Something Better - EM HIATUS escrita por allurye


Capítulo 4
Chapter IV – The sounds of Silence


Notas iniciais do capítulo

oi, oi gente outro capítulo meio grandinho, mas como a fic e quase mensal achei que valia a pena. Espero que gostem, um capítulo completamente inspirado pelo som de The sounds of Silence, estou melacolica depois da morte do Jon Snow e saiu isso.... Espero que esteja bom :p
Boa leitura!!!



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Bonnie

Prendi a respiração por tanto tempo que quase me afoguei, mesmo estando fora d'Água. Minha garganta estava seca, minhas mão tremulas, meu cérebro parecia ter entrado em pane, assim que cruzei com quem menos queria, com aqueles olhos azuis-celestes que me tirou o sono por meses. Pisquei algumas vezes e respirei fundo, com seus olhos nunca deixando os meus, sua boca escancarada e expressão beirando a pânico.

Pelo visto o covarde não planejava me ver tão cedo. Essa constatação reuniu minhas forças, desviei meus olhos para chão voltando para os dele lentamente, ergui minha cabeça e dei o melhor dos meus sorrisos. Sua boca se escancarou mais ainda, sua testa franziu tanto que suas sobrancelhas pareciam juntas ao nariz.

— Olá Damon — cumprimentei mantendo o mesmo sorriso, um sorriso falso e forçado que me doía as bochechas.

— Olá Bonnie — respondeu ele com voz falhada, desconcertado. Provavelmente esperando feitiços, voado em sua direção, o que não seria uma má ideia, mordi minha bochecha, me focando e não ligar. Ele era capítulo obscuro em minha vida, que tinha deixado para trás — Bonnie eu….

— Não precisa se explicar — cortei — Alaric me contou que tinha voltado. Stefan deve estar radiante com sua volta

— Sim ele está, saltitando de alegria — ironizou ele, revirei os olhos em resposta. Avistei Nathan por cima do ombro, procurando por mim, acenei pra ele sorrindo

— Fico feliz por ele… Por vocês, seja bem-vindo de volta Damon, agora se me der licença tenho que voltar para minha mesa

— Oh sim para seu encontro — ele completou com aspereza na voz

— Sim, exatamente — afirmei sem me dar o trabalho de me virar para encará-lo. Ele agarrou meu braço, forçando-me a parar, ergui a cabeça encarando-o, ignorando a corrente elétrica percorrendo meu corpo, ou as memórias desnecessárias que surgiam com elas.

— Não vai me apresentar ao seu “companheiro” Bonnie?

— Estou interrompendo algo aqui — Nathan inquiriu encarando Damon. Me soltei de seu braço me voltando para Nathan

— Não, não esta — sorri tentando tranquilizá-lo, ele assentiu com cabeça mais voltou seus olhos para Damon

— Seu amigo é…

— Oh sim que falta de educação a minha, este é Damon Salvatore ex namorado da minha amiga, não somos amigos… Só conhecidos — notei os Damon se encolher, provavelmente pela menção a Elena, o ignorei. Nathan franziu a testa mas sorriu estendendo a mão — Damon, este e Nathan Becker

Me coloquei ao lado dele entrelaçando meus dedos com os dele que sorriu. Damon forçou um sorriso torto com os olhos fixos em nossas mãos unidas. Por um segundo seus olhos brilharam um brilho que eu tinha apreendido a conhecer muito. Damon estava ardendo em ciúme. Ignorei a pequena parti de mim que ficava imensamente feliz com isso. Porque eu não me importava mais com o que quer que fosse que Damon sentisse por mim, sorri docemente para Nathan, o maxilar de Damon trincou, imaginei fumaças saindo de suas orelhas e tive que me conter para não rir, aquele imbecil não tinha direito nenhum de sentir-se traído ou com ciúmes, eu não era dele, não era nada pra ele. Nathan pigarreou, antes de estender a mão para Damon

— Então muito prazer Salvatore

Damon apertou sua mão, com mais força que necessário ao julgar pela careta de dor no rosto de Nathan fuzilei Damon com os olhos, ele soltou a mão dele com sorrisinho forçado

— O prazer e todo meu — respondeu ele com sorriso torto, voltando seus olhos azuis cravados nos meus.

