If It Was All Just Normal. escrita por Srta Who


Capítulo 18
Um Sábado.




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            Eram cinco da manhã quando fui acordado por várias batidas na porta. São CINCO DA MANHÃ DE UM SABÁDO!!!!! Quem em sã consciência vem a casa dos outros as cinco da manhã de um sábado? Pus o travesseiro em cima da cabeça e rezei para que fosse só minha imaginação.

—Eu só quero dormir. – Choraminguei. “Toc Toc” – Ah qual é?! Quem aparece de madrugada na casa dos outros?! – Joguei o travesseiro para o lado e deitei de barriga para baixo. – “Toc Toc”. -´Pensando bem... ninguém aparece de madrugada a não ser que seja uma emergência. E se algo sério tiver acontecido? – Me obriguei a levantar da cama usando esse argumento para me manter em pé. “Toc Toc”.

—Não é uma hora muito normal para visitas, em que posso... ajudar? – Tomei um susto ao abrir a porta e encontrar Rose lá, parada, pálida, com dois pedaços de vidro frio e vazio no lugar onde seus olhos deveriam estar. O que no universo pode tê-la deixado naquele estado? –Rose... o que aconteceu?

—Oi. – Ela respondeu com um sorriso distante.

—Você está bem? Você quer entrar?

—Não. – Rose parecia assustada, muito assustada, mais assustada do que qualquer um que eu já vi.

—Por favor, eu insisto.

—Vou ser rápida. Só vim aqui te dizer uma coisa.

—Ás cinco da manhã?

—Má hora?

—Só um pouquinho.

—Quer que eu volte depois?

—Não, tudo bem. Pode falar.

—Eu... – Ela desviou o olhar.

—Ei. O que houve? – Perguntei encostando no rosto dela que tratou de me afastar rapidamente. Ok. Isso está estranho. Quer dizer, mais estranho ainda.

—Eu só queria te dizer que... que é melhor não nos vermos.

—Não nos vermos? Quer dizer por hoje? Por essa semana? Porque se você estiver ocupada tudo bem, não precisava vir aqui a essa hora para me dizer, não sou tão chato, você poderia ter....

—Eu quis dizer, que é melhor não nos vermos, nunca mais.

—Ro-Rose, que tipo de brincadeira é essa? Essa piada é muito cruel! – Falei sentindo que ela não estava brincando.

—Não é piada. Você sabe, e eu sei. Nós não vamos ter um final feliz, John. – Não, aquilo não podia estar acontecendo, não naquele momento, não com aquelas palavras, não ela, não. De novo não, por favor, não!

— Final feliz... final feliz? Eu nunca achei que você fosse esse tipo de garota.

—O que?

—O tipo que foi completamente envenenada por aquelas baboseiras que a Disney enfiou goela abaixo das garotas. Essa coisa de final feliz não é real! É só mais um ardil para que mulheres como você fiquei chorando pelos cantos pensando no cara perfeito que não existe! – Segurei a mão de Rose e olhei nos olhos dela. – Rose, você sabe que eu não sou perfeito, mas você também sabe que eu te amo! Esqueça o final feliz, e me deixe te dar uma vida inteira mais feliz do que você jamais imaginou. – Ela, relutante, soltou minha mão.

—Eu sinto muito, John, mas no segundo que pus meus olhos em você eu soube. – Rose dizia, mas de alguma forma as palavras não pareciam vir dela, era como um texto que ela decorou e agora estava interpretando. – Que você seria meu fim. Que você me magoaria, então estou acabando com tudo antes...

—Antes que tenha a chance de acabar comigo. – Completei. – É, eu sei.

—Como?

—Não é a primeira vez que uma me destrói com essas palavras, e aparentemente não será a última. Já sei o que vem agora, solidão, depressão e todo esse drama, mas, antes que tudo isso comece eu preciso saber, você tem que me responder ao menos uma pergunta, por favor.

—Pergunte.

—Você algum dia me amou?

—Eu ainda amo.

—Então por que? – Ela pós a mão sobre meu ombro, me deu um beijo na bochecha e disse.

—Você não entenderia.

—Tente.

—Adeus, John Smith. – Ela me deu as costas, como em todas as noites antes daquela, mas dessa vez era diferente, tudo era diferente, nós não sorrimos, não nos abraçamos, eu não sentia a sensação de felicidade no meu peito, porque meu coração sabia que eu nunca mais a veria, aos menos, nunca mais a veria enchendo de vida esse apartamento tão triste.  


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