No outro dia ...

Acordei um pouco atrasada porque quase não dormi pensando em León.

Me arrumei rápido e desci, não tinha ninguém lá em baixo ainda, será que mamãe está bem? Olhei o relógio da sala e já são 06:45, vou ter que ir correndo para chegar a tempo na escola.

Cheguei na escola ás 07:12, ela é bem longe da minha casa e eu não ando muito rápido. O portão lá de dentro já estava fechado e havia algumas pessoas no pátio, provavelmente vão entrar no segundo horário. Sentei embaixo da mesma árvore de ontem e minutos depois León sentou ao meu lado.

– Acho que essa é a nossa árvore. - Ele disse.

– Pois é. - Concordei.

– Olha aqui. - O olhei.

– O que foi?

– Aqui ó. - Inclinou a cabeça para o lado e pude ver na árvore nossas iniciais dentro de um coração.

– Você que fez isso León? - Ele assentiu. - Como?

– Com um canivete.

– OMG, é lindo! - O abracei.

– Gostou?

– Amei!

– Agora esse definitivamente é o nosso lugar. - Sorriu.

– Tenho uma coisa para te dizer.

– O que?

– Eu já tenho a sua resposta. - Abaixei a cabeça.

– E qual é?

– Eu aceito. - Sussurrei.

– Oi? - Levantou meu rosto.

– Eu aceito. - Falei um pouco mais alto.

– Eu não acredito, ai meu Deus, eu te amo tanto! - Meu coração saltou no peito quando ouvi essas palavras, ele batia tão rápido que acho que até León o escutava. Ele se aproximou sorrindo e logo nossos rostos estavam bem próximos, ele colocou as mãos em minha cintura e eu em seus cabelos, nossos lábios se tocaram e começamos um beijo maravilhoso, como se tivéssemos esperado por ele a vida inteira, mesmo já tendo nos beijado antes esse foi diferente do outro, melhor que o outro. Nos separamos mas continuamos com as testas coladas, olhando nos olhos um do outro, então eu quebrei o silêncio:

– Eu também te amo! - Ele separou nossas testas e enfiou as mãos nos bolsos, como se procurasse algo.

– Aqui! - Tirou a mesma caixinha do dia do piquenique do bolso e então a abriu. - Me dá sua mão?

– Claro! - Estendi a mão e ele colocou a aliança em meu dedo. - É linda! - Exclamei, analisando a aliança em meu dedo, acho que meus olhos brilharam.

– Não tão linda como você. - Estendeu a mão e coloquei a outra aliança em seu dedo. Nos beijamos de novo e o sinal tocou.

– Acho que temos que ir.

– Antes um beijo de despedida. - Nos aproximamos e demos outro beijo. - Agora vamos. - Se levantou e pegou em minha mão, me levantei e fomos para as nossas salas.

Uma semana depois ...

Faz um semana que eu e León começamos a namorar. Tudo está perfeito, ele é perfeito. Savannah fez algumas ameaças mas não vou me separar dele por isso.

Agora estamos eu, ele e Edu no quarto do hospital observando Cat sem nem piscar. Ontem ela apertou a mão de Edu, mas depois disso não fez mais nada.

– AI MEU DEUS! - Edu gritou e nós o olhamos assustados. - ELA APERTOU MINHA MÃO DE NOVO, ELA APERTOU MINHA MÃO DE NOVO! - Ele continuou gritando e nos aproximamos mais da cama. A vimos apertar os olhos como se quisesse abri-los.

– A... Água... - Ela resmungou com a voz falha.

– CAT! - Gritei e ela abriu os olhos.

– Água... Eu quero água. - Ela continuou resmungando.

– Eu vou perguntar um médico se você pode beber água, ok? - Edu perguntou, se levantando agitado. Ela assentiu e ele saiu.

– Ai! - Ela exclamou e levou a mão a cabeça. - Ai! - Tirou a mão da cabeça.

– Cat, aí tem um corte, não fique encostando. - León a repreendeu.

– Tá bom, tá bom. - Ela concordou em tom de reclamação.

– Que saudade Cat! - Peguei na mão dela.

– Saudade por que Vilu? Eu só dormi!

– Por quase três semanas.

– O QUE?

– Você estava em coma Cat. - León explicou.

– Por que?

– Não sei, eu te encontrei toda machucada no banheiro.

– Ai meu Deus!

– Não se lembra?

– Só um pouco.

– Você sabe quem fez isso com você?

– Não, eles estavam encapuzados.

– Eles?

– Eram dois.

– E quem você acha que eram?

– Não sei.

– Tinham cara de homem ou de mulher?

– Sei lá! Mas um tinha os olhos claros e os dois eram brancos.

– Huum...

– Vem cá. - Me chamou com o dedo e me aproximei mais dela. - Quem é aquele gatinho? - Sussurrou perto de meu ouvido.

– O nome dele é Eduardo.

– Ele é lindo! - Os olhos dela brilharam.

– E fofo, ele ficou com você o tempo todo. - Olhei para León que estava perto de nós, ele não estava com uma cara boa. - O León está com ciúmes!

– Não fique com ciúme León, meu amor. - Ok, agora quem está com ciúmes sou eu. - O que foi Vilu?

– O León é MEU amor ok? Só meu!

– O que foi isso?

– Nós estamos namorando!

– OMG, desde quando?

– Desde semana passada. - León respondeu, me abraçando de lado.

– E por que só me contaram agora? - Ela perguntou brava.

– Tinha como contar antes?

– Ah, é mesmo. - E então a porta abriu, um médico e Eduardo entraram e o médico começou:

– Vejo que acordou senhorita Valentine.

– Acordei.

– Como se sente?

– Bem.

– Vamos ver se consegue andar?

– Vamos! - Ele a ajudou a se levantar e ela tentou andar sozinha, mas quase caiu. - As minhas pernas estão pesadas! - Ela reclamou.

– É por que você ficou muito tempo deitada.

– Mas eu não vou conseguir andar mais?

– Vai sim. só vai precisar de algumas sessões de fisioterapia.

– Ufa!

– Bom, a senhorita vai ficar alguns dias em observação, se continuar bem poderá ir embora logo.

– OBA! - Ela gritou e nós rimos.

– Agora eu já vou, com licença. - Ele saiu.

– Cat, nós já vamos. - Eu disse.

– Aaaah. - Ela reclamou.

– O horário de visitas está acabando.

– Aah, tá bom.

– Tchau Cat. - León disse.

– Tchau Lê.

– JUÍZO VOCÊS DOIS! - Gritei enquanto saímos do quarto e pude ver Cat corar e Eduardo rir, então fomos embora.