Puxei Nathan para mesa sem me dar ao trabalho de despedir-me dele mais uma vez. Matt e Sara estavam tão ocupados em um com outro que não nos notarão. Fiquei olhando para chão, apertando minhas mão em cima das pernas, elas estavam geladas novamente. Me amaldiçoei por deixá-lo ainda causar esses efeitos em mim

— Você está bem? — Nathan inquiriu tomando minha mãos com as dele, apreciei o calor de sua pele e afirmei que sim com a cabeça.

Eu tinha contando parte de minha estória pra ele, na verdade era meio que inevitável. Nathan era uma espécie de parceiro e terapeuta nas horas vagas, sempre paciente em me escutar.

O conheci há alguns meses num grupo de apoio, entrei em um aleatório, pegando um folheto na igreja. Quando entrei me deparei com pessoas chorando em um círculo. Era um grupo de apoio para pessoas que perderão entes queridos… E bem eu tinha perdido quase todos meus entes queridos antes mesmo de chegar aos 20 anos de idade, então eu acho que me adequava a eles de algum jeito.

No início torci o nariz, fui cética sobre o círculo de pessoas falando sobre suas perdas, sobre dor de viver cada dia sem elas. Nunca faltando nas reuniões de quintas, que era basicamente todos se abraçando em chorando. O nosso terapeuta Joseph que tinha perdido a esposa para câncer era de longe a pessoa mais paciente que conheci. Ele era compreensivo comigo, quando me negava a contar minhas experiências, ou minha reluta no exercício de “superando a perda” que obviamente era necessário um companheiro. Foi por esse motivo que ele me apresentou Nathan, que foi recebido com sorrisos e abraços calorosos de todos, quando voltou de uma viagem

Nathan Lincoln Becker era um moreno alto de olhos verdes e sorriso de tirar o folego, mas que ainda sim tinha o olhar mais triste que já tinha visto. Ele tinha perdido a mãe, pai e irmã mais nova em um acidente de carro, que ele dirigia. Um caminhão sendo conduzido por um bêbado, bateu contra o lado esquerdo e contrariando as expectativas a apenas ele sobreviveu, o que ele se culpava até hoje.

Foi nos braços dele que encontrei um amigo, alguém normal que podia entender minha dor, mesmo que sua família não tivesse sido morta por seres sobrenaturais, ainda sim me sentia bem ao lado dele. Quando Caroline se casou passando sua lua de mel dos sonhos pelo mundo. Eu me tranquei em meu quarto, e apenas aquele grupo parecia salvar-me de cometer uma besteira, de me afundar em álcool. Se demora-se um pouco mais, acabaria indo mesmo para AA.

Ele me convidava a meses a sair com ele para algo diferente de cafés casuais. Coincidentemente seu último pedido de encontro foi no mesmo dia em que me deparei com Damon debruçado sobre a ponte, estava no celular prestes a dizer sim a ele, mas pedi a fala e voltei na surdina temendo despertá-lo de seus devaneios e esqueci de dar minha resposta. No dia seguinte liguei para ele e tivemos nosso primeiro encontro. Desde então, estamos nos conhecendo em outro nível, não mencionei isso a Caroline por temer que ela surta-se por esconder dela o grupo de apoio ou temendo que ela acha-se coisa pior sobre minhas intenções com Nathan.

Ele por sua vez passou braço envolta do meu ombro, trazendo-me para mais perto, ele beijou minha têmpora entrelaçando nossas mãos. Com canto dos olhos podia ver que um par de olhos azuis ainda se mantinham a espreita me observando mas ignorei voltando minha atenção para um par de olhos verdes que me despertava sorriso não lágrimas. Eu pensei que seria mais fácil voltar a vê-lo, parti de mim ansiou por sua volta, mas a outra parte o repelia, desejava que ele nunca mais volta-se, mas lá estava ele. Com duas mesas de distância da minha com uma garrafa de budweiser em mão, remoendo sua dor e blá, blá, blá sobre Elena e mesmo que não fosse eu não dava a mínima realmente. Eu não seria mais sua baba, amiga ou reboot para amenizar sua solidão, era humilhante se quer lembrar o papel que desempenhei por ele, para ajudá-lo. Encostei a cabeça no ombro de Nathan e tentei esquecer o resto.

