Sick escrita por Mia Elle


Capítulo 2
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Ok, o site não está me deixando responder os reviews, mas obrigada todo mundo, '
Eu vou continuar sim, eu já terminei de escrevê-la, por isso marquei como terminada. Mas vai até o capítulo 19 e mais um epílogo. (?)



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Esse menino que morava em frente era Frank Iero, e pode-se dizer que ele tinha uma boa vida pela frente. Frank não era popular, mas tinha seu grupo de amigos. Era um adolescente normal, porém muito inteligente. Passava de ano sem esforço.

Não gostava de sair, usar drogas, beber ou o que fosse. Gostava de chamar seus amigos para assistir filmes em sua casa, eu encontrá-los no café ao lado para conversar. Já tivera uma namorada, de quem gostava muito ainda, mas que graças a ela não queria ter outras tão cedo.

Frank acordou naquela mesma sexta-feira para ir ao colégio, e quando saiu não percebeu que era observado pela luneta do Cara Louco do Quinto Andar, tampouco percebeu quando voltava para casa, acompanhado de alguns amigos. Eles fariam um trabalho escolar naquela tarde. Um dia habitual.

Gerard também estava tendo um dia habitual. Assim como todos os dias, Maria, sua empregada chegara as nove, e estava limpando a casa. Assim como todas as sextas feiras, Raymond, o garoto do supermercado, viera fazer a sua ultima entrega minutos antes de terminar seu expediente, apenas para ficar conversando com o amigo.

Às sete horas Maria saiu da casa de Gerard, deixando o jantar pronto. Também às sete horas os amigos de Frank foram para casa depois de passarem a tarde conversando, e não terem feito o trabalho escolar.

Linda, mãe de Frank, chegou a casa minutos depois. O filho preparava o jantar para os dois na cozinha. Gerard jantava em seu apartamento.

Depois de jantar, Gerard lavou a louça e foi tomar um banho. Abriu seu e-mail apenas para verificar ofertas de livros, assistiu ao tele-jornal das oito horas e às oito e meia, sem muito mais o que fazer, deitou-se em sua cama. Sempre dormia cedo.

Frank, por sua vez, jantou com sua mãe, ajudou-a a lavar a louça, deu de comer a seu gato, e foi para o quarto usar o computador como em todas as noites. Linda tomou um banho e, depois de ler um pouco e assistir televisão, dormiu, cansada que estava do dia de trabalho.



Gerard abriu os olhos. Tão definitivamente como se tivesse ouvido um barulho que o acordara, mesmo sabendo que não ouviu. Virou para o lado e tentou dormir de novo. Não conseguindo, levantou e foi tomar um copo de água. Parou na janela da sala.

A luz do quarto do garoto estava acesa. Sabia que era o quarto do garoto, pois fazia tempo que observava a casa. Sorriu. Essas crianças de hoje em dia não tinham mais jeito. Devia estar conversando com os amigos até àquelas horas. Devia fazer isso sempre, embora Gerard não pudesse dizer com certeza, pois nunca acordava àquelas horas.

E estava achando aquilo bem estranho, embora achasse que o que o acordou fora o calor. Teria que ajustar o ar condicionado, a noite estava realmente muito quente.

Pegou a luneta e mirou na janela do garoto, ele estava mesmo no computador. Ria. Gerard riu também, o riso do menino era contagiante. E enquanto ria do riso do garoto foi que aconteceu.

Talvez pelo calor, ou talvez ele sempre fizesse isso, mas a janela do quarto estava aberta. Um gato miou na rua, em algum lugar. O gato do garoto que estava parado na janela pulou para o telhado da garagem e daí pra rua.

O menino fez cara de assustado e foi na janela olhar. O gato atravessara a rua. O menino chamou pelo gato naquela espécie de sussurro bastante audível que às vezes nós damos. O gato ignorou e continuou a andar pela calçada.

- Porra! – ‘sussurrou’ o garoto, e saiu do quarto.

Apareceu na porta um minuto depois, de pijamas. Olhou em volta, o gato não estava lá. Frank podia deixar pra procurar depois, mas aquele gato tinha sido o último presente de seu pai. Não podia perder aquele gato. Atravessou o jardim e saiu porta para a rua.

Foi caminhando para o lado que o gato tinha ido. Usava pantufas de garras, e Gerard achou bem engraçado. Enquanto ria das pantufas do menino, percebeu que alguma coisa mais estranha acontecia na rua. Tinha um grupo de uns dois ou três homens atrás de uma árvore, exatamente para onde o menino ia.

O coração de Gerard disparou. Os homens saíram de trás da árvore e cercaram o menino. Gerard ouviu risadas e vozes alteradas, e o menino choramingando, dizendo que não tinha nada, só saíra para procurar o gato.

Gerard não podia enxergar muito bem, por que as folhas e galhos da árvore tampavam sua visão. Só o que pode ver foi que, depois de uma movimentação, os homens saíram correndo e deixaram o menino caído na calçada, imóvel.

- Puta merda – Gerard falou baixinho.

As chances de alguém mais ter visto aquilo eram mínimas. E eram 2:00h da manhã e a rua estava deserta. Ninguém passaria por ali até amanhecer, provavelmente. Ele não podia deixar o menino no meio da rua sozinho. Mas também não podia sair. Praguejou.

O porteiro nunca ficava de noite, Raymond e a empregada moravam longe, Margarida estava viajando, Mikey nem pensar. Quem mais ele podia chamar?

- Porra!

Calçou sapatos, colocou uma máscara e luvas cirúrgicas e desceu as escadas. Era suicídio, ele sabia. Mas ele não podia deixar o menino no meio da rua desmaiado. Tentando não pensar em quantas bactérias poderiam infectá-lo nesses míseros minutos, ele saiu para a rua. Foi correndo para a parte da calçada onde o menino estava, checou o pulso.

Ainda estava vivo, apenas desmaiado. Pegou o menino no colo, reparando que ele não estava machucado, e o levou para seu apartamento. De manhã, quando ele acordasse, voltava pra casa e contava para mãe o ocorrido.

Se o ‘Cara Louco do Quinto Andar’ batesse na sua porta segurando seu filho desmaiado você acharia que a culpa era dele, não é mesmo?

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