Newt x Thomas Newtmas Nós temos uma escolha escrita por Theo


Capítulo 4
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/608027/chapter/4

POV'S THOMAS

O dia amanheceu ensolarado. Abro meus olhos e vejo a grama da clareira reluzindo na luz. Quero curtir mais um pouco de preguiça, mas quando me viro para o lado, não havia mais ninguém ali. Estranho terem me deixado dormir até mais tarde. Newt também não está dormindo, e decido me levantar. Vou em direção ao observatório, onde Gally já está no topo.

– Que ótimo, marica! Como foi o sono de beleza? – grita ele, ao me ver.

– Foi ótimo! Você devia tentar, mas acho que nem com um sono de beleza de 100 anos essa sua carinha tem conserto...

Gally não responde. Em vez disso, faz uma careta e mostra a língua pra mim.

– Ok então... Suba aqui, me ajuda numa coisa!

Obedeço e subo. Gally pega nos meus ombros e me ajoelha.

– Me dê impulso – diz ele, se apoiando em mim.

Entrelaço as mãos e Gally sobe nelas, enquanto empurro ele para cima. Ele chega até o teto do terceiro andar do observatório e o examina.

–Ah... – murmura ele. – Ok, pode me descer.

Obedeço novamente, e desço Gally, que pula de uma vez, me fazendo perder o equilíbrio. Eu cambaleio para trás e meu pé escorrega, mas Gally agarra meu pulso e evita uma queda bem feia.

– Cuidado, fedelho. Você quase nos mata!

– Desculpe... – digo eu, meio sem graça.

– Ok... – o tom da voz dele mudou. Por alguns segundos, pareceu mais dócil. Mas ele balançou a cabeça e engrossou a voz novamente: - Digo... Você chegou faz alguns dias e já está caçando confusão, não é? Fique esperto que eu te dou um castigo bem dado se esse seu comportamento não melhorar.

– Que tipo de castigo?

– Nem queira saber. Agora ao trabalho.

Obedeço e desço até a primeira parte da escada, colocando alguns pedaços de tronco ao pé dela. As toras de madeira estão sendo bem úteis, mas mesmo assim, são insuficientes. Vendo que ainda sobra uma fresta, Gally grita lá de cima:

– Fedelho, vá buscar mais madeira!

– Dá para me chamar de Thomas pelo menos uma vez?!

Gally revira os olhos.

– Ok... Thomas. Mas vá logo, se não te enfio no foço essa noite!

Ao avançar, passo por Newt e pisco pra ele. Ele devolve com um sorriso de lado, e eu continuo andando. Passo pela árvore, que deixou de ser apenas uma árvore e passou a ser ‘‘A árvore’’. Soa estranho? Acho que sim. Mas não importa nem um pouco. Eu chego perto de algumas toras de madeira, e vejo que Newt esqueceu uma faca. Ao me abaixar para pegá-la, ouço uma voz que corta o silêncio da floresta.

– Você.

Me viro, e é Ben que está atrás de mim.

– Foi você... – posso sentir o ódio em sua voz.

– Ben? – Estou meio confuso.

– Eu vi você. A culpa é sua.

– Ahn?! – estou realmente confuso agora.

– A CULPA É SUA, SEU MÉRTILA! – Ben avança e me dá um tapa na cara tão forte que me derruba.

– BEN, MAS O QUE HÁ DE ERRADO COM VOCÊ?! – Grito eu.

Ele não diz nada, apenas pula em cima de mim e agarra meu pescoço. Agarro o dele também e tento me livrar daquele brutamonte, mas ele é muito forte. Rolo para cima dele e dou um soco em seu nariz, e ele cambaleia para trás. Pego uma tora e acerto sua cabeça, derrubando-o. Agarro a faca de Newt e saio correndo para a direção oposta, mas Ben é mais rápido do que eu e logo me alcança, atirando seu corpo contra o meu. Nós dois rolamos de um barranco, e ao me estatelar no chão, perco alguns segundos de consciência. Os vultos que enxergo são de Ben se arrastando e pegando a faca de Newt. Meus olhos se arregalam, e ele desfere um golpe contra mim. Porém, numa rápida onda de adrenalina, rolo para o lado e me salvo da facada. Afastando Ben outra vez, encontro forças e saio correndo desesperadamente.