Stefan

— Por que exatamente estamos fazendo isso? — Stefan inquiriu.

Tossindo com nuvem de poeira que pairava pela sala, ele colocou as mão na cintura olhando para sua esposa com suas luvas de borracha amarela, avental de moranguinhos, com cabelo preso e algumas mechas rebeldes dançando por seu rosto, ela assoprou uma mecha antes de bater uma almofada na outra.

— Porque esta casa está imunda — explicou ela.

— E por que isso dá nossa conta? Nós moramos em outra casa agora — choramingou ele puxando-a para seus braços, rindo ela o empurrou, ele caiu no sofá bufando irritado.

— Essa foi sua casa por 50 anos ou mais, é sério que não se importa nenhum pouco com ela?

— Tirando a garagem, adega e quarto… Sinceramente não — cruzou os braços negando com cabeça

— Seu irmão finalmente voltou da viagem da miséria, encontrou a casa imunda…

— Não está imunda – cortou ele, passando o dedo vendo a camada de pó em seu dedo — Esta apenas um pouquinho empoeirada. E do Damon que estamos falando, ele é um vampiro caso não se lembre, ele não vai morrer de renite ou coisa do tipo.

Stefan inclinou a cabeça olhando para teto aborrecido. Ele estava um tanto mal humorado aquela manhã. Seu plano de fim de semana não constava uma faxina em sua antiga casa. E ele não queria pensar muito sobre o motivo da casa ainda estar vazia, sua cabeça viajando se perguntando onde o irmão estaria. Caroline tirou as luvas e sentou-se no colo dele com braços envolta de seu pescoço

— Para Stefan — ela pediu docemente beijando seus lábios

— Parar com o que exatamente?

— Pensar tando, eu posso ouvir as engrenagens do seu cérebro agora. Ele deve estar bem, apenas bebendo com Alaric

— Eu não estava preocupado com isso — ela arqueou sobrancelha em descrença ele riu — Sim talvez um pouquinho. Mas sei que ele não vai fazer mais nenhuma besteira ou se afundar em autopiedade, pelo menos eu acho que não.

— Então por que essa cara?

Ele suspirou serpenteando os braços envolta da cintura fina dela brincando com laço do avental.

— Por que está tão preocupada em arrumar essa casa?

— Porque esta uma bagunça, olhe só pra isso?

— Caroline — ele choramingou, ela riu

— E a verdade — justificou ela com sorriso, que não o convenceu.

— Okay se você diz — retrucou ele se levantando deixando um com biquinho sentada no sofá.

Ele subiu para cômodo de cima, entrando em seu antigo quarto abrindo as janelas de seu quarto. Olhando para velha instante que antes era repleta de seus diários. Uma onda de lembranças surgindo, ele não sabia muito bem se eram boas ou ruins. Ele pegou o pano em que estava em cima de seu ombro e limpou a estante, logo depois sacudiu alguns velhos travesseiros, que a julgar pelo cheiro de guardado não tinha mais volta. Ele jogou para fora do corredor, e quando foi jogar o segundo quase acertou Caroline que por sorte se desviou a tempo

— Desculpa — ele se adiantou indo até ela que sorriu maneando a cabeça

— Não me acertou Stefan, mas se tivesse eu seria forçada a devolver — ele riu. Mas não a puxou para ele como sempre fazia, o que a deixou intrigada. Ela sentou se em sua antiga cama com pernas cruzadas olhando intensamente para ele

— Pensei que tínhamos muito o que limpar – disse ele ainda sem olhá-la ela bufou, levantando-se irritada puxando-o pelo colarinho de sua camisa o jogando contra cama, sentou-se por cima dele.

— Por que ficou bravo comigo de repente?

