Capítulo 2

♥ Mising ♥

Josie

Olá enseada Puget! Space Needle, meu camarada, como vai? Mercado Pike, você parece ótimo...  

Seattle querida, acho que senti mais falta de você do que dos meus adoráveis pais.

Dois anos sem pisar o pé no que costumava ser a minha casa, quase o mesmo tempo sem ver meus pais, e a minha recepção de boas-vindas é: — Comporte-se, Josie, nós temos um convidado.

Claro mamãe, eu não estava esperando um abraço mesmo.

Aceno em concordância.

— Pai. — Cumprimento simplesmente.

— Olá, Josie. — Ele me responde com um curto aceno de cabeça.

Isso é tudo. Sem abraços, beijos, ou um “eu senti sua falta Josie”. Só isso, seco assim. Mas eu já estava acostumada, afeto é uma coisa trivial para minha família, aparências em primeiro lugar. Uhul! 

— Vamos, eles estão na cozinha. — Minha mãe exige, antes de se virar e sair.

Ok então.

Antes de chegar ao meu destino, ainda no corredor eu ouço uma voz feminina que não reconheço.

— Jeremy, você não vai cumprimentar a sua irmã? — A estranha questiona.

Já na porta da cozinha, eu repito, com sarcasmo, imitando levemente o tom irritante da ‘nossa’ convidada: — Sim, Jeremy, você não vai cumprimentar a sua irmã?

Nunca chamei ele de Jeremy na vida, e isso é estranho pra cacete.

Jer estava de costas, mas eu podia ver que ele tinha mudado em dois anos. Seus músculos, se possível, estavam mais construídos, graças ao futebol. Seu cabelo estava mais curto do que o habitual que eu conhecia, e os braços eram como telas artísticas agora, coberto por tatuagens, que eu não precisei olhar muito tempo para perceber que ele mesmo havia desenhado. Eu o conhecia bem.

Meu corpo doeu à primeira vista dele, assim como meu coração tolo.

Ele ficou de costas um bom tempo, e eu já ia fazer outra piada espirituosa, mas então ele se virou para mim, e eu vi a tortura e a indecisão quando olhei em seus olhos. Ele estava congelado, sem saber como agir depois de tanto tempo. Eu também estava, mas eu sempre fui mais pró-ativa do que o Jer.

Eu abri meus braços, e ele veio correndo de bom grado para estar neles. Seus braços fortes enrolaram ao meu redor e eu enterrei minha cabeça em seu peito. Eu sentia falta disso, de seus braços, eu passei muito tempo envolvida neles antes.

Jer suspirou, espalhando calor por meu pescoço, onde ele deu um beijo. Ele não disse nada, nem eu. Apenas nos prendemos um ao outro, desesperados, até minha mãe impacientemente limpar a garganta atrás de nós.

Os braços dele me apertaram mais nessa hora, me deixando saber que ele não estava preparado para me soltar ainda. Eu também não estava, mas não queria gerar conflitos no meu primeiro dia. — Você tem que me deixar ir, Jer. — Sussurrei calmamente em seu ouvido.

Lentamente seus braços afrouxaram o aperto que mantinham sobre mim, ele se afastou com relutância e olhou nos meus olhos. Mas antes que ele tivesse a chance de dizer qualquer coisa, minha mãe interrompeu o momento, mais uma vez.

— Josie. — Disse ríspida, chamando minha atenção. — Essa é Dana Donavan, a noiva do seu irmão. — Apontou para a esperançosa loira perto do balcão, que veio correndo para ficar ao lado de Jer quando ele me soltou.

Ela era a... o que?

Eu seriamente deveria pensar em ser atriz, eu tinha um talento nato, porque nesse momento minha mente estava no “mas que porra é essa?” e meu rosto tinha o mais falso dos enormes sorrisos.

— Josie Gibson. — Ofereci-lhe minha mão. — É um prazer te conhecer.

Na verdade, não era. Não era um prazer conhece-la, não era um prazer ouvir falar dela.

E eu que achei que ele estava tão desesperado por mim quanto eu estava por ele, mas parece que ele gastou muito bem esses dois anos longe de mim. Noivo.

Um. Maldito. Noivo.

A fodida vida é uma caixinha de surpresas...

Ah! Infernos. Meu irmão ia se casar.