– SOCORRO! – Grito eu, tentando encontrar qualquer ajuda.

– MORRE LOGO, MÉRTILA DESGRAÇADO! – Escuto a voz voraz de Ben atrás de mim.

Corro mais alguns metros e alcanço a clareira.

– SOCORRO!- Grito novamente, chamando a atenção dos meninos.

Ben pula em mim novamente e me derruba, me imobilizando. Ele empunha a faca, e desfere outro golpe, do qual novamente eu me esquivo, mas não consigo evitar que ele faça um corte na minha bochecha esquerda.

– Thomas! – é a voz de Teresa.

– Ben, o que diabos está havendo?! – Gally corre em nossa direção.

– Gally, socorro! – Imploro eu.

Ben levanta a faca novamente, e dessa vez, sem ter como errar. Fecho meus olhos rezando para morrer depressa, mas ao invés de uma dolorosa facada, escuto o som de algo de metal se chocando contra uma superfície dura, e algo espirra no meu rosto. Sangue. Quando abro os olhos, é Newt que empunha um machado, a respiração dele está tão ofegante quanto a minha.

– N-Newt. – Gaguejo.

Newt pega minhas duas mãos e me levanta, me abraçando fortemente. Depois, se afasta, apalpa meu rosto e me olha de cima a baixo, certificando-se de que não estou ferido.

– Tommy... tá tudo bem? Ele te machucou?

– Não... – digo eu, arfando.

Newt me abraça novamente, mais forte dessa vez. Gally e Minho seguram Ben, que está gritando no chão.

– A CULPA É DELE! É TUDO CULPA DELE! ME SOLTA!

– Gally, levanta a blusa dele! – grita Newt, sem me soltar.

Gally obedece, e quando o faz, há uma ferida em seu abdómen.

– Ele foi picado... Mértila...

Ben continua se debatendo, mas Alby, Minho e Gally o contém e o levam para longe. Ainda estou abraçado a Newt, não pretendo soltar ele tão cedo. Os outros clareanos nos olham sem entender nada, mas isso também não importa. Newt me puxa pra enfermaria.

– Vem. – diz ele – Deixe-me cuidar de você.

POV'S NEWT

Sento Tommy na cama, o sangue vivo escorrendo pelo seu rosto e pingando, deixando um rastro pelo chão.

– Droga, Tommy. O que diabos foi aquilo?

–Eu... eu não sei. Ele me atacou do nada...

Abraço ele outra vez e beijo sua testa.

– Você quase me matou de susto.

– E você me salvou. – sorriu ele.

– Não há de que. Mas eu não sobreviveria sem você aqui. Não mais. – sorrio de volta.

Depois me levanto pego um pedaço de gaze e um pouco de água oxigenada.

– Isso vai arder... – digo eu.

Passo a gaze pelo corte e Tommy se afasta de súbito.

– Ugh! – grunhe ele.

– Shh...

Continuo limpando o ferimento. Quando ele está totalmente seco, começo a limpar o sangue que escorre pela bochecha e pelo pescoço dele. Demora algum tempo até estar tudo limpo novamente. Depois, faço um curativo.

– Vê se está bom desse jeito. – digo eu, colocando os suprimentos de volta na estante.

– Sabe... – diz ele, passando a mão pelo rosto – eu acho que você era enfermeiro antes de vir pra cá.

– Eu? – começo a rir – eu não sei nem limpar meu próprio sangue. Nem sei como fiz esse curativo.

– É porque eu sou especial. – ri ele. – Brincadeirinha.

– Brincadeirinha nada. Você é muito mais que especial. – digo eu.

Tommy sorri e me puxa, e nós nos beijamos.