— Eu, bravo? De jeito nenhum — negou ele forçando sorriso tentando levantar-se mais ela prendeu suas mãos acima de sua cabeça beijando-o lentamente. Ele tentou manter-se firme, mas sua determinação foi escorrendo a medida que ela modicava seu lábio e abria os botoes de sua camisa. Ele suspirou invertendo a posições, mas diferente dela ele não a beijou, ela fechou os olhos suspirando

— Okay você está realmente irritado comigo, por obrigá-lo a vir aqui?

—Não — rebati soltando-a, sentando-me na cama, ela fez o mesmo, mas apoiou seu queixo em meu ombro me cutucando na cintura

— Então o que?

Suspirei remoendo o que estava me irritando e mesmo correndo o risco de ser ridículo não conseguia manter aquela pergunta para mim mesmo.

— Por que de repente você se importa tanto? — ela franziu a testa confusa — Se importa tanto com essa casa, com… Damon?

Ela demorou alguns segundos mantendo a testa franzida e uma expressão genuinamente confusa, mas ela logo riu ou melhor gargalhou, ela deitou-se na cama com as mão sobre a barriga e olhos lacrimejando. Fiquei ainda mais aborrecido estava prestes a me levantar quando ela me puxou pelo braço me forçando a sentar, ainda rindo.

— Você está com ciúme do seu irmão?

— Não, de maneira alguma — menti — Apenas estou curioso com suas novas "atitudes" em relação a ele.

Ela continuou rindo, segurou meu rosto colando a testa na minha.

— Bem eu nunca te contei isso… Mas pouco antes de nos casarmos, na sua despedida de solteiro pra ser mais exata, lembra-se dela, quando você ficou bêbado e Damon me ligou porque você estava chamando por mim? — assenti um tanto envergonhado lembrando-me do meu estado aquele dia.

— Sim como eu poderia me esquecer disso.

— Então, logo depois que te busquei e te deixei desmaiado neste mesmo quarto, eu presenciei uma pequena briga entre a Bonnie e Damon — explicou ela.

Eu sabia muito bem motivo daquela briga, mas Caroline não. Bonnie me fez prometer nunca contar ela sobre fatídico dia em que Damon tentou abusar dela confundindo-a com Elena.

— Eu tentei ir atrás de Bonnie, mas ela só chorava e me pediu para deixá-la sozinha, ela se recusou a me contar ou aceitar minha ajuda Stefan — ela suspirou derrotada. Acariciei suas costas com pontas dos dedos tentando relaxá-la e encorajá-la a terminar. — Eu voltei furiosa e encontrei seu irmão bebendo….

(...)

O que diabos você fez a Bonnie? — Damon a ignorou mais uma vez, com seus olhos fixos no crepitar da lareira – Eu perguntei o que….

Eu escutei muito bem Barbie, isso não é da sua conta! — ele rosnou

Furiosa voei até tirando a garrafa de suas mãos e jogando-a contra parede, o que pareceu finalmente despertá-lo e não de um jeito bom, ele se levantou irritado. Me mantive firme o encarando, não ia desistir de entender o que se passava com Bonnie e com toda certeza ele estava envolvido nisso.

Por que não sobe e vai fazer algo de útil como cuidar do seu noivo?

Não até que me diga Damon, o que fez ela? Porque estavam discutindo daquela maneira, porque Bonnie passa metade do seu tempo no quarto chorando…

Chorando? — ele inquiriu com uma expressão preocupada, o que a surpreendeu, assenti com cabeça

Sim chorando, tendo pesadelos constantes o que você fez a ela?

Por que tem tanta certeza que fui eu?

Porque eu conheço você, sei que o que faz de melhor e descontar sua raiva e descontentamento no mundo nos outros. Mas se eu descobrir que fez mal a ela, que encostou em fio dela eu vou….

Vai o que? Vai matar seu cunhadinho, sabe que meu irmãozinho nunca vai perdoá-la né, bater ou “matar” o irmão dele as vésperas do casamento.

