If It Was All Just Normal. escrita por Srta Who


Capítulo 7
Burro.


Notas iniciais do capítulo

Depois de séculos...



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–Burro. Ele disse se sentindo um idiota. Caso vocês não se lembrem de ele se chama John Smith, que atualmente vê a si mesmo como o homem mais burro do universo, não pelo fato de Rose ter acabado de ir em bora, pelo contrário, ele mal a conhecia, não tinha como se sentir tão mal assim por uma amizade tão recente, era por causa de sua ex. Ele jurou, jurou a si mesmo no avião quando estava á caminho de Cardiff que nunca mais deixaria aquela mulher entrar em seus pensamentos, que nunca mais permitiria mutilar-se mentalmente lembrando de seu nome, que ela seria apenas uma sombra num passado bem remoto. É claro que é difícil esconder alguém que foi tão participativo durante sua vida.
FlashBack on:
Ele tinha então 10 anos, na Escócia, era uma típica terça-feira, não estava quente, pelo contrário, estava muito frio, o inverno tinha começado uma semana antes, e John contra sua vontade havia levantado da cama, vestido o uniforme e estava caminhando até a escola pisando na neve fofa e branca que se encontrava espalhada pela calçada. Ele ouviu gritos, parou e tentou escutar melhor.
–EIIII! VOCÊ! Ele virou-se e viu uma pequena garotinha loira com o uniforme da sua escola correndo em sua direção. Ele jamais havia visto aquela garota em toda a sua vida.
–O-O-Obrigada. Ela disse curvada, apoiando a mão nos joelhos com uma respiração ofegante devido a corrida que tinha acabado de fazer. –V-V-Você...
–Ei. Calma. Toma. Disse John lhe oferecendo uma garrafa com água. A garota pegou a garrafa e bebeu, ela sabia perfeitamente que não era nada educado pegar algo de alguém sem agradecer ou pedir primeiro, mas essa regra é perdoável quando as pernas estão doendo e a respiração ofegante.
–Obrigada. Ela disse devolvendo a garrafa.
–Agora. Porque estava gritando?
–Eu vi o uniforme. St. John não é?
–Sim.
–Eu sou nova, me mudei tem uma semana será que posso te acompanhar só por hoje? É que eu não faço ideia de onde a escola fica.
–E seus pais? A garota enrubesceu.
–E-Eu não pais. John se sentiu mal instantaneamente pela pergunta impertinente que havia feito, e por ‘’impertinente’’ quer dizer ‘’realmente cruel’’.
–Eu sinto muito.
–M-Meus pais morreram num acidente de carro, eu vim morar com meus tios Violet e Quigley.
–Sim.
–Sim?
–Você pode vir comigo, não só hoje, mas quantas vezes quiser. Ela sorriu.
–Mas tenho de passar na casa do meu amigo Dean todos os dias, do contrário ele me mata. Ele disse animadamente. Ela deu uma risadinha.
–A proposito me chamo John. John Smit
–Rennet Kristen. Os dois fizeram seu caminho para a casa de Dean e em seguida para a escola, não só aquela, mas todas as manhãs.
FlashBack off.
A raiva por possuir aquelas lembranças tomou conta de John. Ele socou a parede com força, ele sentiu uma enorme dor, mas não foi por a dor em sua mão que as lágrimas começaram a rolar por seu rosto, foi pela dor em seu coração que elas apareceram, e foi por essa dor que elas continuaram rolando noite á dentro.
...
–Matt? Amy? Disse rose batendo na porta do apartamento de Amy, ela abriu a porta aliviada por ver a garota. O apartamento de Amy era o moderno clássico, muito branco e cinza, coisas funcionais, típico dos arquitetos atuais. Matt estava sentado no sofá preto.
–Rose. Ele disse a abraçando. –Me desculpe, por favor.
–Ei! Calma Matt. Por quê você está tão assustado?
–N-Não me deixa com ela, por favor! Ele disse apontando para a Amy. Rose riu.
–O que você fez com ele?
–Nós conversamos.
–Você acabou comigo! Ele disse escondendo-se atrás de Rose como se estivesse com medo que Amy a atacasse ou coisa do tipo.
