos olhos da loira ao me encarar.

–É um prazer finalmente conhece-la, Rose Tyler. – Ela disse estendendo-me a mão.

–O que?

–Sua família. Já te vi em revistas.

–Ah, é claro. – Aceitei o comprimento e apertei-lhe a mão.

–E você também Sr. Smith, sua mãe é uma ótima profissional, ela realmente se importa comigo e meu docinho.

–É claro que sim. – Respondeu da maneira mais irônica possível. Pude sentir o chute que Matt levou na perna.

–Meu garoto está apenas brincando não está? – Perguntou Aurora com fogo nos olhos.

–Sim mãe, eu estou.

...

–Essa foi a pior noite da minha vida! Aquela Kriss é com certeza a mulher mais fútil de todas! Passou todo o jantar falando sobre roupas e sapatos, eu por um segundo sobre Sherlock Holmes e ela me perguntou o que era.

–Casos de divórcio sempre são assim.

–Sinto muito por ele que vai ter de passar o resto da vida com ela.

–Eu também. – Fez-se um silêncio perturbador, que permaneceu até Matt estacionar em frente à minha casa, a maioria das luzes estavam apagadas, meu pais viajaram para Irlanda a negócios, vão passar duas semanas lá, sendo assim todas as luzes da casa estavam apagadas, já que a essa hora meu irmão e a babá devem estar dormindo.

–Te trouxe para casa sã e salva, como prometi a Petter quando começamos a namorar. – Ele disse sorrindo.

–Como sempre fez.

–E continuarei fazendo.

–Eu te amo.

–Eu também te amo. – Ele me beijou. – Boa noite Rose Tyler.

–Boa noite Matt Smith. – Sai do carro entrei em casa e subi para o meu quarto, mal tinha fechado os olhos quando fui obrigada a abri-los novamente ao ouvir o barulho que indicava a chegada de uma nova mensagem, era do John.

‘’Está livre amanhã? Podemos começar suas aulas de desenho.’’

‘’Claro.’’


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