Sim, eu faço! Farei um favor ao mundo se quer saber — gritei. Os olhos azuis de Damon se estreitaram ele parecia genuinamente surpreso, e depois para minha total confusão ele pareceu triste e derrotado.

Foi ideia sua não foi? Você não quer morar sobe mesmo teto que eu, então convenceu meu irmão a ir embora dessa casa — ele me acusou, mas em voz baixa

Não convenci o Stefan a nada Damon — ralhei irritada indo embora, mas ele segurou meu braço me impedindo de ir embora

Vai negar, vai negar que e por sua causa que ele não aceita…

Quer saber a verdade Damon? — ele assentiu — Sim, eu não quero morar sobe o mesmo teto que você. Se uma hora eu cheguei a acreditar que você mudou, seja lá o que você fez a Bonnie só me prova que eu não estava errada.

Como se fosse só por isso — ele resmungou me soltando — Você não consegue esquecer o passado, não importa o que eu faça o qual mude você não consegue esquecer…

Que você abusou de mim, que me usou, que me humilhou? Não Damon, eu não esqueci e nunca vou. Você e tão, mas tão idiota se acha que e fácil esquecer, apagar apenas porque eu amo seu irmão… Na verdade se não fosse ele, Elena e Bonnie eu não olharia na sua cara! — gritei

Sua mãe foi capaz de me perdoar — ele murmurou voltando-se a sentar em sua poltrona

Sim ela foi, mas se quer saber se conta-se a ela o que me fez ou até mesmo a Bonnie — notei um olhar de medo em seus olhos, cabisbaixo ele fitava o chão com punhos fechados — Se tivesse dito, ela nunca perdoaria você.

E por que não contou?

Eu não sei — dei ombros — Eu era humana, depois eu morri… Eu mudei muito desde então, e tentei esquecer eu tentei não ligar, afinal… Bonnie e Elena e até minha mãe acreditaram em você, que você tinha um lado bom…. Mas eu sinceramente não acredito. O que você fez a Bonnie?

Eu cometi um erro — ele confessou — Um erro que nunca vou me perdoar porque ela… Ela é minha melhor amiga, eu não mereço a amizade dela… Você tem toda razão Barbie, eu sou monstro.

Chega disso Damon chega dessa autopiedade. Elena se foi, ela não vai voltar se você fez algo de bom na sua vida, foi deixá-la ir então supere-se a si mesmo, chega de sessão de autopiedade pelo amor de deus — cuspi.

Subindo as escadas quase correndo. Entre no quarto de Stefan onde ele dormia tranquilo em sua cama. Eu queria seguir as tradições e dormir longe dele, longe daquela casa. Mas não pude, tirei os sapatos me deitando ao seu lado, ele murmurou meu nome, abrindo os olhos lentamente

Baby…

Shiuuu — beijei seus lábios e me deitei ao seu lado com cabeça apoiada em seu peito, ele me puxou mais para ele beijando minha cabeça e mesmo de olhos fechados eu podia ouvir Damon quebrando copo e por um momento eu podia jurar ter ouvido ele chorando.

(...)

— Você se culpa por ele ter ido embora? — Caroline assentiu solenemente com olhar triste. Stefan sorriu beijando a ponta de seu nariz

— Não foi sua culpa. Damon planejava ir embora a meses, ele mesmo me disse.

— Mas eu devo ter apressado seus planos. Por minha causa, minha intolerância, ele foi embora e você e Bonnie sofrerão. Por isso quero tentar ser diferente agora, quem sabe se eu for mais…

— Caroline você tem motivos para não se dar bem com Damon, eu não vou pedir que….

— Mas eu quero Stefan… Nos nós casamos e estamos felizes, alias eu acho que nunca fui tão feliz na minha vida – declarou ela sorrindo

— Nem eu, eu não fazia ideia do que era felicidade antes de ter você — Caroline revirou os olhos rindo – Foi um pouco brega não foi?

— Sim!

— Hey, pensei que gostasse — ele fez beicinho ela o cobriu de beijos.