–Francamente. Disse Rose pondo as mãos nos quadris. –O que eu vou fazer com você?
–Pode subir no pônei cor de rosa e cavalgar para o por do sol num arco-íris. Disse Amy. Todos riram, Matt se postou á frente dela.
–Me desculpe Rose... Eu não devia... Ele disse olhando nos olhos dela, ela conseguia ver neles que ele estava falando a verdade, ou isso ou deveria ganhar o premio de melhor ator do mundo.
–É... Nem eu. Ela disse, os dois sorriram.
–Ah não me façam vomitar. Disse Amy.
–Onde está o Rory? Falou Rose lhe mandando um olhar mortal.
–Estudando para uma prova. Eu estava lendo o roteiro que o professor passou, até um certo alguém chegou chorando na porta do meu apartamento.
–E-Eu não estava chorando! Pela cor do rosto de Matt Rose podia ver que o que Amy falava era verdade, ela se sentiu mal, era a segunda vez naquela noite que um homem chorava por culpa dela. ‘’Droga’’ pensou, ‘’por quê eu tenho que ser tão estupida? As pessoas ao meu redor sempre acabam se machucando, eu... Eu... EU e minha maldita fraqueza, nunca tive coragem o bastante de falar a meu pai o que queria, eu sempre cedo a ele, e como vingança o que eu faço?! A mesma merda com os outros, eu os faço se sentir mal por coisas estúpidas! Era só a droga de uma foto! Eu estava com raiva, estressada e descontei tudo no Matt! Eu o fiz chorar! Maldição!’’.
Rose estava pensativa, ela apenas olhava vidrada para a parede enquanto milhares de vozes gritavam em sua cabeça ao mesmo tempo, todas gritavam sobre o quão medrosa ela era, o quão injusta, e o quão pérfidas eram algumas coisas que ela fazia, sobre muitas coisas, coisas de mais para assimilar, parecia um furacão, ele arrastava toda sua sanidade e amor próprio com ele, era quase insuportável, ela só queria gritar, sair correndo, correr para o mais longe possível daquela cidade, de seus pais, da sua droga de vida exposta para todos nas páginas de revista, da droga do curso direito, queria correr para sempre, ao menos assim jamais a encontrariam, e ela finalmente teria sossego, e solidão o bastante para pensar, mas ela era Rose Marion Tyler, ela não podia correr, nem se esconder, porque isso não era algo que um Tyler fazia, ela tinha de levantar, todos os dias, tinha de sorrir e ser gentil, tinha de aguentar tudo calada, tudo isso por ter Tyler como sobrenome, no começo era fácil fazer tudo isso, mas agora, todo aquele mundo a estava levando a loucura.
Ela não sabia exatamente quando tinha começado a chorar, só deu-se conta da situação quando ouviu a voz desesperada de Matt perguntando a ela o que tinha acontecido, ela não podia falar, ela nunca podia falar, se existisse um ‘’protocolo Tyler’’ essa seria a primeira regra ‘’Sofra em silêncio, se as pessoas souberem que você tem uma fraqueza vão atacar’’. Matt a abraçou e começou a perguntar o que estava acontecendo. Ela balançou a cabeça.
–Nada. Disse vagamente, tinha de continuar mentindo, aquela era apenas mais uma de muitas mentiras que ela contara, e que iria continuar contando. Mentir lhes parece algo errado? Com certeza é algo que seus pais sempre lhes disseram para nunca fazer, mas se alguém lhe diz que nunca mentiu, esse sim é mentiroso, todos mentimos, mentir é normal, faz parte da vida humana ordinária mentir. E mentimos por várias razões, para proteger nossa imagem, nós salvar de algo, proteger quem amamos, para esconder coisas que quem amamos jamais pode saber, esses são os motivos mais comuns e esses são até aceitáveis, mas um tipo que não é aceitável, e que ninguém deveria tentar, pois esses é o pior, é que tira seu sono á noite, e te deixa horas pensando, mentir para si mesmo é inaceitável, e infelizmente Rose vinha fazendo bastante isso ultimamente.


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Notas finais do capítulo

espero que não me matem