– Vem. Você ainda tem que terminar o observatório com o Gally. – falo, em um suspiro.

– Eu sei. – diz ele, meio desanimado.

– Então vem. Também tenho meus afazeres.

***

São umas sete horas da noite. Os portões ainda não fecharam, e todos estão começando a se preocupar.

– Acho que teremos visita hoje. – diz Minho, num tom sarcástico.

– Cale a boca. – digo eu.

– O que acontece se o labirinto não se fecha? – Thomas se aproxima de nós.

– Verdugos. – retruca Minho, cruzando os braços.

– Vamos apenas torcer pra que os verdugos estejam se fome hoje. – é a voz de Gally – Fedelho! Tire os outros do dormitório, vamos entrar em posição!

– Posição de que? – pergunta Thomas, assustado.

– Whoa, whoa! O que você pensa que está fazendo, Gally? – digo eu, puxando-o.

– Protegendo nosso lar. Precisamos lutar para fazer isso.

– Você enlouqueceu? Lutar contra um verdugo?

– Precisamos tentar.

– Vamos morrer se tentarmos. Você sabe disso, não sabe?

Alby fica ao lado de Gally.

– Gally está certo. Se morrermos, morreremos tentando.

– Vocês foram picados ou o quê?! Vamos todos morrer! Temos que nos esconder, isso sim!

– Newt, não seja covarde! – diz Gally.

– Eu prefiro ser um covarde e salvar todos aqui do que ser valente e perder todos, isso se eu sobreviver.

Escutamos então um som estranho. Verdugos. Estavam chegando.

– Gally, por favor. – imploro eu, olhando em seus olhos. – Vamos sair daqui.

Gally olha pra entrada do labirinto, depois olha pros meninos e volta a olhar pra mim.

– Eu...

Uma criatura enorme invade a clareira, derrubando tudo o que estava próximo dali.

– THOMAS, CORRE! – grito eu, correndo para o lado oposto ao verdugo.

Um grande caos toma conta do lugar. Não consigo pensar no que fazer, nem pra onde ir, apenas em correr. Escuto gritos atrás de mim, mas não consigo parar para poder ajudar. Chego até a enfermaria, e paro por alguns segundos, pensando no que fazer. Porém, antes de elaborar qualquer plano, um verdugo invade o lugar e destrói as prateleiras. Entro em desespero, pois não sei o que fazer. Acho que vou morrer. O verdugo avança em cima de mim, mas não me acerta. Desvio da picada dele e corro em direção á porta. Ao sair, vejo alguns meninos correndo para a caixa, outros pra casa dos mapas, outros pro observatório. E alguns espalhados pelo chão, enquanto são devorados por verdugos. Quero vomitar, mas a onda de adrenalina me impede. Vendo que não me resta muito tempo, me forço a correr em direção ao observatório. Enquanto corro pela escadaria, sinto-a rangendo por baixo dos meus pés, me fazendo correr mais rápido. Um alívio toma conta do meu ser ao ver que Thomas está aqui em cima, junto com Gally, Minho e Chuck.

– Estão todos bem? – pergunto eu.

– Sim. – eles respondem em coro.

– Ótimo. Agora--

Um verdugo se choca contra a estrutura, fazendo-a balançar.

– Mértila!- grita Gally.

Outro choque. Dessa vez, as toras de madeira dos andares de baixo começam a cair.

– Newt!- é a voz desesperada de Tommy.

– Calma, Tommy! – grito eu, me agarrando á grade.

Ao terceiro encontrão, não tem mais jeito. O chão do último andar começa a rachar debaixo dos meus pés, e as toras começam a cair, juntamente com a parte em que estou me segurando.

– Pra trás! Pra trás! – grita Gally.

– Ooooh, mértila! – grito eu.

Tomo um grande impulso e pulo e, por um tris, consigo me agarrar á parte que ainda está suspensa. Porém, o pedaço em que eu estava desaba e, junto com ele, escutamos um grito.

Alguém caiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Newt x Thomas Newtmas Nós temos uma escolha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.