Logo os beijos se aprofundaram Stefan desamarrou o laço do avental e deitou gentilmente na cama, uma nuvem de poeira o fizeram se separar. Caroline riu, contra seus lábios enquanto suas mão terminavam de desabotoar sua camisa, ajudando-o tirar, ela passou as unhas por seu abdômen mordiscando o lábio com sorrisinho. Ele se concentrou em seu pescoço, enquanto a outra mão explorava suas coxas. Eles se separaram a contra gosto quando escutaram pigarro atrás deles. Stefan ergueu a cabeça encontrando seu irmão encostado no umbral da porta com braços cruzados e um sorrisinho malicioso nos lábios. Caroline sentou-se rapidamente com rubor no rosto, ela ajeitou seu vestido e pegou avental do chão.

— Pelo visto a fase “lua de mel” ainda não acabou

— Damon

— Cunhadinha e bom ver você por sinal… Ah está aberto — ele apontou para barguilha de minha calça e me apressei para fechá-la. Damon riu antes de virar-se para descer. Caroline se levantou e pegou seu avental do chão.

— Caroline – puxei sua mão tentando levá-la para cama novamente, mas ela se desprendeu sorrindo

— Eu vou terminar de limpar a sala agora — anunciou ela descendo antes que tivesse tempo de impedi-la. Deitei na cama desanimado. Mas ainda sim pensando na confissão de Caroline, mesmo tendo certeza que motivo da fuga de Damon não tinha nada a ver com ela e sim com sua melhor amiga.

Damon

Ela estava com outro, com mão entrelaçadas a um idiota com o nome estúpido. Ela sorria pra ele, corava com seu toque. Bonnie estava namorando um imbecil qualquer que ele desconhecia, mas que parecia ter um efeito sobre ela, ela parecia mais leve na presença dele, coisa que ele detestou. Ele sabia que não podia odiá-la por isso, por ter encontrando alguém. Era uma droga! Ele nem se quer entendia direito porque seu pouco sangue circulante estava fervendo em suas veias, porque o sangue daquele idiota careca parecia tão irresistível pra ele. Seus punhos estavam fechados tentando conter a vontade insuportável de cruzar aquele bar e arrancá-la dali, tirá-la do acalce das mãos daquele imbecil.

Ele continuou por um longo tempo mantendo seus olhos nela. Notando a cor de seu cabelo que tinha mudado, agora ela estava entre castanho e vermelho, ele queria estender a mão e sentir a textura de seus cabelos sentir o cheiro de morango que eles tinham. Se aproximar o suficiente para fitar seus olhos verdes de perto, olhar para seus lábios carnudos avermelhados e sentir o gosto que eles tinham. Beijar seu pescoço e saber se ela ainda usava os mesmos sais de banhos de erva doce e alecrim. Ele maneou a cabeça confuso por querer tudo aquilo com ela, até pouco tempo atrás ele desejava tudo isso de outra pessoa de Elena, seu grande e verdadeiro amor… Ele riu de si mesmo mexendo o copo antes de entorná-lo. Elena era o passado que ele temia esquecer, ele não lembrava-se bem de como ele era antes que a paixão ou obsessão pelas Petrova domina-se sua vida. Elena era terreno conhecido, alguém que o tinha aceito ou acostumado se com ele, tanto que ela mudou por ele em vez dele ter que mudar por ela. Ela moldou-se para ele. Brigas eram caladas por beijos e noites de amor.

Mas Bonnie Bennett era oposto, era uma completa estranha pra ele, ele não sabia como sua mente funcionava, ele não conseguia manipulá-la. Não conseguia impor sua vontade a ela, mesmo nos tempos amigáveis dos dois, ela ainda o desafiava nunca esquecia de seus erros pelo contrário, ela o forçava a vê-los.

E isso o irritava como inferno, ou melhor ela o irritava, tudo nela o irritava. Sua personalidade insuportável, seu mal humor matinal ou fixação com palavras-cruzadas. Ele odiava que ela detestava suas panquecas e seu gosto maravilhoso de músicas. Ele destetava que ela preferia ficar por horas a fio lendo A letra escarlate, com seu chá horrível de hortelã que ela bebia religiosamente antes de dormir. Ele detestava a maneira que ela mordiscava o lábio, enquanto batia a caneta na mesa, procurando mentalmente palavras que se encaixassem em suas palavras-cruzadas.

