Avatar: A lenda de Mira - Livro 2 Ar escrita por Sah


Capítulo 5
Emboscada




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Eles entram por um só lado da arena. Todos os lugares ficam ocupados. A grande quantidade de soldados da União do fogo me faz ficar apreensiva. Meelo e Suni se afastam do centro.

Noto Sina andando rápido ele se aproxima de mim.

— Foi você que pediu isso. Mostre o que tiver que mostrar e pare. Não queremos intrigas com a união do fogo.

Olho para ele com diversão.

— E onde está a graça disso?

Ele suspira.

— Faça o que eu estou dizendo. Não queremos seu pai envolvido nos seus futuros problemas não é? – Seu tom de ameaça me dá calafrios.

— Vou fazer o possível. Acho que a essa altura você sabe que eu não consigo controlar a minha raiva muito bem.

Ele me olha com um certo desprezo e se afasta.

Com uma comitiva ele se apresenta no centro. Ele é o suposto avatar da união do fogo. Mas ele não é a pessoa que eu tinha visto na tenda, mas eu o reconheço mesmo assim. Ele é aquele soldado. Como era mesmo o nome dele? Zunder? Alguma coisa assim.

— Que bom vê-la novamente. – Ele diz em um tom de gentileza.

Ele que é o Avatar? Cadê aquele muleque que eu conheci?

— Você parece surpresa. Mas não se preocupe eu também estou surpreso.

Engulo em seco. Agora eu estou com um pouco de medo. Esse cara, ele parece perigoso. Mesmo que ele não seja o Avatar, isso não vai ser fácil.

Todos saem da arena. Só ficam eu e ele.

— Quero me apresentar formalmente. Sou Zunder. General de infantaria da União do Fogo, sou também o Avatar. Fiquei um pouco surpreso por você não ter me reconhecido quando nos encontramos. Meu rosto está em todos os canais.

— Me desculpe, mas eu não assisto TV.

— Eu percebi.

Ele tinha os mesmos olhos dourados que eu. Ele não parecia ser mais tão velho agora, que estava sem aquele uniforme. Ele retirou o capacete, e uma cascata de cabelos negros caíram a volta.

— Mas quem era aquele na tenda?

— Ele? É apenas um substituo. Não acha que nos parecemos?

Realmente eles se pareciam. Agora eu podia notar a assustadora semelhança. Mas só na aparência. Eles se portavam de maneira diferente. Falavam de maneira diferente e possuíam uma presença diferente.

Fiquei em dúvida, como as outras pessoas não o reconheceram? Eles assistam TV não é?

— Sei que você está cheia de dúvidas. Que tal você desistir dessa batalha desnecessária, e conversarmos tenho muito interesse em você.

— E você irá admitir que não é o Avatar?

— Você sabe que eu não posso fazer isso. Eu sou o Avatar. Você deve desistir dessa coisa idiota.

Coisa idiota? Quem esse cara pensa que é? Ele não pode achar que eu irei voltar atrás.

— Então vamos ver quem é o verdadeiro Avatar? – Falo com determinação.

— Não acho que terei opção.

Ele se livra do casaco que está usando. Ele parece ser forte. Mas não me abalo com o porte físico dele. Na dobra de elementos, isso não quer dizer nada.

Assumo uma postura. Pés firmes no chão. Identifico a água do ambiente.

Sinto a ar ficando cada vez mais quente. A mão dele se fecha em um soco e uma lufada de fogo sai através dela.

Movo as minhas mãos e me protejo com uma barreira de água.

O lugar é invadido pela fumaça da evaporação. Sinto o ar quente novamente. A fumaça é dissipada. Assim eu me protejo de novo e uma nova cortina de fumaça cobre tudo novamente.

Mais uns três ataques. Eu me protejo com a minha dobra d’água. Ele é diferente do Riku. O Riku não hesitava ao atacar. O fogo dele era muito mais quente e efetivo.

Eu sinto que seus ataques não são para me machucar. Ele só ataca quando eu já estou preparada.

Não consigo enxergar por causa da fumaça. As pessoas não estão vendo o que estamos fazendo.

Me concentro e faço como o Meelo me explicou. Minhas palmas da mão começam a formigar. Bato uma mão na outra. A energia gerada faz toda aquela fumaça ir embora.

Olho para Zunder e ele sorri.

— Isso é realmente incrível. Você pode realmente dobrar o ar.

Será que agora ele se convenceu? Será que agora todos vão acreditar em mim?

Olho em volta. Não vejo nenhum rosto conhecido. Só soldados da união do fogo.

— Onde estão todos?

— Todos? Estamos todos aqui não é? Pelo menos quem realmente importa.

Isso é uma emboscada.

— O que vocês querem?

— Isso não é óbvio? Queremos o Avatar. Você pertence a União do fogo. Queremos apenas o que nos pertence.

Ele anda na minha direção. Hesito e ando para trás.

— Mira? Esse seu nome é de uma antiga princesa do fogo. Você sabia disso?

— Não se aproxime de mim.

Faço uma parede de água entre mim e ele.

— Não adianta lutar. Essas pessoas duvidaram de você. Você não deve ajuda-las. Ela iriam só te explorar, assim como fizeram com o Avatar Haru. Você não soube o que houve com ele? Ele tentou fugir e eles mesmos o mataram.

O que ele está dizendo é mentira. Mas por que eu sinto que ele está sendo sincero?

— Mira? - Ouço alguém gritando. Parece a voz do Meelo.

— Meelo? – Olho a volta o procurando.

— Fuja Mira! – A sua voz fica distante

Os soldados estão a minha volta. Não há como eu escapar por terra. Tento dobrar o ar com os meus pés. Sinto o formigamento. Mas não consigo nada. Terei que sair daqui a força. Me preparo para atacar. Não vejo quando uma garota franzina uniformizada se aproxima. Ela toca o meu braço que fica dormente. Me desespero em não conseguir mexê-lo. Ela faz isso no meu outro braço e por fim em uma das minhas pernas. Eu desabo no chão.

— Infelizmente será do jeito difícil. – Zunder fala.

Fico estirada no chão duro, sem poder me mexer. Acima de mim. Um porção de soldados me olham.

— Isso demorou mais do que eu imaginava.

Quem fala é um dos homens do conselho. Aquele que mais duvidou de mim. Meu coração aperta. Ele sabia o tempo todo, e planejou essa emboscada. Quantos são os traidores? Quantos traíram Republic City?

— Traidor. — E a última coisa que eu digo. A garota se abaixa e toca a minha testa. Tudo fica escuro.


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