Ele odiava como no fim do dia, ela sentava na escada admirando o pôr do sol pensando em sua família, o olhar entristecido que ostentava todas as noites antes de dormir. Ele odiava quando por acaso ela dormia no sofá com algum livro entre as pernas e ele era obrigado a carregá-la para cama, com seu perfume de morango confundindo seus sentidos misturado com doce cheiro de seu sangue.

Ela era uma constante provação para ele. Ele decorou nos três meses todas suas manias chatas, ou até mesmo as batidas de seu coração. Ele podia reconhecer não só pelo seu perfume único como também conseguia distinguir suas batidas rítmicas das outras pessoas e ele realmente odiava saber tanto dela, tanto de alguém que não dava mais a mínima pra ele.

Ela levantou-se sorridente entrelaçando as mão com seu namoradinho ou paquera acenando para Matt e Sara, sem se quer lhe dirigir um olhar, mesmo um de desprezo ou indiferença ela simplesmente saiu fingindo que ele não existia e mesmo negando para si mesmo doeu como inferno. Ele quebrou o copo em sua mão vendo o sangue escorrer pela mesa. Ele voltou para sua mansão empoeira e solitária remoendo o misto de ódio e decepção. Mas encontrou um balde e esfregões no meio da sala. Ele franziu a testa confuso, mas quando escutou gemidos no andar de cima entendeu que se tratava de seu irmão e sua Barbie batizando a casa novamente.

Ele subiu sem cerimonia encontrando-os quase sem roupa. Ele se encostou no batente da porta com braços cruzados e pigarreou fazendo Caroline quase saltar no teto de susto. Com bochechas vermelhas ela se ajeitou saindo logo em seguida deixando meu irmão frustrado. Desci logo em seguida encontrando-a com esfregão na mão, fazendo uma careta para camada de pó em cima dos moveis. Ela ergueu a cabeça e acenou pra mim com sorriso sem jeito. Lembrei da última vez que conversamos, ela estava furiosa em flagrar uma de minhas últimas brigas com Bonnie. Suspirei com lembrança me jogando no sofá, ela veio até mim com olhar mortal e mão na cintura

— Saia já dai, eu estou limpando – ela ordenou irritada. Franzi a testa encarando-a, Stefan desceu se pondo ao lado dela beijando seu ombro lancei um olhar de ajuda pra ele, que apenas deu ombros sendo um típico marido castrado. Ele pegou uma almofada batendo com ela em mim, que peguei jogando-a nele

— Vocês dois querem parar!

Vocês dois querem parar imitei seu tom de voz esganiçado, ela que gruiu irritada Como você conseguiu ficar ainda mais chata e mandona?

— Como você consegue ser tão imbecil e tão… Porco ela olhou envolta com uma careta de nojo revirei os olhos e olhei para Stefan que sorria disfarçadamente se divertindo com cena a sua frente, taquei outra almofada que o acertou em cheio na cara. Nem mesmo Caroline conseguiu segurar a riso, mesmo ordenando que parecemos imediatamente.

— Você não fez isso? Stefan inquiriu descrente preparando se para contra-atacar, apenas dei ombros pra ele e consegui desviar a tempo de outra almofada

— Quantos anos vocês têm mesmo?

— Uns duzentos e alguma coisa somadas – retruquei antes de atirar nela a almofada ela desviou e furiosa tacou outra em mim, saindo espumando atrás de outros produtos de lembrança. Stefan fez uma careta nervosa e coçou a nuca antes de jogar-se no sofá – Hei não vai atrás dela? Sua coleira não está apertando?

— Muito engraçado – ele revirou os olhos – Eu tenho certeza que desejava estar com uma coleira igual a minha também

— Eu não, eu sou um homem… Vampiro. Não cachorrinho domado ele riu dando ombros O que há com ela, por que resolveu fazer faxina na minha casa?

— É eu que sei ele deu ombros novamente fitando o chão suspirando

— Eu pensei que ela detesta-se esse lugar

— Ela odeia a decoração corrigiu ele

— A decoração e dono dela.

— Ela não odeia você, pelo menos não mais

— Como pode ter certeza? Fez lavagem cerebral nela durante a lua de mel?

— Não Damon, ela mudou a maneira de pensar em relação a você — arquei a sobrancelha em descrença E verdade, ela teve a ideia de vir aqui fazer uma leve faxina.

— Por que?

— Porque ela diz que… Ninguém merece viver na imundice mesmo que seja o Damon ele imitou-a perfeitamente me fazendo rir.

Apoiei minha cabeça no sofá, voltando meus olhos para teto, Stefan fez o mesmo suspirando. E mesmo não dizendo a ele muito menos a ela. Eu era grato por eles, a mansão parecia novamente viva na presença deles.

Mas tarde naquele mesmo dia Caroline obrigou-me a levar algumas coisas para solton. Largando uma caixa por lá encontrei um colar de prata em formato meia lua caída no chão, enfiei o no bolso sabendo muito bem quem era a dona. Logo depois Caroline foi embora com Stefan, que parecia exausto ou apenas entediado com missão de limpeza. E quando eles foram, eu não sabia muito bem como me sentir com a mansão agora limpa e impecável mas ainda vazia. Ele perambulou pela casa tendo silêncio como companhia, o silêncio ensurdecedor que o enlouquecia.

Depois de sua falha tentativa de fingir que não se importava em estar novamente só, tentar dormir novamente ele foi levando pelo álcool, impulsionado pela vontade de fugir do silêncio latente que pairava a minha volta indo até a casa dela.

Já era tarde da noite e as luzes de sua casa estavam apagadas, fiquei um tempo do lado de fora olhando para sua janela, escutando as batidas de seu coração, feliz por escutar apenas uma.

Entrei por sua janela, que estava entre aberta, agradeci pela onde de calor que assolava Virgínia naquela semana. E com cuidado para não fazer barulho entrei. Encontrei-a dormindo tranquilamente com seus cabelos acobreados esparramados pelo travesseiro. Sua boca entreaberta pareciam tão convidativos que era quase impossível não querer beijá-la. Ela parecia tão serena perdida em seus sonhos. Ele lembrou-se das dezenas de vezes que carregou até a cama e cobriu, vendo-a virar-se abraçar seu travesseiro. Ele suspirou sentando-se na beira de sua cama admirando-a. Ela estava tão perto e tão distante dele, alguns centímetros apenas os separando. Ele estendeu a mão e com cuidado afastou uma mecha de seu cabelo para poder admirá-la mais de perto.

Ele lembrou-se de seu olhar frio e indiferente, mas as batidas acelerada de seu coração revelou para ele o que seus olhos tentavam camuflar. Bonnie ainda tinha sentimentos por ele, talvez apenas ódio tenha restado da breve amizade que tiveram. Mesmo assim era uma reação era melhor do que nada. Ele levantou e se inclinou sobre ela beijando sua testa e ignorando a noção de perigo ele beijou seus lábios, prendendo a respiração para prolongar aquele momento.

Ele afastou-se dela relutante quando ela se mexeu, ele temeu que ela estivesse acordando, mas ela apenas respirou mais profundamente e continuou dormindo. Ele tirou o colar do bolso colocando em cima de sua cabeceira antes de sair pela janela silenciosamente lançando um último olhar a ela, desejando inutilmente que estivesse sonhando com ele.

Andando pelas ruas vazias de Mystic Falls com a luz pálida da lua iluminando seu caminho, ele tocou os lábios com gosto dela nítido em seus lábios, ele caminhou para casa tendo aquele pequeno momento como consolo para enfrentar mas uma noite solitária mergulhada em silêncio.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam do reencontro Bamon, do Nathan e o motivo da Caroline mudar com Damon? Espero que me digam o que acham e se esta ficando muito melancólica essa fic, eu sinto que está um pouquinho mas não posso evitar. Então por hoje e só até mês que vem ou final deste
XOXO